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sábado, 28 de fevereiro de 2009

Metalúrgicos iniciam ofensiva para reverter demissões na GM

O Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul, filiado à Força Sindical, deflagrou a luta para deter o “facão” anunciado na quinta-feira (26) pela General Motors (GM) do Brasil. Cerca de mil trabalhadores protestaram, ainda na quinta, contra a dispensa de 1 633 funcionários temporários — que já estavam em licença desde janeiro. A manifestação ocorreu em frente à sede da montadora em São Caetano.

À frente da GM, mil trabalhadores protestam


Antes do anúncio das demissões, a direção do sindicato propôs à GM medidas alternativas, como a extensão dos contratos temporários por um semestre ou um lay-off (suspensão temporária da produção) de cinco meses. A empresa, no entanto, foi além dos cortes e ainda deu licença remunerada por 30 dias a outros 900 trabalhadores da área de produção — 300 na fábrica de São Caetano e 600 na unidade de São José dos Campos. Em janeiro, a GM de São José já havia demitido 744 funcionários (sendo 600 temporários).

Também na quinta-feira, a matriz da GM anunciou ter tido, em 2008, um prejuízo de US$ 30,9 bilhões (cerca de R$ 70 bilhões). Segundo Marcelo Toledo, secretário-geral do sindicato, a cifra deve ser relativizada. “A GM vai mal nos Estados Unidos, mas manteve um bom padrão de vendas em regiões como América Latina, África e Oriente Médio”, declarou Toledo ao Vermelho.

O sindicalista informa que, no Brasil, a produção da GM voltou ao nível de 2007 — 46 carros por hora —, após ter atingido a marca de 50 automóveis por hora em 2008. “Mas a GM e a imprensa omitem que, atualmente, não há carros para pronta entrega. Quem compra precisa esperar cerca de um mês para retirar seu novo automóvel”, afirma Toledo.

Por isso, o sindicato luta para que a montadora, no mínimo, absorva parte da mão-de-obra descartada. “Devido à demanda, faltam pelo menos 250 profissionais no processo produtivo de carro”, diz o secretário-geral do sindicato. Todos os metalúrgicos dispensados trabalhavam no chamado terceiro turno, que foi extinto pela GM. O sindicato também lembra que a montadora recebeu incentivos econômicos dos governos federal e estadual, o que deveria conter as demissões.

Sobre os protestos desta quinta-feira — que chegaram a paralisar a produção —, Toledo faz um balanço positivo. “Passamos o dia conclamando os companheiros demitidos a participarem do movimento, e o retorno foi bom.” De uma assembleia em frente ao sindicato, os trabalhadores fizeram passeata até a sede da GM, onde houve manifestações nos portões 1 e 4.

Em seu discurso, Toledo fez uma crítica contundente aos Estados Unidos, denunciando a falta de capacidade das empresas em resolver seus problemas na matriz. “Exportaram a conta da crise para nós”, enfatizou o sindicalista, que saiu em defesa do socialismo como solução para a crise econômica.


sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Presidente de tribunal suspende as 4,2 mil demissões na Embraer

Solicitada ao TRT por sindicalistas, suspensão vale até a próxima quinta.Nessa data, haverá reunião de conciliação entre trabalhadores e empresa.

O presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, em Campinas (SP), Luís Carlos Cândido Martins Sotero da Silva, decidiu nesta sexta (27) suspender até a próxima quinta-feira (dia 5) as demissões de 4,2 mil funcionários anunciadas no último dia 19 pela Embraer. O contingente corresponde a 20% do quadro de pessoal da fabricante de aviões.

Para 5 de março, está marcada uma audiência de conciliação e instrução entre representantes da empresa e dos trabalhadores. Se não houver acordo, o processo entra na pauta de dissídios coletivos e será julgado pelo TRT.

O pedido de liminar (decisão provisória) para que fossem suspensas as demissões foi feito pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, pela Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo e pelas centrais Força Sindical e Conlutas.

Os sindicalistas argumentam que a empresa não convocou os trabalhadores para negociar antes de anunciar as dispensas.

De acordo com o TRT, a suspensão vale para demissões sem justa causa efetuadas sob o argumento da crise econõmica mundial.

Consultada por telefone, a assessoria da Embraer informou que iria verificar se a empresa vai se manifestar sobre a decisão do presidente do tribunal.

Em encontro nesta semana com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a diretoria da Embraer informou que não havia possibilidade de reverter as demissões em razão da crise no mercado internacional que afetou a empresa.
Centrais farão manifestação unitária pela reversão das demissões em massa na Embraer

Ato será em SãoJosé dos Campos em frente da fábrica, nesta sexta-feira (27) às 15h

A CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) e outras centrais sindicais participam nesta sexta-feira, dia 27, de uma manifestação unitária contra as 4.270 demissões anunciadas recentemente pela empresa Embraer. O protesto ocorrerá às 15h, diante da fábrica na cidade de São José dos Campos. Além da CTB (que enviará a São José dos Campos uma comissão composta pelo seu presidente, Wagner Gomes, vice-presidente Nivaldo Santana, secretário geral, Pascoal Carneiro e o diretor adjunto de Relações Internacionais, João Batista Lemos) já confirmaram presenças dirigentes da Conlutas, Força Sindical, Nova Central e Intersindical. O objetivo da mobilização é fortalecer a luta contra as demissões na indústria aeronáutica e reverter todos os cortes, considerados arbitrários e injustificáveis pelas centrais e pelo Sindicato dos Metalúrgicos. Os sindicalistas consideram que existem alternativas, “entre elas a redução da jornada de trabalho sem redução de salários”, para ajustar a produção à demanda reduzida pela crise sem recorrer à demissão.
Antes da manifestação, às 11h, as entidades irão se reunir na sede do Sindicato dos Metalúrgicos para discutir sobre as mobilizações conjuntas que serão deflagradas. “Não vamos ficar calados diante desse abuso cometido pela Embraer. Vamos chamar os trabalhadores de todas as categorias para lutarem conosco, afinal essas demissões irão afetar toda a cadeia produtiva de nossa região”, afirmou Luiz Carlos Prates, o Mancha, membro da Direção Executiva do Sindicato.
Em nota assinada pelo seu presidente, Wagner Gomes, a CTB ressalta a necessidade de “cobrar maior responsabilidade social por parte da direção da Embraer que, embora privatizando os lucros, busca socializar os prejuízos e nunca dispensou a contribuição do BNDES” e conclama o movimento sindical “à mais ampla unidade neste momento de crise e de reacionária ofensiva patronal contra o emprego e os direitos da classe trabalhadora. É indispensável unificar forças para resistir e lutar em todos os setores e ramos da economia em defesa do emprego, dos salários e dos direitos da classe trabalhadora”.


Metalúrgicos fazem protesto contra demissões na GM


Trabalhadores protestam contra possível corte de 1.633 funcionários.Manifestação foi organizada em frente à unidade de São Caetano.

O Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano organizou, nesta quinta-feira (26), uma passeata em protesto contra o possível corte de 1.633 contratos temporários na General Motors. Os trabalhadores estão em licença remunerada desde janeiro e os contratos começam a vencer nesta quinta-feira. A manifestação em frente à fábrica de São Caetano (ABC paulista) aconteceu após assembleia com tais funcionários na sede do sindicato.

"Reunimos cerca de 4 mil pessoas, entre os 1.633 trabalhadores em licença, os funcionários do segundo turno e mais os 300 que tiveram a licença remunerada anunciada na semana passada", observa o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, Francisco Nunes. Segundo ele, a paralisação do segundo turno durou cerca de uma hora.

De acordo com o sindicato, a partir da semana que vem, a cada dia útil, 50 contratos temporários vencem. Só serão renovados os de manutenção, que, segundo os trabalhadores, não passam de 30. Na última sexta-feira (20), a GM comunicou licença remunerada para mais 300 trabalhadores de São Caetano, com contratados antigos. Em São José dos Campos serão mais 600 licenças.


quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Mitsubishi planeja transferir ao Brasil parte de sua produção

Montadora quer produzir em São Paulo, especialmente a Pajero.Fábrica pretende chegar aos 50 mil veículos anuais no país.

A fabricante japonesa de veículos Mitsubishi transferirá parte de sua produção ao Brasil para reduzir o impacto do fortalecimento do iene em seus custos de produção, segundo informou nesta quarta-feira (25) o jornal "Nikkei".
O objetivo da Mitsubishi é instalar no Brasil sua base de exportação para toda América Latina, segundo o jornal japonês.
A fabricante japonesa escolheu o Brasil como destino para suas fábricas devido às exportações brasileiras contarem com tarifas privilegiadas na região graças ao Mercosul e ao pacto comercial brasileiro com o México.

A Mitsubishi planeja transferir no ano fiscal de 2009, que começa em abril, parte de sua produção nacional de veículos à fabricante MMC Automotores do Brasil, em São Paulo.
A fabricante japonesa ainda vai decidir que modelos fabricará no Brasil, mas a caminhonete Pajero parece ser a primeira candidata, pois tem altos níveis de venda no mercado brasileiro.
A companhia planeja ainda aumentar sua produção no Brasil de maneira progressiva, até chegar aos 50 mil veículos anuais, empregando chassi, motores e outras autopeças fabricadas no Japão.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Chrysler ainda considera fusão com a GM como "a melhor opção"

" Esse é um ponto crítico para a indústria automotiva e para a nação "

RIO - O senador republicano Bob Corker, figura-chave nas negociações de um novo pacote de ajuda às montadoras nos Estados Unidos, admitiu nesta quinta-feira, em entrevista ao site do jornal Detroit News, ter pedido ao presidente-executivo da General Motors (GM), Rick Wagoner, para discutir de forma "exploratória" uma possível fusão com a Chrysler. O negócio chegou a ser cogitado no ano passado, mas as conversas foram deixadas de lado quando a GM passou a se preocupar mais com os efeitos da crise sobre o seu caixa.

- Esse é um ponto crítico para a indústria automotiva e para a nação - disse Corker.

Ao apresentar seu plano de reestruturação na última terça-feira, em busca de mais recursos do governo americano, a Chrysler teria avaliado que a fusão com a GM seria "a melhor opção" para lidar com a crise. Entretanto, a montadora deixou claro que a GM não estava considerando a alternativa. Desta forma, segundo analistas, a Chrysler continua dando seqüência à busca por uma associação com a italiana Fiat.
Sindicato convoca temporários da GM para assembleia

Preocupados com a falta de definição sobre o futuro dos 1.633 trabalhadores temporários em licença remunerada da GM (General Motors), a direção do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, convocou todos eles - por telegrama - para participar, na próxima quinta-feira, de assembleia na porta da entidade.

Nada foi definido na reunião que os sindicalistas tiveram com a montadora nesta semana. O presidente do sindicato, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, afirmou que a postura da empresa é preocupante.

FÉRIAS - A Volvo do Brasil, instalada em Curitiba, concedeu ontem férias coletivas para cerca de 700 trabalhadores do setor de caminhões pesados. Outras cerca de 400 pessoas que trabalham na linha de montagem de caminhões leves já estão em férias, com retorno marcado para o dia nove.
A Volvo foi a primeira entre as montadoras de veículos de Curitiba e região metropolitana a anunciar medidas em decorrência da crise econômico-financeira. No dia 1º de dezembro do ano passado, 430 funcionários (250 com contratos temporários e 180 do quadro efetivo) foram demitidos.
As férias coletivas devem-se à retração do mercado. Para evitar que demissões fossem realizadas, o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba assinou um acordo com a empresa, estabelecendo que será mantido o nível médio de emprego até 31 de maio.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

GM pede ajuda ao governo do Canadá

Em troca, GM afirmou que continuará fabricando veículos no país.Montadora não especificou a quantidade de recursos que precisa.

A General Motors pediu ao governo e ao sindicato que reúne os trabalhadores do setor automotivo do Canadá (Canadian Auto Workers) que lhe ajudem a compensar os custos crescentes com funcionários aposentados. A montadora norte-americana não especificou a quantidade de recursos que precisa, mas quer que o governo dê ajuda para cobrir obrigações com pensão e que o sindicato assuma a responsabilidade pela assistência médica para os aposentados, como fez o sindicato United Auto Workers nos EUA.

Em troca, a montadora afirmou que continuará fabricando carros e caminhões no Canadá. "Apesar da deterioração adicional do mercado norte-americano, o plano de reestruturação permite a viabilidade no longo prazo e possibilita que a GM Canadá pague os contribuintes canadenses", informou a companhia.
Em entrevista coletiva, o ministro das Indústrias do Canadá, Tony Clement, disse que a montadora indicou que quer um empréstimo na faixa de 6 bilhões a 7 bilhões de dólares canadenses (US$ 4,8 bilhões a US$ 5,6 bilhões), enquanto a Chrysler quer algo em torno de 1 bilhão de dólares canadenses. As informações são da Dow Jones.
Ministério Público do Trabalho convoca Embraer para reunião

Diretores terão de levar documentos que comprovem necessidade de corte.Na quinta-feira, mais de 4 mil funcionários da Embraer foram demitidos.

Funcionários em frente à sede da Embraer, em São José dos Campos (Foto: Agência Estado)
O Ministério Publico do Trabalho (MPT) em São José dos Campos convocou a diretoria da Embraer para uma audiência de mediação no dia 2 de março com representantes dos empregados da companhia.

Segundo a assessoria de imprensa do MPT, os diretores da empresa devem mostrar documentos que comprovem a necessidade do corte de mais de 4 mil trabalhadores, anunciado na quinta-feira (19). O objetivo é viabilizar uma solução para as demissões.De acordo com o MPT, se os representantes da Embraer não provarem com os documentos que deverão exibir ao procurador da República, Renato Baptista, que as 4,2 mil demissões foram necessárias, o Ministério Publico do Trabalho pode entrar na Justiça com uma ação civil, na qual pedirá a reintegração de todos os empregados dispensados por carta. O MPT preferiu não se pronunciar sobre o mérito das demissões realizadas pela Embraer, pois prefere antes ouvir os dirigentes da empresa e analisar todos os documentos que serão exibidos pela companhia. A reportagem da Agência Estado tentou entrar em contato com o procurador Renato Baptista, mas ele não pôde ser encontrado.
Páscoa recruta 60 mil temporários

Para dar conta do aumento da demanda por chocolates na Páscoa, a Asserttem (Associação Brasileira de Empresas de Serviços Terciários e Serviços Temporários) calcula que as empresas do setor vão contratar 60.000 trabalhadores temporários. "Cerca de 60% das vagas são destinadas para a fabricação dos produtos e 40% para o varejo", explicou Jismália Oliveira Alves, diretora comercial da Assertem.
A expectativa é de que 11,2% dos trabalhadores sejam efetivados após a Páscoa. "Em 2008, 34% dos temporários - 19.800 trabalhadores - conseguiram emprego definitivo. Para este ano, com o cenário de incertezas gerado pela crise financeira internacional, o número estimado de efetivações é de 7.000", afirmou a diretora.
Conforme dados da Asserttem, as empresas procuram profissionais com mais de 18 anos e Ensino Médio completo.Para atuar com varejo não é preciso ter experiência anterior. Os salários variam de R$ 500 a R$ 1,2 mil.
"A produção de ovos de chocolate teve início no último trimestre do ano passado, mas muitas empresas ainda estão contratando. Os interessados podem acessar o site da Asserttem - www.asserttem.com.br - ou procurar agências de empregos temporários", aconselhou Jismália.
A Tradição, empresa de recrutamento, disponibiliza 450 vagas temporárias em duas das maiores empresas fabricantes de chocolates no País.
O salário é de R$ 650, mais ajuda de custo diária de R$ 18,50. Os interessados devem comparecer, a partir do meio-dia da quarta -feira de Cinzas, ao endereço da Tradição na Capital - Rua Mário Amaral, 182 (próximo ao metrô Brigadeiro).
Bancos fecharão na segunda e terça-feira de carnaval

Na quarta (25), agências abrem a partir das 12h.Contas que vencem dias 23 e 24 podem ser pagas dia 25 sem multa.

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informou nesta quinta-feira (19) que as agências bancárias estarão fechadas para atendimento ao público na segunda (23) e terça-feira (24) de carnaval. Na quarta (25), as agências abrem a partir das 12h. Segundo a Febraban, as contas de consumo (água, luz, telefone, tv à cabo, entre outras) e carnês que vencem nos dias 23 e 24 podem ser pagos no dia 25 sem acréscimo de multa. A federação avisa que o pagamento das contas pode também ser agendado antecipadamente ou ser feito nos caixas automáticos e correspondentes bancários, como lotéricas e outros estabelecimentos.
Montadora Saab pede concordata na Suécia

Marca de carros de luxo é subsidiária da General Motors.Com o pedido, fabricante terá três meses para se reorganizar.

A montadora Saab, filial da General Motors (GM) na Suécia, pediu para se reorganizar dentro dos parâmetros judiciais na tentativa de evitar a falência, anunciaram nesta sexta-feira (20) a Saab e a GM.
"Fizemos o pedido hoje (sexta-feira)", disse à AFP a porta-voz da Saab, Margareta Hagstrom, acrescentando que a Saab espera que o tribunal divulgue sua decisão ainda na tarde desta sexta-feira (20).
A GM acaba de anunciar que a Saab pode se declarar em quebra a partir deste mês, a menos que receba uma ajuda do governo sueco, que este último já havia negado.
Em um comunicado separado, a GM indicou que a decisão era destinada a criar uma entidade comercial completamente independente que seria viável e capaz de atrair investidores.
A declaração de insolvência (concordata) é um procedimento legal na Suécia conduzido por um administrador independente designado por um tribunal que trabalhará estreitamente com a equipe diretora da montadora.
"Dentro deste procedimento, a Saab apresentará sua proposta de reorganização, que incluirá o reagrupamento das atividades de criação, de engenharia e de fabricação na Suécia", acrescentou a GM.
"Se o tribunal de instância aprovar a reestruturação, ela será feita num prazo de três meses e precisará de um financiamento independente", acrescentou a GM.
"Os financiamentos deverão ser tanto públicos como privados", continuou.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

CSN terá que informar demissões à Justiça com 48 horas de antecedência

Empresa terá que apresentar lista de todas as dispensas desde dezembro. Para procuradores do Trabalho, demissões são consideradas irregulares.

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) terá que comunicar à Justiça do Trabalho, com antecedência de 48 horas, qualquer demissão que pretenda realizar. A decisão judicial foi tomada pela 3ª Vara do Trabalho de Volta Redonda, que acatou pedido do Ministério Público do Trabalho, dentro de ação ajuizada na semana passada. Caso a decisão não seja cumprida, as demissões poderão ser consideradas nulas pela Justiça. O juiz Rodrigo Dias Pereira, responsável pela decisão, determinou ainda que a empresa apresente relatório de todas as dispensas efetuadas desde 1º de dezembro de 2008. O objetivo, segundo a Justiça do Trabalho, é fazer uma comparação com relação ao mesmo período de 2007. Para os procuradores do Marco Antonio Sevidanes da Matta e Sandro Henrique Figueiredo Carvalho de Araújo, autores da ação, "a providência judicial atendeu às expectativas mais urgentes que o caso requer, pois impede que novas demissões sejam realizadas, chamando em Juízo a empresa e o sindicato para apresentarem propostas tendentes a entabular uma negociação em torno do caso". No último dia 13, o Ministério Público do Trabalho em Volta Redonda ajuizou ação civil pública, tendo em vista demissões coletivas que estavam sendo realizadas pela CSN. Para os procuradores do Trabalho, as demissões são consideradas irregulares, uma vez que não houve negociações concretas prévias com o sindicato da categoria. Desde outubro, a CSN já demitiu cerca de 1,3 mil funcionários, de acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense.
Com dólar alto, BC tem resultado positivo R$ 181,5 bi no 2º semestre de 2008

Valores serão repassados ao Tesouro Nacional em até dez dias úteis.Dinheiro não pode ser usado para gastos, mas sim para administrar dívida.

Com a crise financeira internacional, que gerou subida do dólar no segundo semestre do ano passado, o Banco Central registrou um resultado positivo de R$ 171,4 bilhões com as reservas internacionais brasileiras e com os contratos de "swap cambial" no período, informou nesta quinta-feira (19) o diretor de Administração do BC, Antero Meirelles.

No segundo semestre de 2008, a instituição registrou ainda um lucro de R$ 10,17 bilhões com suas operações em moeda local, o que inflou seu resultado positivo para R$ 181,5 bilhões nos seis últimos meses de 2008 - valores que serão repassados à Secretaria do Tesouro Nacional em até dez dias úteis.

O balanço do Banco Central no segundo semestre do ano passado foi aprovado nesta quinta-feira (19) pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Tecnicamente, o BC não considera como lucro propriamente dito os resultados com as reservas internacionais e com os contratos de "swap cambial". Mesmo assim, os valores serão repassados ao Tesouro Nacional.

Primeiro semestre e acumulado de 2008

No primeiro semestre de 2008, por sua vez, a instituição registrou perdas de R$ 44,8 bilhões com suas operações atreladas ao câmbio (reservas internacionais e contratos de swap) e um lucro de R$ 3,1 bilhões com as operações em moeda local, o que gerou um resultado negativo de R$ 41 bilhões no período. O resultado negativo do primeiro semestre já havia sido coberto pelo Tesouro Nacional. No acumulado do ano de 2008, portanto, o BC registrou um resultado positivo de R$ 126,7 bilhões com os "swaps cambiais" e reservas internacionais e de R$ 13,3 bilhões com suas operações internas - perfazendo um resultado positivo global de R$ 140 bilhões.

Credor em moeda estrangeira

A explicação do Banco Central para registrar um resultado positivo tão elevado no segundo semestre deste ano, de R$ 181,5 bilhões, está no fato de que a instituição é responsável pelo "carregamento" das reservas internacionais brasileiras. Quando o dólar sobe, também aumenta o resultado positivo da instituição, porque as reservas se valorizam.

A subida do dólar no último semestre, resultado da crise financeira internacional, também gerou resultado positivo para a autoridade monetária nos contratos de "swap cambial". "Somos credores em moeda estrangeira, diferentemente do passado", observou Antero Meirelles, diretor de Administração do BC, ao explicar o resultado positivo do segundo semestre de 2008.

Dinheiro só pode ser usado na administração da dívida

O secretário-adjunto do Tesouro Nacional, Cleber Oliveira, lembrou que a instituição não pode utilizar estes recursos para gastos primários como, por exemplo, em obras de infraestrutura ou no orçamento da Educação e da Saúde.

Segundo ele, os recursos podem ser utilizados somente para administração da dívida pública. Se, por exemplo, o Tesouro não conseguir ofertar títulos públicos ao mercado financeiro em uma determinada semana, por conta de condições adversas do mercado, os recursos repassados pelo BC podem ser utilizados para pagar os vencimentos da dívida pública.

"É mais uma facilidade para o Tesouro Nacional fazer a rolagem da dívida pública", acrescentou Antero Meirelles, do Banco Central.
Lucro do Banco do Brasil sobe 142% no trimestre

Lucro anual do banco, de R$ 8,8 bilhões, é recorde.Expansão de 40% na carteira de crédito impulsionou resultado.

O Banco do Brasil anunciou nesta quinta-feira (19) que registrou lucro líquido de R$ 2,944 bilhões no quarto trimestre do ano passado. O lucro da instituição financeira nos últimos três meses de 2008 representou um aumento de 142% sobre o resultado apurado no mesmo período do ano anterior, quando o banco lucrou R$ 1,217 bilhão. No ano passado como um todo, o lucro somou R$ 8,8 bilhões, um salto de 74% sobre 2007 e um recorde entre os bancos brasileiros, superando os R$ 8,473 bilhões obtidos pelo Itaú em 2007.Sem efeitos extraordinários, o lucro líquido do banco no quarto trimestre somou R$ 1,63 bilhão ante R$ 1,29 bilhão nos últimos três meses de 2007. Na mesma comparação, o lucro líquido de 2008 fechou em R$ 6,68 bilhões, crescimento de 13,7% sobre 2007.

Crédito

Segundo o banco, a alta do lucro foi impulsionada pelo maior crescimento da carteira de crédito do grupo desde 2000. A carteira de crédito fechou o ano passado em R$ 224,8 bilhões, expansão de 40% sobre 2007 e de 11% sobre o terceiro trimestre. O crédito à pessoa física disparou 52,5% no ano, para R$ 48,8 bilhões, enquanto a expansão de financiamentos a pessoa jurídica teve avanço 48,4%, para R$ 97,19 bilhões. Por segmento, o maior destaque ficou por conta do aumento da carteira de empréstimos para financiamento de veículos, que disparou de R$ 3 bilhões em 2007 para R$ 6,694 bilhões no final do ano passado.

Provisão de dívidas

O aumento da carteira foi acompanhado de um crescimento maior da provisão para dívidas de difícil recuperação, que saltou 51,6% entre 2007 e 2008, para R$ 8,6 bilhões. No trimestre, o saldo dessa provisão passou de R$ 1,53 bilhão nos últimos três meses de 2007 para R$ 3,89 bilhões entre outubro e dezembro do ano passado. Mas o índice de lucro sobre patrimônio líquido médio (ROE), importante indicador da rentabilidade de um banco, avançou na comparação anual para 47,4% no quarto trimestre do ano passado ante 22,2% no quarto trimestre do ano anterior. No ano, a taxa evoluiu para 32,5% contra 22,5% em 2007.

Outros bancos

O lucro anual do Banco do Brasil é o maior entre os bancos brasileiros que já divulgaram seus resultados. O lucro líquido anual do Bradesco ficou em R$ 7,62 bilhões, uma queda de quase 5% frente ao ano anterior.

O lucro do Santander também caiu no período, para R$ 1,581 bilhão. Já a Caixa Econômica Federal teve alta em seus resultados, de 62,3%, para R$ 3,9 bilhões.

O Itaú divulga os resultados do ano na próxima semana.
Lucro da Vale cresce 6,36% em 2008 e atinge R$ 21,279 bilhões

Em 2007, resultado da Vale havia sido positivo em R$ 20,006 bilhões.Balanço do ano passado foi divulgado nesta quinta-feira pela empresa.
O lucro da Vale do Rio Doce cresceu em 2008 e atingiu R$ 21,279 bilhões, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (19). De acordo com o balanço, o resultado líquido superou em 6,36% o apresentado em 2007, de R$ 20,006 bilhões.
De acordo com a assessoria de imprensa da mineradora, o resultado de R$ 21,279 bilhões do ano passado é um novo recorde para a empresa, uma vez que o lucro de 2007 era a máxima anterior atingida pela companhia.

O lucro líquido da Vale já inclui o desconto de variação cambial referente às filiais da empresa no exterior, de R$ 5,982 bilhões, e também o chamado "impairment", instrumento que adequa o ágio pago nas aquisições no exterior à realidade atual do mercado. Com a piora do cenário, a Vale teve de deduzir R$ 2,447 bilhões de seu resultado.

Sem esses efeitos extraordinários, o lucro da empresa ficaria em R$ 29,7 bilhões.

Em 2008, o Brasil absorveu a maior parte dos investimentos da Vale, US$ 6,7 bilhões, representando 66,2% do total investido. De acordo com o comunicado da empresa, os investimentos da Vale no Brasil aumentaram 29,1% sobre 2007. A receita bruta da empresa atingiu R$ 72,766 bilhões no ano passado, contra R$ 66,385 bilhões de 2007. Isso representa um crescimento de 9,62%.

Quarto trimestre

No 4º trimestre, a Vale do Rio Doce teve lucro de R$ 10,449 bilhões, com alta de 136% sobre os R$ 4,411 bilhões do resultado de igual período de 2007. Em relação ao 3º trimestre de 2008, entretanto, a queda no lucro foi de quase 16% - entre julho e setembro, o resultado da empresa havia sido positivo em R$ 12,433 bilhões.

O lucro trimestral, que ficou bem acima da expectativa de analistas, foi impactado positivamente pela variação cambial e por fatores como a redução de custos com a paralisação de unidades menos eficientes, após a brutal queda na demanda por minério e outros metais no final do ano passado. "As variações monetárias e cambiais aumentaram de R$ 2,7 bilhões no terceiro trimestre de 2008 para R$ 4,28 bilhões, principalmente devido à parcela do caixa mantido em dólares americanos", disse a companhia no relatório.

Demissões

Mesmo com o resultado recorde, o ano de 2008 foi complicado para a Vale. Em dezembro, a empresaanunciou a demissão de 1,3 mil funcionários em todo o mundo, além de férias coletivas para 5,5 mil empregados, de forma escalonada. Segundo a Vale, a medida foi motivada pela necessidade de ajustes devido à redução da produção. A companhia informou ainda que 1,2 mil funcionários foram treinados para assumir novas funções e atuar em áreas diferentes.

Em virtude das dificuldades, a Vale também ofereceu acordos de licença reminerada com salários reduzidos a diversos sindicatos de funcionários. A proposta da empresa oferece licença remunerada com 50% do salário-base e o piso de R$ 856 previsto no acordo coletivo de trabalho de 2007/2009.

Além disso, a empresa compromete-se a manter, até 31 de maio de 2009, os empregos de quem aceitar o acordo. Segundo a mineradora, todos os 15 sindicatos majoritários que representam os 38 mil empregados próprios da empresa aceitaram o acordo.

A Vale destaca que ainda não foi preciso conceder a licença remunerada a nenhum empregado. A diferença é que, a partir de agora, todos os funcionários estão englobados no acordo. "A empresa ressalta que somente utilizará a licença remunerada em último caso e dependendo das condições de mercado", informou por meio de nota.

Vendas

A Vale informou que nos últimos três meses do ano passado as vendas de minério de ferro sentiram a forte retração global e somaram apenas 46,47 milhões de toneladas, enquanto as de pelotas atingiram 8,75 milhões de toneladas, com quedas de 37,7% e 26,8%, respectivamente, na comparação com o terceiro trimestre de 2008. No quarto trimestre de 2007, as vendas de minério de ferro haviam atingido 66,3 milhões de toneladas. Mas para o ano todo o resultado ainda foi positivo, já que o ritmo antes da queda brutal na demanda, a partir de setembro, era muito forte. Segundo a companhia, os volumes vendidos de minério e pelotas em todo 2008 somaram 295,14 milhões de toneladas, ante 291,49 milhões em 2007.
Embraer demite 4.200, no pior facão da crise no Brasil

A Embraer anunciou nesta quinta-feira (19) a demissão de 4.200 trabalhadores, um quinto dos seus efetivos, "como decorrência da crise sem precedentes que afeta a economia global,". A demissão em massa, a maior ocorrida no Brasil desde a eclosão da crise capitalista, atinge duramente São José dos Campos (SP), onde fica a sede e a principal unidade da empresa.

"Como decorrência da crise sem precedentes que afeta a economia global, em particular o setor de transporte aéreo, tornou-se inevitável efetivar uma revisão de sua base de custos e de seu efetivo de pessoal, adequando-os à nova realidade de demanda por aeronaves comerciais e executivas", diz o comunicado da empresa.

Dependência das exportações

O comunicado alega que "apesar de sediada no Brasil, a empresa depende fundamentalmente do mercado externo e do desempenho da economia global – mais de 90% de suas receitas são provenientes de exportações, pouco se beneficiando, portanto, da resiliência [capacidade de recuperação] que o mercado doméstico brasileiro vem demonstrando".
A Embraer anunciou também a revisão para baixo da meta de produção para 2009, de 270 aeronaves para 242 (no ano passado a produção foi de 169 jatos, um recorde histórico da empresa). O valor da meta fou rebaixado de US$ 6,6 bilhões para US$ 5,5 bilhões.. A previsão de investimentos também será cortada, de US$ 450 milhões para US$ 350 milhões neste ano.

Gigante privatizado

Fundada em 1969, como estatal, e privatizada em 1995, a Embraer empregava até o facão desta quinta-feira um total de 21.362 trabalhadores. Possui uma parceria na China e uma participação no processo de privatização da indústria aeronáutica de Portugal, possuindo uma unidade em Évora.
A empresa é a terceira maior fabricante de aviões do mundo, atrás da americana Boeing e do consórcio europeu Airbus. É a líder em aviões regionais, em acirrada competição com a canadense Bombardier. No total a Embraer Embraer já fabricou e vendeu mais de 4.900 aviões que operam em 78 países. Disputa também os primeiros lugares entre os maiores exportadores brasileiros, tenfdo ficado em terceiro lugar em 2008.

Sindicato promete "forte ofensiva"

O grosso dos trabalhadores da Embraer – mauis de 15 mil – se concentra na unidade de São José dos Campos. A cidade industrial na parte paulista do Vale do Paraíba já tinha sido duramente atingida em janeiro, com o anúncio de que outra grande indústria, a General Motors, faria 802 demissões em sua unidade local. Nesta semana voltaram a circular versões de que mais 400 metalúrgicos seriam vítimas de novo facão na GM, cuja sede nos Estados Unidos está à beira da falência.
Os trabalhadores das duas empresas são ligados ao Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos. Filiad à Conlutas e presidida por Adilson dos Santos, a entidade enfrenta durante esta crise uma prova de fogo para sua linha de ação que procura se diferenciar pela esquerda. "O Sindicato vai iniciar uma forte ofensiva contra as demissões", anuncia a nota.
Em nota publicada, o Sindicato apresenta como alternativas "a redução da jornada de trabalho sem redução de salários e de direitos, já que a Embraer tem a maior jornada entre as empresas aeronáuticas em todo o mundo (43h semanais), bem como estabilidade no emprego e reestatização da empresa".
A mesma nota afirma que "a Embraer não comunicou oficialmente o Sindicato dos Metalúrgicos sobre o número de demissões, apesar dos insistentes pedidos da entidade nos últimos meses". Diz também que o Sindicato pediu audiências com o prefeito de São José dos Campos, Eduardo Cury e o governador José Serra, ambos tucanos, assim como com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, petista. A nota lembra que "a Embraer é uma das principais beneficiadas por dinheiro público no país através do BNDES", tendo recebido deste banco estatal financiamentos no valor de US$ 7 bilhões desde a sua privatização.
Pochmann: A hora e a vez do novo Estado

A crise mundial torna mais evidente o conjunto de equívocos que resulta da recente experiência neoliberal. Os países que mais longe avançaram o princípio da autorregulação das forças de mercado e da desregulamentação do Estado encontram-se entre os mais frágeis e vulneráveis no contexto atual de turbulências e incertezas globais.

Fácil imaginar como a economia brasileira estaria débil e à deriva se a trajetória privatista e de inserção externa subordinada aos interesses dos países ricos dos anos 90 não tivesse sido interrompida. Sem bancos públicos (BB, CEF, BNB e BNDES) e empresas estatais, como Petrobras e Eletrobrás, por exemplo, o Brasil não teria a mínima condição de responder imediata e positivamente à crise do crédito e do investimento privado.

Privatização brasileira só perdeu para a soviética

Países que se desfizeram de bancos e empresas públicas, como o caso argentino, convivem hoje com maiores dificuldades para enfrentar afirmativamente a crise. No Brasil, a fase da privatização implicou reduzir a participação dos bancos públicos de mais de 50% para quase um terço da disponibilidade total do crédito doméstico, enquanto a transferência para o setor privado de empresas estatais respondeu por 15% do PIB e pela destruição de mais de 500 mil postos de trabalho.
Em valor, o processo de privatização brasileiro somente conseguiu ser inferior à experiência soviética, com parte significativa do setor produtivo estatal sendo capturado pelo capital estrangeiro.

Diversificação comercial ajuda

Da mesma forma, a opção política pela diversificação comercial permite ao Brasil o reposicionamento no mundo com soberania, bem diferente das economias com exportações concentradas em poucos países, como parece indicar o México, com mais de 80% do comércio externo só com os EUA. A recessão nos países ricos contamina mais facilmente aquelas nações dependentes de suas trocas externas.
Para o Brasil, o peso dos países ricos no comércio externo encontra-se pouco acima de 40%, quando nos anos 90 era de mais de 67% do total. Estas constatações sobre o país em relação a outras nações descrevem resumidamente uma situação melhor, porém ainda insuficiente para indicar a necessária construção de novo caminho a ser percorrido. Isso porque se tem presente que o neoliberalismo cometeu o seu haraquiri, não tendo sido superado - até o momento - pelo estabelecimento de projeto econômico e social alternativo. As respostas à crise do capital globalizado podem até ser transformadas numa etapa de desenvolvimento do novo padrão civilizatório, mas ainda estão distante disso.

Estado reaparece, mas desfalcado

De maneira geral, percebe-se que o Estado reaparece como elemento central do enfrentamento à turbulência mundial, embora ainda desfalcado da perspectiva transformadora de oportunidades e desafios do Século 21. A reprodução dos tradicionais traços do padrão de Estado dos últimos 100 anos indica tão-somente o aprofundamento da organização por funções setoriais (caixinhas), cada vez mais ineficientes, quando não concorrentes entre si e à margem do potencial das forças do mercado.
Adiciona-se a isso o acúmulo das variadas ondas de "choques de gestão" internalizadas pela administração do Estado, que produziram tanto a regressão da capacidade e sistematicidade de grande parte das políticas como o esvaziamento da própria função pública. Por um lado, o corte do funcionalismo e de sua remuneração procedido pela internalização de métodos privados acirrou a competição na função pública e fortaleceu a autonomização setorializada e não convergente das políticas adotadas pelo conjunto do governo. Como na lógica privada, o todo deu lugar a partes, trazendo consigo a prevalência da visão e ação de curto-prazismo no interior da função pública. O planejamento e o compromisso de longo prazo foram substituídos por uma sucessão irracional de programas e projetos pilotos que, alterados constantemente pelas autoridades de plantão, fizeram com que o Estado fosse abandonando o sentido estruturador do padrão civilizatório fora da emergência do curtíssimo prazo.
Por outro lado, a estabilidade da esfera pública foi sendo contaminada pela lógica da eventualidade, amplamente acolhida pelo curso da terceirização das funções e da contratação de mão-de-obra. Assim, o Estado foi-se comprometendo com repasses crescentes de recursos a instituições - algumas nem sempre decentes (fundações, ONG's e cooperativas) - portadoras de flexibilidade para o exercício dos desvios da função pública. Assim, orçamentos e licitações tornaram-se, muitas vezes, o espaço privilegiado para manifestação da força dos interesses privados, negociatas e maior corrupção.
Em síntese, a emergência da corrosão do caráter da função pública, posto que o tradicional funcionário de Estado, demarcado pelo profissionalismo e meritocracia, passou a dar lugar - em algumas vezes - ao comissionado e ao corpo estranho dos terceirizados.

Três grandes eixos estruturadores

O novo Estado precisa ser construído. Ele deve ser o meio necessário para o desenvolvimento do padrão civilizatório contemporâneo em conformidade com as favoráveis possibilidades do Século 21. A sociedade pós-industrial, com ganhos espetaculares de produtividade imaterial e expectativa da vida ao redor dos 100 anos de idade, abre inédita e superior perspectiva civilizatória: educação para a vida toda, ingresso no mercado de trabalho depois de 25 anos, trabalho menos dependente da sobrevivência e mais associado à utilidade e criatividade sócio-coletiva. Para além das exigências do Século 20, que conformaram tanto o Novo Estado Industrial (J. Kenneth Galbraith) como o Bem-Estar Social (K. Gunnar Myrdal), encontram-se em curso novos e complexos desafios que exigem profunda reforma estatal.
Três grandes eixos estruturadores do novo Estado precisam ser perseguidos com clareza e efetividade.
O primeiro diz respeito à constituição de novas institucionalidades na relação do Estado com o mercado. Alavancada pela experiência neoliberal, o mercado enfraqueceu as bases de promoção da competição, cada vez mais sufocadas pelo predomínio da monopolização expresso pelos vícios privados das grandes corporações transnacionais.
O esvaziamento da competição precisa ser rapidamente combatido com novas instituições portadoras de futuro, capazes de garantir a continuidade da inovação por meio da concorrência combinada com a cooperação entre empreendedores e da maior regulação das grandes corporações empresariais.
O segundo grande eixo estruturador do novo Estado deve resultar da revolução na propriedade que impulsione uma relação mais transparente, democrática e justa com toda a sociedade. Neste caso, a ampliação do fundo público se faz necessária para sustentar o padrão civilizatório do Século 21, a partir da tributação sobre o excedente adicional gerado por novas fontes de riqueza, que por serem intangíveis escapam crescentemente das anacrônicas bases arrecadatórias vigentes há mais de 200 anos.
Por fim, o terceiro eixo reside na profunda transformação do padrão de gestão pública. Políticas cada vez mais matriciais e intersetoriais pressupõem a organização do Estado em torno do enfrentamento de problemas estruturais e conjunturais. Noutras palavras, a meritocracia e o profissionalismo para conduzir ações públicas articuladas para lidar com problemas estruturais e políticas governamentais descentralizadas e compartilhadas com a sociedade e mercado para enfrentar diversos e específicos problemas conjunturais.
Urge fazer do Estado do futuro o experimentalismo do presente. Muito mais do que anunciar as dificuldades da crise global, cabe ressaltar as oportunidades que dela derivam como a realização de uma profunda reforma do Estado que viabilize o alcance das condições pós-crise para sustentação do novo desenvolvimento ambiental, econômico e social.
* Presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e professor licenciado da Unicamp; texto tomado do Valor; intertítulos do Vermelho
GM pede mais tempo para definir situação dos 1.633 temporários

A direção da GM (General Motors) pediu mais tempo para ao Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano para definir a situação dos 1.633 trabalhadores temporários que estão em licença remunerada.
Para o sindicato, a postura da empresa é preocupante. A montadora foi procurada pelo Diário, mas afirma que não iria comentar nada enquanto houver negociação.
O sindicato diz que solicitou uma reunião com o presidente. "Mas os diretores falaram que só seria possível no próximo dia quatro. Não podemos esperar até lá porque os contratos começam a acabar logo depois do Carnaval. Desse jeito teremos que agir", diz.
Os temporários estão de licença desde o dia 19 de janeiro, quando o terceiro turno foi extinto pela GM.

MUNDIAL

- A montadora está em negociações com os governos da Alemanha, Reino Unido, Suécia, Canadá e Tailândia para obter uma ajuda financeira combinada de US$ 6 bilhões. O governo da Tailândia já indicou, neste mês, que não ajudará a unidade da GM no país.
"Eu reconheço as dificuldades que o setor enfrenta, mas nosso plano no momento é de não conceder assistência específica para companhias individuais", disse há alguns dias o primeiro-ministro tailandês, Abhisit Vejjajivao. A unidade tailandesa da montadora quer ajuda do governo para financiar um projeto de US$ 429 milhões no País. O governo da Coreia do Sul, por sua vez, reiterou, ontem, que não dará assistência financeira à unidade da GM no País, a GM Daewoo.
Em seu plano de viabilidade apresentando na terça-feira nos EUA, a montadora de Detroit disse que pretende economizar US$ 1,2 bilhão em suas operações na Europa e que a expansão na Ásia não terá continuidade sem a ajuda dos governos e de outras partes.
O grupo suspendeu os trabalhos de expansão em duas fábricas na Tailândia "indefinidamente" e disse que o crescimento das operações na Índia não é mais "autofinanciável".
Segundo a GM, 26 mil dos 47 mil cortes de empregos planejados ocorrerão fora dos EUA. A GM diz ainda que está reestruturando sua rede de vendas regional. A estratégia adotada pela empresa na Europa pode incluir parcerias com o governo alemão e outros países. A GM informa também que sua unidade deficitária Saab Automobile pode pedir concordata ainda este mês enquanto busca um comprador, uma decisão que depende do apoio do governo sueco.
Com apoio da CTB, metalúrgicos lanção Movimento Demissão Zero em Volta Redonda
A crise econômica se alastra pelo mundo e chega a Volta Redonda atingindo toda a Região.Steinbruch promove demissões em massa para salvar seus lucros e, mais uma vez, a população e os trabalhadores é que pagam a conta.Para organizar a resistência e impedir quaisquer demissões foi lançado na CÚRIA DIOCESANA de Volta Redonda, em dezembro, o MOVIMENTO DEMISSÃO ZERO, que conta com a participação do Sindicato dos Metalúrgicos, Sindicato dos Engenheiros, CTB, Conlutas, Intersindical, MEP, Movimento Fé e Política, Igrejas evangélicas, Câmara de Vereadores, representante do Governo Municipal, das comunidades e do Bispo D. João Maria Messi.Vivemos uma crise econômica, financeira, social, ambiental que chega a ser civilizatória. Para reverter essa realidade é preciso de um novo modelo de sociedade que tenha como base a justiça, a igualdade, a preservação do meio ambiente, e a vida como o maior bem!Isto só será possível com a mobilização e organização do povo de forma globalizada. Temos que fazer a nossa parte. E para enfrentar todos os ataques aos nossos direitos o MOVIMENTO DEMISSÃO ZERO convoca o povo de Volta Redonda a participar da luta, que é de todos.

Movimento contra as demissões na CSN tem adesão dos prefeitos da região

As demissões na CSN e demais empresas da região são um problema social. Pensando assim, o Sindicato dos Metalúrgicos iniciou um movimento contra os cortes e a favor da manutenção dos direitos dos trabalhadores.O movimento cresceu e hoje conta com o apoio dos prefeitos de Volta Redonda, Antônio Francisco Neto, Barra Mansa, Zé Renato; Resende, José Rechuan; Pinheiral, Dr. Toninho; e Itatiaia, Luis Carlos Ypê e o vice-prefeito de Piraí, Luís Antônio Vieira.Os prefeitos junto com representantes de movimentos populares, políticos, religiosos, sindicais e empresariais estão participando de reuniões para discutir medidas e propostas que evitem a continuação das demissões nas empresas da região.'Essas demissões são um problema de falta de responsabilidade social da empresa, que não pensa em seus trabalhadores nem no impacto das demissões na sociedade' disse o presidente do sindicato Renato Soares.Entre as ações propostas pelo sindicato está a realização de mobilizações junto à sociedade, como passeatas e plenárias, e que as empresas aguardem mais um mês para uma avaliação do mercado e do consumo para, aí sim, ter visão clara da situação e discutir medidas para amenizar os efeitos da crise econômica.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Foi demitido? Saiba quais são os seus direitos

Alerta Metalúrgico mostra seus direitos em diferentes tipos de contrato de trabalho.Prazo para entrar com reclamação judicial é de até 2 anos após demissão.

Empregados podem ser contratados por três modalidades: tempo determinado ou indeterminado pela CLT ou temporariamente.
Dados do governo federal mostram que a crise financeira internacional causou uma onda de demissões pelo país. Por conta disso, o Alerta Metalúrgico preparou lista com os direitos do empregado no caso de demissão sem justa causa em cada uma das modalidades de contratação previstas em lei.

O trabalhador demitido, de acordo com a legislação, tem até dois anos da data da demissão para entrar com reclamação judicial, mas as reclamações se limitam a ocorrências dos últimos cinco anos de trabalho.

Direitos do trabalhador na demissão:

Contrato convencional

O que é?

Contrato convencional com base na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) por tempo indeterminado

Direitos

- aviso prévio (ou ser comunicado com 30 dias de antecedência ou receber salário equivalente a 30 dias)

- 13º proporcional

- férias proporcional

- liberação do FGTS acrescido de multa de 40%

- saldo de salário (dias trabalhados no mês)

- seguro-desemprego se tiver mais de seis meses de trabalho

Prazo determinado

O que é?

Contrato de trabalho por tempo determinado com base na lei 9.601 e previsto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Pode ser renovado uma única vez, mas o tempo total de trabalho não pode ultrapassar dois anos. Se passar desse tempo, o contrato vale como se fosse por tempo indeterminado. Vale para empresas que apresentarem crescimento temporário de trabalho

Direitos

- 13º proporcional

- férias proporcional

- saldo de salário (dias trabalhados no mês)

- indenização de 50% dos dias faltantes para o término do contrato (a indenização pode variar de acordo com a convenção coletiva da categoria; algumas categorias, por exemplo, preveem indenização de todos os dias faltantes)

- seguro-desemprego se tiver mais de seis meses de trabalho. Não vale para quem completou o período todo do contrato de trabalho, somente para quem foi dispensado antes do prazo

Temporário

O que é?

Contrato de trabalho com base na lei 6.019 que permite contratação por 90 dias, prorrogáveis por mais 90 dias, sendo que a prorrogação deve ser comunicada pela empresa ao Ministério do Trabalho. Só vale para substituição de funcionários em férias ou licenças e empresas que apresentarem crescimento temporário de trabalho

Direitos

- 13º proporcional

- férias proporcional

- saldo de salário (dias trabalhados no mês)

Obs. Os trabalhadores contratados em regime de CLT (tempo determinado ou indeterminado) têm direito a indenização de 50% dos dias faltantes para o término do contrato de experiência se forem demitidos antes desse período

Tempo determinado

De acordo com Ana Palmira de Arruda Camargo, chefe do setor de fiscalização do trabalho da regional de São Paulo do Ministério do Trabalho e Emprego, os contratos por tempo determinado merecem atenção porque podem ser transformados em convencionais no caso de irregularidades. Isso pode acontecer no caso de rescisão antecipada de contrato ou prorrogação por mais de uma vez. "Em alguns casos, o trabalhador contratado por tempo determinado passa a ter todos os direitos dos demais."

Sobre o contrato temporário, Ana Palmira afirmou que o empregado não tem direito a indenização na rescisão porque o contrato deve ser feito para um motivo específico, como substituição de funcionário ou excesso de trabalho momentaneamente. "Se encerra o motivo da contratação, o contrato pode ser rescindido a qualquer tempo."

Convenções coletivas

A advogada Silvia Maria Munari Pontes, do Trevisioli Advogados Associados, explica que os direitos trabalhistas valem de modo geral para os trabalhadores, mas há categorias que preveem direitos diferenciados na convenção coletiva.

"Os metalúrgicos e bancários, por exemplo, têm direitos ampliados em suas convenções coletivas. Nesses casos, o que vale é o acordo sindical."

Punição à empresa

De acordo com a advogada trabalhista Cristiane Haik, da PLKC Advogados, no caso de contratos de trabalho por tempo determinado e temporário, que são uma alternativa à contratação convencional por tempo indeterminado, as empresas precisam apresentar comprovação de aumento da produção ou férias de funcionários.

"Se a empresa não comprovar a situação, pode ser multada pelo Ministério do Trabalho ou processada pelo empregado", diz. A diretora da Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário (Asserttem), Jismalia Oliveira Alves, afirmou que em tempos de crise, o trabalho temporário facilita para o empregador, por ser mais flexível, mas ela não acredita na modalidade como forma de burlar a CLT.

"Isso é uma responsabilidade do tomador (empregador). Se ele usar de maneira ilegal o trabalho temporário, tem de responder por isso."
Futuro de GM e Chrysler permanece incerto apesar da ajuda

Empresas pediram mais US$ 21,4 bilhões ao governo dos EUA. Analistas dizem que montadoras correm risco de falência.

As montadoras americanas General Motors e Chrysler não duvidaram em solicitar vários bilhões de dólares a Washington para sua reestruturação, mas ainda assim correm o risco de falência, consideraram analistas nesta quarta-feira (18).
No dia seguinte à apresentação pelas duas montadoras dos progressos realizados em seus respectivos planos de reestruturação, várias questões permanecem sem respostas.
A equipe do secretário americano do Tesouro, Tim Geithner, deve trabalhar nessas apresentações antes de se pronunciar sobre a ajuda que será liberada por Washington.

Mesmo se GM e Chrysler conseguirem a quantia suplementar que solicitaram - US$ 5 bilhões para a Chrysler, que já obteve US$ 4 bilhões, e até US$ 16,6 bilhões para a GM, que já conseguiu US$ 13,4 bilhões - "ainda não terão resolvido seus problemas", alertou Michelle Krebs, analista do escritório Edmunds, especializado no setor automotivo.
"Em que medida as montadoras vão conseguir negociar com todos os parceiros fora de um tribunal de falências?", perguntou, lembrando que o Capítulo 11 da lei de quebra permite à empresa impor concessões a seus parceiros.
"As concessões pedidas aos sindicatos, aos credores e aos fornecedores de equipamentos estão longe de serem ganhas", avisou Greg Lemos Stein, analista da Standard & Poor's.
De acordo com Douglas McIntyre, do site de análise financeira 247WattSt, um cheque de Washington pode até afastar o fantasma de uma crise de liquidez no curto prazo, mas não o risco de falência. Fundos suplementares "não garantirão às montadoras uma volta ao equilíbrio se as vendas de carros continuarem despencando", alertou.
"O problema é que o mercado automotivo e a economia continuam caindo. Enquanto a situação não mudar, não haverá recuperação", sentenciou Krebs.
Em sinal da gravidade da situação, tanto a GM como a Chrysler baixaram suas previsões para o mercado automotivo americano, estabelecidas em dezembro. A GM prevê agora vender apenas 9,5 milhões de veículos em 2009, o que representa uma queda de quase 30% em relação a 2008.
Rod Lache, da Deutsche Bank, ressaltou que estas novas previsões integram "a deterioração dos mercados automobilísticos mundiais", que levaram a GM a estender sua reestruturação à Europa.
"Em apenas dois meses, a demanda caiu significativamente, levando a perspectivas ainda mais sombrias", confirmou Lemos Stein, chamando a atenção para a fragilidade dos fornecedores de equipamentos, muitos dos quais já faliram. "Isso reforça o risco de um pedido de concordata para GM e Chrysler", frisou.
Segundo a maioria dos observadores, a bola está agora no campo de Washington.
O analista da 247WallSt lembrou que a administração americana enfrenta um dilema "complexo", pois tem que ajudar empresas que preveem o corte de dezenas de milhares de empregos.
A falência de uma grande montadora teria repercussões gigantescas, ameaçando direta ou indiretamente três milhões de empregos.

CSN demite em massa e recebe centenas de milhões do BNDES

Sindicalista cobra coerência do governo Lula e dos bancos estatais nos financiamentos

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Região Sul Fluminense, Renato Soares Ramos, cobrou nesta quarta-feira (18-2) coerência do governo Lula e do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e "Social") no estabelecimento de critérios para a aprovação de financiamentos do banco estatal, que por sinal em boa medida são lastreados no patrimônio do FAT (o saldo de recursos do FAT no Sistema BNDES era de 116,2 bilhões de reais no final de 2008).

A diretoria do BNDES aprovou financiamento de pelo menos meio bilhão de reais à CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) para investimento no projeto da ferrovia Transnordestina. O empreendimento requer um aporte de capital no valor de R$ 5,4 bilhões, dos quais nada menos que R$ 4,6 bilhões virão de bancos estatais e de fundos regionais de desenvolvimento, ou seja, sairão dos cofres públicos. A CSN, que controla 71,2% do capital da Transnordestina, está demitindo em massa, usando a crise como pretexto.

Revolta

O financiamento deixou o sindicalista indignado. Em entrevista ao Portal da CTB, Renato Soares Ramos considerou inadmissível a transferência de recursos públicos a grandes capitalistas que estão demitindo em massa e não poupou críticas ao empresário Benjamin Steinbruch, presidente do conselho de administração da CSN, que foi privatizada em 1993. "Se todos os empresários agirem como o Steinbruch a classe trabalhadora brasileira está ferrada", observou.
O capitalista já demitiu mais de 1300 operários e operárias desde dezembro do ano passado, de acordo com informações do dirigente sindical. O sindicato encaminhou denúncia ao MPT (Ministério Público do Trabalho) em Volta Redonda, que em resposta ajuizou ação civil pública com pedido de tutela antecipada para reintegrar cerca de 590 empregados demitidos em dezembro.

Irregularidade

O MPT considera as demissões irregulares, entendendo que a dispensa coletiva deve ser necessariamente precedida de negociação com o sindicato da categoria. Ramos disse que existem alternativas para enfrentar a crise que não implicam demissão em massa, alternativas que foram apresentadas pela categoria, depois de analisadas e aprovadas em assembléia geral, mas a empresa fechou as portas ao diálogo.
O MPT reconheceu a intransigência patronal. "A empresa não entabulou, de maneira efetiva, negociações com o sindicato ou com os entes representantes do Estado de forma a procurar alternativas para evitar ou mitigar as mencionadas dispensas. E, ainda, manteve a mesma postura após haver sido realizada audiência neste MPT, com a presença do sindicato", afirmam os procuradores do Trabalho Marco Antonio Sevidanes da Matta e Sandro Henrique Figueiredo Carvalho de Araújo, autores da ação civil pública.

Cobrança

O presidente do sindicato, que representa a categoria em Volta Redonda (onde fica a CSN) e outros municípios do Sul Fluminense, cobrou coerência do governo Lula e do BNDES. "Empresas que estão demitindo em massa não devem receber dinheiro público", ponderou. Sua opinião é a mesma das centrais sindicais, que reivindicam o condicionamento da liberação de benefícios públicos de qualquer natureza (creditícia ou fiscal) ao compromisso de manter ou ampliar o nível de emprego, idéia que, embora criticada pelas elites empresariais, também foi defendida pelo ministro do Trabalho, Carlos Lupi. Pelo jeito a equipe econômica tem um ponto de vista divergente a respeito do tema, pois tal critério não se aplica, em definitivo, à CSN. Calcula-se que a Transnordestina, quando for concretizada, deve gerar 1500 empregos diretos, mas a CNS já demitiu 1300.
Além das dispensas, o empresário Benjamin Steinbruch, homem de grande influência na sociedade (inclusive em círculos políticos de esquerda), ameaça a categoria com novas demissões em massa se os "colaboradores" (eufemismo neoliberal para operários) não acatarem proposta que reduz os benefícios previstos na Convenção Coletiva de Trabalho e alonga a jornada de trabalho, acabando com o turno de revezamento

Conquista histórica

Também quanto a isto, o capitalista atravessou o sinal e atropelou a legalidade, ao alterar, unilateralmente, a escala e a jornada dos trabalhadores, que passou se seis para oito horas sem reajuste salarial, o que significa o fim do turno de revezamento sem prévia consulta ao Sindicato.
Convém lembrar que o turno de revezamento é uma conquista histórica da classe operária brasileira, consagrado no Artigo 7º, XIV, da Constituição da República, que estabelece expressamente em seis horas diárias a jornada para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, ou seja, quando a produção é realizada ao longo das 24 horas do dia, sem intervalo. Entre outras razões, tal norma foi incluída na nossa Carta Magna para preservar a saúde do trabalhador.

Lucro e chantagem

A experiência prova que os capitalistas não estão lá muito preocupados com a vida e a saúde dos assalariados e seus familiares. O único motivo que os estimula, força motriz da acumulação e expansão do capital, é a maximização dos lucros, motivo que mascaram em nome da "competitividade" e da "globalização". Renato Soares Ramos tem sido pressionado pelo empresário, é até acusado de "intransigência", mas não está disposto a ceder.
"Não estamos aqui para entregar direitos da classe trabalhadora", sustenta. Steinbruch apela à chantagem quando ameaça realizar mil novas demissões se o alongamento da jornada diária para 8 horas sem compensação salarial não for aceito, ao mesmo tempo em que promete estabilidade durante 12 meses se o indigesto acordo que propõe for engolido. Todavia, o Sindicato conta com o respaldo da categoria e não tende à conciliação e à capitulação. Seus dirigentes sabem que, em médio prazo, o fim do turno de revezamento, com prolongamento da jornada, significará forçosamente a redução dos postos de trabalho e do nível de emprego na CSN e que não é direito traficar com direitos.
Em nota assinada pelo seu presidente, Wagner Gomes , a CTB manifestou ativa e total solidariedade à luta dos metalúrgicos e do Sindicato em defesa do emprego e dos direitos sociais, cobrando do governo Lula e do BNDES a suspensão de todo e qualquer financiamento ou concessão de benefícios fiscais à CSN enquanto a empresa não reintegrar os demitidos e respeitar os direitos da categoria.
Sindicato anuncia acordos preliminares com GM, Ford e a Chrysler

Revisão das condições dos trabalhadores é considerada essencial. UAW recusou-se a dar detalhes sobre as reformas examinadas.

O sindicato dos trabalhadores do setor automotivo UAW, United Automobile Workers, anunciou nesta terça-feira (17) ter chegado a acordos preliminares com as empresas General Motors, Ford e Chrysler, para ajudá-las a se reestruturar. "A UAW chegou a um acerto provisório com a Chrysler, a Ford e a General Motors para modificar os acordos nacionais de 2007", declarou o presidente do sindicato Ron Gettelfinger, citado num comunicado.
"As modificações vão ajudar essas empresas nas dificuldades que enfrentam", acrescentou Gettelfinger.
A declaração foi divulgada no mesmo dia em que a Chrysler e a General Motors se empenhavam para justificar os milhares de dólares recebidos do governo. Uma revisão das condições de emprego dos trabalhadores dessas empresas é considerada essencial para sua reestruturação e recebimento de ajuda pública.
A Ford, que não pediu um auxílio de urgência ao governo até o momento, também passa por grandes dificuldades financeiras e comprometida com o processo de reestruturação.
A UAW recusou-se a dar detalhes sobre as reformas examinadas em suas convenções coletivas, à espera de sua ratificação.
Fiat fecha acordo para manter 40 mil vagas até o dia 10

Acordo foi firmado com sindicato e fornecedoras de autopeças.Empresa se compromete a manter empregos até 10 de março.

A melhoria das vendas da indústria automotiva em janeiro foi a principal justificativa para o acordo firmado nesta terça-feira (17) entre o Sindicato dos Metalúrgicos de Betim, Igarapé e São Joaquim de Bicas, na região metropolitana de Belo Horizonte, a Fiat e 14 empresas fornecedoras de autopeças da região. O compromisso firmado é a manutenção de 40 mil empregos destas empresas até 10 de março.

No entanto, o presidente do sindicato, Marcelino da Rocha, destacou que a expectativa dos trabalhadores é de que o governo prorrogue a redução das alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) incidente sobre a venda de automóveis. “Esperamos que a redução seja renovada por mais três meses com a contrapartida de manutenção dos níveis de emprego”, afirmou. O sindicato espera ainda que o acordo possa ser estendido para as outras 400 empresas que compõem a base da entidade. De acordo com os últimos dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), as vendas de veículos no mercado nacional somaram 197,5 mil unidades em janeiro deste ano, crescimento de 1,5% em relação a dezembro. Na comparação com igual período de 2008, as vendas caíram 8,1%.

Em janeiro, o sindicato de Betim contabilizou 1.576 homologações de funcionários com mais de um ano de casa no pólo automotivo do setor, o que representou um aumento de 1.247% em relação ao mesmo mês do ano passado, quando foram homologadas 117 demissões. No período de vigência do compromisso, tanto o Sindicato quanto as empresas pretendem avaliar o desempenho do mercado e verificar se a retomada das vendas na indústria automotiva registrada em janeiro e na primeira semana de fevereiro será mantida. Até o término do acordo, caso houver demissão as empresas signatárias terão que pagar o salário do trabalhador até o dia 10 de março e mais o aviso prévio. “Esse acordo é um voto de confiança de que as perspectivas de mercado ainda podem melhorar as vendas”, disse o porta-voz das empresas, Adauto Duarte. O sindicato e os representantes da montadora e fornecedores já haviam se reunido no dia 22 de janeiro, quando foi firmado o compromisso de suspender as demissões até meados deste mês.

GM e Chrysler anunciam plano de reestruturação nos EUA

General Motors pediu até US$ 12 bilhões a mais de ajuda.Chrysler anuncia que precisa de mais US$ 5 bilhões para sobreviver.

As montadoras General Motors e Chrysler apresentaram nesta terça-feira (17), nos Estados Unidos, seus respectivos planos de reestruturação, na tentativa de convencer sobre os avanços obtidos desde dezembro e justificar as ajudas liberadas pelo governo. A General Motors pediu US$ 12 bilhões a mais de ajuda do que tinha proposto anteriormente, além de anunciar o corte de 47 mil empregos e fechar mais cinco fábricas nos Estados Unidos. Assim, os emprésticos chegariam a US$ 30 bilhões até 2011. Além disso, a empresa disse que quer reduzir seus efetivos em todo o mundo em 47 mil empregados ainda este ano.

"Se o novo e ainda mais desanimador cenário da queda da demanda ocorrer, a GM precisará de mais ajuda federal, estimada, atualmente, em US$ 7,5 bilhões, que poderiam chegar a um total de US$ 30 bilhões em fundos do governo até 2011", indicou a GM em seu plano de reestruturação, apresentado ao departamento do Tesouro americano.

Sobre um possível pedido de concordata, a companhia ressaltou que a medida seria mais custosa e prolongaria uma reestruturação apoiada pelo governo. A montadora disse que uma concordata tradicional poderia custar até US$ 100 bilhões, atribuindo esse custo à receita perdida. Já a Chrysler anunciou que precisará de mais US$ 5 bilhões de recursos públicos , além dos já estabelecidos pelo governo dos Estados Unidos, para sobreviver. Segundo a empresa, a queda nas vendas de automóveis nos últimos meses levou a empresa a solicitar uma verba maior do que os US$ 4 bilhões prometidos pelo governo.

A Chrysler disse que conseguiu negociar concessões dos metalúrgicos, fornecedores e credores. No plano de reestruturação, a terceira maior montadora norte-amerina disse que planeja reduzir a sua dívida de US$ 5 bilhões e reduzir os custos fixos em US $ 700 milhões em 2009. A Chryler viu as vendas caírem 55% em janeiro após queda de 30% em 2008.
Sindicato convoca novo protesto em defesa dos direitos no Rio

O Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro, filiado à CTB, está convocando os trabalhadores para uma manifestação na próxima quarta-feira (18/2), às 5h30, diante da fábrica ALTM S/A Tecnologia e Serviços de Manutenção (Rua Bergamo, 320 – bairro Triagem) contra a supressão de direitos e benefícios. O protesto seguirá em caminhada até a sede da Light (Rua Marechal Floriano nº 168 – Centro).A empresa cortou arbitrariamente a periculosidade dos trabalhadores que atuam na alta tensão (13 mil Volts - linha viva e subterrâneo). Também estão sob ameaça de corte benefícios conquistados pela categoria, como cesta básica e plano de saúde.Além disso, existem 200 demissões (efetuadas em 2008) que não foram pagas e se transformaram em ações trabalhistas. Só este ano são mais 70 na mesma situação. "Todas estas ações recairão sobre a Light também, que é corresponsável por esta situação", afirma Walace Paz, diretor do Departamento Jurídico do Sindicato.

Cerca de 1.000 trabalhadores devem participar da atividade.

Nesta terça-feira (17-2), sob direção do Sindicato, foi realizada uma manifestação diante da fábrica Rassini NHK Auto Peças S/A (Rodovia Presidente Dutra s/nº, km 178 – bairro Cerâmica – Nova Iguaçu) contra proposta apresentada pela empresa ao Sindicato na semana passada que previa redução de salários e jornada."Os metalúrgicos do Rio de Janeiro não aceitam nenhuma proposta de flexibilização dos direitos dos trabalhadores. Nós iremos resistir até o fim!", afirma Alex dos Santos, presidente do Sindicato. No ato, o Sindicato apresentará uma contraproposta aos trabalhadores que, se aprovada, será encaminhada à empresa. A conduta da entidade, de resistir e lutar contra redução de salários e flexibilização de direitos, está em sintonia com a orientação geral da CTB, que preserva a bandeira histórica da redução da jornada sem redução de salários e indica a resistência e luta para que os capitalistas paguem pela crise do capitalismo. Se alguma coisa tiver de ser sacrificada no altar da crise que seja o lucro acumulado no ciclo de expansão dos negócios e não o salário. Afinal, conforme denunciou o presidente Lula, as empresas capitalistas encheram as burras em 2008 e estão devidamente capitalizadas.
CTB vai integrar Comando de Combate ೠPrᴩcas Anti-sindicais

Em reunião realizada ontem à tarde na sede da CTB, em São Paulo, com representantes da OIT, Dieese, CUT, Força Sindical e UGT, o presidente da CTB, Wagner Gomes, em nome da central classista, decidiu aceitar o convite para integrar o Comando de Combate às Práticas Anti-sindicais, formado em outubro de 2007, que considerou “um instrumento importante para o fortalecimento do sindicalismo nacional”.Um dos representantes da OIT (Organização Internacional do Trabalho) presentes à reunião, Eduardo Rodriguez, destacou que as práticas anti-sindicais são diversificadas, compreendendo demissões ilegais de dirigentes com estabilidade sindical, não reconhecimento do direito à organização e negociação coletiva, especialmente nos setores públicos, interdito proibitório, proibição ou restrição do acesso dos sindicalistas aos locais de trabalho, discriminações (de raça, gênero ou de outra natureza) ameaças, agressões e inclusive assassinatos.

Herança da ditadura

No Brasil, conforme notou Rodriguez, os problemas são agravados pela cultura antidemocrática legada pelo regime militar, a hostilidade contra as forças e organizações associadas ao trabalho inflamada pelo neoliberalismo, a falta de informações e carência de estatísticas, o que remete à necessidade de fortalecer a formação sindical e criar um banco de dados sobre os acontecimentos que configuram práticas anti-sindicais.Ele ressaltou a necessidade de um trabalho unitário de todas as centrais, sem exceção, para enfrentar com êxito tais problemas. “É preciso valorizar o processo de unidade de ação das centrais, que tem dado excelentes resultados, e entender que as práticas sindicais não constituem uma questão isolada, estão associadas à luta pelo trabalho decente”, sustentou, acrescentando que “a força da OIT radica na força do movimento sindical e na capacidade de transformar em realidade as normas que estabeleceu e propõe para as relações de trabalho”.

Unidade é essencial

O presidente da CTB, Wagner Gomes, destacou que “a unidade das centrais é essencial para o fortalecimento do nosso movimento”, agregando que as práticas anti-sindicais, “comuns em todo o país, constituem um dos nossos principais problemas. Um problema que não se vê apenas em uma ou outra região do país. É uma prática generalizada, recorrente, por exemplo, no Metrô de São Paulo. Trabalhadores eleitos para a CIPA e diretores do Sindicato, do qual também sou presidente, têm sido arbitrariamente demitidos pelo governo estadual apesar de teoricamente gozarem do direito à estabilidade”, denunciou.“Podem contar com a CTB nesta briga”, declarou Gomes. O Comando de Combate às Práticas Anti-sindicais contava inicialmente apenas com representantes de centrais das três centrais filiadas à CSA (Confederação Sindical dos Trabalhadores das Américas), ligada à CSI (Confederação Sindical Internacional). Agora será ampliado para incluir todas as seis centrais certificadas pelo Ministério do Trabalho: CTB e CGTB, que são filiadas à FSM (Federação Sindical Mundial) e Nova Central (independente).Participaram da reunião na CTB as seguintes pessoas: Wagner Gomes, presidente da CTB; Eduardo Rodriguez, da OIT; Carmen Benitez (OIT); Antonio Carlos de Mello Rosa (OIT); Andréia M. da Silva, técnica do Dieese; Ortélio Palácio, assessor da Força Sindical; Nelson Canesin, assessor da CUT; Marco Antonio Plata, da UGT; Carlos Rogério e Gilda Almeida, dirigentes da CTB
Seguro-desemprego: CTB ataca discriminações do governo Lula

Em nota assinada por seu presidente, Wagner Gomes, a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) criticou o governo Lula por restringir a expansão das parcelas do seguro-desemprego apenas para algumas categorias. Na última quarta-feira (11), o Codefat (Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador) anunciou a ampliação do pagamento do seguro de cinco para sete parcelas.
O direito, no entanto, será válido apenas para trabalhadores demitidos dos setores mais afetados pela crise. A escolha desses setores será definida pelo Ministério do Trabalho, de acordo com os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) referentes aos meses de novembro a janeiro.

“A CTB considera inaceitável a intenção de restringir a ampliação do prazo do seguro-desemprego de cinco para sete meses a algumas categorias cujo mercado de trabalho está sendo relativamente mais afetado pela recessão exportada dos EUA”, diz a nota. Wagner Gomes também que a CTB, a exemplo das demais centrais, “defende a ampliação do seguro-desemprego para 10 meses para todas as categorias de trabalhadores, assim como o aumento do valor do benefício, sem exclusões ou discriminações”.

Discriminação na concessão do seguro-desemprego é inaceitável

A CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) considera inaceitável a intenção de restringir a ampliação do prazo do seguro-desemprego de cinco para sete meses a algumas categorias cujo mercado de trabalho está sendo relativamente mais afetado pela recessão exportada dos EUA. A dilatação do tempo em que o trabalhador (a) demitido (a) pode usufruir o benefício é bem vinda, é necessária e ajuda a enfrentar os efeitos da crise, tanto do ponto de vista social, amenizando os efeitos perversos do desemprego para as famílias assalariadas, quanto econômico, ao contribuir para sustentar, em certa medida, o consumo popular e a demanda em queda.

Discriminar categorias de trabalhadores é, porém, injustificável, ainda mais quando se sabe que o patrimônio do Fundo de Amparo ao Trabalhador ascende a centenas de bilhões de reais, de forma que o gasto com seguro-desemprego é relativamente insignificante. Além disto, mesmo tendo recuado significativamente nos dois últimos anos, o tempo médio em que o trabalhador e, principalmente, a trabalhadora permanecem desocupados nas metrópoles brasileiras é altíssimo, ficando em torno de 12 meses em São Paulo e ultrapassando 16 meses na Bahia.

A CTB, como outras centrais sindicais, defende a ampliação do seguro-desemprego para 10 meses para todas as categorias de trabalhadores, assim como o aumento do valor do benefício, sem exclusões ou discriminações, de forma a que nos aproximemos dos padrões mais avançados verificados em países como Alemanha e França. Esperamos que, em nome do bom senso, da igualdade e da universalização dos direitos sociais, o Ministério do Trabalho e Emprego e o Condefast reconsiderem a idéia de limitar a ampliação do prazo do benefício, que deve ser estendido, sem discriminação, ao conjunto da classe trabalhadora, inclusive os que não estão no mercado formal de trabalho.
Seguro-desemprego: CTB ataca discriminações do governo Lula

Em nota assinada por seu presidente, Wagner Gomes, a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) criticou o governo Lula por restringir a expansão das parcelas do seguro-desemprego apenas para algumas categorias. Na última quarta-feira (11), o Codefat (Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador) anunciou a ampliação do pagamento do seguro de cinco para sete parcelas.
O direito, no entanto, será válido apenas para trabalhadores demitidos dos setores mais afetados pela crise. A escolha desses setores será definida pelo Ministério do Trabalho, de acordo com os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) referentes aos meses de novembro a janeiro.

“A CTB considera inaceitável a intenção de restringir a ampliação do prazo do seguro-desemprego de cinco para sete meses a algumas categorias cujo mercado de trabalho está sendo relativamente mais afetado pela recessão exportada dos EUA”, diz a nota. Wagner Gomes também que a CTB, a exemplo das demais centrais, “defende a ampliação do seguro-desemprego para 10 meses para todas as categorias de trabalhadores, assim como o aumento do valor do benefício, sem exclusões ou discriminações”.

Discriminação na concessão do seguro-desemprego é inaceitável

A CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) considera inaceitável a intenção de restringir a ampliação do prazo do seguro-desemprego de cinco para sete meses a algumas categorias cujo mercado de trabalho está sendo relativamente mais afetado pela recessão exportada dos EUA. A dilatação do tempo em que o trabalhador (a) demitido (a) pode usufruir o benefício é bem vinda, é necessária e ajuda a enfrentar os efeitos da crise, tanto do ponto de vista social, amenizando os efeitos perversos do desemprego para as famílias assalariadas, quanto econômico, ao contribuir para sustentar, em certa medida, o consumo popular e a demanda em queda.

Discriminar categorias de trabalhadores é, porém, injustificável, ainda mais quando se sabe que o patrimônio do Fundo de Amparo ao Trabalhador ascende a centenas de bilhões de reais, de forma que o gasto com seguro-desemprego é relativamente insignificante. Além disto, mesmo tendo recuado significativamente nos dois últimos anos, o tempo médio em que o trabalhador e, principalmente, a trabalhadora permanecem desocupados nas metrópoles brasileiras é altíssimo, ficando em torno de 12 meses em São Paulo e ultrapassando 16 meses na Bahia.

A CTB, como outras centrais sindicais, defende a ampliação do seguro-desemprego para 10 meses para todas as categorias de trabalhadores, assim como o aumento do valor do benefício, sem exclusões ou discriminações, de forma a que nos aproximemos dos padrões mais avançados verificados em países como Alemanha e França. Esperamos que, em nome do bom senso, da igualdade e da universalização dos direitos sociais, o Ministério do Trabalho e Emprego e o Condefast reconsiderem a idéia de limitar a ampliação do prazo do benefício, que deve ser estendido, sem discriminação, ao conjunto da classe trabalhadora, inclusive os que não estão no mercado formal de trabalho.