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sábado, 22 de dezembro de 2012

entrevista wagner gomes“Nasce na cidade de Belo Horizonte a CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil”. Diante de 1.400 delegados, de todos os estados brasileiros e do Distrito Federal, Wagner Gomes anunciava, às 20h34 de uma quarta-feira, 12 de dezembro de 2007, a criação da entidade. Na condição de seu primeiro presidente, após cinco anos de fundação, o dirigente sindical avalia como extremamente positivo o balanço desse período inicial. “A CTB sem dúvida conseguiu se fortalecer, se firmar e se consolidar”, afirma.

Natural de Araçatuba, interior do estado de São Paulo, Wagner Gomes tem 55 anos e é metroviário. Foi um dos fundadores do Sindicato dos Metroviários de São Paulo em 1983 e seu presidente de 1989 a 1995 e de 2007 a 2010. Integrou a Executiva Nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT) de 1994 a 2007. É membro titular do Comitê Central do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) desde 1997.
Nesta entrevista, ao fazer um balanço positivo sobre a trajetória da CTB, Wagner Gomes destaca o compromisso da Central em prol da unidade do movimento sindical, analisa como positiva a campanha em defesa da unicidade e da contribuição sindical, define como fundamental o papel dos trabalhadores rurais dentro da entidade e traça uma perspectiva bastante otimista para o futuro da CTB. Confira abaixo:

Visão Classista: Falar em avaliação positiva desses cinco anos de fundação da CTB é algo natural. Dessa forma, em sua opinião quais são os aspectos mais relevantes dessa trajetória?
Wagner Gomes: Desde que fundamos a CTB, tínhamos como objetivo principal ter uma central que pudesse não apenas opinar nas questões trabalhistas, mas também em questões mais amplas do Brasil. Entendíamos que essas duas características seriam fundamentais, pois precisamos estar antenados à vida política do país, prontos para opinar e participar, no sentido de ajudar o Brasil a se desenvolver e gerar mais empregos. Na questão sindical, a expectativa era a de que nossa Central pudesse ser mais um instrumento dos trabalhadores na defesa de suas bandeiras mais específicas. Com essas duas questões, estaríamos bem preparados para atuar no cenário nacional. Assim, felizmente o balanço é muito bom nesses cinco anos. A CTB sem dúvida conseguiu se fortalecer, se firmar e se consolidar. Hoje a CTB tem cerca de 900 sindicatos filiados, sendo que desse total há cerca de 600 já registrados no Ministério do Trabalho e Emprego.
Podemos dizer que foram cinco anos bem agitados. O debate foi intenso, passamos por uma disputa presidencial na qual apoiamos um projeto progressista para o Brasil e, no campo sindical, eu destacaria a luta pela política de valorização do salário mínimo como nossa maior conquista, com seu reajuste vinculado à inflação mais a metade do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Isso fez com que o salário mínimo ganhasse uma grande força e se tornasse, atualmente, um dos principais instrumentos de renda da classe trabalhadora.
Foram sem dúvida cinco anos de muita batalha. Não podemos esquecer também de lembrar que conseguimos nosso reconhecimento junto ao governo federal, mantendo filiados em nossa base mais de 9% do total de trabalhadores do país. Era uma meta que alcançamos e que pretendemos ampliar nos próximos anos.

Visão Classista: A unidade dentro do movimento sindical sempre foi uma bandeira defendida pela CTB. Pensando nesses cinco anos, a segunda Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat) foi o ápice dessa política?
Wagner Gomes: Desde nossa fundação achávamos que os trabalhadores só teriam alguma chance de influir no destino do país se as centrais atuassem de forma unificada. Se cada uma das centrais ficasse para um lado, certamente não conseguiríamos muita coisa. Diante disso, propusemos uma plataforma de luta com questões nacionais e sindicais. Conversamos com as outras centrais no sentido de realizar um grande encontro, durante o qual aprovaríamos essa plataforma, que serviria como base para a unidade das centrais. E foi o que ocorreu na Conclat, em 2010, com a presença de cerca de 30 mil dirigentes sindicais de todo o país, aqui no Estádio do Pacaembu, em São Paulo. Aprovamos na ocasião a Agenda da Classe Trabalhadora, entregue no mesmo ano à candidata Dilma Rousseff. Até o presente momento, o conteúdo dessa Agenda segue norteando nossas atividades. Olhando para trás, a Conclat sem dúvida foi uma grande vitória para a classe trabalhadora.

Visão Classista: Outra bandeira fundamental da CTB tem sido a defesa da unicidade e da contribuição sindical. Como você avalia a campanha feita neste ano? Que resultados ela trouxe?
Wagner Gomes: Essa bandeira é praticamente uma cláusula pétrea para nós da CTB. A unicidade garante o mínimo de unidade para que os trabalhadores tenham apenas um sindicato por município. E a contribuição garante que os próprios trabalhadores sustentem suas entidades, a partir do pagamento de um dia de trabalho por ano. Essa bandeira é polêmica, mas se mostrou majoritária no movimento sindical. Hoje já vemos outras centrais defendendo a unicidade.
Nossa campanha veio em uma hora decisiva [março de 2012], pois foi quando o assunto começou a aparecer. A CUT, por exemplo, defendeu a chamada “liberdade sindical” e o fim da contribuição sindical, também a partir de uma campanha, mas me parece que os companheiros recuaram e vão deixar essa questão meio de lado. Isso ocorreu, no meu modo de ver, por conta da força que essas bandeiras têm. Sem elas, muitos sindicatos fechariam e não poderiam mais fazer a defesa dos trabalhadores.
Apesar de certa divulgação de que haveria um plano para acabar com a unicidade sindical, ainda não apareceu nada realmente de concreto nesse sentido. Sei que há companheiros que defendem essa proposta, mas não temos qualquer indício de que haja uma campanha de verdade contra a unicidade. Nossa campanha fortaleceu isso, pois centrais que não defendiam essas bandeiras agora passaram a defendê-las. Sem dúvida foi uma posição vitoriosa da CTB, pois ajudamos a firmar certas convicções em defesa daquilo que acreditamos. E entendo que agora no começo de 2013, com a publicação de uma nova Portaria do Ministério do Trabalho, em substituição à Portaria 186, nossa posição sairá ainda mais fortalecida.

Visão Classista: Nesta edição, estamos tratando na capa da questão da chamada “nova classe média”. Como você tem percebido esse debate? Até que ponto ele corresponde à realidade?
Wagner Gomes: Há uma polêmica muito grande, sem dúvida. Para mim, classe média era quem tinha casa própria, dois carros na garagem, apartamento na praia, filhos na escola particular, dinheiro no banco. Mas agora enquadraram na classe média cidadãos que ganham em torno de R$ 1100 – e isso para mim não é classe média. São pessoas que precisam lutar intensamente para pagar suas contas e que fazem parte da classe trabalhadora. É claro que durante os governos Lula e Dilma – que tiveram nosso apoio, mas também foram alvos de nossas críticas – o Brasil melhorou, mas ainda não consigo compreender que classe média é essa. Trata-se apenas de uma classe trabalhadora que teve uma pequena melhora. Minha convicção é a de que, dentro da questão central do capital, essa classe média recebe salários muito baixos.

Visão Classista: Pensando ainda nesse balanço de cinco anos de fundação, qual a importância conquistada pelos trabalhadores rurais dentro da CTB?
Wagner Gomes: A CTB é uma central de trabalhadores urbanos e rurais. Oito federações de trabalhadores rurais são filiadas à CTB e mais duas devem se filiar em breve. Temos na direção da Contag [Confederação Nacional de Trabalhadores na Agricultura] vários companheiros cujas entidades também são filiadas à CTB. A Contag tem cerca de quatro mil sindicatos filiados e, por isso, é a mais legítima representante dos trabalhadores rurais. E nós estamos conseguindo ter um trabalho unificado. A Contag precisa ter suas bandeiras específicas e sua vida própria. Nesse sentido, as centrais devem apoiar suas iniciativas.
Podemos dizer que a maioria do movimento sindical rural está filiada à CTB. Trata-se de uma grande vitória, pois os companheiros rurais têm dado uma grande ajuda ao restante do movimento sindical. Nesse sentido, precisamos conhecer mais a realidade do campo e suas dificuldades para podermos ajudá-los e nos integrarmos. Ao olhar para esses cinco anos, podemos dizer que se trata de uma grande vitória política e organizativa ter essa proximidade e confiança dos trabalhadores rurais.

Visão Classista: Um tema que ainda precisará de muitas discussões internas é a situação das CTB’s estaduais. Que análise você faz dessa questão?
Wagner Gomes: Essa é uma das nossas grandes preocupações. Precisamos estimular o papel que as estaduais podem ter. Teremos nosso Congresso em agosto de 2013 e essa será uma das questões principais. Precisamos discutir como as estaduais podem ter uma vida política mais ativa, tornando a CTB mais conhecida em cada estado e passando a filiar mais sindicatos.
É claro que em algumas localidades existe um cenário diferente, onde as CTBs estaduais já possuem uma vida política muito intensa. Mas a maioria tem problemas e precisamos enfrentá-los. No Congresso iremos tomar decisões específicas em relação a isso. Estamos neste momento discutindo a criação de uma Secretaria de Organização específica para enfrentar essa demanda e para participar diretamente nos estados. Esse é um desafio para o futuro, pelo qual brigaremos para valer, no sentido de melhorar a situação das CTBs estaduais.

Visão Classista: Você acabou de mencionar o 3º Congresso da CTB. O que mais já pode ser adiantado sobre esse tão importante evento?
Wagner Gomes: Iremos fazer um balanço desse período de existência da CTB, ver quais pontos de pauta da Agenda da Conclat foram encaminhados e quais ainda não foram, discutiremos a situação internacional e nacional. Inclusive na véspera do congresso haverá um encontro de dirigentes sindicais internacionais, para ouvir um pouco os companheiros que atuam em outros países. Junto com a Federação Sindical Mundial (FSM), estamos fazendo um trabalho importante na América Latina, com o propósito de difundir o ponto de vista classista da entidade a que somos filiados.
Mas falando de forma mais específica do Congresso, iremos debater o que acertamos e erramos e, a partir disso, tocar a bola pra frente para sermos maiores do ponto de vista política e também pelo viés da quantidade de sindicatos.

Visão Classista: Passados os cinco primeiros anos de história da CTB, que perspectiva é possível vislumbrar para daqui a cinco anos? Qual papel a CTB terá no sindicalismo nacional?
Wagner Gomes: A tendência da CTB, sem dúvida, é de crescimento contínuo nos próximos anos. Ainda temos muitos sindicatos para filiar. Temos condição de aprovar no próximo Congresso uma meta de filiação, para chegarmos no 4º Congresso com o dobro de sindicatos filiados.
Achamos que a CTB ainda está no caminho da estruturação. Temos muito campo a desenvolver e também para fazer com que nossa Central jogue um papel político cada vez mais importante. Temos conseguido, a partir da unidade com as outras centrais, batalhar pelas principais causas do país. Isso tem gerado um respeito muito grande em relação à CTB – tanto no Brasil quanto no exterior. A CTB hoje é uma central que goza da confiança das outras entidades sindicais.
O futuro da CTB é de bastante otimismo. Nossa tendência é ser cada vez mais um instrumento valoroso para que a classe trabalhadora possa defender seus direitos e também para influenciar no destino do país, do ponto de vista do crescimento e das reformas necessárias. Acho que chegamos agora ao terceiro Congresso com um capital político importante.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012


Perseguição Arbitrária

A Direção da GM, em aliança com o presidente do sindicato, toma uma atitude arbitrária e vergonhosa, proíbe o Magrão e o Marcelo Toledo de entrarem na fábrica até 2015. Sem nenhum aviso prévio e justificativa, dizem, que é para todos da executiva do sindicato. Essa atitude fere nossa constituição Federal e fere também a norma 135 da OIT, ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO, no qual o Brasil é signatário, no que se refere ao direito de atuação dos dirigentes sindicais. Tal objetivo está obviamente claro, é impedir que Magrão e Toledo dentro da empresa preste serviços aos trabalhadores, e fizessem campanha para os candidatos da CIPA da CTB, e também fiscalizar o processo eleitoral.
Os trabalhadores não podem aceitar passivamente essa arbitrariedade, por isso, votem nos candidatos da CTB. VAMOS À LUTA!

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Leonardo Boff responde colunista da Veja que chamou Niemeyer de ‘meio idiota’

 
Segundo o pensador Leonardo Boff, Veja e seu blogueiro albergado não gostam do Brasil e dos brasileiros; ele diz ainda que Reinaldo Azevedo, que chamou o arquiteto Oscar Niemeyer de “metade gênio e metade idiota”, é um “consumado idiota” e o comparou a um besouro rola-bosta.
 
O pensador Leonardo Boff respondeu, num artigo, às críticas do blogueiro de Veja Reinaldo Azevedo contra Oscar Niemeyer. Para Reinaldo, que publicou três textos sobre o assunto em seu blog, o brilhante arquiteto brasileiro era “metade gênio e metade idiota”.
leonardo boff niemeyer veja idiota
Leonardo Boff: “A figura que me ocorre deste articulista e da revista semanal, em versão online, é a do escaravelho, popularmente chamado de rola-bosta”
De acordo com o filósofo, Reinaldo se assemelha a um escaravelho, popularmente chamado de besouro rola-bosta, “que vive dos excrementos de animais herbívoros, fazendo rolinhos deles com os quais, em sua toca, se alimenta”. Boff diz que “algo semelhante fez o blog de Azevedo na VEJA online: foi buscar excrementos de 60 e 70 anos atrás” para atacar o artista brasileiro.
Como muitos leitores do blogueiro diante dos posts sobre Niemeyer, o filósofo assegura: “Quem diz ser Oscar Niemeyer um idiota apenas revela que ele mesmo é um idiota consumado”. Leia abaixo a íntegra de seu artigo:

Oscar Niemeyer, a Veja online e o Escaravelho

Por Leonardo Boff
Com a morte de Oscar Niemeyer aos 104 anos de idade ouviram-se vozes do mundo inteiro cheias de admiração, respeito e reverência face a sua obra genial, absolutamente inovadora e inspiradora de novas formas de leveza, simplicidade e elegância na arquitetura. Oscar Niemeyer foi e é uma pessoa que o Brasil e a humanidade podem se orgulhar.

E o fazemos por duas razões principais: a primeira, porque Oscar humildemente nunca considerou a arquitetura a coisa principal da vida; ela pertence ao campo da fantasia, da invenção e do lúdico. Para ele era um jogo das formas, jogado com a seriedade com que as crianças jogam.
A segunda, para Oscar, o principal era a vida. Ela é apenas um sopro, passageira e contraditória. Feliz para alguns mas para as grandes maiorias cruel e sem piedade. Por isso, a vida impõe uma tarefa que ele assumiu com coragem e com sérios riscos pessoais: a da transformação. E para transformar a vida e torná-la menos perversa, dizia, devemos nos dar as mãos, sermos solidários uns para com os outros, criarmos laços de afeto e de amorosidade entre todos. Numa palavra, nós humanos devemos aprender a nos tratar humanamente, sem considerar as classes, a cor da pele e o nível de sua instrução.
Isso foi que alimentou de sentido e de esperança a vida desse gênio brasileiro. Por aí se entende que escolheu o comunismo como a forma e o caminho para dar corpo a este sonho, pois, o comunismo, em seu ideário generoso, sempre se propôs a transformação social a partir das vítimas e dos mais invisíveis. Oscar Niemeyer foi um fiel militante comunista.

Mas seu comunismo era singular: no meu modo de ver, próximo dos cristãos originários pois era um comunismo ético, humanitário, solidário, doce, jocoso, alegre e leve. Foi fiel a esse sonho a vida inteira, para além de todos os avatares passados pelas várias formas de socialismo e de marxismo.
Na medida em que pudemos observar, a grande maioria da opinião pública mundial, foi unânime na celebração de sua arte e do significado humanista de sua vida. Curiosamente a revista VEJA de domingo, dedica-lhe 10 belas páginas. Outra coisa, porém, é a revista VEJA online de 7 de dezembro com um artigo do blog do jornalista Reinado Azevedo que a revista abriga.

Ele foi a voz destoante e de reles mau gosto. Até agora a VEJA não se distanciou daquele conteúdo, totalmente, contraditório àquele da edição impressa de domingo. Entende-se porque a ideologia de um é a ideologia do outro. Pouco importa que o jornalista Azevedo, de forma confusa, face às críticas vindas de todos os lados, procure se explicar. Ora se identifica com a revista, ora se distancia, mas finalmente seu blog é por ela publicado.

Notoriamente, VEJA se compraz em desfazer as figuras que melhor mostram nossa cultura e que mais penetraram na alma do povo brasileiro. Essa revista parece se envergonhar do Brasil, porque gostaria que ele fosse aquilo que não é e não quer ser: um xerox distorcido da cultura norte-americana. Ela dá a impressão de não amar os brasileiros, ao contrário expõe ao ridículo o que eles são e o que criam. Já o titulo da matéria referente a Oscar Niemeyer da autoria de Azevedo, revela seu caráter viciado e malevolente: “Para instruir a canalha ignorante. O gênio e o idiota em imagens”. Seu texto piora mais ainda quando, se esforça, titubeante, em responder às críticas em seu blog do dia 8/12 também na VEJA online com um título que revela seu caráter despectivo e anti-democrático:”Metade gênio e metade idiota- Niemeyer na capa da VEJA com todas as honras! O que o bloco dos Sujos diz agora?” Sujo é ele que quer contaminar os outros com a própria sujeira de uma matéria tendenciosa e injusta.

O que se quer insinuar com os tipos de formulação usados? Que brasileiro não pode ser gênio; os gênios estão lá fora; se for gênio, porque lá fora assim o reconhecem, é apenas em sua terceira parte e, se melhor analisarmos, apenas numa quarta parte. Vamos e venhamos: Quem diz ser Oscar Niemeyer um idiota apenas revela que ele mesmo é um idiota consumado. Seguramente Azevedo está inscrito no número bem definido por Albert Einstein: “conheço dois infinitos: o infinito do universo e o infinito dos idiotas; do primeiro tenho dúvidas, do segundo certeza”. O articulista nos deu a certeza que ele e a revista que o abriga possuem um lugar de honra no altar da idiotice.

O que não tolera em Oscar Niemeyer que, sendo comunista, se mostra solidário, compassivo com os que sofrem, que celebra a vida, exalta a amizade e glorifica o amor. Tais valores não cabem na ideologia capitalista de mercado, defendida por VEJA e seu albergado, que só sabe de concorrência, de “greed is good” (cobiça é coisa boa), de acumulação à custa da exploração ou da especulação, da falta de solidariedade e de justiça em nível internacional.

Mas não nos causa surpresa; a revista assim fez com Paulo Freire, Cândido Portinari, Lula, Dom Helder Câmara, Chico Buarque, Tom Jobim, João Gilberto, frei Betto, João Pedro Stédile, comigo mesmo e com tantos outros. Ela é um monumento à razão cínica. Segue desavergonhadamente a lógica hegeliana do senhor e do servo; internalizou o senhor que está lá no Norte opulento e o serve como servo submisso, condenado a viver na periferia. Por isso tanto a revista quanto o articulista revelam um completo descompromisso com a verdade daqui, da cultura brasileira.

A figura que me ocorre deste articulista e da revista semanal, em versão online, é a do escaravelho, popularmente chamado de rola-bosta. O escaravelho é um besouro que vive dos excrementos de animais herbívoros, fazendo rolinhos deles com os quais, em sua toca, se alimenta. Pois algo semelhante fez o blog de Azevedo na VEJA online: foi buscar excrementos de 60 e 70 anos atrás, deslocou-os de seu contexto (ela é hábil neste método) e lançou-os contra Oscar Niemeyer. Ela o faz com naturalidade e prazer, pois, é o meio no qual vive e se realimenta continuamente. Nada de surpreendente, portanto.
Paro por aqui. Mas quero apenas registrar minha indignação contra esta revista, em versão online, travestida de escaravelho por ter cometido um crime lesa-fama.

Fonte: PragmatismoPolitico
PENSE NISSO!!!
 

 
pascoal3Este mês de dezembro marca os cinco anos de fundação da CTB. Para o secretário-geral da entidade, Pascoal Carneiro, o balanço desse período é bastante positivo por vários aspectos. Para ele, no entanto, um desses aspectos se destaca: a proposta política defendida e colocada em prática pela Central desde seu primeiro dia de existência.
“Nossa ação política se baseia em alguns princípios fundamentais. Primeiro: unidade; segundo: defesa de uma política nacional de desenvolvimento, com valorização do trabalho. Esses dois pilares deram à CTB esses frutos que estamos colhendo agora”, afirma o dirigente.

Nesta entrevista, o metalúrgico baiano Pascoal Carneiro faz um balanço a respeito de diversas áreas de atuação da entidade: sua organização nos estados, o papel desempenhado pelo sindicalismo rural, a inserção internacional conquistada pelos classistas, a importância da Conclat e, em um exercício de análise conjuntural, vislumbra como estará a CTB daqui a cinco anos, quando completar uma década de existência.

Confira abaixo:

Portal CTB: O balanço que se faz a respeito dos cinco anos da CTB é positivo, sem dúvida. O que fez a diferença nessa trajetória?
Pascoal Carneiro: O que fez a diferença foi a proposta política da CTB. Nossa ação política se baseia em alguns princípios fundamentais. Primeiro: unidade; segundo: defesa de uma política nacional de desenvolvimento, com valorização do trabalho. Esses dois pilares deram à CTB esses frutos que estamos colhendo agora. Hoje já temos quase mil sindicatos filiados e estamos organizados em todos os 27 estados da Federação, com sindicatos filiados em todos eles. Essa política de unidade e sua ação interna, em busca da unidade de ação do movimento sindical como um todo, nos levou a ser essa força pujante.
Por esse aspecto, o que mais a gente sente no movimento sindical é a defesa da unicidade. E hoje podemos dizer que a CTB é a central que mais defende essa bandeira. Na prática do dia a dia, em suas ações políticas, em seu discurso e nas discussões com as demais centrais. Isso para nós hoje é uma ferramenta importante, que foi bombardeada há um tempo por outras forças.

Pensando nesses cinco anos, é possível dizer que a segunda Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat) representou o auge da política de unidade de ação entre as centrais?
Ela foi o ápice, sem dúvida. Lá é que conseguimos unificar vários pontos de nossa pauta, em torno de uma plataforma que se transformou na Agenda da Classe Trabalhadora. Para citar alguns desses pontos, podemos falar da redução da jornada de trabalho, a luta pelo fim do fator previdenciário, a valorização das aposentadorias e a permanência da política de valorização do salário mínimo. Essa concepção de unidade da Conclat foi uma proposta defendida pela CTB. Isso é algo que faz parte de nossa política mais geral. A Conclat veio coroar essa defesa que fazemos junto às demais forças do movimento sindical.

A partir dessa perspectiva de luta, qual foi o papel do 1º Conselho Nacional da CTB, realizado em 2011?
Outro fator importante dentro da CTB é o respeito que temos às decisões aprovadas em nosso Congresso de fundação. Naquela ocasião, aprovamos um estatuto democrático e amplo, que nos dá ferramentas para dar unidade interna à Central. E respeitamos muito isso. No 1º Conselho é que definimos a necessidade de uma política de crescimento econômico com valorização do trabalho – o centro de nossas discussões, naquela ocasião, foi exatamente esse. Foi a partir de então que saímos com ferramentas importantes para atuar na sociedade em geral, para negociar aquilo que acreditamos.

pascoal 2Você falou da presença da CTB nos 27 estados. Sabemos que alguns ainda têm certas dificuldades de atuação. Como lidar com isso daqui para frente?
Teremos agora em 2013 nosso 3º Congresso. Nossa ideia é fazer um raio-x de estado por estado. Em nossa pauta entrará a avaliação da CTB nacional e também nos estados. Além dos estados fazerem sua avaliação sobre sua situação local, a direção e os delegados também colocarão o dedo onde há problemas.

Nesse balanço de cinco anos, como você avalia o papel que os sindicatos rurais passaram a ter na CTB e a perspectiva de novas filiações?
Estamos próximos de mais um congresso da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag). Estamos tratando esse evento com muito carinho. Como já é sabido, não iremos propor a filiação da Contag à CTB, exatamente para que a unidade seja mantida na entidade. Mas estamos acompanhando de perto cada uma das plenárias estaduais que estão sendo realizadas com vistas ao congresso, marcado para março de 2013.
Hoje, as maiores federações de trabalhadores e trabalhadoras rurais são filiadas à CTB. Podemos citar as três maiores (Bahia, Rio Grande do Sul e Minas Gerais), mas não podemos deixar de citar outras entidades que também são filiadas à CTB, como São Paulo, Mato Grosso, Sergipe, Santa Catarina e Acre. Então, podemos dizer que a CTB vem crescendo no movimento sindical rural em função dessa política ampla. E o que mais tem permeado o crescimento da CTB nesse setor é a defesa da reforma agrária, a busca por assistência técnica para os assentamentos e, fundamentalmente, a unicidade sindical no campo, pois existem outras centrais querendo dividir os trabalhadores rurais, dando outros nomes para seus sindicatos. E nós dizemos o seguinte: o fruto da terra deve ser colhido por quem nela trabalha. E nesse sentido é preciso manter o velho nome de “sindicato de trabalhadores rurais”, independente da função que ele exerça na economia produtiva do campo. Isso e o respeito que temos à Contag nos fez crescer.

Sobre a inserção da CTB no sindicalismo internacional, qual sua avaliação? Qual a importância política desse cenário atual?
Quando a CTB foi fundada, talvez por sorte nossa a América Latina já estava em uma onda de governos de esquerda, contrária às políticas neoliberais que dominaram o continente. Por outro lado, as centrais sindicais brasileiras costumam atuar, em caráter internacional, mais voltadas aos organismos multilaterais, em geral criados pela burguesia e pelo capital, cuja função é manter o status quo e defender o capital, nunca o trabalho.
A CTB optou por outro caminho: fazer um debate consequente com as centrais sindicais na América Latina e no mundo, mas buscando sempre a defesa dos direitos da classe trabalhadora. A participação da CTB nos organismos multilaterais é muito pequena, pois preferimos nos articular diretamente com outras centrais sindicais. Isso fez com que a CTB se fortalecesse no movimento sindical internacional. Hoje, com cinco anos de existência, somos muito respeitados pelo mundo afora. Isso pode ser constatado tanto por nossa participação no Encontro Sindical Nossa América (ESNA) quanto por nossa atuação na Federação Sindical Mundial (FSM). Não por acaso, logo no primeiro congresso internacional que a CTB participou obtivemos uma das vice-presidências da FSM. Portanto, a ocupação do espaço que a CTB faz hoje no cenário internacional se dá a partir de políticas de defesa de um movimento sindical forte, atuante e combativo.

Como você imagina a CTB e o movimento sindical brasileiro daqui a cinco anos? Que tipo de avaliação é possível fazer, a partir de seu conhecimento nesse setor?
Se formos analisar o movimento sindical, vemos que há um debate entre alguns acadêmicos atrasados (defensores da ideia de que não temos um papel político) e outros, mais progressistas, que dizem que os sindicatos, desde seu surgimento, já fazem e estão inseridos na política. E em política não existe espaço vazio. A CTB precisa saber como ocupar esses espaços, para daqui a cinco anos ser a central hegemônica dentro do movimento sindical brasileiro.
Essa hegemonia não significa dizer que a CTB quer exclusividade, mas sim ocupar seu papel na sociedade, em defesa de uma classe operária combativa. Se formos ver, o movimento sindical no Brasil e no mundo estão diante de um cenário complicado: o operário ganha o suficiente para a sobrevivência e o capital fica com tudo na mão, para enriquecer cada vez mais. Parece que o movimento sindical se esquecer de que existe a mais-valia.
A CTB tem que começar a discutir o papel dos operários e dizer que não estamos contentes com esse cenário. Não estamos contentes com as atuais relações de trabalho. Precisamos dar um passo adiante nisso, para que o protagonismo seja dos trabalhadores. Se conseguirmos fazer isso, em cinco anos poderemos ser a principal central sindical do Brasil.

Fernando Damasceno – Portal CTB

Anfavea prevê até 3,98 milhões de carros em 2013

Expectativa é que volume de vendas no mercado interno cresça até 4,5%

Anfavea prevê até 3,98 milhões de carros em 2013
Apesar da expectativa de crescimento no volume de vendas em novembro em comparação à outubro - mês em que a presidente Dilma Roussef anunciou a prorrogação do IPI mais baixo -, o número foi 8,7% menor. Foram licenciadas 311.800 unidades no mês passado contra 341.600 no anterior, de acordo com a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). A produção também caiu. Foram 301.700 unidades em novembro versus 318.700 em outubro. A queda foi de 5,3%. "Contando os dias úteis, no entanto, a média foi a mesma. Foram cerca de 14 mil unidades por dia em cada mês. Não houve retração. O ritmo continua bom", analisou o presidente da entidade Cledorvino Belini.
 
Até o final do ano, deverá haver uma expansão de 4,5% em relação à 2011, enquanto os números de produção deverão diminuir 1,5% no período considerado. No acumulado, foram 3,08 milhões de unidades produzidas e 3,44 milhões licenciadas. Belini anunciou a previsão para o ano que vem. Espera-se que sejam comercializados entre 3,94 mi e 3,98 milhões de veículos, valor que representa aumento de 3,5% a 4,5% em comparação à 2012. A produção deverá crescer 4,5%, totalizando até 3,51 milhões de caros. As exportações continuarão em queda, com cerca de 5%.
Em janeiro, a taxa sobre os produtos industrializados voltará ao patamar máximo de 25%, de acordo com a motorização. "Historicamente, janeiro e fevereiro são meses fracos. A previsão já conta com este comportamento", disse Belini. O executivo salientou, no entanto, que o governo ainda pode trabalhar a alíquota de forma a favorecer os consumidores e a indústria.
 
Participação dos 1.0 mantém queda - seguindo os números de 2011, quando os populares registraram participação de 45,2% - enquanto os modelos com motorização entre 1.0 e 2.0 litros corresponderam a 53,2% do mercado -, em 2012, a diferença aumentou, mesmo com a redução do IPI para o segmento de entrada. Entre janeiro e novembro deste ano, os populares ficaram com 41,7% do mercado. Já os carros com motor de 1,0 a 2,0 litros já atingiram 57,5% de participação.
 
Fonte: UOLcarros

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

ELEIÇÃO DA CIPA DIA 19/12 VOTE NOS CANDIDATOS DA CTB


Trabalho aprova proposta que reduz prazo e muda regra para saque do FGTS



A Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público aprovou, na quarta-feira (28), proposta que permite a movimentação da conta vinculada do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) após um ano da data de rescisão do contrato de trabalho, por qualquer motivo.
Pelo texto, a movimentação poderá ocorrer mesmo que o trabalhador volte a firmar novos contratos de trabalho. Atualmente, a Lei 8.036/90, que trata do assunto, permite o saque apenas quando o trabalhador estiver há três anos ininterruptos fora do regime do FGTS.
 
O texto aprovado é um substitutivo do deputado Policarpo (PT-DF) ao Projeto de Lei 1648/07, do Senado. Segundo o relator, “o substitutivo se faz necessário para corrigir alguns aspectos de técnica legislativa que podem acarretar interpretações equivocadas da matéria”.
 
Policarpo acolheu também emenda apresentada pelo deputado licenciado Luiz Carlos Hauly. A emenda autoriza os trabalhadores aposentados que continuarem a trabalhar na mesma empresa a sacar o saldo da conta vinculada do FGTS, bem como todos os depósitos mensais que forem efetuados em sua conta, ainda que o vínculo tenha sido estabelecido por meio de novo contrato de trabalho.
 
Pelo projeto, o novo prazo de um ano contará a partir da publicação da lei se a rescisão contratual tiver ocorrido antes de sua vigência. Fica assegurado ainda o direito ao saque imediato para o trabalhador que completar três anos fora do regime antes da medida entrar em vigor.
 
Tramitação
 
 
O projeto, que tramita em caráter conclusivo, será agora analisado pelas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
Í
ntegra da proposta:
PL-1648/2007
 

Fonte: Câmara dos Deputados