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sábado, 2 de janeiro de 2010

Esportista Sérgio Negrão filia-se ao PCdoB de São Caetano

George Garcia

O esportista Sérgio Ricardo Negrão acaba de filiar-se ao PCdoB de São Caetano. Um dos técnicos de voleibol mais conhecidos do país, com passagens pela BCN, Ulbra, Flamengo, Negrão nunca foi filiado a nenhum partido político e o convite para entrar na legenda partiu do vice presidente municipal Elísio Peixoto. Negrão não pretende se candidatar a cargos eletivos no próximo ano, mas quer ajudar o partido a elaborar propostas para a área esportiva. Atualmente ele é presidente do Instituto Cappella Áurea, entidade do terceiro setor fundada há 26 anos.

"Trata-se de um técnico esportista conceituado e para nós é uma grande alegria tê-lo nos quadros do PCdoB, apoiando a pré-candidatura do ministro dos esportes Orlando Silva a deputado federal e a minha candidatura a estadual", disse Peixoto ao comentar a nova aquisição do partido.

Animado com a filiação Negrão disse que não quer se candidatar no momento a nenhum cargo eletivo. Disse que ingressou no partido porque gostou da proposta e quer contribuir para projetos na área esportiva. "Nunca fui filiado a partido algum, nos anos 80 eu militei no Movimento Jovem do PMDB, mas não era filiado. Quero colaborar e ajudar a eleger Orlando Silva e Elísio Peixoto. Eu não tinha me filiado a partido antes porque nunca tinham me convidado", comentou.
Fora das quadras há cerca de um ano, Sérgio Negrão se dedica a trabalhos na área de consultoria, onde elabora projetos esportivos, sociais, ambientais e culturais através de uma empresa. No Instituto Cappella Áurea, ele também desenvolve projetos nestas áreas desde que assumiu a entidade em 2005.

Morador de São Caetano desde os anos 70, Negrão foi o primeiro Campeão Paulista Masculino de Vôlei da cidade, no ano de 1975. Ele avalia que hoje a cidade não tem continuidade no plano de trabalho das categorias de base. "São Caetano tem as escolinhas e depois tem os atletas medalhistas contratados. Tem uma lacuna muito grande entre essas duas partes. Não se investiu na formação dos atletas. Eu sou radicalmente contra essa coisa de trazer atleta importado, que nem conhece a cidade. Gasta-se muito dinheiro com isso", disse ao criticar a postura do governo José Auricchio Jr (PTB).
Mídia brasileira se incomoda com destaques europeus para Lula

Em uma linha que supervaloriza o papel da internet e relativiza o poderio dos grandes meios de comunicação de massa tupiniquins, o professor da USP Paulo Nassar faz, entretanto, uma observação interessante: "O 'filho do Brasil' transforma-se em 'filho do mundo'.(...) O fato parece ter incomodado os jornais mais relevantes por aqui".
O filho do mundo

Por Paulo Nassar*

Le Monde, El País, Financial Times são alguns dos jornais deste mundo cujas opiniões contam. Suas palavras assentadas na reputação intelectual e profissional legitimam ou não fatos ocorridos no âmbito político, econômico e social. Esses três jornais europeus, neste final de ano, colocaram o presidente Luís Inácio Lula da Silva no topo de suas listas de personalidades do ano. O "filho do Brasil" transforma-se em "filho do mundo".

O fato parece ter incomodado os jornais mais relevantes por aqui. Talvez digiram mal outras visões de mundo, que nos chegam com velocidade e sem controle.

Em outro tempo, as notícias sobre essa distinção internacional do presidente Lula demorariam semanas para atravessar os mares e chegarem para poucos. Agora, em um clique, milhões, ficam sabendo que, para muitos, lá fora "Lula é o cara".

Para a mídia tradicional brasileira só resta publicar, no outro dia, as boas e más notícias. Mas o atraso tecnológico midiático poderia se transformar em oportunidade: interpretações e opiniões competentes, embasadas em boa informação, a favor e contra, sobre os fatos do dia anterior.

A mediação que a imprensa nacional fazia entre o mundo e o Brasil enfraqueceu e perdeu a razão de ser. Hoje o brasileiro alfabetizado vai direto aos grandes veículos de comunicação internacionais e interage pela internet com a constelação formada pela rede social. E, a partir daí, cria sua opinião.

Ainda sobre Lula, "o cara", a notícia nacional é quase sempre uma opinião, que beira o esboço. Um estado jornalístico insustentável, frente a um tipo de leitor, cada dia mais bilíngüe, que já não casa com um determinado veículo de comunicação "até que a morte os separe".

As novas extensões do homem, articuladas a partir das inovações tecnológicas e do novo social, transformaram a criação, a produção e as formas de comunicação e de relacionamento. No novo ambiente sócio-tecnológico é irrelevante pensar nas questões relacionais e comunicacionais, entre elas as notícias, a partir de um instrumental superado e adequado às guerras delineadas em territórios definidos, defendidos por tropas identificadas e dependentes quase exclusivamente de máquinas e orientadas por um comando e controle centralizados.

A notícia circula cada vez mais em um universo sem centro e sem periferia. Quem discorda, por exemplo, dos rankings dos jornalões europeus, têm liberdade e tecnologia para criar suas próprias listas. Você se anima?

*Paulo Nassar é professor da Escola de Comunicações e Artes, da Universidade de São Paulo (ECA-USP). Diretor-presidente da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (ABERJE). Autor de inúmeros livros, entre eles O que é Comunicação Empresarial, A Comunicação da Pequena Empresa, e Tudo é Comunicação.