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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

CTB vai integrar Comando de Combate ೠPrᴩcas Anti-sindicais

Em reunião realizada ontem à tarde na sede da CTB, em São Paulo, com representantes da OIT, Dieese, CUT, Força Sindical e UGT, o presidente da CTB, Wagner Gomes, em nome da central classista, decidiu aceitar o convite para integrar o Comando de Combate às Práticas Anti-sindicais, formado em outubro de 2007, que considerou “um instrumento importante para o fortalecimento do sindicalismo nacional”.Um dos representantes da OIT (Organização Internacional do Trabalho) presentes à reunião, Eduardo Rodriguez, destacou que as práticas anti-sindicais são diversificadas, compreendendo demissões ilegais de dirigentes com estabilidade sindical, não reconhecimento do direito à organização e negociação coletiva, especialmente nos setores públicos, interdito proibitório, proibição ou restrição do acesso dos sindicalistas aos locais de trabalho, discriminações (de raça, gênero ou de outra natureza) ameaças, agressões e inclusive assassinatos.

Herança da ditadura

No Brasil, conforme notou Rodriguez, os problemas são agravados pela cultura antidemocrática legada pelo regime militar, a hostilidade contra as forças e organizações associadas ao trabalho inflamada pelo neoliberalismo, a falta de informações e carência de estatísticas, o que remete à necessidade de fortalecer a formação sindical e criar um banco de dados sobre os acontecimentos que configuram práticas anti-sindicais.Ele ressaltou a necessidade de um trabalho unitário de todas as centrais, sem exceção, para enfrentar com êxito tais problemas. “É preciso valorizar o processo de unidade de ação das centrais, que tem dado excelentes resultados, e entender que as práticas sindicais não constituem uma questão isolada, estão associadas à luta pelo trabalho decente”, sustentou, acrescentando que “a força da OIT radica na força do movimento sindical e na capacidade de transformar em realidade as normas que estabeleceu e propõe para as relações de trabalho”.

Unidade é essencial

O presidente da CTB, Wagner Gomes, destacou que “a unidade das centrais é essencial para o fortalecimento do nosso movimento”, agregando que as práticas anti-sindicais, “comuns em todo o país, constituem um dos nossos principais problemas. Um problema que não se vê apenas em uma ou outra região do país. É uma prática generalizada, recorrente, por exemplo, no Metrô de São Paulo. Trabalhadores eleitos para a CIPA e diretores do Sindicato, do qual também sou presidente, têm sido arbitrariamente demitidos pelo governo estadual apesar de teoricamente gozarem do direito à estabilidade”, denunciou.“Podem contar com a CTB nesta briga”, declarou Gomes. O Comando de Combate às Práticas Anti-sindicais contava inicialmente apenas com representantes de centrais das três centrais filiadas à CSA (Confederação Sindical dos Trabalhadores das Américas), ligada à CSI (Confederação Sindical Internacional). Agora será ampliado para incluir todas as seis centrais certificadas pelo Ministério do Trabalho: CTB e CGTB, que são filiadas à FSM (Federação Sindical Mundial) e Nova Central (independente).Participaram da reunião na CTB as seguintes pessoas: Wagner Gomes, presidente da CTB; Eduardo Rodriguez, da OIT; Carmen Benitez (OIT); Antonio Carlos de Mello Rosa (OIT); Andréia M. da Silva, técnica do Dieese; Ortélio Palácio, assessor da Força Sindical; Nelson Canesin, assessor da CUT; Marco Antonio Plata, da UGT; Carlos Rogério e Gilda Almeida, dirigentes da CTB

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