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quarta-feira, 29 de abril de 2009

Honda encerra ano fiscal com lucro de US$ 1,43 bilhões

Número representa queda de 77,2% em comparação a ano anterior.No 4º trimestre fiscal houve prejuízo líquido de US$ 1,95 bilhões.

A Honda Motor, segunda maior montadora japonesa, anunciou nesta terça-feira (28) que fechou o ano fiscal 2008-2009 com lucro, apesar de um forte prejuízo no quatro trimestre.

De abril de 2008 a março de 2009, a Honda registrou um lucro líquido de 137 bilhões de ienes (1,43 bilhão de dólares), o que representa uma queda de 77,2% em comparação com o exercício anterior, mas acima da previsão da empresa, que era de 80 bilhões de ienes.

Mas no quarto trimestre do ano fiscal, a montadora registrou um prejuízo líquido de 186,1 bilhões de ienes (1,95 bilhão de dólares). No ano anterior, a empresa teve um lucro líquido de 25,4 bilhões de ienes no período.

Para o exercício 2009-2010, que começou em 1º de abril, a Honda prevê um lucro líquido de 40 bilhões de ienes (-70,8% em ritmo anual) com um volume de negócios de 8,37 trilhões de ienes (-16,4%) e um lucro operacional de 10 bilhões de ienes (-94,7%).

terça-feira, 28 de abril de 2009

Dirigentes sindicais aprovam plano de resgate da Chrysler

O próprio sindicato irá adquirir até 55% da montadora reestruturada.Fiat ficará com 35%, caso feche acordo que vem sendo discutido há meses.

Os diretores do United Automotive Workers (UAW) - que representa os trabalhadores da indústria automobilística dos Estados Unidos - recomendaram por unanimidade a adoção do plano pelo qual o próprio sindicato adquirirá até 55% da Chrysler reestruturada. Ron Gettelfinger, presidente do UAW, afirmou que as concessões negociadas com a Chrysler ajudarão a impedir que a firma vá à falência. O processo de ratificação passa agora aos trabalhadores da firma, que são membros do UAW, em uma votação que deve ser concluída até quarta-feira (29).

Segundo o jornal "The Wall Street Journal", o acordo entre o UAW e a Chrysler estipula que a Fiat "eventualmente" será dona de até 35% da montadora americana.
O Governo dos EUA, que já investiu bilhões de dólares na Chrysler, e os credores assegurados - em sua maioria, bancos e fundos de especulação - serão donos de outros 10% da empresa após a reorganização, informa o jornal. O sindicato aceitou concessões, como que os trabalhadores já não receberão a maior parte da indenização por demissões se ficarem sem emprego.
28 de Abril – Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes de Trabalho
A data comemorativa do 28 de Abril, surgiu no Canadá por iniciativa do movimento sindical, espalhando-se por diversos países, organizado por sindicatos, federações, confederações locais e internacionais.Esse dia foi escolhido em razão de um acidente que matou 78 trabalhadores em uma mina no estado da Virgínia, nos Estados Unidos, no ano de 1969. A OIT, desde 2003, consagra a data à reflexão sobre a segurança e saúde no trabalho.

Em maio de 2005 o 28 de Abril foi instituído no Brasil como o Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho, pela Lei nº 11.121.

Em todo o mundo milhões de trabalhadores se acidentam e centenas de milhares morrem no exercício do trabalho a cada ano. No Brasil, os números também são impressionantes: todos os anos, três mil trabalhadores morrem - uma morte a cada duas horas de trabalho - e outros 300 mil se acidentam - três acidentes a cada minuto trabalhado. O Anuário Estatístico da Previdência Social registra, em 2004, 465.700 acidentes de trabalho no País, em 2005 esse número chegou a 499.680, em 2006 503.890 e em 2007 (última publicação) o número atingiu 653.090 casos.

Todos os anos no Brasil são gastos bilhões em recursos públicos com os acidentes de trabalho, pois a parte majoritária da assistência é prestada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e os benefícios por incapacidade temporária ou permanente, bem como as pensões por morte dos beneficiários, são arcados com os recursos do sistema de Previdência Social (RGPS).

Segundo estimativas da OIT, ocorrem anualmente no mundo, cerca de 270 milhões de acidentes de trabalho, além de aproximadamente 160 milhões de casos de doenças ocupacionais. Essas ocorrências chegam a comprometer 4% do PIB mundial. Cada acidente ou doença representa, em média, a perda de quatro dias de trabalho.

Dos trabalhadores mortos, 22 mil são crianças, vítimas do trabalho infantil. Ainda segundo a OIT, todos os dias morrem, em média, cinco mil trabalhadores devido a acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho.

No Brasil, o 28 de Abril vem se consolidando como uma data do calendário do movimento sindical, de outras organizações sociais e do próprio governo federal. Em 2009 o mote escolhido pelas centrais sindicais CTB, CGTB, Força Sindical, NCST, UGT e CUT, é a “Reformular a Legislação para garantir a Saúde do Trabalhador”. Propõe-se uma revisão na legislação, em especial na Lei 8.213/91, resultante de um entendimento de que são necessários ajustes para aprimorar os mecanismos de defesa da saúde dos trabalhadores, cobertura previdenciária adequada e estímulo aos empregadores para que haja investimentos em ambientes de trabalho saudáveis.

Essas propostas serão sintetizadas em um anteprojeto de Lei a ser subscrito pelos deputados federais Ricardo Berzoini e Pepe Vargas, cujas bases serão apresentadas no dia 28 de abril próximo, em uma atividade na Câmara Federal, para a qual contamos com a participação de entidades sindicais de todo o País e representantes de entidades da Sociedade Civil.

Na data faremos um grande debate sobre as propostas de alteração na Lei, bem como sobre as condições de trabalho nas empresas brasileiras e os problemas enfrentados pelos trabalhadores em seu dia-a-dia.

Depois disso o anteprojeto será construído a partir de um amplo debate com as entidades sindicais, especialistas no tema e os parlamentares envolvidos, para ser protocolizado na Mesa Diretora da Câmara Federal ainda no primeiro semestre de 2009 e vai exigir muita mobilização das entidades sindicais e demais militantes da Saúde do Trabalhador para ser aprovado e contribuir assim para a melhora dos ambientes de trabalho no Brasil e a conseqüente redução de estatísticas tão alarmantes.

“Reformular a Legislação para garantir a Saúde do Trabalhador”

28 de Abril – “Dia em Memória das Vítimas de Acidentes do Trabalho”Local: Câmara Federal – Brasília DF – Plenário 13 Anexo IIHorário: 09h00
Veja detalhes do plano de reestruturação da GM

Montadora anunciou fechamento de fábricas e corte de empregos. Empresa quer se concentrar em apenas quatro marcas.

A General Motors anunciou nesta segunda-feira (27) um novo plano de reestruturação, que abrange uma agressiva redução das dívidas, o fechamento de diversas fábricas e o corte de empregos. O prazo da montadora para completar a reestruturação é até 1° de junho.

Sem os acordos de corte de custos, a GM afirmou que esperava ter de entrar com pedido de proteção à falência. Confira abaixo os detalhes dos passos da montadora em seu processo acelerado de reestruturação.

Negociação da dívida
- Proposta para trocar 27 bilhões de dólares em títulos da dívida atualmente em circulação por ações da GM.
- Portadores de títulos da dívida devem passar a controlar pelo menos 10% das ações ordinárias da empresa após a transação.
- Pelo menos 90% dos títulos em circulação terão de ser oferecidos na transação, para satisfazer as condições determinadas pelo Tesouro americano.
- Mudanças no pacote de benefícios pagos ao sindicato para trabalhadores aposentados e nas condições de conversão da dívida com o Tesouro, que devem resultar em uma redução de pelo menos US$ 20 bilhões.
- Uma redução de no mínimo US$ 44 bilhões no total devido a portadores de títulos, ao Tesouro americano, e ao sindicato de empregados, como resultado das negociações.
- O prazo de cada uma destas propostas e solicitações é 26 de maio.

Tesouro americano
* O Departamento do Tesouro dos EUA devem receber no mínimo 50% das ações ordinárias da GM, em troca de 50% dos títulos em circulação da montadora em 1° de junho, estimada em US$ 10 bilhões.
* O Tesouro indicou estar disposto a fornecer à GM um financiamento adicional de US$ 11,6 bilhões, que a montadora prevê requisitar depois de 1° de maio. Eles já haviam fornecido US$ 15,4 bilhões em empréstimos para manter a GM ativa desde o começo de 2009.

Sindicato de trabalhadores
- Pelo menos 50% das obrigações financeiras ainda devidas pela GM a um fundo de pensão de saúde para trabalhadores aposentados, ou seja, por volta de US$ 10 bilhões, serão extintas em troca de ações ordinárias da GM.
- Depósitos em caixa do valor restante da dívida serão pagos ao longo de um período determinado.
- Ações ordinárias da GM distribuídas ao Tesouro e à United Auto Workers não devem exceder os 89% do total da empresa.

Marcas e concessionárias
- A GM deve centrar esforços em suas quatro principais marcas: Chevrolet, Cadillac, Buick e GMC. A Pontiac será gradualmente desativada até o final de 2010.
- A GM deve lançar um total de 34 modelos em 2010, em comparação com os 48 fornecidos em 2008.
- A montadora planeja finalizar a produção dos modelos Saab, Saturn e Hummer até o final de 2009.
- Também esperam reduzir o número de concessionárias de 6.246 em 2008 para 3.605 té o final de 2010, o que representa uma redução de 42%. Comparado com o último plano de reestruturação apresentado pela GM em fevereiro, este prevê uma redução de mais 500 concessionárias quatro anos antes do esperado.

Produção, empregos
- O número total de fábricas nos Estados Unidos será reduzido, de 47 em 2008 para 34 até o final de 2010. Até 2012, elas serão 31.
- O número de funcionários horistas será reduzido de 61 mil em 2008 para 40 mil em 2010. No início de 2011, este número deve atingir 38 mil.
- A GM deve cortar os custos do trabalho por hora nos EUA para US$ 5 bilhões em 2010, ante os US$ 7,6 bilhões de 2008.
* A previsão é de que, com essas medidas, os custos estruturais da GM na América do Norte caiam 25%: de US$ 30,8 bilhões em 2008 para US$ 23,3 bilhões em 2010.
É hora de uma redução drástica da taxa de juros

Por Wagner Gomes, presidente da CTB

O famoso Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) se reúne nestas terça e quarta-feira (28 e 29 de abril) para redefinir a taxa básica de juros (Selic) do país, que continua na inglória posição de campeão mundial da agiotagem. Temos os juros reais mais elevados do planeta, para alegria da oligarquia financeira, sofrimento da indústria, do comércio, da agricultura e sacrifício da economia nacional, que cresce menos, reduz a oferta de emprego.

A classe trabalhadora é quem mais sofre com a política conservadora e submissa aos interesses do capital financeiro conduzida pelo Banco Central, tendo à frente o seu presidente, Henrique Meirelles. Trata-se de uma orientação nociva aos interesses nacionais, que deve ser combatida com firmeza e sem meias palavras.

Taxa de juros e emprego

Para os trabalhadores e trabalhadoras, infelizmente a crise não é uma marolinha. As condições do mercado de trabalho estão em franca deterioração, o que fica evidente na evolução da taxa de desemprego, que subiu 0,5% em março para 9%, segundo as estimativas do IBGE. Trata-se de um dos índices mais altos de todo o mundo e esta realidade não está dissociada da política monetária, que na verdade é uma de suas principais causas. Há uma estreita relação entre taxa de juros e a evolução do PIB e do e do nível de emprego.

Cerca de 1 milhão de trabalhadores e trabalhadoras foram acrescentadas ao exército de desempregados desde outubro do ano passado e não é segredo para ninguém que a economia precisa crescer a taxas compatíveis com nossas potencialidades e necessidades para ampliar a oferta de trabalho e absorver o contingente de jovens que ingressam diariamente no mercado de trabalho, somando cerca de 1,5 milhão a cada ano, assim como reduzir o nível de desemprego.

Interesses escusos

Apesar da forte desaceleração da economia e do aumento consequente da taxa de desocupados involuntários, já se nota o movimento obscuro dos pródigos analistas do mercado (sábios midiáticos que não conseguiram enxergar a severa crise do capitalismo iniciada no final de 2007 nos EUA) brandindo o fantasma da inflação para pedir moderação e cautela, o que significa manter a taxa nas nuvens e o desonroso 1º lugar do Brasil no ranking internacional dos juros.

Sob a roupagem de uma linguagem técnica, inacessível ao comum dos mortais, esses analistas mascaram os interesses escusos que estão por trás da política monetária conservadora, que transfere parte substancial do excedente econômico nacional aos credores do Estado, por meio do pagamento dos serviços da dívida pública, que subtrai recursos da saúde, da educação, do esporte, da infra-estrutura e do funcionalismo público. Ostentam uma olímpica indiferença em relação ao sofrimento da classe trabalhadora e só pensam no lucro financeiro que abocanham, lucro parasitário e abusivo.

O movimento sindical brasileiro já demonstrou, mais de uma vez, que rejeita esta orientação e exige respeito aos interesses da maioria nação, das empresas que compõem a chamada economia real e do sofrido povo brasileiro. É hora de promover uma redução drástica da taxa básica de juros, assim como dos spreads bancários, de forma a situá-los em patamares civilizadas. É o anseio e a expectativa dos sindicatos e da classe trabalhadora às vésperas do 1º de Maio.
Lula diz que pânico contaminou economia brasileira

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na segunda-feira que o pânico de uma parcela da população foi uma das causas da contaminação da economia brasileira pela crise financeira global. Para o presidente, notícias sobre a situação dos Estados Unidos, Europa e Japão influenciaram os consumidores.

Em seu programa semanal de rádio, o presidente disse que, “sem nenhum otimismo”, vê melhora na situação da economia brasileira. Para ele, o fato é reconhecido também por instituições multilaterais de financiamento, por governos e pelo sistema financeiro internacional.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (27) que, “sem nenhum otimismo”, vê melhora na situação da economia brasileira. “Estamos mostrando que o Brasil estava mais preparado”, disse Lula em seu programa semanal de rádio Café com o Presidente.

Para ele, o fato é reconhecido também por instituições multilaterais de financiamento, por governos e pelo sistema financeiro internacional.

“Precisamos ter tranqüilidade, continuar trabalhando com muita seriedade, saber que a crise é profunda, que é delicada e que o Brasil precisa continuar agindo da forma que está agindo para que a gente sofra menos e possa sair rapidamente dela, fazendo com que o Brasil dê um salto de qualidade.”

De acordo com o presidente, dados apresentados pela indústria automobilística brasileira – que apresentou produção maior em março deste ano do que no mesmo período do ano passado – justificam a recuperação da economia. Ele destacou ainda a decisão de que as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) passem a funcionar em dois turnos, alternativa que ajudou a gerar empregos.

Para Lula, o que existe são “medidas concretas” para motivar o brasileiro a consumir, o comércio a vender e a indústria a produzir. Ele admitiu, entretanto, estar “torcendo” para que a crise nos Estados Unidos, na Europa e no Japão diminua, uma vez que representam grandes exportadores, produtores e consumidores.

“Se eles estiverem bem, a economia mundial tende a estar melhor. E o Brasil, eu posso assegurar, continua sendo um país com maiores possibilidades de sair dessa crise muito fortalecido.”

Leia abaixo a íntegra do programa Café com o Presidente desta segunda-feira:

Presidente Lula faz análise do atual momento econômico

Apresentador: Olá você em todo o Brasil. Eu sou Luciano Seixas e começa agora o programa Café com o Presidente, o programa de rádio do presidente Lula. Olá, presidente, como vai? Tudo bem?

Presidente: Tudo bem, Luciano.

Apresentador: Presidente, alguns indicadores econômicos mostram que o Brasil dá sinais de melhora. Podemos afirmar que o país entrou em um processo de recuperação?
Presidente: Luciano, primeiro é sempre importante a gente reiterar ao povo brasileiro que a crise chegou ao Brasil mais tarde do que chegou em outros países e a crise chegou, eu diria, muito mais por conta da ausência de crédito no mercado internacional.

Nós tínhamos trinta por cento do crédito brasileiro tomado em dólares por empresas brasileiras, e que de repente esses dólares desapareceram, as empresas brasileiras se voltaram para o mercado interno, e nós não tínhamos dinheiro pra todo mundo. Além disso, os bancos ficaram seletivos e, pelo fato de ficarem seletivos, eles começaram a fazer mais exigências para evitar riscos e aumentaram o spread bancário. Isso causou um problema muito sério. Uma outra coisa que aconteceu, e que eu não canso de repetir, é que houve um pânico na sociedade.

Ou seja, de tanto se falar em crise e mostrar o que estava acontecendo nos Estados Unidos, na Europa, no Japão, houve, por parte de uma parte dos brasileiros, um certo bloqueio na compra de produtos que numa situação normal eles continuariam comprando.

Ora, quando o governo se deu conta disso, o governo tomou todas as medidas necessárias para que a crise fosse amenizada e começássemos a estirpar a crise no Brasil. Você está lembrado que nós tomamos a primeira medida de liberar o compulsório para que melhorássemos o financiamento, depois nós aportamos cem bilhões de reais ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), depois nós tomamos medida para ajudar a indústria automobilística voltar a produzir e, consequentemente, voltar a vender, porque esse era um problema sério.

O Banco do Brasil comprou a Nossa Caixa em São Paulo, comprou cinqüenta por cento do Banco Votorantim. Colocamos dinheiro para ajudar os bancos pequenos a voltarem a funcionar o setor produtivo, sobretudo o capital de giro, colocamos dinheiro na agricultura brasileira, mantivemos todas as obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e aumentamos os investimentos da Petrobras, numa demonstração de que era necessário para enfrentar a crise fazermos mais investimentos, termos mais ousadia do que se teve em qualquer outro momento da história do Brasil.

Você está lembrado que acabamos de lançar um programa habitacional de um milhão de casas para ajudar a reativar a indústria da construção civil e, ao mesmo tempo, para diminuir o déficit habitacional no Brasil.

Essas coisas são extremamente importantes, porque, antigamente, quando tinha uma crise, o quê acontecia? Acontecia que o governo parava de investir, aí aumentava-se juro, aumentava-se spread bancário, ou seja, e o Brasil entrava em crise porque diminuiu o emprego. Nós tomamos todas as medidas para evitar que isso acontecesse. Nós estamos, sem nenhum otimismo, vendo melhoras na situação da economia brasileira.

Apresentador: Você está ouvindo o Café com o Presidente, o programa de rádio do Presidente Lula, hoje fazendo uma avaliação da economia. Presidente, o senhor mostrou aí um retrato de como a crise atingiu o nosso país e as medidas adotadas para fortalecer o Brasil. Que números mostram a melhora da economia?

Presidente: Olha, os números que mostram a melhora da economia são, por exemplo, a indústria automobilística brasileira. Ela voltou a produzir em março mais do que ela produziu em março do ano passado.

A Caixa Econômica Federal contratou no primeiro trimestre o dobro do que ela contratou no primeiro trimestre do ano passado. Os programas que nós lançamos, e o fato de nós termos decidido que várias obras do PAC vão começar a trabalhar em dois turnos, pra gente gerar mais empregos, e o crescimento do varejo, ou seja, o varejo no Brasil não decresceu. Ele cresceu. As pessoas estão comprando.

Mais recentemente nós anunciamos a redução de imposto para geladeira, fogão, ou seja, numa demonstração de que o governo está com muita disposição de fazer com que a economia volte a crescer rapidamente, porque não existe milagre. O que existe são medidas concretas para motivar o consumidor brasileiro a consumir, o comércio vender e a indústria produzir. Isso vai gerar emprego, vai gerar renda.

Obviamente, que, ao mesmo tempo, Luciano, nós estamos torcendo para que a crise nos Estados Unidos diminua, para que a crise na Europa diminua, para que a crise no Japão diminua, porque são países, sabe, grandes exportadores, grandes produtores, grandes consumidores, e se eles estiverem bem, a economia mundial tende a estar melhor.

E o Brasil, eu posso assegurar, continua sendo um país com maiores possibilidades de sair dessa crise muito fortalecido, porque a crise chegou aqui, mas não chegou na intensidade que ela está nos Estados Unidos ou que ela está na Europa. Ou seja, nós estamos mostrando que o Brasil estava mais preparado.

E isso não é reconhecido por mim. Isso é reconhecido por todas as instituições multilaterais de financiamento, é conhecido por todos os governos, é conhecido pelo sistema financeiro internacional, de forma que nós precisamos ter tranqüilidade, continuar trabalhando com muita seriedade, saber que a crise é profunda, que é delicada e que o Brasil precisa continuar agindo da forma que está agindo para que a gente sofra menos e possa sair rapidamente dela, fazendo com que o Brasil dê um salto de qualidade.

Apresentador: Muito obrigado presidente Lula. Até a semana que vem.

Presidente: Obrigado, você, Luciano, e até a próxima semana.

Apresentador: O próximo Café com o Presidente vem na próxima segunda-feira. Até lá.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

À beira de concordata nos EUA, GM investe US$ 500 milhões no Brasil

Recursos serão aplicados em nova linha de veículos, chamada Viva.Estreia deverá ser em setembro, com modelo substituto para o Corsa.

A poucas semanas de uma decisão histórica sobre decretar ou não uma concordata nos Estados Unidos, a General Motors confirma um novo plano de investimentos de mais de US$ 500 milhões para o Brasil, terceiro maior mercado mundial do grupo, atrás da China e dos EUA. O dinheiro será aplicado em uma nova família de veículos cujo desenvolvimento está sendo liderado por engenheiros do país.

Essa nova linha de veículos, batizada de Viva, fará sua estreia no fim de setembro, provavelmente com um modelo compacto, futuro substituto do Corsa. Uma picape pequena e um utilitário esportivo para competir com o Ford EcoSport também devem fazer parte dessa linha. Na família que ainda está no forno haverá outro modelo compacto e sedãs, com chegada prevista a partir de 2012.

Recursos próprios

“Todo o investimento virá de recursos próprios”, afirmou o presidente da GM do Brasil e Mercosul, Jaime Ardila. Segundo ele, a subsidiária brasileira está imune a qualquer decisão que a matriz tome nas próximas semanas, seja a de concordata ou de continuidade de uma reestruturação com aval do governo americano, credores e sindicato dos trabalhadores.
Brasil ganha importância nas decisões econômicas mundiais, afirma FMI

Diretor-gerente do Fundo usou país como exemplo de engajamento.Para ele, participação brasileira excede a cota de 1,7% na instituição.

O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, usou o exemplo do Brasil para ilustrar que o engajamento de um país na comunidade internacional é mais importante do que o tamanho de sua cota de representação no FMI na hora de ganhar espaço nas decisões econômicas internacionais.

"O Brasil tem se tornado um dos maiores players da economia mundial. O papel desempenhado pelo presidente Lula faz com que o Brasil tenha um papel (mais) importante (do que o tamanho da cota)", afirmou Strauss-Kahn em entrevista coletiva em Washington, neste domingo (26).

O diretor-gerente do Fundo acrescentou que o espaço conquistado pelo Brasil nas decisões econômicas mundiais foi superior à elevação de sua cota na instituição, que subiu de 1,4% para 1,7% em março de 2008. Segundo ele, a voz conquistada pelo país no cenário mundial é que deve ser avaliada.

Revisão de cotas

Strauss-Kahn ressalvou, porém, não estar dizendo que mudar a cota não seja algo importante. "É algo muito importante, pois a realidade da parcela da cota tem de estar alinhada com a realidade da vida econômica. China, Índia e Brasil não estão esperando pelo aumento na cota para serem ouvidos no conselho do FMI. E acho que no Banco Mundial também."

A avaliação é compartilhada pelo presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick. "Concordo 100% com Dominique", afirmou o executivo do Bird.
Desemprego continua avançando no Brasil e castiga mais os jovens

As estatísticas divulgadas nesta sexta-feira (24) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) devem ser lidas como um sinal de alerta para os sindicalistas. O desemprego continua avançando e deteriorando o mercado de trabalho no Brasil. A população desocupada cresceu 0,5% em março na comparação com fevereiro, elevando a taxapara 9%, a maior desde setembro de 2007.
Os jovens, especialmente os que acabam de ingressar no mercado de trabalho, constituem o segmento mais castigado.

Em termos absolutos, pelo critério do IBGE (mais estreitos do que os do Dieese), o exército de desempregados somou 2,1 milhões de pessoas nas seis regiões metropolitanas pesquisadas, 141 mil a mais do que em fevereiro, o que representa uma alta de 7,3%. A variação absoluta da população ocupada não foi significativa, segundo o IBGE: ficou em 21 milhões, com alta de 9 mil pessoas. Tais informações são compatíveis com as divulgadas pelo Ministério do Trabalho, com base no Caged, que constatou um saldo positivo entre admissões e demissões em março. A taxa subiu em função do crescimento vegetativo da população economicamente ativa que procura vender sua força de trabalho no mercado, estimado em 1,5 milhão de jovens trabalhadores e trabalhadoras.

O rendimento médio real habitual do trabalhador em março foi de R$ 1.321,40, e ficou estável em relação a fevereiro. Já na comparação com março do ano passado, houve um aumento de 5%. O rendimento médio real domiciliar per capita foi de R$ 850,81, e cresceu 1,7% no mês.

Juventude: 21%

A população mais jovem é o segmento que mais sofre com o desemprego. De acordo com a Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego para a faixa etária de 16 a 24 anos subiu para 21,1% em março, a maior desde agosto de 2007. Em fevereiro, a taxa para esse grupo era de 18,9%. O gerente da pesquisa mensal de emprego do IBGE, Cimar Azeredo, explica que a taxa para essa faixa da população é geralmente mais alta porque falta qualificação e experiência, dificultando a inserção no mercado de trabalho. "Com a chegada da crise e um número maior de pessoas procurando trabalho, a qualificação e a experiência vão falar ainda mais alto", disse.No que diz respeito ao desemprego segundo o nível de escolaridade, Azeredo disse que a faixa mais afetada pela crise é a de desocupados com 8 a 10 anos de estudo, ou seja, que não completaram o segundo grau. Para esse grupo, a taxa de desemprego subiu de 10,3% em fevereiro para 11,3% em março.

Procura e oferta

Azeredo disse que o aumento da taxa de desemprego em março reflete um quadro do mercado de trabalho no qual há uma demanda forte por emprego e uma geração insuficiente de vagas. "O mercado não gera postos e a procura é maior do que a oferta, o resultado dessa equação só pode ser o aumento na desocupação", disse.

O número de desocupados (sem trabalho e procurando emprego) voltou ao patamar de 2 milhões nas seis regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE (São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Salvador, Belo Horizonte e Porto Alegre), o que não ocorria desde setembro de 2007. Em março de 2009, segundo a pesquisa mensal de emprego, havia 2,08 milhões de desocupados nas seis regiões, com alta de 6,7% ante março do ano passado.

Segundo Azeredo, um sinal preocupante em março foi a desaceleração no aumento do número de empregados com carteira assinada, que subiu 2,5% ante março de 2008, a menor variação ante igual mês de ano anterior desde agosto de 2003.

O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho de março, divulgado na semana passada, indicou a criação de 34 mil vagas formais no País, após saldo positivo de 9 mil postos em fevereiro. A pesquisa do IBGE, mais ampla, não se restringe ao mercado formal de trabalho, abarcando também assalariados sem carteira assinada.

Setores

A indústria foi o setor da economia mais afetado pelo aumento do desemprego em março, destacou Azeredo. A taxa de desemprego na indústria praticamente dobrou de outubro do ano passado (3,1%), mês que marcou o início dos efeitos da crise na produção industrial, para março deste ano, quando chegou a 6,1%, a maior apurada pelo instituto desde julho de 2003. Em fevereiro, a taxa de desemprego havia sido de 5,4% no setor."Há um cenário econômico que não está favorável, sobretudo para a indústria, e isso tem efeitos no mercado de trabalho", observou Azeredo. Em março, o número de pessoas ocupadas na indústria caiu 1,5% ante fevereiro e recuou 1,2% por cento ante março do ano passado. Por outro lado, as maiores expansões no número de ocupados no mês foram apuradas no grupamento de educação, saúde e administração pública, com alta de 2,0% ante fevereiro e de 3,6% ante março de 2008.

São Paulo

Principal polo concentrador da indústria brasileira, a região metropolitana de São Paulo teve 41 mil postos fechados em março, variação de 2,3% frente a fevereiro. Esse desempenho foi decisivo para que o mercado de trabalho paulista registrasse 1,045 milhão de desempregados. Desde maio de 2007, o contingente de desocupados em São Paulo não ultrapassava a marca de 1 milhão de pessoas.

"Todo processo do mercado se dá como um reflexo do cenário econômico. Se está em crise, vai ter reflexo. O quanto vai afetar, a gente não sabe. O que se vê é uma redução de contingente na indústria, fazendo que tenha uma taxa de desocupação mais alta, o que aponta mais dispensas", observou Azeredo.

O nível de emprego com carteira assinada está em desaceleração. Na comparação com março, houve variação negativa de 0,5%. Em "Pode-se dizer que há uma desaceleração no processo de geração de empregos com carteira. Em relação a igual período no ano anterior, a taxa vinha crescendo acima de 4%", comentou.

Movimento sindical

O avanço do desemprego ameaça as modestas conquistas obtidas pela classe trabalhadora ao longo dos últimos anos nas negociações com o patronato. A mudança do clima nas relações entre capital e trabalho já é sensível nas campanhas salariais, com o patronato aproveitando a conjuntura crítica, que deriva das próprias contradições do sistema capitalista, para impor retrocessos como a redução dos salários e a flexibilização de direitos. O mercado formal de trabalho, que vinha crescendo, agora encolhe, induzindo ao crescimento do precarização.

Resta ao movimento sindical a alternativa de intensificar a mobilização e as lutas em defesa do emprego, dos salários e dos direitos sociais. É imperioso que as centrais consolidem sua unidade e ampliem as pressões para que os capitalistas abram mão de parte dos seus lucros e cessem com as demissões e o Estado nacional tome medidas mais efetivas para contornar a crise e defender a economia nacional, reduzindo radicalmente a taxa básica de juros e o spread bancário, pondo fim ao superávit primário, exigindo contrapartida social (garantia de emprego) aos benefícios concedidos à iniciativa privada. O Brasil precisa crescer a taxas robustas para ampliar a oferta de emprego e reduzir a taxa de desemprego que já é estruturalmente muito alta (uma das maiores do mundo).

A conjuntura fortalece a necessidade de realizar, logo após o 1º de Maio, uma Marcha Emergencial em Brasília pelo Emprego, conforme propõe a CTB.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

GM anuncia o fechamento temporário de 13 fábricas na América do Norte

Unidades nos EUA e México ficarão fechadas por até 9 semanas. Montadora quer alinhar a produção com a queda nas vendas de carros.

A General Motors anunciou nesta quinta-feira (23) que vai fechar temporariamente 13 fábricas nos Estados Unidos e México em uma tentativa de ajustar a produção de veículos afetada pela forte queda nas vendas. Os trabalhadores vão ganhar férias coletivas.

O fabricante declarou em um documento que o fechamento das unidades vai começar em maio e terminar em julho. O número de semanas que a produção ficará interrompida vai variar de fábrica para fábrica, de acordo com a GM. Algumas ficarão fechadas por até nove semanas. Com esta medida, a empresa pretende reduzir a produção de 190 mil veículos.

A montadora afirma que o fechamento temporário das fábricas vai ajudar a controlar os estoques elevados de automóveis e alinhar o ritmo da produção com a nova realidade das vendas. A GM registrou queda de 49% nas vendas no primeiro semestre deste ano.

No total, a GM tem 22 fábricas espalhadas pela América do Norte, além de unidades que produzem motores, peças e a carroceria dos veículos. O fechamento temporário das fábricas pode provocar uma série de demissões para os fornecedores de autopeças para a GM.

A GM, que já recebeu US$ 13,4 bilhões em ajuda federal, informou recentemente que espera outros US$ 5 bilhões do governo, a partir de 1º de junho, para aplicar seu plano de reestruturação.

O Departamento do Tesouro do governo dos Estados Unidos não quis comentar qualquer efeito que o fechamento das fábricas da GM possa ter sobre os planos de reestruturação da montadora.
Toyota mantém liderança mundial, apesar de queda nas vendas

Montadora japonesa vendeu 1,76 milhão de veículos no 1º trimestre.Liderança veio em 2008, após desbancar a GM do reinado de 77 anos.

A Toyota Motor vendeu 1,76 milhão de veículos em nível global entre janeiro e março, com queda de 26,7% em relação a um ano antes. Ainda assim, a montadora japonesa mantém o primeiro lugar em vendas do setor no mundo.

A posição foi conquistada em 2008 ao desbancar a General Motors (GM), que estava na liderança mundial havia 77 anos.

Olhando apenas a controladora, que exclui caminhões e carros comercializados pelas subsidiárias Hino Motors Ltd. e Daihatsu Motor Co., as vendas diminuíram 28%, para 1,53 milhão de unidades.
Comitê da Opel anuncia oposição à entrada da Fiat

'Conhecemos a noiva', disse o presidente do comitê, Klaus Franz.Fiat assinará uma carta de intenções na próxima terça-feira (28).

O presidente do comitê de empresa da Opel, Klaus Franz, anunciou nesta quinta-feira (23) uma "forte resistência" à suposta entrada do fabricante italiano Fiat na Opel, filial da americana General Motors. "Conhecemos a noiva", disse Franz, para quem a Fiat não é a parceira estratégica de que a Opel precisa.
Segundo informações do jornal italiano "Il Sole 24 Ore" e da revista alemã "der Spiegel", a Fiat está disposta a ser o investidor que a Opel busca e inclusive obter a maioria da empresa. A revista alemã acrescenta, em seu site, que as duas empresas assinarão na próxima terça-feira (28) uma declaração a respeito, o que não foi confirmado pelos protagonistas.
O primeiro-ministro do estado federado alemão de Hesse, onde fica a sede da Opel na Alemanha, Roland Koch, declarou que "ainda não há nada decidido".
Acrescentou que a Opel mantém simultaneamente conversas com uma série de potenciais parceiros, entre eles o consórcio austríaco-canadense Magna.
Para Koch, o importante neste momento é que há interessados na Opel, pois isso torna a empresa automobilística "cada dia mais forte".
Canadá e EUA preparam fundo para moratória da GM e Chrysler

Governo canadense pode oferecer até US$ 6 bilhões, diz jornal.Contribuição reflete a cota de produção automobilística do país.

O Canadá negocia com os Estados Unidos criar um fundo de US$ 40 bilhões para que as fabricantes General Motors (GM) e Chrysler superem as primeiras fases de uma moratória, afirmou nesta quinta-feira (23) a imprensa local.
O jornal "The Globe and Mail" publicou que as autoridades canadenses estão preparadas para oferecer até US$ 6 bilhões à General Motors e à Chrysler, como parte de um pacote financeiro pactuado com Washington, caso as duas empresas se declarem em moratória.A contribuição canadense a esse fundo reflete a cota de produção automobilística do país, cerca de 15% do total da América do Norte.

O jornal canadense afirmou que as duas companhias tinham solicitado inicialmente que os Governos dos Estados Unidos e do Canadá emprestassem ou garantissem até US$ 125 bilhões.
Segundo as fontes consultadas pelo jornal, as duas empresas estão preparadas há semanas para se declarar em quebra nos dois países, e a Chrysler poderia ir aos tribunais nos próximos dias.
As autoridades de Washington e Ottawa deram à Chrysler até 1º de maio para que reestruture sua dívida e obrigações financeiras. Se não conseguir fazer isso antes dessa data, a companhia terá que se declarar em moratória, diante da falta de liquidez e de crédito para continuar operando. A General Motors tem até 1º de junho para terminar sua reestruturação.
As duas empresas indicaram que embora prefiram se restruturar sem a tutela dos tribunais, estão preparadas para se declarar em moratória se não chegarem a acordos satisfatórios com os detentores de dívida e os representantes dos trabalhadores.
1º de Maio de Luta homenageará o sindicalista Santo Dias e Ayrton Sena

A CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), UGT (União Geral dos Trabalhadores), NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores), se uniram com o Instituto Ayrton Senna para organizar as atividades comemorativas do Dia Internacional do Trabalhador, em homenagem ao operário Santo Dias da Silva, assassinado pela Polícia Militar de São Paulo em 1979, durante uma greve dos metalúrgicos, e ao tricampeão mundial de Fórmula 1, Ayrton Senna, que morreu no dia 1º de maio de 1994.

Exposição vitória: um presente ao trabalhador
Como parte das atividades do Dia do Trabalhador, foi inaugurada, na última quarta-feira, a exposição “Vitória”, na Galeria Prestes Maia, em homenagem a Ayrton Senna, com exibição de troféus, capacetes, kart, fotos, macacões e a Lotus amarela pilotada por Senna na temporada de 1987, quando conquistou sua primeira vitória no GP de Mônaco. Além das peças raras, a exposição tem uma sala do personagem Senninha, onde as crianças podem assistir ao filme “Para ser um campeão”, e uma loja com produtos Ayrton Sena.

A inauguração da exposição contou com a presença dos presidentes das centrais sindicais (CTB, UGT, NCST), da irmã do tricampeão, Vivyane Senna, do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e diversas autoridades e lideranças sindicais.
José Calixto Ramos, presidente da NCST, destacou a importância de Ayrton Senna para o povo brasileiro. Ricardo Patah, presidente da UGT, lembrou que o tricampeão representa raça e disposição de vencer.

Wagner Gomes, presidente da CTB, falou sobre a importância da unidade das centrais no dia 1º de Maio que vai homenagear o operário Santo Dias da Silva e Ayrton Senna, lembrando que ambos têm profunda identificação com os trabalhadores, pois representam a garra, determinação e espírito de luta dos brasileiros. Ao lembrar as madrugadas em que ficava acordado para assistir as corridas de Fórmula 1, Wagner Gomes emocionou a irmã do tricampeão.

Vivyane Senna disse que a homenagem das centrais ocorre no momento em que o Instituto Ayrton Sena completa 15 anos. O Instituto tem o objetivo de desenvolver projetos educacionais que atendem mais de 11 milhões de crianças, em 1372 municípios.

Vontade de vencer

Em entrevista exclusiva ao Portal CTB, Vivyane falou sobre a emoção de ver o quanto as pessoas admiram Ayrton Senna, o campeão que mantém acesa a chama da vontade de vencer, e ressaltou que as centrais sindicais estão de parabéns por promover eventos representativos, que deverão atrair um grande público, tanto na exposição como no show previsto para ocorrer entre a Avenida São João e a praça Júlio Mesquita, no 1º de Maio.
Entre as atrações previstas para o Dia do Trabalhador está a apresentação do cantor Daniel, KLB, Lecy Brandão, entre outras estrelas populares. Viviane Senna, presidente do Instituto Ayrton Senna, também prestigiará o evento.
Novos sinais de agravamento da crise do capitalismo nos Estados Unidos

Mais de 6 milhões de pessoas recebem o benefício. Venda de imóveis usados recuou 3% em março. Produção industrial caiu 20% no primeiro trimestre. Empresas amargaram queda de 85% nos lucros em 2008.

Alguns indicadores econômicos divulgados ao longo desta semana sinalizam que a crise do capitalismo norte-americano ainda não atingiu o fundo do poço e continua se agravando. O principal deles diz respeito ao desemprego. O número total de norte-americanos que recebem auxílio-desemprego na maior economia capitalista do mundo saltou 93 mil, alcançando 6,137 milhões na semana encerrada no dia 11 de abril. É o maior nível desde que o governo dos EUA começou a acompanhar os pedidos, em 1967.

A taxa de desemprego referente aos trabalhadores com direito ao benefício e que recebem o auxílio-desemprego aumentou 0,1 ponto porcentual, para 4,6%, o maior nível desde janeiro de 1983. Já o número de trabalhadores norte-americanos que entraram pela primeira vez com pedido de auxílio-desemprego nos EUA aumentou em 27 mil na semana encerrada no último sábado (dia 18), após ajustes sazonais, para 640 mil, informou nesta quinta-feira (23) o Departamento de Trabalho do país.

A média móvel de pedidos feitos em quatro semanas - calculada para suavizar a volatilidade do dado - caiu 4.250, para 646.750. Nos EUA, as normas sobre o auxílio-desemprego variam de Estado para Estado e nem todos os desempregados têm direito ao benefício. Junto com o emprego, os trabalhadores e trabalhadoras também estão perdendo suas residências, de modo que o número de sem-tetos tem crescido de forma assustadora nas cidades da economia capitalista mais rica e poderosa do mundo, dando forma real a uma contradição aberrante: de um lado cresce o número de indivíduos sem-teto, enquanto de outro avançam os despejos e a quantidade de residências vazias, colocadas à venda, mas sem compradores, traduzindo a superprodução de imóveis.

Imóveis

Também nesta quinta-feira, a Associação Nacional de Corretores de Imóveis informou que as vendas de imóveis usados no país caíram 3% em março para a taxa anualizada de 4,57 milhões, de 4,71 milhões em fevereiro. O preço mediano para um imóvel usado em março foi de US$ 175.200, queda de 12,4% em relação ao preço mediano de março de 2008. O economista da associação Lawrence Yun disse que o mercado vem sendo impulsionado por compradores em busca do primeiro imóvel. Em comparação anual, as vendas caíram 7,1% em março. O volume de solicitações de empréstimos imobiliários encolheu 11% na semana terminada no dia 10 deste mês.

Lucros despencam

O lucro das empresas estadunidenses também afundou no pântano da crise. As 500 maiores empresas americanas amargaram uma queda de 85% nos seus lucros em 2008. Foi o pior resultado em mais de cinco décadas, de acordo com reportagem publicada domingo (19) na revista "Fortune".

O total dos lucros recuou de US$ 645 bilhões para US$ 98 bilhões. A seguradora AIG teve a pior perda de posições em ranking. "Os suntuosos lucros que os Estados Unidos registraram nos anos passados não formam parte de uma nova ordem mundial e sim uma bolha que, como o resto, explodiu com estrépito", afirma a revista.

"Os lucros caíram 84,7% desde o ano anterior, passando de US$ 645 bilhões para US$ 98,9 bilhões", detalha a revista, que acrescentou que 2008 "supôs o pior desempenho nos 55 anos de história da lista Fortune 500", que reúne as maiores empresas dos Estados Unidos.

Sem deixar lugar para surpresas, os setores mais atingidos foram o financeiro e o automotivo, com perdas de US$ 214,3 bilhões para o primeiro, dos quais US$ 99,3 bilhões correspondem a uma única firma, a seguradora AIG. A AIG, além disso, sofreu a pior queda da lista das 500 maiores, migrando do 13º posto para o 245º.

Recessão avança

A produção industrial dos Estados Unidos retraiu-se mais que o esperado em março, em 1,5%. As informações foram divulgadas pelo Federal Reserve, nesta quarta-feira (15). A produção atingiu o nível mais baixo desde dezembro de 1998.

No primeiro trimestre do ano, a queda, segundo taxa anualizada, foi de 20%, a maior da atual recessão, que começou em dezembro de 2007.

A queda da atividade em março marcou o sexto mês consecutivo de leitura negativa e segue o recuo revisado de 1,5% de fevereiro. Economistas consultados pela Reuters previam uma baixa de 1% para março.

Ociosidade

O nível de utilização da capacidade instalada ou de ociosidade da indústria caiu para 69,3% em março, o menor patamar da série histórica iniciada em 1967.

Conforme levantamento do Federal Reserve (Fed), em março, o setor manufatureiro verificou recuo de 1,7% na produção e o de mineração teve queda de 3,2%. Em serviços essenciais, no entanto, a atividade subiu 1,8%. Em fevereiro, todas as taxas foram negativas, em 0,6%, 1% e 7,7%, respectivamente.

Deflação

A depressão das atividades econômicas e o recuo conseqüente da taxa de consumo deprimiu os preços das mercadorias e está provocando deflação. O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos caiu 0,1% em março, invertendo a direção registrada um mês antes, de avanço de 0,4%.

No acumulado dos 12 meses terminados em março, o indicador de preços teve deflação de 0,4% e o núcleo do índice, que desconta alimentos e energia, aumentou 1,8%. De acordo com o "Wall Street Journal", é o maior declínio anual desde agosto de 1955. A queda ficou em linha com a previsão dos economistas.

Riscos

A evolução crítica do nível de emprego e de outros indicadores levaram o economista Larry Summers, principal assessor econômico do presidente Barack Obama, a alertar que a economia americana continua correndo riscos importantes. "A evolução da economia é, como já disse, mais contrastada, mas é verdade também que devemos ser prudentes, já que o caminho da recuperação é longo, riscos importantes persistem e devemos estar preparados para enfrentar imprevistos", afirmou

Summers ao canal NBC.Summers fez referência à "persistência de problemas na economia mundial, assim como no setor imobiliário".

"Não sabemos e não podemos saber com certeza o que acontecerá, existem verdadeiros riscos ao longo do caminho. Ninguém está em condições de cantar vitória", complementou o assessor da Casa Branca, num recado que contraria opiniões otimistas divulgadas por algumas autoridades econômicas do império ao longo dos últimos dias.
Mirando 2010, Serra evita aderir ao programa Minha Casa

Enquanto a maioria dos estados busca formas de ampliar a participação no programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, com o qual o governo federal pretende construir 1 milhão de moradias em todo país, o governo de São Paulo, comandado por José Serra (PSDB), tenta de todas as formas criar obstáculos para que o programa seja adotado em São Paulo. Estado que, é bom lembrar, concentra o maior déficit habitacional do país e já tem mais de meio milhão de famílias inscritas na fila à espera da casa própria.

O Plano habitacional do governo federal prevê que o Estado de São Paulo tenha o maior lote de moradias. Estão previstas no programa do governo federal 183.995 casas ou apartamentos só para o Estado de São Paulo. O déficit habitacional é bem maior em São Paulo que em qualquer outro Estado do Brasil. Faltam 1.478.495 moradias no Estado.

Segundo observadores da política paulista, a postura do governador Serra "é puro jogo eleitoreiro, com vistas exclusivamente a 2010". Serra estaria incomodado com o fato do governo federal ficar com os "bônus" do programa, chefiado pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, possível rival de Serra nas eleições presidenciais de 2010.

Os argumentos levantados pelo governo paulista contra o programa são de ordem burocrática. Serra quer que a verba destinada ao programa seja administrada pela CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano), para, através dela, fazer os contratos com as construtoras e o gerenciamento das obras.

Para a opinião pública, o tucano usa como desculpa para não aderir ao programa que não concorda que o Estado só doe o terreno e cadastre as famílias. Ele quer, também, participar da construção dos imóveis.

Na verdade, os tucanos reivindicam o dinheiro porque a CDHU contingencia recursos para o superávit do Estado.

Para a secretária nacional de Habitação do Ministério das Cidades, Inês Magalhães, as condições impostas por São Paulo para aderir ao "Minha casa, minha vida" não são consistentes. Segundo ela, o programa federal não prevê esse repasse de verba, reivindicado pelo governador José Serra, para que Estados e municípios façam a construção dos imóveis.

Nesse programa habitacional de 1 milhão de casas, a prioridade é construir do zero para gerar emprego. "Os Estados podem continuar com seus programas (habitacionais) e ainda aderirem ao Minha casa, minha vida", explica a secretária ao rebater outra justificativa do governo paulista: a de que através de sua empresa de habitação já se constrói residências em São Paulo.

"Já há R$ 1 bilhão de recursos do PAC disponível para a CDHU", lembra ela, mostrando que a companhia habitacional paulista (leia nota acima) já é contemplada com recursos do governo federal.

Pelo programa federal, as construtoras privadas recebem os recursos para a construção das casas mediante projetos aprovados pela União. Os imóveis são financiados para famílias com renda de até três salários mínimos (R$ 1.395, atualmente), que pagarão prestações equivalentes a R$ 50,00 (hoje) por 10 anos.

Na interpretação do deputado estadual Simão Pedro (PT), coordenador da Frente Parlamentar de Habitação e Reforma Urbana paulista: "a atitude do Estado é política, e não técnica. Serra evita a adesão por considerar que o programa dará visibilidade à candidatura (presidencial) de Dilma."

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Diretor informa que GM dará calote de US$ 1 bi em junho

O diretor financeiro da General Motors, Ray Young, afirmou que a companhia não planeja fazer o pagamento de US$ 1 bilhão em dívida que vence em 1º de junho, de acordo com o Wall Street Journal. O executivo disse que a GM, outrora a mais poderosa indústria do mundo, está dependendo de uma bem sucedida troca de dívida por ações ou de uma proteção judicial para reduzir dramaticamente suas obrigações financeiras. Em outras palavras, está falida e só se mantém de pé graças a generosas doações do governo Obama, estimadas em cerca de 20 bilhões de dólares, que cairão na conta dos contribuintes norte-americanos.

Falando nos bastidores de uma conferência sobre a indústria automotiva em Detroit, Young disse que a GM vai lançar uma oferta de troca de dívida por ações nos próximos dias, com intenção de reduzir o ônus de US$ 28 bilhões que carrega atualmente. Segundo o executivo, a companhia precisa agir rapidamente para iniciar a oferta a tempo de concluí-la até 1º de junho.

De acordo com Young, a montadora está determinada a se reestruturar e a voltar a operar sozinha em breve. Young afirmou que um pedido de concordata é provável, mas sugeriu que a companhia tem todo o apoio do governo dos EUA. "Eles querem que nós sejamos uma companhia viável", disse Young.O executivo afirmou que as negociações com o sindicato United Auto Workers (UAW) em relação à reestruturação da dívida de US$ 20 bilhões em obrigações com planos de saúde de funcionários estão atualmente suspensas, pois o sindicato está negociando um acordo de última hora com a Chrysler. Young disse ainda que a GM está nos estágios iniciais da busca por um investidor externo para sua unidade alemã, a Opel.

O executivo afirmou também que a GM não descarta fazer um acordo com a montadora italiana Fiat, que está atualmente tentando fechar uma aliança com a Chrysler.
Centrais rejeitam discriminação e querem ampliar seguro-desemprego de outras categorias

Líderes de centrais sindicais voltaram a reivindicar nesta quarta-feira a extensão da ampliação das parcelas seguro-desemprego para outros setores e ramos da economia que também sofreram cortes expressivos nas vagas desde dezembro. Em reunião com ministro do Trabalho, Carlos Lupi, os representantes dos trabalhadores apresentaram uma lista de atividades produtivas afetadas que não foram contempladas com a ampliação do prazo do benefício para sete meses, entre eles frigoríficos e a indústria de calçados.

Em fevereiro, o Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) anunciou a ampliação dos prazos mínimo (de três para cinco meses) e máximo (cinco para sete meses) do seguro para 42 setores em 16 estados, contemplando cerca de 103,7 mil trabalhadores.

Em nota divulgada no dia 16 de fevereiro, a CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) condenou a restrição do benefício e a discriminação das categorias contempladas pelo Ministério do Trabalho. Na opinião do presidente da Central, Wagner Gomes, a ampliação do prazo do seguro-desemprego deve ser estendida a todas as categorias, sem exceções.

Outra integrante da lista é a indústria metalúrgica - já contemplada, mas estranhamente só em São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina e Amazonas. As centrais pedem que o setor também seja beneficiado nos outros Estados, onde a categoria também sofre com as demissões. A próxima reunião do Codefat será no dia 15 de maio. Leia abaixo a íntegra da nota da CTB sobre o tema:

Discriminação na concessão do seguro-desemprego é inaceitável

A CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) considera inaceitável a intenção de restringir a ampliação do prazo do seguro-desemprego de cinco para sete meses a algumas categorias cujo mercado de trabalho está sendo relativamente mais afetado pela recessão exportada dos EUA. A dilatação do tempo em que o trabalhador (a) demitido (a) pode usufruir o benefício é bem vinda, é necessária e ajuda a enfrentar os efeitos da crise, tanto do ponto de vista social, amenizando os efeitos perversos do desemprego para as famílias assalariadas, quanto econômico, ao contribuir para sustentar, em certa medida, o consumo popular e a demanda em queda.

Discriminar categorias de trabalhadores é, porém, injustificável, ainda mais quando se sabe que o patrimônio do Fundo de Amparo ao Trabalhador ascende a centenas de bilhões de reais, de forma que o gasto com seguro-desemprego é relativamente insignificante. Além disto, mesmo tendo recuado significativamente nos dois últimos anos, o tempo médio em que o trabalhador e, principalmente, a trabalhadora permanecem desocupados nas metrópoles brasileiras é altíssimo, ficando em torno de 12 meses em São Paulo e ultrapassando 16 meses na Bahia.

A CTB, como outras centrais sindicais, defende a ampliação do seguro-desemprego para 10 meses para todas as categorias de trabalhadores, assim como o aumento do valor do benefício, sem exclusões ou discriminações, de forma a que nos aproximemos dos padrões mais avançados verificados em países como Alemanha e França. Esperamos que, em nome do bom senso, da igualdade e da universalização dos direitos sociais, o Ministério do Trabalho e Emprego e o Condefast reconsiderem a idéia de limitar a ampliação do prazo do benefício, que deve ser estendido, sem discriminação, ao conjunto da classe trabalhadora, inclusive os que não estão no mercado formal de trabalho.
Argemiro Ferreira: Obama sob pressão nos cem dias de poder

Obama avança a duras penas. Para aliados à esquerda, o ritmo é lento. Para a oposição conservadora - como Cheney deixou claro esta semana na entrevista a Sean Hannity, da Fox News - o que está sendo feito já representa ameaça ao país. Sem tortura e criticada pelo que faz, sugeriu ele, a CIA será incapaz de prevenir ataques como o 11/9. E mais: acenos a Cuba e troca de sorrisos com a Venezuela expoem fraqueza uma intolerável. A análise é de Argemiro Ferreira.

Por Argemiro Ferreira, em seu blog

Depois das viagens à Europa e à América Latina, o presidente Barack Obama é cobrado pela oposição interna à direita (onde o ex-vice Dick Cheney e outros, na tela da Fox, só faltaram expô-lo ao país como anti-americano e até ameaça à segurança nacional) e à esquerda (por críticos aliados do Partido Democratas, impacientes ante a aparente timidez na mudança de rumo da política externa).

A contradição resulta do próprio jogo de cintura que permitiu a Obama chegar à Casa Branca. Na campanha ele teve de temperar a pregação de mudança (o seu Change era proclamado em toda parte) e às vezes distanciar-se dos mais firmes na exigência de compromisso maior com ela. Equilibrava-se, por exemplo, na corda bamba policiada pelos lobbies de Israel e da máfia cubana de Miami.

Claro que não são os únicos lobbies. Com ginástica idêntica sua campanha teve de conter ainda o das armas, da poderosa NRF, Asssociação Nacional do Rifle, e outros. Mas no campo da política externa aqueles parecem emblemáticos. O exercício da presidência exclui naturalmente a ambiguidade do candidato, já que exige decisões. E por causa delas Obama agora tornou-se alvo permanente.

Um refém das políticas de Bush?

A preocupação maior para o processo de tomada de decisões no novo governo é o próprio legado do antecessor. Como libertar-se da camisa de força deixada pela dupla Bush-Cheney, que ameaça manter Obama como refém? Se antes o repúdio à aventura neoconservadora era quase unânime, devido ao acúmulo de desastres dos últimos oito anos, porque seria tão difícil mudar o rumo agora?

A desintegração econômica, outro legado desastroso do governo Bush, exigiu a atenção imediata e prioritária do presidente para o esforço de recuperação. Decisões críticas em outras áreas têm sido retardadas mas terão de ser enfrentadas. Ao mesmo tempo a oposição conservadora reorganiza-se. Até já produziu o espetáculo nacional das tea parties, cortesia do império Murdoch de mídia sob o disfarce de “evento popular”.

Obama avança a duras penas. Para aliados à esquerda, o ritmo é lento. Para a oposição conservadora - como Cheney deixou claro esta semana na entrevista a Sean Hannity, da Fox News - o que está sendo feito já representa ameaça ao país. Sem tortura e criticada pelo que faz, sugeriu ele, a CIA será incapaz de prevenir ataques como o 11/9. E mais: acenos a Cuba e troca de sorrisos com a Venezuela expoem fraqueza intolerável.

É repulsivo ver a dupla Bush-Cheney queixar-se de Obama por não fazer cara feia para o presidente Hugo Chávez, que ousou festejá-lo em Trinidad e Tobago, na V Cúpula das Américas, e oferecer de presente a tradução inglesa de As Veias Abertas da América Latina, o livro de Eduardo Galeano que toda uma geração leu em espanhol e português na tentativa de entender melhor a história e a tragédia do continente.

O meio século de contradições

O pouco que Obama já fez, na visão oposicionista republicana, ultrapassou todos os limites. Não só na América Latina. Ele é cobrado ainda pelo excesso de gentileza no G-20 e na Europa, onde cometeu o impatriotismo de prometer uma reversão da arrogância de Bush, que afrontou aliados tradicionais como França e Alemanha. Note-se que nada, por enquanto, foi além de simbolismo e promessas implícitas.

Em relação à América Latina, horroriza os conservadores o conjunto crescente de países determinados a superar a equação obsoleta da guerra fria. Quanto a Cuba, que sobrevive ao embargo americano de quase 50 anos e continua fora da OEA (Organização dos Estados Americanos) por imposição dos EUA, Obama corre até o risco de um repúdio público e unânime de todos os outros 33 países.

De qualquer forma, foram significativas tanto as medidas já decididas em relação a Cuba (fim das restrições mantidas pelo governo Bush sobre viagens e remessas de dinheiro de cubano-americanos), como a disposição de conversar e negociar. E ainda o elogio às declarações de Raúl Castro de que está preparado para diálogo substantivo, sem veto a qualquer questão.

É bom não esquecer que o pretexto dos EUA para isolar Cuba no continente por tanto tempo foi a suposta falta de democracia e violação de direitos humanos. Mas à época da decretação do embargo, a expulsão de Cuba da OEA só tinha sido possível porque o governo de Washington comprou, com suborno, alguns votos de ditadores – como Papa Doc, do Haiti, e Anastasio Somoza, da Nicarágua.

Entre o sonho e a realidade

Da mesma forma, os EUA impuseram condições para realizar (em Miami, 1994) a I Cúpula das Américas. Excluiram Cuba a pretexto de não ser uma democracia. O fato de ter sido o Peru governado 10 anos (até 2000) pela ditadura de Alberto Fujimori e seu homem-forte Vladimiro Montesinos (torturador formado na School of the Americas, do Exército americano, hoje WHINSEC) nunca incomodou.

Fujimori responde hoje por crimes contra a Humanidade. O facínora Montesinos, ex-espião da CIA, foi mais tarde condenado por corrupção, roubo, narcotráfico e tráfico de armas. E enquanto Cuba era punida com embargo, sucessivos governos dos EUA mantiveram relações promíscuas com as ditaduras da Argentina, Brasil, Chile, Uruguai, etc, etc - algumas delas instaladas graças à ajuda americana.

Compreende-se a impaciência dos aliados mais à esquerda do Partido Democrata. Não sonhavam tolerar governo até certo ponto refém das políticas desastrosas de Bush. Mas sabiam desde a campanha do risco de se apoiar candidato com agenda capaz de abrigar tendências múltiplas. Apostaram na promessa de mudança e terão o fim da era Bush, mínimo esperado. Quanto ao resto, terão de ser realistas.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

EUA darão nova ajuda às montadoras Chrysler e GM

Chrysler deverá receber US$ 500 milhões e GM US$ 5 bilhões.Sindicato nos Estados Unidos pressiona a Casa Branca.

A administração Obama vai disponibilizar US$ 500 milhões à Chrysler LLC até o final do mês, enquanto a montadora procura formar uma aliança com a Fiat, anunciou nesta terça-feira (21) um relatório independente sobre o plano do Departamento do Tesouro de resgate às empresas. Ao longo de maio, o governo também concederá até US$ 5 bilhões para ajudar na reestruturação da General Motors. O objetivo é evitar que companhia chegue à concordata.

O sindicato nacional dos trabalhadores no setor automobilístico (United Auto Workers, ou UAW) exortou seus filiados a pressionar a Casa Branca por telefone e e-mail para garantir que os operários e aposentados recebam tratamento justo nas negociações conduzidas com as duas empresas em torno de novas concessões, que são vistas como cruciais para sua sobrevivência.

"Precisamos que o presidente Obama e sua força-tarefa do setor automotivo defendam os interesses dos trabalhadores e aposentados nessas negociações de reestruturação", disse o sindicato em seu Web site, em apelo dirigido a seus filiados. O UAW representa cerca de 26 mil operários da Chrysler e 62 mil da GM.

Juntamente com os bancos e os detentores de títulos de dívidas das empresas, o sindicato vem sendo pressionado a ajudar a Chrysler e a GM a reduzir suas dívidas, para que possam se reestruturar.

Para o UAW e as montadoras, a questão central é fechar um acordo sobre a reestruturação financeira de um fundo multibilionário de atendimento médico aos operários aposentados.
A força-tarefa do governo não acredita que a Chrysler conseguirá se manter em pé sozinha e mediou acordos em Washington e Detroit esta semana para averiguar a possibilidade de uma parceria com a Fiat.

A administração Obama ofereceu até US$ 6 bilhões para ajudar a financiar a aliança, que daria à Chrysler acesso à tecnologia de carros pequenos da Fiat e à montadora italiana uma plataforma para a produção de caminhões leves, além de uma rede robusta para a venda de seus veículos nos Estados Unidos.
Após redução do IPI, espera por carro novo chega a dois meses

Com a crise, vendas haviam despencado no fim do ano passado. Brasileiros aproveitam desconto para comprar modelos mais completos.

Depois de assistir as vendas despencarem no final do ano passado, as concessionárias agora nem se lembram da crise. Há modelos com até dois meses de espera. “É por causa do IPI”, revela o contador Getúlio Gonçalves. Logo, outro vem atrás. “Eu comprei um na semana passada e trouxe o meu tio para comprar o dele”, conta o motorista Roberto Mauro da Cunha. É assim desde que o brasileiro experimentou o desconto no imposto. Faturar está fácil, entregar, nem tanto.

“O que aconteceu quando veio o início da crise, as fábricas diminuíram a produção. Com isso, houve a redução dos estoques, tanto nas revendas, quanto nas fábricas. Quando veio a redução do IPI e o aquecimento novamente do volume, alguns produtos ficaram prejudicados”, explica o vice-presidente nacional da Fenabrave, Joel Jorge Pasqualin. “Nós temos carros com fila de espera de 60 dias”, diz o gerente Bruno de Araújo Fiúza. “Você espera pelo desconto. Nós demos o nosso carro usado de entrada, ficamos com o carro até a entrega do novo. Então, para nós foi vantagem”, afirma o empresário Cleuber Gonçalves.

Carros mais completos

Muitos ainda aproveitam o desconto para escolher veículos mais completos. Em vez, do básico. “Vai vir no carro a direção, vidro e trava”, conta o autônomo Ricardo Ferreira. Por isso, algumas vezes, o maior tempo de espera não é por um modelo popular. É por um carro com motor um ponto seis, ar e direção. A revenda não tem nenhum nem para mostrar para o cliente. Quem quiser comprar com a redução do IPI compra. Levar é que são elas. “Um dos modelos nós estávamos pedindo 90 dias para entrega. Hoje eu recebi um comunicado da fábrica, que voltou a produção em maior escala. Então, agora, você vai esperar somente 45 dias”, revela o gerente de vendas Maurício Turquia. Somente um mês e meio? “Incomodado eu já estou. Eu já queria estar com o carro, mas já que é assim”, diz o representante comercial Luiz Fernandes Machado. E dois meses de espera? Para o motorista Silvano Lúcio nada que se compare ao tempo até conseguir o primeiro carro zero. “Seis a sete anos pelejando. Aí consegui juntar um dinheirinho para pegar um. É um sonho”, afirma.
Contra a crise, CTB propõe marcha emergencial pelo emprego

A Executiva Nacional da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), reunida em São Paulo, nos dias 16 e 17 de abril, aprovou uma resolução política na qual conclama as centrais sindicais a consolidar a unidade e a aliança com outras organizações dos movimentos sociais para enfrentar os efeitos da crise do capitalismo e propõe a realização de uma marcha emergencial a Brasília em defesa do emprego.
Reunião aprovou documento com 12 pontos

Por uma Marcha Emergencial pelo emprego

A conjuntura política mundial e nacional segue tendo como centralidade o enfrentamento dos efeitos da crise capitalista contemporânea. Os governos das economias centrais, capitaneada pela estadunidense, investem trilhões de dólares para resgatar o sistema financeiro e garantir a sobrevivência do ideário capitalista, mas não estão preocupados com o sofrimento dos mais pobres.

Com a cumplicidade dos governantes, os patrões tratam de jogar o ônus da crise sobre os assalariados, demitindo em massa, reduzindo salários e intensificando a precarização das relações de trabalho.

No Brasil, aqueles que disputam uma saída conservadora para a crise em desenvolvimento o fazem refugiando-se nos cofres do erário público, conseguindo canalizar bilhões de reais às suas atividades econômicas, ao mesmo tempo em que pressionam para que a política macroeconômica do atual Governo continue no seu rumo conservador, sobretudo pela continuidade da escandalosa taxa de juros e dos spreads bancários, assim como do superávit primário.

O Governo Lula adota decisões setoriais importantes, ampliando investimentos públicos estratégicos como instrumentos anticíclicos, cabendo destacar o projeto de construir 1 milhão de residências populares, um sinal de que o pensamento em prol do desenvolvimento econômico vem ocupando um relativo espaço político no Palácio do Planalto.

Todavia, tais medidas não vêm acompanhadas de maiores garantias à classe trabalhadora brasileira, de contrapartidas sociais, particularmente da manutenção e ampliação de postos de trabalhos cobrada pelo movimento sindical brasileiro. Falta a devida convicção de que o enfrentamento da crise requer, prioritariamente, a preservação e expansão do nível de emprego e a proteção dos trabalhadores e trabalhadoras, o que contribuirá para estimular o mercado interno, o consumo, o comércio e a produção.

Por outro lado, cresce a resistência dos povos, dos trabalhadores e trabalhadoras em defesa dos seus legítimos direitos, a denúncia do caráter estrutural dessa crise do modo de produção capitalista, a consciência de que nossa classe não é responsável por sua ocorrência e que a solução definitiva para crises desta natureza só será alcançada com a conquista do socialismo. A França, com suas grandiosas paralisações nos últimos três meses, deve servir como referência à estratégica e necessária unidade política de todas as organizações que representam o trabalho.

No Brasil, a vitoriosa experiência das manifestações do dia 30/03/09 (que integraram uma jornada internacional de luta em defesa da classe trabalhadora contra a exploração, liderada pela Federação Sindical Mundial) revelou que a unidade entre as centrais sindicais brasileiras é o caminho para enfrentar as chantagens do capital e as dubiedades do governo federal.

Com o intuito de ampliar a mobilização, a Executiva Nacional da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB - reunida nos dias 16 e 17 de abril, propõe que imediatamente após as manifestações do 1º de Maio as Centrais Sindicais, em aliança com os demais integrantes dos movimentos sociais, construam uma Marcha Emergencial em Brasília pelo Emprego, levantando bandeiras e descortinando caminhos que aglutinem o conjunto do movimento, tais como:

1. Instalação formal de um comitê anti-crise, com funcionamento regular e a representação dos trabalhadores e trabalhadoras;

2. Medidas imediatas para agilizar a execução dos investimentos públicos e do PAC e destravar os obstáculos neste sentido, constituindo ao mesmo tempo um comitê de controle social desses investimentos, essenciais para garantir o crescimento econômico;

3. Condicionar a concessão de benefícios públicos de qualquer natureza (creditícios, fiscais ou outros) a contrapartidas sociais, garantindo da manutenção e ampliação do nível de emprego;

4. Fim do fator previdenciário;

5. Democratização do Conselho Monetário Nacional e redução drástica e imediata da taxa de juros pelo Banco Central;

6. Fim do superávit primário;

7. Ratificação da convenção 158 da OIT;

8. Transformação da Medida Provisória que regulamenta a política de valorização do salário mínimo em Lei;

9. Implantação imediata da reforma agrária e fortalecimento da agricultura familiar; fim do trabalho escravo e degradante no país;

10. Redução da jornada de trabalho sem redução de salários;

11. Contra a criminalização dos movimentos sociais;

12. Por um novo projeto de desenvolvimento nacional, com soberania e valorização do trabalho; pelo socialismo.
Altamiro Borges: TV Globo e jagunços disparam contra o MST

O Fantástico, da TV Globo, disparou covardemente contra o MST na noite de domingo (19). Ao noticiar os violentos confrontos na Agropecuária Santa Bárbara, na região de Xinguara, no sul do Pará, ele acusou os sem-terra de terem invadido a fazenda, atirado em “seguranças” da empresa e de terem feito jornalistas de “reféns”, usando-os como “escudo humano” no meio de um tiroteio. Num espetáculo deprimente, a emissora exibiu cenas de sangue, agressões e humilhações. Só faltou acusar os líderes do MST de “terroristas” e “bandidos”. As imagens induziram a isto!

Por Altamiro Borges*
A TV Globo só não realçou que a fazenda ocupada desde fevereiro por 120 famílias de sem-terra pertence ao Banco Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas, investigado por crimes financeiros e que se jacta da sua influência sobre a mídia. Também não explicou porque os quatro jornalistas chegaram ao local num avião fretado pela Santa Bárbara, o que poderia indicar a encenação de uma emboscada. E não esclareceu que os tiros diante das câmeras de TV foram disparados por jagunços contratados pela empresa — e não meros seguranças. Os jornalistas ficaram sempre atrás dos jagunços. Nem sequer entrevistaram os líderes do MST para entender as razões do conflito.

Uma emboscada televisionada

Diante desta abjeta manipulação, a coordenação do MST-Pará emitiu nota oficial, que também não foi divulgada pela emissora privada. Ela comprova que a violência neste final de semana foi provocada pelos jagunços de Daniel Dantas. “Os sem-terra não pretendiam fazer a ocupação da sede da fazenda e nem fizeram reféns. Nenhum jornalista nem a advogada do grupo foram feitos reféns pelos acampados”. Ela informa que na manhã do sábado, quando 20 sem-terra recolhiam palha para reforçar seus barracos, jagunços chegaram fortemente armados e passaram a provocar. “O trabalhador Djalme Ferreira foi obrigado a deitar no chão, enquanto os outros conseguiram fugir. Ele foi preso, humilhado e espancado pelos seguranças da fazenda de Daniel Dantas”.

No retorno ao acampamento, as sem-terra decidiram em assembléia realizar uma marcha. “Os jornalistas, que estavam na sede da Agropecuária Santa Bárbara, acompanharam o final da caminhada. Não havia a intenção de fazer os jornalistas de ‘escudo humano’, até porque os trabalhadores não sabiam como seriam recebidos pelos seguranças. Aliás, os jornalistas que estavam no local foram levados de avião pela Santa Bárbara, o que mostra que ela tinha tramado uma emboscada”. A própria Polícia Militar negou as notícias sobre “reféns” e “escudo humano”.

Segundo a direção estadual, “os trabalhadores do MST não estavam armados e levavam apenas instrumentos de trabalho e bandeiras do movimento. Apenas um posseiro, que vive em outro acampamento da região, estava com uma espingarda. Quando a marcha chegou à guarita dos seguranças, os sem-terra foram recebidos à bala e saíram correndo — como mostram as imagens veiculadas pela TV Globo. Não houve um tiroteio, mas uma tentativa de massacre. Nove trabalhadores rurais ficaram feridos pelos seguranças da Agropecuária Santa Bárbara. O sem-terra Valdecir Nunes Castro, conhecido como Índio, está em estado grave. Levou quatro tiros. Depois de atirar contra os sem-terra, os seguranças ainda fizeram três reféns”.

Queda de audiência e de credibilidade

Mais esta manipulação grosseira da TV Globo, desta vez a serviço do banqueiro Daniel Dantas, até poderia motivar a abertura de processo jurídico. Os sem-terra foram exibidos como bandidos, enquanto os verdadeiros bandidos permanecem em liberdade — inclusive com a ajuda de habeas-corpus do STF.

A edição do Fantástico, “a revista eletrônica da Globo”, foi totalmente distorcida, um exemplo do pior jornalismo. Isto talvez ajude a explicar a queda constante de audiência deste programa, que perde credibilidade a cada semana. Neste mesmo domingo, ele teve o pior Ibope desde que foi levado ao ar pela primeira vez em 1973. Alcançou apenas 19 pontos em São Paulo.

* Altamiro Borges é jornalista, editor da revista Debate Sindical e autor do livro As encruzilhadas do sindicalismo (Editora Anita Garibaldi, 2ª edição).

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Por um 1º de Maio unitário no Brasil

Wagner Gomes
O Dia Nacional de Luta em Defesa do Emprego e dos Direitos Sociais, materializado através de manifestações realizadas em todo o país no dia 30, realçou a importância da unidade das centrais sindicais e demais organizações que compõem os movimentos sociais para enfrentar os efeitoss da crise do capitalismo e impulsionar a luta para que os ricos e não os pobres paguem a conta da recessão exportada pelos EUA. A união, que reflete o amadurecimento político das lideranças e dos militantes, potencializa a força da classe trabalhadora, das suas organizações e dos seus representantes. Impõe-se a lição de que é indispensável consolidar e ampliar a unidade alcançada.

É neste sentido que a CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) propõe que seja debatido no fórum das centrais e na CMS (Coordenação dos Movimentos Sociais) a realização de manifestações unitárias no 1º de Maio em todos os Estados do país, incluindo São Paulo. É a forma de unir o conjunto da classe trabalhadora nas cidades e no campo para enfrentar a crise, garantir o emprego, os salários e os direitos, defender o desenvolvimento nacional com valorização do trabalho, redução da jornada sem redução de salários, ratificação da Convenção 158 da OIT, fim do superávit fiscal, ampliação dos investimentos públicos, redução radical dos juros, reforma agrária, fortalecimento da agricultura familiar e mudanças na política econômica.
Wagner Gomes, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)