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domingo, 31 de maio de 2009

Falência da General Motors é inevitável

Uma nova empresa automobilística está nascendo: é a ''Governo Motors'', que assume o lugar da General Motors (GM). O trocadilho foi inventado pelo insuspeito jornal The New York Times. Depois de oitenta anos de liderança internacional, o grupo vai passar sob o controle do Estado. O anúncio deve ser feito em coletiva de imprensa convocada para esta segunda-feira (1º).

A coletiva foi convocada pelo diretor-executivo da GM, Fritz Henderson, para Nova York. Neste sábado (30), a Chrysler, outro gigante automobilístico americano, também recorreu à Lei de Falências.

Falência ou ''bancarrota''?

As últimas negociações sobre uma reestruturação da dívida da gigante automobilística fracassaram na quarta-feira (27). O Departamento do Tesouro do governo americano, que já colocou mais de US$ 20 bilhões na GM desde dezembro, tinha dado um prazo até 1º de junho para a empresa conseguir um acordo que contentasse acionistas, sindicato e credores.

O noticiário sobre o tema no Brasil ainda busca maquiar a quebra usando a palavra ''bancarrota'' em vez de ''falência''. Em outros países não há o mesmo escrúpulo. Na França o termo usado é ''faillite'' e nos próprios Estados Unidos é ''bankruptcy''.

No arranjo que deve ser anunciado na segunda, o Tesouro dos EUA terá 72,5% das ações da empresa. O sindicato dos trabalhadores da indústria automobilística, o UAW, ficará com 17,5%. Os credores da GM ficarão com os 10% restantes.

O esquema será adotado depois que a GM pedir para ser colocada sob a proteção do capítulo 11 da Lei de Falências (Bankruptcy Act). A parte tóxica da GM deve ser separada de empresas do grupo que não afundaram, como a como Chevrolet, Buick e Cadillac.

Na Opel, golpe ''escandaloso''

O colapso de um dos pilares da indústria americana tem a aparência de desordem na Europa. Neste sábado (30), o governo da Alemanha aceitou, a contragosto, avalizar e financiar a compra do braço alemão da GM há 80 anos, a Opel. por um consórcio que inclui a canadense Magna e o banco estatal russo Sberbank e a montadora russa Gaz. A primeira ministra Angela Merkel, depois de um contato telefônico com o presidente Barack Obama, aceitou uma solução que deve contar 2.500 dos 26 mil postos de trabalho da empresa na Alemanha.

Antes disso, as negociações sobre a Opel chegaram a ficar bastante azedas, com o ministro da economia alemão,Karl-Theodor zu Guttenberg, reclamando de um golpe teatral ''relativamente escandaloso'' e dizendo ''não ter as garantias necessárias'' para fornecer o crédito estatal requerido pela operação. No fundo, a Alemanha temia que os ativos da Opel ficassem à mercê dos credores da GM americana.

O que será da General Motors ''do Brasil''?

É incerto o futuro das filiais da GM espalhadas por 27 países de todos os continentes – inclusive em São Caetano e São José dos Campos, São Paulo, Brasil. A unidade brasileira – normalmente considerada como uma das mais lucrativas do grupo – também tem um futuro indefinido.

“Existe até a hipótese da GM Brasil ser vendida, porque a Fiat, por exemplo, tem demonstrado interesse em unidades (da GM) na América do Sul, mas não há nada confirmado”, avalia Sérgio Buarque de Hollanda Filho, professor de economia da Universidade de São Paulo (USP). Segundo o economista, a montadora deve vender unidades em outros países.

Quando se entra no capítulo 11 (da Lei de Falências americana) a empresa fica diante de duas situações no que diz respeito às subsidiárias: elas podem ser relacionadas como subsidiárias vinculadas ou não-vinculadas. As vinculadas fazem parte da concordata e as não-vinculadas são independentes. Este é um dos pontos que deve ser revelado, ou pelo menos indagado, na coletiva de segunda-feira.

Estatização envergonhada

A quebra da Chrysler e sobretudo a da General Motors, fundada em 1908 e que durante décadas foi o maior grupo capitalista do mundo, aumenta as incertezas sobre as perspectivas da crise econômica nos EUA e no mundo.

A quebra de empresas deste porte tem um forte efeito dominó. As duas empresas anunciaram, por exemplo, que não renovarão os contratos com centenas de concessionárias em todo o país – 1.100 no caso da GM e 800 no da Crhrysler. As notícias são um balde de água fria naqueles que previram que ''o pior já passou'' em matéria de crise.

A solução que deve ser anunciada na segunda-feira é uma espécie de estatização envergonhada, decidida a contragosto pela administração Barack Obama. ''Eu preferiria ficar completamente de fora. Mas a alternativa era a liquidação ou uma bancarrota em que uma empresa muito importante para a nossa economia seria dividida em pedaços'', disse Obama em entrevista à NBC neste sábado.
Alemanha aceita oferta da Magna pela Opel

Fabricante de autopeças canadense deve assumir controle de subsidiária europeia da GM.

O governo alemão aprovou um acordo com a fabricante de autopeças canadense Magna International para que ela assuma o controle da Opel, empresa que faz parte do braço europeu da montadora norte-americana General Motors (GM).

O acordo foi anunciado nas primeiras horas deste sábado, após horas de negociações entre políticos alemães, autoridades dos Estados Unidos e executivos da GM e da Magna.

As negociações em Berlim buscavam garantir a continuidade dos negócios da Opel, que emprega mais de 25 mil pessoas na Alemanha.

Espera-se que o governo alemão faça um empréstimo-ponte de 1,5 bilhão de euros para o negócio. Mesmo assim, 2,5 mil vagas na Alemanha podem ser cortadas.

A Magna, em consórcio banco russo Sberbank e a montadora de caminhões russa Gaz, afirmou que injetará mais de 500 milhões de euros na Opel.

A GM, atual controladora da Opel, deve entrar em processo de concordata nos próximos dias.
Segundo o correspondente da BBC em Berlim, Steve Rosenberg, no entanto, a assinatura do acordo entre a GM e a Magna ainda pode levar algumas semanas.

A outra companhia interessada na empresa, a italiana Fiat, havia informado na manhã desta sexta-feira que não participaria da reunião com o governo alemão para decidir o futuro da companhia.

Proteção

Não foram divulgados mais detalhes sobre o acordo, mas informações dão conta de que a GM ficaria com 35% das ações da empresa, enquanto outros 10% ficariam sob o controle dos trabalhadores da Opel. A Magna, sozinha, ficaria com 20% da montadora, e os outros 35% seriam do consórcio ente a Magna e o Sberbank.

Correspondentes afirmam que a Magna e a GM também farão com que a GM Europa seja reestruturada, de modo que ela fique protegida durante o possível processo de concordata da GM americana.

Nesta sexta-feira, um tribunal na Suécia concedeu à Saab, outra subsidiária da GM na Europa, uma extensão na proteção contra os credores.
A montadora sueca havia feito o pedido de proteção em fevereiro. Agora, ela tem até 20 de agosto para reestruturar seus negócios.
Presidente da Fiat diz que a Chrysler é o objetivo principal

'Se não comprarmos a Opel, a vida vai continuar', disse Marchionne.
Italiano mostrou interesse na sueca Saab, outra subsidiária da GM.

A conclusão da aliança entre a Fiat e a Chrysler e a recuperação do construtor americano continuam sendo a principal meta do grupo automobilístico italiano, declarou nesta sexta-feira (29) o presidente da empresa Sergio Marchionne.

"Nosso objetivo é finalizar a aliança entre a Fiat e a Chrysler, iniciada no fim de abril com a anuência da administração Obama", disse Marchionne.

"Precisamos que a empresa volte a decolar assim que sair do capítulo 11 (da lei americana de proteção contra

Chrysler pedirá que juiz aprove venda de ativos para nova companhia Juiz autoriza Chrysler a usar US$ 4,96 bilhões para continuar operando Chrysler vai fechar quase 800 lojas nos EUA Sergio Marchionne assumirá comando da Chrysler Fiat ficará 'mais forte' com aliança com a Chrysler, diz executivo falência. Este continua sendo nosso primeiro objetivo", disse durante uma conferência em Montreal.

A justiça americana deve se pronunciar nesta sexta-feira (29) sobre um plano que prevê a venda dos ativos sadios do construtor automobilístico Chrysler a um consórcio estruturado em torno do italiano Fiat.

Sobre as informações de que a General Motors (GM), casa matriz da Opel, e o canadense Magna International concluíram um acordo de princípio para a venda do construtor alemão ao canadense, o presidente da Fiat respondeu que, se for o caso, "a vida vai continuar".

Ele também descartou qualquer possibilidade de seu grupo poder se aliar à Magna para retomar a Opel. Ele indicou, por outro lado, estar interessado na compra da sueca Saab, que pertence também à divisão europeia da GM.

A respeito da aliança com a Chrysler, o presidente da Fiat destacou que não seria uma integração propriamente dita.

"Não transformaremos a Chrysler em uma empresa automobilística italiana, não faremos nunca isso. Devemos manter esta organização verdadeiramente dentro das exigências de seu próprio mercado", continuou o presidente da Fiat.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Estatização da GM evidencia o fracasso do capitalismo americano

Por Umberto Martins
A General Motors, outrora o maior símbolo do poderio econômico dos EUA e agora à beira da concordata, será estatizada. Um “acordo extraoficial” com os credores e o governo Obama, informado pela direção da empresa nesta quinta-feira (28) à Securities and Exchange Commission (SEC, comissão reguladora da Bolsa de Valores dos EUA), prevê que o Estado assumirá 72,5% das ações da montadora, enquanto o sindicato dos metalúrgicos aceitou converter a dívida trabalhista em ações, ficará com 17,6%.

O governo esclareceu que se a montadora decidir buscar a proteção da lei de falências americana e receber a aprovação do tribunal de falências para a venda de praticamente todos seus ativos ao Tesouro americano, a nova empresa apoiada pelo Tesouro americano (New GM) aceitará adquirir tais ativos.

Governo Motors

A nova GM já está sendo apelidado pelo povo e também pela mídia de “Governo Motors”. O fato parece traduzir uma fina ironia da história. Quem diria que Tio Sam (logo ele), principal autor da ideologia neoliberal e de um consenso (de Washington) que demonizou a intervenção do Estado na economia e transformou o mercado capitalista num Deus pagão virtuoso e infalível, seriam constrangidos a negar as próprias crenças e recorrer aos poderes do leviatã para salvar aquela que já foi o símbolo de sua decadente indústria.

O governo promete injetar mais 50 bilhões de dólares para ressuscitar a GM e viabilizar sua sucessora. Abandonada às próprias leis do mercado, a montadora estaria condenada à morte. O colapso dos grandes bancos e principais conglomerados do outrora próspero e exuberante sistema financeiro americano tampouco seria evitado sem a intervenção da Casa Branca.

Registre-se que o socorro bilionário não se destina a defender os interesses dos operários e operários da empresa. O plano em curso objetiva uma redução substancial dos custos e preconiza o “enxugamento” do quadro de funcionários, o que significa demissões em massa e a intensificação do deslocamento da produção para o exterior (principalmente China e México), onde a taxa de exploração da força de trabalho (refletida nos baixos salários) é infinitamente maior.

Estado capitalista

Que ninguém se iluda. Os bilhões do Tesouro americano são destinados ao capital e ao capitalismo, não visam minorar o sofrimento das famílias operárias. É a mesma lógica que presidiu os pacotes de 1,45 trilhão de dólares baixados pelos governos Bush e Obama com o propósito de resgatar o sistema financeiro. Centenas de bilhões de dólares foram canalizados para os mesmos bancos que já desalojaram e condenaram ao olho da rua milhões de trabalhadores e trabalhadoras que perderam seus empregos com a crise, através das ociosas execuções hipotecárias.

Somente em abril deste ano, mais de 342 mil pessoas receberam notificação de despejo, um crescimento de 32% em relação ao mesmo mês do ano passado. Isto continua a ocorrer apesar das promessas de Obama e dos próprios bancos, que especularam com a miséria alheia por meio dos empréstimos denominados “subprime”, de que iriam interromper as execuções. A conduta do governo no socorro ao banco e às montadoras revela o caráter de classe do Estado no capitalismo moderno e prova a mais completa subordinação do poder público aos interesses dos grandes monopólios nos EUA.

Decadência

A melancólica situação da GM, por seu turno, reflete com notável fidelidade o parasitismo e a decadência da economia norte-americana, que prossegue de mãos dadas com o crescimento desigual das nações e o progressivo deslocamento do eixo da dinâmica da produção industrial e do poder econômico do chamado Ocidente para o Oriente.

Já não restam muitas dúvidas de que o futuro da indústria, inclusive no ramo automobilístico, está sendo desenhado na Ásia, China, Índia e Coréia, principalmente, além (é claro) do Japão.

De todo modo, a sorte das montadoras nos EUA evidencia também os limites do modo capitalista
de organizar a produção e assinala, em particular, o fracasso do capitalismo americano. A necessidade objetiva de que o Estado assuma as rédeas da economia é tão forte e candente que, mesmo a contragosto, nem os liberais mais renitentes e dogmáticos (estadunidenses e britânicos) podem hoje ignorar ou contornar. A estatização não significa necessariamente socialismo, mas é sintomática da falência do capitalismo.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Magna pode investir 700 milhões de euros na Opel

Empresa faz proposta conjunta com a parceira russa Sberbank Rossii.Filial europeia da GM, Opel deve mudar de dono.

A empresa de autopeças canadense Magna International informou na noite desta sexta-feira (22) que, em conjunto com a parceira russa Sberbank Rossii, fez uma oferta de compra pela Opel, unidade europeia da General Motors (GM).

A proposta apresentada prevê investimento de 700 milhões de euros por parte da Magna e da Sberbank, sendo que uma parte deste dinheiro teria a garantia do governo alemão.

Pelos termos da proposta, o controle da Opel seria dividido da seguinte forma: a GM permaneceria com 35%, a Sberbank ficaria com 35%, a Magna com 20% e os empregados da Opel com a fatia restante de 10%.

O comunicado oficial da Magna diz que a GM e o governo da Alemanha estão analisando a proposta, que foi feita nesta semana.

Em uma oferta concorrente, a italiana Fiat também tenta ficar com a Opel, num negócio que poderia incluir também operações da GM na América Latina.

Em sérias dificuldades financeiras, a General Motors viverá uma verdadeira contagem regressiva na semana que vem. Se não conseguir acordo amigável com seus credores até o fim deste mês, a maior montadora americana será forçada entrar com pedido de recuperação judicial.
Magna pode investir 700 milhões de euros na Opel

Empresa faz proposta conjunta com a parceira russa Sberbank Rossii.Filial europeia da GM, Opel deve mudar de dono.

A empresa de autopeças canadense Magna International informou na noite desta sexta-feira (22) que, em conjunto com a parceira russa Sberbank Rossii, fez uma oferta de compra pela

Opel, unidade europeia da General Motors (GM).

A proposta apresentada prevê investimento de 700 milhões de euros por parte da Magna e da Sberbank, sendo que uma parte deste dinheiro teria a garantia do governo alemão.

Pelos termos da proposta, o controle da Opel seria dividido da seguinte forma: a GM permaneceria com 35%, a Sberbank ficaria com 35%, a Magna com 20% e os empregados da Opel com a fatia restante de 10%.

O comunicado oficial da Magna diz que a GM e o governo da Alemanha estão analisando a proposta, que foi feita nesta semana.

Em uma oferta concorrente, a italiana Fiat também tenta ficar com a Opel, num negócio que poderia incluir também operações da GM na América Latina.

Em sérias dificuldades financeiras, a General Motors viverá uma verdadeira contagem regressiva na semana que vem. Se não conseguir acordo amigável com seus credores até o fim deste mês, a maior montadora americana será forçada entrar com pedido de recuperação judicial.
Mais de 10 mil marcham no Rio contra CPI da Petrobras

A marcha em defesa da Petrobras e por uma nova legislação para o setor teve início na Praça da Candelária e seguiu pela Av. Rio Branco até a sede da Petrobras, na Av. Chile, onde os cerca de 13 mil manifestantes deram um abraço simbólico no prédio da empresa.
A atividade foi convocada pela Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Federação Única dos Petroleiros (FUP), e teve a presença de diversas organizações dos movimentos sociais, entre elas CGTB, MST, UNE, ABI, Conam, diversos sindicatos como Sindipetro, Metalúrgicos do RJ e Bancários; além de parlamentares federais, estaduais e vereadores.

Maurício Ramos, presidente da CTB-RJ, denunciou que a CPI da Petrobras tem o objetivo de impedir o projeto de desenvolvimento do país. "Nestes dois mandatos do presidente Lula, o Brasil voltou a crescer. E a Petrobras tem um papel importante. Ela voltou a construir e a gerar emprego. A turma do FHC quer impedir o país de crescer. Quer impedir o desenvolvimento de maneira irresponsável, em um momento que o mundo enfrenta uma crise".
"É uma postura anti-povo! Recentemente, a Petrobras decidiu arrendar um estaleiro em que os trabalhadores estão há cinco meses sem receber os salários. A empresa quer construir plataformas. Mas estão dificultando essa saída", disse Mauricinho.

Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro, Alex dos Santos, "a Petrobras é o carro chefe do desenvolvimento do Brasil. O DEM e o PSDB querem desestabilizar o país. Não podemos permitir isso! O povo está nas ruas porque acredita que a Petrobras é nossa! Não iremos abrir mão do que é nosso. E que foi conquistado com muita luta".
Para Alex, "a Petrobras tem importante papel na construção de um país mais justo, e, sobretudo, soberano. Essa é sua vocação".

Divanilton Pereira, membro da direção executiva nacional da CTB e dirigente da FUP, declarou ao Portal CTB que os trabalhadores não admitirão “que Petrobras seja instrumentalizada em função de disputas eleitorais que, na verdade, é o que tem feito a oposição no Congresso Nacional. A Petrobras tem garantido que a crise internacional não atinja a população, como está ocorrendo em outros países". O dirigente declarou ainda que os petroleiros irão "denunciar todos os movimentos que visam atingir o desenvolvimento da empresa”.
Mauricio Azedo, presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), lembrou que foi no auditório da entidade que teve início a campanha O Petróleo é Nosso. "Foi uma idéia vitoriosa, que resultou na lei 2004/53. A ABI apoia todo esforço e mobilização em defesa da soberania nacional".

Azedo ainda criticou a grande imprensa: "Temos que multiplicar isso. Vencer a barreira da desinformação, que também é a nossa luta", disse.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Temer diz que Câmara está pronta para votar redução da jornada

Seis centrais sindicais pediram ao presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), que coloque em votação, ainda este mês, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que reduz a jornada de trabalho para 40 horas semanais. Temer disse que a Câmara já está pronta para votar propostas polêmicas. As centrais sindicais e parlamentares estiveram em audiência com Temer, na manhã desta quinta-feira (21), para entregarem uma pauta de projetos prioritários na área trabalhista.


A pauta foi elaborada em conjunto entre as centrais sindicais - Força Sindical, CUT, NCST, UGT, CGTB e CTB - e as lideranças de seis partidos - PT, PDT, PV, PCdoB, PSB e PTB. Todos os presentes destacaram a unidade das centrais e dos partidos políticos em torno dos assuntos.
Coube ao decano das centrais sindicais, José Calixto Ramos, presidente da Nova Central, enumerar as reivindicações. Além da redução da jornada de trabalho, ele elencou salário mínimo, terceirização, Convenções 151 e 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e trabalho escravo.

Calixto elogiou a decisão do presidente Michel Temer de liberar a pauta de votações da Câmara, que estava presa às Medidas Provisórias (MPs), o que possibilita a votação de matérias de interesse dos trabalhadores. E arrancou risos dos presentes quando disse que a pauta dos trabalhadores era “mínima”, acrescentando “quase nada”.

A reunião, marcada pela informalidade, com direito a sessão de fotos das mãos unidas de parlamentares e sindicalistas que assinaram o documento, definiu que o segundo passo para garantir a votação das matérias é sensibilizar os líderes para incluir os temas na pauta de votação.

Temer disse que iria levar as reivindicações dos trabalhadores para o Colégio de Líderes. E aconselhou os sindicalistas a fazerem o trabalho de sensibilização dos lideres, passo considerado importante pela deputada Jô Moraes (PCdoB-MG).

Parar o Brasil

O deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), que é também presidente da Força Sindical, disse que é hora de “ir para o conflito, e saber quem é contra as 40 horas, e eles que expliquem para sua base em 2010 (ano eleitoral)”, sugerindo que a matéria da redução da carga horária seja votada até o final deste mês. Ele anunciou que as centrais sindicais vão parar o Brasil no dia da votação.

A fala de Paulinho da Força foi dirigida especialmente ao deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) que participou da audiência para demonstrar apoio à proposta. Dentro do clima de camaradagem, ele foi apresentado pela deputada Manuela D´Ávila (PCdoB-RS), como “um tucano de bico vermelho.”

Sampaio lembrou que a última redução de jornada de trabalho ocorreu em 1988, na época da Constituinte, e que passados 20 anos, os avanços tecnológicos ocorridos nesse período não reverteram em benefícios para os trabalhadores. Ele destacou ainda outros argumentos que são sempre citados pelos defensores da proposta: possibilidade de abertura de novos postos de trabalho e redução das horas-extras, que representam grandes prejuízos para os trabalhadores.

Mudanças estruturais

O representante da CTB, Joilson Cardoso, destacou que a proposta dos trabalhadores está centrada em seis pontos estruturais. E que a aprovação desses pontos vai determinar o rumo que o Brasil pretende tomar no combate aos efeitos da crise.

A deputada Manuela d´Ávila também enfatizou a necessidade de o Brasil adotar mudanças estruturantes no enfrentamento da crise econômica e que esta pauta aponta nesse sentido. Ela destacou como importante alternativa a aprovação de matéria que impeça as demissões em massa, anunciando as articulações de elaboração de proposta sobre o assunto que deve ser levada à votação em Plenário.

Propostas dos trabalhadores

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que reduz a carga horária máxima semanal de 44 para 40 horas e aumenta o valor da hora extra de 50% do valor normal para 75% aguarda votação em uma comissão especial da Câmara. O depitado Vicentinho (PT-SP), relaor da matéria na comissão, disse que já tem opinião formada e que pode apresentar o relatório. Após aprovação da PEC na comissão, as centrais pedem a votação, no Plenário, da proposta do ex-deputado e atual senador Inácio Arruda (PCdoB-CE).

Os demais itens da pauta das centrais são:

- votação do substitutivo do relator, deputado Pepe Vargas (PT-RS), ao projeto que acaba com o fator previdenciário.

- aprovação do Projeto de Lei que estabelece a política de valorização do salário mínimo;- aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que expropria as propriedades rurais onde houver o trabalho escravo;

- aprovação da Convenção 151 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), sobre negociação coletiva no serviço público;

- aprovação de uma lei que proíba a demissão imotivada, nos termos da Convenção 158 da OIT.
Abraço à Petrobras reúne cinco mil manifestantes no Rio

Cerca de 5 mil manifestantes participaram nesta quinta-feira (21) pela manhã do ato público, no Centro do Rio de Janeiro, em defesa da Petrobras e por uma legislação que garanta o controle estatal e social das reservas de petróleo e gás. A manifestação, organizada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), MST, UNE e centrais sindicais, reuniu estudantes, sindicalistas, trabalhadores, militantes sociais, parlamentares e partidos políticos, reforçando a unidade nacional das frentes de esquerda em defesa da soberania nacional.

Cena da passeata: ao som do Hino Nacional

Os manifestantes iniciaram o ato às 9 horas, na Candelária, e seguiram pela Avenida Rio Branco, que foi fechada, por volta das 11 horas, durante a passeata. O ato prosseguiu em frente ao edifício sede da Petrobras, na Avenida Chile, onde trabalhadores, estudantes, militantes sociais e parlamentares deram as mãos, formando um cordão que contornou todo o prédio da estatal.

Ao som do Hino Nacional, os manifestantes realizaram um abraço simbólico do prédio da Petrobras, repudiando a tentativa da direita de retomar o projeto de privatização da maior empresa do país. A manifestação terminou por volta das 14 horas.

Próximo ato será em Brasília

O ato público desta quinta-feira integra a campanha nacional O Petróleo tem que ser nosso!, que tem mobilizado os principais movimentos sociais do país na luta por uma nova Lei do Petróleo, que garanta o controle estatal e social sobre o setor. Caravanas de petroleiros vindas da Bahia, Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo e Norte Fluminense somaram-se aos petroleiros do Rio de Janeiro e de Duque de Caxias, presentes à manifestação. Caravanas de metalúrgicos de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo também compareceram ao ato.

Uma nova manifestação em defesa da Petrobras e por uma nova legislação para o setor petróleo será organizado em Brasília. Na próxima segunda-feira, 25, os movimentos sociais realizam em Recife (PE), um debate sobre o restabelecimento do monopólio estatal do petróleo.

Entidades presentes

Entidades presentes na manifestação desta quinta-feira: Federação Única dos Petroleiros (FUP), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Confederação Nacional do Ramo Químico (CNQ), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Intersindical, Conlutas, União Nacional dos Estudantes (UNE), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Confederação Nacional das Associações de Moradores (Conam), Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo, Sindicato dos Químicos e Petroleiros da Bahia, Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina, Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais, Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo, Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo, Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense, Sindicato dos Petroleiros de Duque de Caxias, de Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro, Sindicato dos Bancários do Rio, Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Rio, Sindicato dos Portuários do Rio, Sindicato dos Advogados do Rio, Sindicato dos Engenheiros do Rio, Sindicato dos Portuários do Rio, entre outras entidades.

Partidos políticos que enviaram parlamentares e representantes para o ato: PT, PCdoB, PSB, PCB, PSOL e PSTU.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Fiat vê mais de 50% de sucesso em oferta por Opel

Grupo de autopeças Magna e holding RHJ International também ofertaram.Italianos dizem que os outros interessados não têm a expertise no negócio.

O presidente da Fiat acredita que há mais de 50% de chance de a empresa ser bem sucedida em sua oferta pela Opel, acrescentando que os outros interessados na montadora não têm a expertise para salvar a empresa alemã, segundo informação publicada em jornal. A Fiat apresentou sua proposta pela unidade europeia da General Motors na quarta-feira (20), como parte de um plano ambicioso para criar a segunda maior montadora do mundo depois da Toyota Motors.

A oferta da Fiat inclui a marca britânica da GM, a Vauxhall. As duas outras companhias interessadas são o grupo austro-canadense de autopeças Magna e a holding industrial RHJ International. A Magna tem reforço da montadora russa GAZ.

Em reunião privada com membros da família Agnelli na quarta-feira (20), o presidente-executivo da Fiat, Sergio Marchionne, expressou confiança no sucesso da oferta do grupo italiano.

"A Fiat tem mais de 50% de chance de sucesso em sua oferta pela Opel", disse o executivo segundo o jornal italiano La Stampa.

A família Agnelli fundou a Fiat há mais de 100 e ainda mantém participação de controle no grupo. Os Agnellis também controlam o La Stampa.

"No final das contas, a nossa é a única oferta que tem real conteúdo e senso industrial. As outras ou não têm visão produtiva ou são basicamente financeiras e temos visto com a Cerberus, o fundo de investimento que controla a Chrysler, quão fracas essas soluções podem ser", disse ele.

A Fiat entrou em acordo de parceria com a Chrysler que pode resultar eventualmente na montadora italiana sendo acionista majoritária na empresa dos EUA.
GM vai fechar 42% das concessionárias no Canadá

Montadora tem 700 concessionários naquele país. Empresa já reduziu número de lojas nos Estados Unidos.

A General Motors vai notificar nesta quarta-feira (20) seus concessionários no Canadá sobre os detalhes do plano para reduzir a rede de distribuição em 42% no país, como parte do projeto de reestruturação da montadora.

A empresa, que tem 700 concessionários no Canadá, disse em um comunicado que "notificará os concessionários canadenses sobre os detalhes" do plano de consolidação da rede de distribuição, incluindo a identificação dos que não terão o contrato renovado. Os contratos atuais expiram em outubro de 2010.

"O objetivo é conseguir a redução de uma forma ordenada, efetiva em termos de custos e apropriada para o consumidor", informou a montadora.

A empresa afirmou que o principal critério para a seleção dos concessionários foi a concentração "nos principais mercados urbanos, em um esforço para alcançar uma configuração viável em todo Canadá". "O resultado final será uma rede de concessionários mais competitiva com maiores volumes de vendas", explicou a GM Canadá.

O anúncio se produz dias depois que a GM nos Estados Unidos anunciou que eliminará 1.100 concessionários, mediante a não renovação de contratos que expiram em outubro de 2010, ainda dentro de um plano de reestruturação.

A GM, tanto nos EUA como no Canadá, tem até o dia 31 para desenvolver um plano de reestruturação que elimine custos trabalhistas e cargas financeiras para assegurar a viabilidade a longo prazo.

Sem esse plano, a GM não receberá bilhões de ajudas governamentais tanto nos EUA como no Canadá e terá que se declarar em quebra de forma imediata.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Daimler adquire 10% da fabricante de carros elétricos Tesla

Montadora alemã quer entrar no mercado de veículos elétricos. Empresa pagou cerca de US$ 50 milhões pela porcentagem.

A fabricante alemã de automóveis Daimler anunciou nesta terça-feira (19) a compra de 10% das ações da Tesla Motors, empresa norte-americana de veículos elétricos, como uma tentativa de entrar neste mercado. A Daimler pagou cerca de US$ 50 milhões por sua participação na Tesla, empresa que desenvolveu o carro esportivo elétrico Tesla S, capaz de rodar 380 km com uma carga de bateria.

As duas empresas serão parceiras na produção de baterias e motores elétricos, de acordo com comunicado da Daimler. “Nossa parceria é importante para acelerar a comercialização mundial de veículos elétricos”, disse Thomas Weber, executivo da montadora alemã. A Daimler pretende desenvolver projetos de carros elétricos ainda este ano.

A empresa elabora um acordo com a fornecedora de energia RWE para criar uma rede de estações de abastecimento de carros elétricos em Berlim a partir de 2010.
Volkswagen e Porsche reafirmam objetivo de fusão

Ambas têm vontade de trabalhar de modo construtivo para chegar a acordo.Cancelamento de reunião por parte da VW criou tensão nos últimos dias.

Os fabricantes de automóveis alemães Porsche e Volkswagen reafirmaram nesta terça-feira (19) sua meta de fusão e anunciaram a vontade de trabalhar de modo construtivo para chegar a ela, em comunicado divulgado pela VW. Os presidentes do conselho de vigilância da Porsche, Wolfgang Porsche, e da Volkswagen, Ferdinand Piëch "confirmam que a meta de um grupo automobilístico integrado continua existindo", indicaram em um breve comunicado.

Dessa forma, tentaram acalmar as tensões surgidas nos últimos dias, após o cancelamento de uma reunião de trabalho sobre a fusão. "As duas casas vão dar continuidade aos trabalhos visando a atingir este objetivo (de grupo integrado) de forma construtiva e consensual (...)", segundo o comunicado. Os problemas começaram há uma semana quando o "patriarca" Ferdinand Piëch, herdeiro da Porsche e presidente do conselho da VW, atacou a direção do construtor de automóveis esportivos, e manifestou mais uma vez sua preferência pela compra pura e simples das atividades automobilísticas da Porsche pela VW.
Vendas de carros novos atingem a marca de 1 milhão

Foram necessários 91 dias úteis de licenciamentos para alcançar volume.Em 2008, sem nenhum sinal de crise, foi necessário um dia a mais.

As vendas de veículos novos no Brasil este ano chegaram a 1 milhão de unidades um dia antes de essa marca ter sido atingida em 2008, período recorde de vendas para a indústria automotiva. Foram necessários 91 dias úteis de licenciamentos para alcançar 1,02 milhão de unidades, volume registrado na última quinta-feira (14). No ano passado, sem nenhum sinal de crise financeira, foram 92 dias para atingir esse desempenho.

Na sexta-feira passada (15), as vendas acumuladas desde janeiro somavam 1,014 milhão de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, ante 1,032 milhão de unidades no ano passado, uma queda de apenas 1,8%.

Somente na primeira quinzena de maio foram licenciados 111,4 mil veículos, 18,6% menos que em igual período de abril e 9,7% menor que o resultado do mesmo mês de 2008, de acordo com fontes do setor automotivo com base nos números do Registro Nacional de Veículos (Renavan).

O mercado brasileiro de modelos zero-quilômetro tem sido mantido pelo corte do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), a volta de planos de financiamento com prazos mais longos e juros mais baixos e descontos extras oferecidos pelas montadoras e concessionárias. Essas medidas, porém, não tiveram o mesmo efeito no segmento de caminhões e ônibus, que não está reagindo.

A indústria automotiva projeta para este mês vendas de 230 mil veículos, muito próximo do volume registrado em abril, de 234,4 mil unidades. Para o ano, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) prevê vendas totais de 2,7 milhões de unidades, 4% menos que em 2008, quando foram vendidos 2,82 milhões de veículos.
Brasil e China escrevem a história deste novo século, diz Lula

Um artigo assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e publicado na edição desta terça-feira (19) do jornal chinês China Daily diz que Brasil e China estão ajudando a escrever a história neste novo século.

"Os países emergentes estão ajudando a escrever um dos mais importantes capítulos da história do século 21", disse o artigo. "Há sinais de uma realidade nova, mais complexa e interessante tomando forma."

O presidente brasileiro também defende, no artigo, o fortalecimento da parceria com a China, que, segundo Lula, deve ser levada "para um nível mais alto".

"Nós precisamos estar totalmente cientes da responsabilidade compartilhada por Brasil e China para ajudar a trazer reformas fundamentais na governança global de que o mundo precisa com tanta urgência", conclui o artigo assinado pelo presidente Lula no China Daily.

No artigo, o presidente Lula diz que uma nova ordem internacional mais justa não vai emergir espontaneamente e que "serão necessários esforços conjuntos e diálogo entre os países em desenvolvimento para que suas vozes sejam ouvidas cada vez mais no cenário global".

Entre os exemplos de cooperação entre China e Brasil, o artigo destaca o Programa Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS), uma parceria que desenvolve satélites de sensoriamento remoto lançado em 1988. E que aos três satélites já lançados serão somados mais dois.

O presidente destaca ainda uma parceria entre a Universidade Federal do Rio de Janeiro e a Universidade Tsinghua para pesquisar projetos com o objetivo de reduzir a emissão de gases do efeito estufa e identificar fontes alternativas para biodiesel. "O governo brasileiro vai investir nos próximos dois anos aproximadamente US$ 2 milhões" para financiar o Centro Brasil-China de Tecnologias Inovadoras, Mudanças Climáticas e Energia criado com o projeto.

A intensificação do comércio entre China e Brasil também é mencionada, destacando-se que a balança comercial chegou perto dos US$ 40 bilhões em 2008. "Como resultado, este ano a China se tornou o parceiro comercial número um do Brasil".

"O Brasil agora deseja diversificar suas exportações para a China e atrair mais investimentos.

Nós também esperamos ver mais parcerias financeiras entre companhias brasileiras e chinesas."

O artigo cita ainda cooperação na área cultural, inclusive com a oferta de cursos de língua portuguesa em universidades chinesas. O artigo lembra que o português é uma das línguas oficiais da região chinesa de Macau.

Lula lembra que esta é a sua terceira visita ao país desde que se tornou presidente e que este ano marca os 35 anos do estabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países, destacando sua importância. "Brasil e China precisam fortalecer seu diálogo no contexto dos BRICs (grupo de economias emergentes que inclui Brasil, Rússia, Índia e China) e o G5 (Brasil, México, Índia, África do Sul e China), assim como em outros grandes temas da agenda global."
CTB apresenta propostas aos deputados para combater a crise

Redução da jornada de trabalho sem redução de salário. Renúncia fiscal com reciprocidade de garantia de manutenção de emprego. E mudanças estruturais para fazer distribuição de renda e ter um mercado interno pujante. As sugestões foram apresentadas pelo representante da CTB, Joilson Cardoso, como medidas de combate aos efeitos da crise econômica, na audiência pública, nesta terça-feira (19), na Câmara dos Deputados.

Cardoso foi o único representante das centrais sindicais na reunião promovida pela Comissão Especial sobre a Crise para discutir a repercussão na indústria. O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva; e o presidente da CUT, Artur Silva Santos, não compareceram. O representante da CTB disse que estamos zerando o déficit de emprego no setor industrial, mas que o trabalhador sente os efeitos da crise no momento de negociação de reajuste salarial nas sua data-base.

Joilson Cardoso aponta a valorização do salário mínimo e do mercado interno como posição unânime entre as centrais sindicais. Existe união das centrais também na posição contrária aos juros altos e em defesa da poupança e renda do brasileiro, que não deve ser atingido pela crise econômica, diz ele.

O pensamento do trabalhador é de que a crise não é apenas do sistema financeiro, mas do próprio sistema capitalista e que a solução do Brasil para a crise deve ser de um projeto nacional de desenvolvimento. Os sindicalistas reconhecem setores industriais patrióticos, que tem posição altiva com os trabalhadores, e aponta o setor dos bancos como exemplo contrário a este projeto, citando o caso da renúncia dos compulsórios, medida adotada pelo governo para garantir o crédito, e que foi usado para especulação.

Os sindicalistas queixam-se da ausência de um pacto social que garanta a qualificação do trabalhador, cobrando uma qualificação combinado com o seguro-desemprego, que permita ao trabalhador se recolocar no mercado ou migrar para outro setor da economia. Ele destacou que toda a discussão deve considerar que quase metade dos trabalhadores vivem à margem da legislação trabalhista, porque estão na informalidade.

O presidente da Comissão, deputado Albano Franco (PSDB-SE), disse que existem questões justas e outras discutíveis. Lembrou que o Brasil não é uma “ilha” e que o contexto internacional da crise deve ser considerado na busca de soluções para o País. Ele concorda com a necessidade de fomentar o mercado interno, destacando a medida do governo de desoneração tributária como uma medida que surtiu efeito neste sentido.

Questões polêmicas

O deputado Pedro Eugênio (PT-PE) questionou Joilson sobre questões polêmicas como desoneração da folha de pagamento como instrumento de dinamização do mercado de trabalho.

O líder sindical disse que não existe consenso entre as centrais sindicais sobre o assunto. Existem aqueles que defendem que a medida abririam postos no mercado de trabalho, ao mesmo tempo em que existem aqueles que acreditam que a renuncia não serviria a este propósito.

O deputado Lupércio Ramos (PMDB-AM) também quis saber a posição dos trabalhadores sobre a desoneração aos investimentos, o que agilizaria investimentos, sendo a tributação seria transferida para a renda e o consumo.

Para Cardoso, medidas como a desoneração dos investimentos deve ser adotada como medida conjuntural e criteriosa, para que não sirva para acumulação de capital, o que pode inclusive aprofundar a crise. Ele disse que quatro das seis centrais sindicais estão realizando congressos este ano para aprofundar as discussões sobre os assuntos mais polêmicos que surgem como medidas para combater os efeitos da crise.

Contra demissões

Questionado sobre o que os trabalhadores esperam do Parlamento, Joilson Cardoso cobrou a regulamentação da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que estabelece critérios para demissões. Ele disse que as demissões recentes provam que não existe rigidez da legislação brasileira para impedir demissões. Pelo contrário, 54% dos demitidos nos anos de 2007 e 2008 foram dispensados sem justa causa.

As mulheres são as mais penalizadas pela crise, destaca o dirigente da CTB, explicando que elas recebem salários menores que o dos homens para mesmas atividades exercidas e são as primeiras a serem dispensadas, por discriminação e assédio moral e sexual. “É preciso que as empresas esclareçam os motivos das demissões”, disse, lembrando o caso da Embraer, que recebeu recursos do governo para minimizar os efeitos da crise, e ainda assim demitiu quatro mil trabalhadores no final do ano passado.
CTB apresenta propostas aos deputados para combater a crise

Redução da jornada de trabalho sem redução de salário. Renúncia fiscal com reciprocidade de garantia de manutenção de emprego. E mudanças estruturais para fazer distribuição de renda e ter um mercado interno pujante. As sugestões foram apresentadas pelo representante da CTB, Joilson Cardoso, como medidas de combate aos efeitos da crise econômica, na audiência pública, nesta terça-feira (19), na Câmara dos Deputados.

Cardoso foi o único representante das centrais sindicais na reunião promovida pela Comissão Especial sobre a Crise para discutir a repercussão na indústria. O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva; e o presidente da CUT, Artur Silva Santos, não compareceram. O representante da CTB disse que estamos zerando o déficit de emprego no setor industrial, mas que o trabalhador sente os efeitos da crise no momento de negociação de reajuste salarial nas sua data-base.

Joilson Cardoso aponta a valorização do salário mínimo e do mercado interno como posição unânime entre as centrais sindicais. Existe união das centrais também na posição contrária aos juros altos e em defesa da poupança e renda do brasileiro, que não deve ser atingido pela crise econômica, diz ele.

O pensamento do trabalhador é de que a crise não é apenas do sistema financeiro, mas do próprio sistema capitalista e que a solução do Brasil para a crise deve ser de um projeto nacional de desenvolvimento. Os sindicalistas reconhecem setores industriais patrióticos, que tem posição altiva com os trabalhadores, e aponta o setor dos bancos como exemplo contrário a este projeto, citando o caso da renúncia dos compulsórios, medida adotada pelo governo para garantir o crédito, e que foi usado para especulação.

Os sindicalistas queixam-se da ausência de um pacto social que garanta a qualificação do trabalhador, cobrando uma qualificação combinado com o seguro-desemprego, que permita ao trabalhador se recolocar no mercado ou migrar para outro setor da economia. Ele destacou que toda a discussão deve considerar que quase metade dos trabalhadores vivem à margem da legislação trabalhista, porque estão na informalidade.

O presidente da Comissão, deputado Albano Franco (PSDB-SE), disse que existem questões justas e outras discutíveis. Lembrou que o Brasil não é uma “ilha” e que o contexto internacional da crise deve ser considerado na busca de soluções para o País. Ele concorda com a necessidade de fomentar o mercado interno, destacando a medida do governo de desoneração tributária como uma medida que surtiu efeito neste sentido.

Questões polêmicas

O deputado Pedro Eugênio (PT-PE) questionou Joilson sobre questões polêmicas como desoneração da folha de pagamento como instrumento de dinamização do mercado de trabalho.

O líder sindical disse que não existe consenso entre as centrais sindicais sobre o assunto. Existem aqueles que defendem que a medida abririam postos no mercado de trabalho, ao mesmo tempo em que existem aqueles que acreditam que a renuncia não serviria a este propósito.

O deputado Lupércio Ramos (PMDB-AM) também quis saber a posição dos trabalhadores sobre a desoneração aos investimentos, o que agilizaria investimentos, sendo a tributação seria transferida para a renda e o consumo.

Para Cardoso, medidas como a desoneração dos investimentos deve ser adotada como medida conjuntural e criteriosa, para que não sirva para acumulação de capital, o que pode inclusive aprofundar a crise. Ele disse que quatro das seis centrais sindicais estão realizando congressos este ano para aprofundar as discussões sobre os assuntos mais polêmicos que surgem como medidas para combater os efeitos da crise.

Contra demissões

Questionado sobre o que os trabalhadores esperam do Parlamento, Joilson Cardoso cobrou a regulamentação da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que estabelece critérios para demissões. Ele disse que as demissões recentes provam que não existe rigidez da legislação brasileira para impedir demissões. Pelo contrário, 54% dos demitidos nos anos de 2007 e 2008 foram dispensados sem justa causa.

As mulheres são as mais penalizadas pela crise, destaca o dirigente da CTB, explicando que elas recebem salários menores que o dos homens para mesmas atividades exercidas e são as primeiras a serem dispensadas, por discriminação e assédio moral e sexual. “É preciso que as empresas esclareçam os motivos das demissões”, disse, lembrando o caso da Embraer, que recebeu recursos do governo para minimizar os efeitos da crise, e ainda assim demitiu quatro mil trabalhadores no final do ano passado.

terça-feira, 19 de maio de 2009

GM consegue permissão para converter dívidas em ações

Montadora quer converter US$ 27 bi de dívida até 1º de junho.Medida é fundamental no plano de reestruturação contra concordata.

A General Motors (GM) afirmou que a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês) declarou efetiva a oferta de conversão de dívida por ações, um requisito de regulação necessário para seguir com o processo.

A empresa deseja converter US$ 27 bilhões em dívida não assegurada em ações até 1º de junho. A troca é uma parte fundamental do plano de reestruturação da GM, e sem ela a companhia terá que pedir concordata.

A montadora automobilística informou em comunicado que, no dia 15 de maio, a SEC aprovou a conversão. "A ordem de efetividade é um requisito regulador para a consumação da conversão de ofertas e não modifica os termos da oferta em nenhuma forma", disse a General Motors.

Em 14 de maio, a GM afirmou à SEC que, caso não recebesse ofertas suficientes para trocar a dívida por ações até 1º de junho, se declararia em concordata.
Montadora chinesa confirma instalação no Brasil

Construção de fábrica da Chery deve começar em 2 meses; carros começam a ser produzidos até 2012.

A maior montadora chinesa, Chery, confirmou nesta terça-feira que instalará uma fábrica no Brasil para a produção de até 150 mil veículos por ano.

A informação foi confirmada pelo secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Ivan Ramalho, durante um seminário empresarial em Pequim que faz parte da agenda da visita oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao país.
A produção da Chery no país deverá ser limitada inicialmente ao modelo A3.

A montadora estaria estudando possíveis locais para a instalação da fábrica nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais ou Ceará.

A decisão deverá ser tomada nos próximos dois meses, quando seria iniciada a construção da fábrica. A produção de veículos começaria até 2012.

Petrobras

A visita de Lula à China tem como um de seus principais objetivos a ampliação do comércio entre os dois países e a atração de mais investimentos chineses ao Brasil.

Entre os acordos que deverão ser anunciados nesta terça-feira à tarde durante o encontro entre Lula e o presidente chinês, Hu Jintao, está a aprovação de um financiamento bilionário do CDB (China Development Bank) à Petrobras, para auxiliar na exploração do petróleo pré-sal.
Além disso, a Petrobras negociava a venda de até 200 mil barris de petróleo por dia à estatal chinesa Sinopec.

Os termos finais dos acordos, fechados apenas às 6h30 desta terça-feira (19h30 de segunda em Brasília), após longas negociações, deverão ser confirmados oficialmente apenas no final da tarde, após o fechamento das Bolsas asiáticas.

O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, se disse "satisfeito" com a conclusão dos acordos.

Carne

Em outra das negociações comerciais para a abertura do mercado chinês para a carne brasileira - vistas como prioritárias durante a visita - houve um acordo para a eliminação de barreiras à venda de carne de aves, mas ainda há um impasse em relação ao comércio de bovinos e suínos.
A venda de carne de aves brasileiras à China já era permitida, mas o governo brasileiro reclamava da demora na concessão de licenças de importação, que na prática impediam o comércio do produto.

Os dois lados então, negociaram para diminuir a burocracia nesse comércio.

O maior interesse do Brasil, no entanto, é a abertura do mercado chinês para a venda de carnes de porco, já que os chineses consomem cerca de 40% da produção mundial do produto.
Mas como contrapartida à importação de carnes brasileiras, a China exigiria a abertura do mercado brasileiro para a venda de tripas.

Com relação às carnes bovinas, uma pequena quantidade de carne brasileira já é exportada à China, mas algumas barreiras fitossanitárias, impostas após as suspeitas de casos de febre aftosa em alguns Estados brasileiros, impedem a ampliação desse comércio.
Sadia e Perdigão concluem acordo de fusão

Acordo confirmado pela Perdigão cria gigante do setor de alimentos.Operação precisa ser aprovada pelo Cade.

Após muita negociação, os obstáculos à assinatura do contrato de compra da Sadia pela Perdigão foram superados e os papéis foram assinados na noite desta segunda-feira (18). A conclusão do acordo foi confirmada pela assessoria de imprensa da Perdigão, mas os detalhes ainda não foram anunciados - o que deve ocorrer ainda na manhã desta terça-feira.

O acordo cria a uma gigante brasileira de alimentação, que deverá se chamar Brasil Foods. Segundo a consultoria Economática, a empresa ocupará o 9º lugar no ranking das maiores empresas de alimentos das Américas.

A conclusão da operação, no entanto, depende de uma série de aprovações - entre elas, a do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que poderá inclusive avaliar a necessidade da nova empresa de se desfazer de algumas das marcas, já que haverá uma forte concentração de mercado em alguns setores.

O que teria atrasado a assinatura dos contratos, que estava prevista para quinta-feira foi o destino a ser dado ao Banco Concórdia, que pertence à Sadia. Desde o começo estava definido que o banco ficaria de fora da nova empresa, como um negócio independente, controlado pelas famílias Fontana e Furlan.

No entanto, restavam duas questões pendentes: o que fazer com um contrato de prazo indeterminado que o banco possuía para explorar a cadeia produtiva da Sadia e como fazer a cisão desse ativo da empresa. A separação do banco envolvia a definição de quanto capital ele necessitaria para existir de forma autônoma.

No balanço do primeiro trimestre, a Concórdia Holding Financeira, que controla o banco e a corretora do grupo, tinha patrimônio líquido de R$ 81,5 milhões.

Em conversas nos últimos dias ficou resolvido que o Banco Concórdia não terá um contrato para explorar a cadeia de fornecedores e clientes da Brasil Foods. Com isso, o banco perde sua razão inicial de existir. Caberá às duas famílias definir o seu futuro. Internamente, o banco vem desenvolvendo estudos para encontrar um novo foco de atuação.

A discussão desses pontos fez com que os advogados de ambos os lados fizessem uma pausa ao longo do fim de semana. A equação dessas pendências ficou a cargo dos assessores financeiros e contadores. Os trabalhos foram retomados intensamente na segunda-feira.

As condições inicialmente contratadas para a união, contudo, não tiveram alteração substancial. Portanto, estaria mantida a fatia de 11,5% a qual as famílias controladoras da Sadia teriam direito na Brasil Foods.

Na prática, a base atual de acionistas da empresa comporia 33% dá companhia combinada com a Perdigão. Já a Previ, Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil, maior acionista da Perdigão e principal minoritária da Sadia, será a principal sócia da Brasil Foods.
Centrais apontam 14 de agosto como Dia Nacional de Luta

Em reunião realizada hoje no Sindicato dos Bancários, o Fórum das Centrais Sindicais (CUT, CTB, Nova Central, CGTB, Força Sindical e Conlutas), iniciaram o debate sobre dois anteprojetos: da ANAMATRA - Associação dos Magistrados Trabalhistas, que fixa procedimentos e sanções às demissões coletivas; e da deputada federal Manuela D’Avila (PCdoB-RS), que regulamenta o número de dirigentes sindicais que fazem jus à estabilidade provisória.

Na reunião foi aprovada a data indicativa, de 14 de agosto, como Dia Nacional de Luta, em continuidade às mobilizações realizadas no dia 30 de março. As características do ato do dia 14 de agosto serão definidas na próxima reunião, agendada para o dia 3 de junho, que também vai debater com a FUP a campanha “O Petróleo é Nosso”.

A resolução da reunião coincide com a deliberação aprovada na ultima reunião da Diretoria Executiva Nacional da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), que ocorreu em São Paulo nos dias 16 e 17 de abril.

Na oportunidade, a CTB aprovou uma resolução política na qual conclama as centrais sindicais a consolidar a unidade e a aliança com outras organizações dos movimentos sociais para enfrentar os efeitos da crise do capitalismo e propõe a realização de uma Marcha Emergencial em Brasília pelo Emprego, levantando bandeiras e descortinando caminhos que aglutinem o conjunto do movimento sindical.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Volkswagen suspende negociações para fusão com Porsche

VW reclama de falta de clareza da possível parceira. Reunião desta segunda-feira (18) não será mais realizada.

O fabricante automobilístico alemão Volkswagen (VW) informou neste domingo (17) que foram suspensas as negociações para uma possível fusão com a Porsche. Um porta-voz da companhia confirmou as informações surgidas em vários meios de comunicação alemães, segundo as quais, a VW tinha decidido se retirar das "pouco construtivas" conversas com a Porsche.

Segundo a imprensa, a companhia considera que não houve a "atmosfera" adequada para prosseguir com o diálogo, e suspendeu um encontro entre as duas partes que estava previsto para esta segunda-feira (18)

Entre as recriminações da VW indicadas pela imprensa, está a falta de uma linha de atuação clara por parte da Porsche e o "descrédito" que essa situação está representando à Volkswagen.

Para o presidente do comitê de empresa da Volkswagen, Bernd Osterloh, a Porsche deve esclarecer primeiro em nível interno o que espera de uma futura relação com a VW e dirigir-se depois à companhia alemã com uma proposta concreta. "Compra, fusão ou algo completamente diferente", indica.

A decisão da VW ocorre dez dias depois que representantes das famílias Porsche e Piëch, em conflito há dois anos em uma luta de poder, decidiram criar um grupo automobilístico integrado.

Os acionistas encomendaram a um grupo de trabalho a elaboração de um conceito que devia ser apresentado após um período de um mês.

No cenário desse projeto de fusão, estão as dificuldades financeiras da Porsche para obter o controle da Volkswagen e a possibilidade de que esta última aproveite essa fraqueza para responder às tentativas de compra com a aquisição do comprador.

A Porsche estava disposta a adquirir 75% da Volkswagen, o maior fabricante automobilístico da Europa, mas a crise financeira, que afeta especialmente o setor automotivo, prejudicou esses planos.

Além das dificuldades financeiras da Porsche, que tentou ampliar sua participação na Volkswagen através de uma troca de ativos, há o volume de liquidez da VW, que permitiria à empresa comprar a primeira sem dívida.
Apesar de crise, exportações do Brasil à China aumentam 65% em 2009

Contrariando expectativas, vendas de soja, minério de ferro e petróleo de ferro disparam no primeiro quadrimestre do ano.

Contrariando as expectativas pessimistas em meio à crise econômica mundial, as exportações brasileiras à China cresceram 64,7% no primeiro quadrimestre de 2009 em relação ao mesmo período do ano passado.

Em janeiro, um levantamento do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC) havia projetado perdas de mais de US$ 1,5 bilhão somente nas vendas de minério de ferro, soja e petróleo, mas a estimativa negativa não chegou a se concretizar.

Correspondendo a cerca de 77% da pauta exportadora, esses três produtos surpreenderam o mercado apresentando crescimento acelerado nas exportações entre janeiro e abril.

Nos primeiros quatro meses de 2009, o volume das vendas de soja em grão aumentou 70,1%, e do minério de ferro 51,3% em relação ao mesmo período de 2008, segundo números do Ministério daIndústria, Desenvolvimento e Comércio, compilados pelo CEBC. Mas o dado mais impressionante é o das vendas de petróleo e derivados, que subiram 251%.

"Nós erramos feio na projeção", disse Rodrigo Maciel, secretário-executivo do Conselho Empresarial Brasil-China. "O comércio destes três produtos está crescendo muito forte, mas os fatores responsáveis por isso são variados", explicou.

Pacote de estímulos

Maciel afirmou que boa parte do impulso no comércio de maneira geral - e nas vendas de minério de ferro em particular - se deve ao plano de estímulos lançado pelo governo chinês para combater a crise.

A iniciativa de mais de US$ 585 bilhões anunciada em novembro inclui forte investimento em obras de infra-estrutura e construção civil para a geração de empregos.

"Cerca de 70% dos gastos previstos no pacote estão relacionados à infra-estrutura e isso demanda minério de ferro do Brasil", disse à BBC Qu Hongbin, economista chefe para China do banco HSBC em Hong Kong.

Segundo ele, as exportações de commodities vão continuar aquecidas, pois a implementação do pacote está em "estágio inicial" e mais adiante haverá "mais investimento na China", o que manterá a demanda alta.

"As exportações brasileiras estão se saindo muito bem neste ano. Isso reflete principalmente o sucesso do pacote de estímulos da China para promover demanda doméstica, embora tenha havido também aumento de inventário, o que deverá terminar em breve", disse Arthur Kroeber, diretor da Dragonomics, consultoria de economia baseada na capital chinesa.

Soja

De acordo com Sérgio Mendes, diretor geral da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais, ANEC, as vendas de soja à China e a quebra da safra argentina tem mantido o preço da commodity elevado.

"Se você pegar o preço médio da tonelada de hoje e comparar com recordes do passado, vai ver que ele só foi superado pelo valor de 2008, mas 2008 foi excepcional pois se tratava de especulação", disse Mendes à BBC Brasil.

A principal razão para as exportações de soja terem aumentado em termos de volume é o fato de a China estar elevando os estoques estratégicos, afirmou Mendes. "Eles estão expandindo as reservas nacionais para mais de seis milhões de toneladas e estão comprando da gente", disse.
De janeiro a abril a China importou 4,2 milhões de toneladas de soja do Brasil. Na mesma época do ano passado o consumo não tinha passado de 2,5 milhões de toneladas, uma elevação de 70,1%.

Petróleo

A China tem comprado cada vez mais petróleo do Brasil, um produto que não estava entre os cinco mais vendidos em 2004, quando o presidente Lula visitou oficialmente o país pela primeira vez.

O próprio anúncio de detalhes sobre uma linha de crédito de US$ 10 bilhões para a exploração do pré-sal está sendo aguardado durante a atual viagem presidencial.
"É que Pequim está buscando formas de diversificar, uma vez que dependente muito do Oriente Médio", disse Qu Hongbin.

"Com suas gigantescas novas reservas de petróleo, o Brasil irá provavelmente se tornar um grande exportador de petróleo e gás e a China será um de seus mercados naturais", disse Renato Amorim, sócio da consultoria Carnegie Hill e ex-chefe do setor comercial da embaixada brasileira em Pequim.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Para onde corre o jovem?

José Carlos Barbosa
Muito se discute atualmente sobre o papel do jovem trabalhador na sociedade. Ele é aquele que, por vezes, não consegue se formar ou, ainda, é o que trabalha o dia inteiro para pagar a faculdade que cursa à noite.

E o que não era fácil ficou ainda pior. Com o agravamento da crise econômica, a realidade da juventude trabalhadora se agravou. Atualmente, o jovem que ingressa no mercado de trabalho, além de encontrar um longo e árduo caminho pela frente, quando conquista o primeiro emprego tem que conviver com condições precárias de trabalho, os constantes ataques da empresa aos seus direitos e a ameaça de demissão, já que é a primeira opção do patronato na hora de reduzir custos.

De acordo com a Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego para a faixa etária de 16 a 24 anos subiu para 21,1% em março, a maior desde agosto de 2007. Em fevereiro, a taxa para esse grupo era de 18,9%. Os dados confirmam o que já era notado no cotidiano, que a população jovem é o segmento que mais sofre com o desemprego.

Caindo aos pedaços

A realidade do jovem trabalhador metroviário não é diferente de outros tantos que existem por aí. Ele sofre com condições precárias de trabalho, além de se decepcionar quando consegue a tão esperada vaga de emprego.

Já ouvi muitas vezes de colegas metroviários sobre a falta de investimento na manutenção, equipamentos de alta precisão antigos e a carência de ferramentas adequadas para trabalhos essenciais. São coisas pequenas e corriqueiras do ponto de vista de quem escuta, mas não o são para o jovem metroviário, que entra cheio de expectativas e força de vontade.

Funções como Agente de Bilheteria (AE), cada vez mais desvalorizadas pela empresa, hoje se encontram em ameaça de extinção, devido aos constantes ataques do governo estadual e da empresa que teimam em repassar o patrimônio público para as mãos da iniciativa privada. Um bom exemplo é a tentativa de concessão do sistema de arrecadação para uma empresa. A implantação da terceirização do sistema deve gerar a extinção da função de AE, que não ficará mais a cargo dos metroviários. Essa política privatista gera um cabo de força. De um lado, o sindicato e a categoria, do outro, a empresa, o governo estadual e a iniciativa privada.

Outra causa de decepção é a falta de perspectiva de crescimento profissional. Essa dificuldade de ascensão faz com que muitos jovens promissores que entram no Metrô acabem desistindo em poucos anos, partindo para outros segmentos, ao invés de tentar mudar essa realidade através da ação sindical. A maioria desses jovens não participou das lutas que garantiram as principais conquistas do acordo coletivo da categoria, como bilhete de serviço, periculosidade, jornada de trabalho, entre outras. Isso faz com que eles não tenham noção da real importância da unidade e fortalecimento da luta sindical. Dessa forma, cabe aos dirigentes orientarem e fomentarem a participação da juventude para renovar e fortalecer a luta dos trabalhadores.

Mudança nas mãos

De olho neste cenário, a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) realizará seu primeiro 1º Encontro de Jovens Trabalhadores nos dias 23 e 24 de maio, em Atibaia – SP. O desafio, além de debater essa realidade, é buscar iniciativas que visem ao fomento da participação da juventude no movimento sindical, facilitando e motivando sua inserção nos sindicatos.

No evento, promovido pela Secretaria de Jovens da CTB, serão debatidas e definidas diretrizes que orientarão as lutas da juventude trabalhadora de todas as categorias, na cidade e no campo.

José Carlos Barbosa Nobre, o Capotão, é secretário de Assuntos da Discriminação Racial do Sindicato dos Metroviários de São Paulo
GM fecha fábrica de caminhonetes no Canadá

Decisão representa a eliminação de 2.600 postos de trabalho. Desde janeiro, a fábrica só funcionava a um terço de sua capacidade.

A General Motors (GM) fechou nesta quinta-feira (14) uma fábrica de caminhonetes que existia há 44 anos na cidade canadense de Oshawa, a cerca de 60 quilômetros de Toronto, o que representa a eliminação de 2.600 postos de trabalho. O fechamento da instalação faz parte da reestruturação da companhia e foi forçado pela drástica queda da demanda por caminhonetes.

A fábrica chegou a produzir 323 mil veículos em 2000, quando operava com capacidade total e 3.500 trabalhadores. Desde janeiro, a instalação só funcionava a um terço de sua capacidade.

Um analista do setor declarou ao jornal "Toronto Star" que o fechamento definitivo desta fábrica representará a perda de outros 12 mil empregos em empresas relacionadas.

Um estudo da empresa AutomotiveCompass afirmou que, embora a GM tenha se comprometido com as autoridades canadenses a manter 20% de sua produção voltada para a América do Norte no Canadá, é impossível que a empresa cumpra com sua promessa.

O Canadá se comprometeu a liberar 6 bilhões de dólares canadenses (US$ 5,1 bilhões) em ajuda para que a GM mantenha 20% de sua produção para a América do Norte em território canadense.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

GM e Chrysler devem fechar 3 mil concessionárias nos EUA, diz agência

Montadoras não comentam estratégia de reestruturação.General Motors tem até 1º de junho para apresentar plano.

A General Motors Corp e a Chrysler planejam cortar até 3 mil concessionárias nos Estados Unidos e podem começar a enviar as notificações nesta quinta-feira (14), afirmaram três pessoas com conhecimento dos planos ainda em desenvolvimento.

É esperado que a GM, que enfrenta um prazo de 1º de junho, imposto pelo governo dos EUA, para se reestruturar ou pedir concordata, envie avisos de término de contratos para até 2 mil de seus concessionárias: um terço das 6 mil.

Por sua vez, a Chrysler, que pediu concordata em 30 de abril, também avisará até 1 mil de suas 3.189 concessionárias norte-americanas que irá terminar seus contratos de franquia, de acordo com as fontes, que pediram para não serem identificadas uma vez que os controversos planos de fechamento ainda não foram divulgados.

As medidas para fechar concessionárias enfatizam a que ponto os efeitos econômicos da queda de ambas as montadoras - agora operando sob supervisão do governo norte-americano - se alastraram além de suas sedes em Detroit.

A porta-voz da Chrysler Kathy Graham afirmou que a montadora ainda não divulgou seus planos de fechamento de concessionárias. "Nós não anunciamos nada a esta altura," ela disse. "Ainda não fechamos o processo até o momento", completou. Já um porta-voz da GM não estava disponível para comentar.
GM quer vender nos EUA automóveis fabricados na China

Grupo projeta mais de 50 mil unidades chinesas nos EUA em 2014. Participação de carros chineses no mercado americano é muito pequena.

A montadora americana General Motors (GM) planeja comercializar a partir de 2011 nos Estados Unidos veículos fabricados na China, o que faria da empresa a primeira grande do setor a importar uma parte de sua produção a partir deste país, informa o jornal especializado Automotive News.

Segundo o jornal, que se baseia em um documento enviado pela GM a parlamentares americanos, o grupo espera vender nos Estados Unidos pouco mais de 17.300 veículos produzidos na China em 2011, antes de triplicar a quantidade a mais de 51.500

No entanto, em 2014, as vendas estimadas de veículos importados da China não devem representar mais que 1,6% das vendas totais nos Estados Unidos previstas pelo grupo (3,1 milhões de veículos), completa o Automotive News.

A GM tem participação em duas empresas mistas de produção na China, com o SAIC Motor Corp e a Wuling Automobile Co, e anunciou em fevereiro estar em negociações com a FAW, uma das três maiores montadoras chinesas, para criar uma empresa conjunta de fabricação de veículos leves.
Governo taxa poupança, mas não taxa especulação e grandes fortunas

O governo decidiu mudar as regras de remuneração das cadernetas de poupança, taxando as que possuem saldo acima de R$ 50 mil, que vão passar a pagar Imposto de Renda em 2010, de acordo com informações divulgadas nesta quarta-feira (13) pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. A mudança surpreendeu representantes das centrais sindicais que estiveram reunidos no dia anterior em Brasília com autoridades do governo e teriam ouvido do próprio Mantega que não haveria mudanças nesta modalidade de aplicação, conforme Joílson Cardoso, secretário de Política Sindical e Relações Institucionais da CTB.

A medida não agradou, pois a mudança que introduz na área fiscal não contempla as demandas dos sindicalistas, que cobram uma taxação mais severa da especulação financeira, das grandes fortunas e propriedades fundiárias. “Nós lutamos para que os ricos paguem pela crise econômica, mas a mudança na poupança não vai nesta direção”, enfatizou o presidente da CTB, Wagner Gomes.

Selic

O governo garante que o imposto só será cobrado se a taxa básica de juros (Selic) cair abaixo dos atuais 10,25%. Se a poupança for a única renda da pessoa, haverá isenção de imposto até R$ 850 mil. O IR só será cobrado acima desse valor. Além disso, o imposto será menor que o de outros aplicadores.

O imposto a ser pago por quem tem mais de R$ 50 mil em poupança vai variar conforme a taxa Selic. Quanto mais baixa a Selic, maior será o imposto. O imposto será cobrado sobre um percentual do rendimento. Se a Selic ficar entre 10% e 10,5%, vai ser cobrado imposto sobre 20% do rendimento. Se a Selic cair a 7,25%, será tributado 100% do rendimento. As alíquotas de tributação serão as mesmas do IR normal (7,5%, 15%, 22,5% e 27,5%). Veja como fica na tabela abaixo:IMPOSTO DA POUPANÇA VARIA CONFORME A TAXA SELIC

Taxa de juros (Selic) Parcela do rendimento que paga imposto

10,5% = 0
10 a 10,5% = 20%
8,75% a 10% = 30%
8,25% a 8,75% = 40%
7,75% a 8,25% = 60%
7,25% a 7,75% = 80%
0 a 7,25% = 100%

As mudanças são somente para o próximo ano. "Em 2009, não acontece nada. Todos os poupadores terão o mesmo rendimento", afirmou Mantega. O ministro garante que “hoje, 99% das cadernetas de poupança no Brasil são de aplicações que vão de R$ 100 a R$ 50 mil".

Justificativa

O governo justifica a mudança argumentando que se a taxa paga aos poupadores (TR – taxa referencial, mais 6,17% a.a) for mantida sem tributos, numa conjuntura de juros em queda com a Selic abaixo de dois dígitos, a rentabilidade da poupança tende a superar a de outras aplicações financeiras, os fundos de renda fixa e os títulos governamentais, estimulando uma migração dos investimentos nesses ativos para a caderneta de poupança. Se isto vier a ocorrer, até o refinanciamento da dívida interna poderia ser comprometido e a poupança seria mais um canal para a especulação financeira.

"As mudanças estão sendo feitas para garantir que a poupança continue sendo o investimento mais importante e seguro para o grosso da população brasileira. Queremos impedir que grandes investidores migrem para a poupança causando uma distorção em um instrumento tradicional da economia brasileira e que a poupança se transforme em um instrumento de especulação financeira", disse Mantega.

Taxa de juros

O ministro confirmou, ainda, que para este ano, caso a taxa Selic seja menor que 10,25% ao ano, o governo reduzirá a cobrança do Imposto de Renda nos fundos de investimento. "Neste ano de 2009, caso a Selic caia abaixo de 10,25%, para impedir que haja essa migração de grandes investidores para a poupança, estaremos reduzindo a tributação do IR para os investimentos que não são caderneta da poupança. Esses investidores perdem o rendimento da Selic, e a gente atenua com a dimunição do IR."

O governo também vai reduzir o Imposto de Renda dos fundos de investimento - que atualmente estão em 22%. Deverá ser editada uma medida provisória, antes da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. "Vamos ter de estudar a forma legal para essa mudança. É como se fosse um desconto, que depois se recompõe, caso haja uma nova alta da taxa Selic acima de 10,25%", disse Mantega.

CTB

A CTB, em aliança com as demais centrais sindicais, continuará lutando por uma redução mais substancial das taxas de juros, assim como do spread bancário (diferença entre o que os bancos pagam para captar dinheiro e o que cobram dos tomadores de empréstimos), que faz com que as taxas reais de juros brasileiras na ponta final (pagas pelos consumidores e as empresas) sejam, de longe, as mais altas de todo o mundo.A CTB também reitera a defesa de uma reforma tributária justa e progressiva, que entre outras coisas deve contemplar a efetivação do Imposto sobre Fortunas, previsto na Constituição; forte taxação das remessas de lucros e dividendos das transnacionais; tributação mais rigorosa da especulação financeira e dos bancos; desoneração da cesta básica; correção da tabela, aumento do número de faixas e revisão das alíquotas do IRPF; elevação do imposto sobre as heranças, bem como do Imposto Territorial Rural (ITR); onerar o investimento estrangeiro de curto prazo, orientado para títulos de renda fixa e ações, além de intensificar o combate à evasão fiscal.
PCdoB ganha ação no Supremo que repõe direito do trabalhador

A partir de agora, o trabalhador despedido já pode entrar com ação na Justiça do Trabalho contra o patrão sem precisar ir primeiro à comissão de conciliação prévia. O PCdoB ganhou ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra lei do Governo FHC que obrigava o trabalhador a buscar acordo antes na comissão de conciliação prévia, criada pelo governo tucano para arbitrar conflitos entre empregados e patrões.

O Supremo julgou, na tarde desta quarta-feira (13), Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) de 2000, dando ganho ao PCdoB. O advogado Paulo Guimarães, do PCdoB, explicou que o Supremo entendeu que o cerceamento de acesso à Justiça é inconstitucional. As comissões continuam existindo, mas o empregado só vai recorrer à elas por livre opção.

A decisão, após nove anos e meio, ainda é uma liminar, mas já surte os efeitos do pedido principal. Para Guimarães, a liminar recebeu votos da maioria, decisão que deve ser mantida no julgamento do mérito da ação. Ele afirma que a decisão repercute no país todo, porque havia reclamação generalizada.

A Lei de FHC, implantada em janeiro de 2000, gerou a ação logo em fevereiro e o PCdoB recebeu apoio do PSB, PDT e PT. Na ocasião, os comunistas alegaram que a lei impedia que o trabalhador tivesse acesso direto à Justiça do Trabalho, obrigando-o, antes, a se submeter à decisão da comissão de conciliação prévia.
Acelerar justiça

Para o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Wagner Gomes, a decisão repõe um direito do trabalhador que é o de procurar na Justiça os seus direitos e compensação para suas perdas. Para o líder trabalhista, a luta agora deve ser para que a Justiça acelere as decisões para não prejudicar os trabalhadores.

Ele alega que, além da obrigatoriedade da medida, a comissão de conciliação prévia – composta por representantes dos sindicatos patronal e dos trabalhadores - não atuava com isenção. O trabalhador era pressionado para fazer acordo em desvantagem, com o benefício de que receberiam logo, explica Wagner Gomes, parabenizando o PCdoB e demais partidos por ajudar na recuperação desse direito dos trabalhadores.