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sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

GM São Caetano persegue lideranças sindicais

Pressionados pela empresa, os trabalhadores do General Motors de São Caetano têm sofrido com a jornada de 45 horas semanais e, como se não bastasse, a prática excessiva de horas extras, em
média 40 minutos por dia.










Inconformados com a situação, os trabalhadores em parceria com os diretores da CTB se mobilizaram com total apoio dos demais diretores, e realizaram paralisações por dois dias (noites) consecutivos, impedindo a continuidade do processo de produção além da jornada. A ação contou com adesão de 95% dos trabalhadores.Diante da intensa mobilização da categoria, a empresa voltou atrás, porém, em uma atitude de perseguição e represália, suspendeu e advertiu os líderes do movimento. Os diretores de base Paulo Chinelato (Pão Doce) e Fabio Gandia (Fabinho) receberam 15 e 7 dias de suspensão, respectivamente. Já Marcelo Toledo, secretário geral do sindicato, João Sipriano (Magrão) 2º vice-presidente e Franscisco Nunes, vice-Presidente, receberam cartas de advertência.Atualmente, as centrais sindicais travam uma batalha pela conquista da Redução da Jornada de Trabalho de 44 para 40 horas semanais, para garantir aos trabalhadores, além de uma elevação na qualidade de vida, mais oportunidades de emprego, já que a medida irá gerar mais de 2 milhões de postos de trabalho.A CTB, intensificando mais uma vez a luta na defesa pelos direitos dos trabalhadores e pela liberdade sindical, um direito constitucional, condena veementemente a atitude intolerante da empresa contra os dirigentes sindicais, assim como a pressão sofrida pelos trabalhadores e conclama a classe trabalhadora a participar de mais essa batalha. Na última terça-feira (08), o vereador Gilberto Costa, apresentou na Câmara Municipal de São Caetano do Sul uma moção em solidariedade aos líderes sindicais que sofreram a retaliação. O documento foi assinado pelos vereadores presentes.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Carta Capital revela conexões paulistas do panetone do DF

Um "novelo" que conduz "de Brasília até o governo estadual paulista e a prefeitura da capital" é descrito na reportagem As ramificações do panetone, de Gilberto Nascimento, que está na revista Carta Capital que chegou às bancas nesta sexta-feira (4). Duas empresas citadas na Operação Caixa de Pandora, têm contratos com a prefeitura paulistana de José Serra-Gilberto Kassab que somam R$ 106,9 milhões.

Sem arriscar uma previsão sobre "o poder de contaminação dos escândalos da administração José Roberto Arruda (DEM) na aliança PSDB-DEM", a revista aponta algumas preferências empresariais partilhadas pelos governos de Arruda, José Serra e Gilberto Kassab.

"A Uni Repro Serviços Tecnológicos, empresa apontada em gravações como responsável por repasses de dinheiro ao subsecretário de Saúde e presidente do PPS do Distrito Federal, Fernando Antunes, mantém 35 contratos com o governo do Estado de São Paulo, no valor total de R$ 38 milhões".

A Uni Repro, conforme o levantamento de Nascimento, presta serviços às secretarias paulistas da Saúde, Educação, Esportes e Direitos da Pessoa com Deficiências, e ainda ao Instituto Florestal, Sabesp, Nossa Caixa, Metrô, CDHU (companhia habitacional) e CPTM (ferroviária). Na prefeitura administrada por Kassab (DEM), o jornalista levantou contratos no valor de R$ 48,1 milhões, entre 2006 e 2009, a começar pelo fornecimento de serviços de fotocópia à Secretaria da Saúde.

"Outra empresa citada no esquema do DEM em Brasília, a Call Tecnologia, também presta serviços à Prefeitura de São Paulo e recebeu, de fevereiro de 2006 até novembro deste ano, R$ 58,8 milhões", prossegue a Carta Capital. "Sairam dos cofres da Prefeitura de São Paulo, no total, R$ 106,9 milhões para duas empresas envolvidas no escândalo", constata. As conexões incluem ainda a Amplus e a InfoEducacional.

Castelo de Areia

A reportagem-denúncia menciona ainda o relatório da Polícia Federal sobre a Operação Castelo de Areia – "investigação sobre denúncias de evasão de divisas e lavagem de dinheiro envolvendo diretores da Construtora Carargo Correia". Cita "remessas de dinheiro possivelmente feitas ao Palácio dos Bandeirantes, em 30 de setembro de 1996, no total de US$ 45 mil". E ainda anotações de "um suposto pagamento" de US$ 15 mil, em 14 de setembro de 1998, "a Aloysio Nunes Ferreira, hoje chefe da Casa Civil do governo Serra" (e candidato preferencial do governador à sua própria sucessão em 2010).

Outras ramificações da Castelo de Areia atingem o presidente da Câmara, deputado Michel Temer (PMDB), em São Paulo, e os Diretórios do PT e PMDB no Pará. A revista ilunina ainda o papel saliente do PPS-DF no 'Mensalão do DEM': conforme os vídeos que documentam o escândalo brasiliense, a Uni repro "é apontada como responsável por repasses de dinheiro ao subsecretário de Saúde (do governo Arruda) e presidente do PPS do Distrito Federal".

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

O demo Arruda será o vice de Serra?

O único governador do DEM no país, José Roberto Arruda, está quase no cadafalso, pronto para a degola. Os 30 vídeos em mãos da Polícia Federal mostram o demo e os seus aliados colocando maços de dinheiro ilícito nos bolsos, nas meias e até na cueca. As imagens não deixam margem à dúvida. A corrupção é pesada e enterra o discurso dos oligarcas do ex-PFL, que se travestiam de paladinos da ética para evitar o total fiasco nas eleições majoritárias e proporcionais de 2010.

A cada pleito, o ex-PFL não engana mais ninguém. Em 1998, o partido dos coronéis elegeu 105 deputados federais. Em 2002, ele conseguiu emplacar 84 e, em 2006, caiu ainda mais, elegendo 65 parlamentares. Desmoralizado e enfraquecido, ele desidratou na atual legislatura e ficou com 55 cadeiras. Já no executivo, o desastre foi bem maior. Elegeu seis governadores em 1998; caiu para quatro em 2002; e só conseguiu emplacar um em 2006, José Roberto Arruda, um ex-tucano que renunciou a mandato de senador após o escândalo da violação do painel eletrônico, em 2001.

“Ambos trocaram elogios mútuos”

O encolhimento dos demos não deve preocupar apenas os coronéis deste partido. Afinal, o DEM é quase um apêndice do PSDB. Não tem vida própria e vegeta – ou definha. Com sua crise, que pode ser terminal, ele cria baita dor de cabeça para os tucanos, abalando o sonho dos neoliberais-conservadores de retorno ao poder na sucessão do próximo ano. Arruda estava flertando com o mineiro Aécio Neves, mas nunca escondeu seu desejo de ser vice do tucano paulista José Serra.

“Serra, do PSDB, e Arruda, do DEM, ensaiam aliança para 2010”, informou o sítio da Folha no ano passado. O artigo, agora ocultado pelos “colunistas” da mídia, informava que os dois haviam se reunido em Brasília para negociar a possível dobradinha. “Ambos trocaram elogios mútuos na presença dos líderes nacionais dos dois partidos”, relatava. O governador do Distrito Federal fez, na ocasião, rasgados elogios ao seu compadre paulista, garantindo que “copiava” várias projetos do grão-tucano – ainda não existiam as denúncias de roubo dos cofres públicos.

O socorro da revista Veja

Quando renunciou ao seu mandato para escapar da cassação, o então tucano José Roberto Arruda chorou copiosamente na tribuna do Senado. Agora, quem deve estar chorando são os demos, que ficaram sem discurso e podem encolher ainda mais no pleito de 2010; os tucanos, que assistem a tragédia dos seus fiéis aliados; José Serra, que despenca nas pesquisas e acompanha o enterro de um eventual candidato a vice; e a própria mídia hegemônica, que nunca escondeu sua torcida por uma “imbatível” aliança tucano-demo. Haja lenço ou papel-higiênico para tantas lágrimas.

Talvez a revista Veja pudesse consolar os chorões do DEM e do PSDB. Em julho deste ano, ela já bajulou o governador do Distrito Federal – talvez como gratidão pela compra de assinaturas do panfletinho da Editora Abril – na entrevista intitulada “Ele deu a volta por cima”. Nela, o demo Arruda aparecia como um estadista, como político ético, apesar de confessar que “sei que existe corrupção no meu governo, mas sempre que eu descubro há punição”. O escândalo atual cobra explicações de Arruda, de Serra, dos demos, dos tucanos e da mídia venal. Haja papel higiênico!