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sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Grande ABC se mobiliza contra a crise

A proteção ao meio produtivo e a consequente busca pela manutenção do emprego em meio à crise estão mobilizando sindicalistas e empresários em todo o País, mas especialmente no Grande ABC.
Ontem, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC saiu a campo e propôs a realização de um seminário amplo, reunindo governos, empresários e trabalhadores, para encontrar saídas para a crise.
Enquanto uma decisão mais ampla não chega, também ontem, em Mauá, os funcionários da fábrica de autopeças GT do Brasil recusaram, em assembleia, a proposta feita pela empresa de reduzir 25% tanto do salário como da jornada de trabalho. A GT alega que sua produção recuou 50%.
O vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, Sivaldo Silva Pereira, o Espirro, afirma que a autopeças procurou a entidade alegando que, se os funcionários não aceitassem a proposta, iria demitir entre 40 e 50 operários.
O sindicalista disse ainda que a entidade é contrária à redução, mas como a empresa não deu alternativa, os trabalhadores foram consultados. Espirro informou que, além da redução de 25% de salário e de jornada - que se iniciaria no dia 1º de fevereiro -, o acordo oferecia três meses de estabilidade.
Funcionários afirmam que houve redução de produção, mas que não chega a 50%. "Deve ter caido entre 30% a 35%, e que até na hora do almoço há pessoas trabalhando", disse o dirigente sindical.
CAPITAL
Funcionários de duas empresas da Capital, a MWM Motores e a Sabó aprovaram redução de jornada e de salário.
Os trabalhadores da MWM aceitaram a proposta de redução da jornada em 20% e diminuição de 17,5% do salário, a partir de 1º de fevereiro. A medida valerá por 90 dias e garante estabilidade no emprego até 45 dias após o final do período de redução para os cerca de 2.000 funcionários. A autopeças alega queda em torno de 40% na produção.
Os metalúrgicos da Sabó aceitaram reduzir um dia da semana na jornada e 12% dos salários, respeitando o piso da categoria, de R$ 920. O acordo começa a valer segunda-feira e garante o emprego de 1.600 operários até abril.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, Miguel Torres, afirma que as empresas que oferecerem reduções precisam provar sua real situação.
LEGISLAÇÃO
O advogado Túlio Massoni, do escritório Amauri Mascaro Nascimento Advocacia, afirma que a redução da jornada e de salários esta prevista na Constituição Federal (artigo 7º, inciso 6), mas o Ministério Público do Trabalho em São Paulo entende que a redução tem de respeitar a Lei nº 4.923/65.
A lei cita que o salário e a jornada de trabalho podem ser reduzidos em, no máximo, 25% e por três meses (podendo ser prorrogados por mais três meses). A situação só pode ocorrer caso a empresa comprove dificuldade financeira. Essas condições têm de ser aprovadas em assembleia de trabalhadores.
Novo salário mínimo, de R$ 465, entra em vigor neste domingo

Reajuste de 12% foi mantido apesar dos cortes no Orçamento. Governo espera estimular consumo interno com aumento de R$ 50.

Entra em vigor no próximo domingo (1º) o novo salário mínimo, que passa de R$ 415 para R$ 465. O valor corresponde a um reajuste de 12% e terá reflexo no início de março, quando normalmente são pagos os salários de fevereiro. O valor do novo mínimo havia sido negociado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva com as centrais sindicais em 2008 e foi confirmado pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, na terça-feira passada (27) durante o anúncio de corte provisório do Orçamento de 2009. O corte anunciado –o maior de ambos os mandatos do presidente Lula – foi de R$ 37,2 bilhões.

O reajuste será aplicado por meio de medida provisória. Além de atender aos sindicalistas, o governo pretende estimular o consumo com o aumento de R$ 50. Nesta sexta-feira (30), o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, dá entrevista coletiva para falar do reajuste.
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Sindicalistas defendem manutenção de empregos e salários
Os reajustes do salário mínimo causam impacto a pelo menos 21 milhões de brasileiros, segundo o Ministério do Trabalho, usando dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre os aposentados e pensionistas, mais de seis milhões recebem pelo menos um salário mínimo mensal.
Lula anuncia construção de
1 milhão de casas até 2010

Presidente defendeu investimento público para combater a crise. Ele voltou a propor que recursos do pré-sal sejam usados em educação.

Da esquerda para a direita: presidente da Bolívia, Evo Morales; do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva; do Equador, Rafael Correa e da Venezuela, Hugo Chavez, se encontram no Fórum Social Mundial em Belém

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira (29) em discurso no Fórum Social Mundial, em Belém, que o governo federal vai lançar nos próximos dias um plano para a construção de um milhão de casas no Brasil até o ano que vem. Para o presidente, o investimento público é o caminho para superar a crise financeira internacional. “Vamos anunciar nos próximos dias a construção de 500 mil casas em 2009 e mais 500 mil em 2010. O movimento da área de moradia vai ser chamado para discutir isso”, disse Lula. A declaração foi feita para uma platéia favorável que recebeu o presidente com muitos aplausos e palavras de ordem. Além do programa de moradia, Lula destacou os investimentos da Petrobras de R$ 174 bilhões até 2013 e destacou a necessidade de maior participação do estado na economia.
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“Se nas crises passadas tinha que fazer ajuste fiscal, nesta crise é hora de investir, de construir, de colocar dinheiro no que for produzir”, afirmou o presidente brasileiro.
Pré-sal
Ainda sobre a questão do petróleo, Lula voltou a defender que os recursos da exploração das reservas da camada pré-sal tenham como destino investimentos em educação e combate à pobreza. “Aqui no Brasil, a Petrobras descobriu muito petróleo, mas não queremos que a Petrobras vire uma grande exportadora apenas, queremos que parte deste petróleo resolva o problema da educação e da pobreza neste país”. Lula participou de um evento no Centro de Convenções do Hangar com os presidentes Hugo Chavez (Venezuela), Evo Morales (Bolívia), Fernando Lugo (Paraguai) e Rafael Correa (Equador).
Honda para produção do Reino Unido por quatro meses

Lucro líquido da montadora caiu 89,9% no último trimestre de 2008.Governo britânico já anunciou um plano de apoio ao setor automotivo.

Crise global afeta a Honda, a segunda maior montadora japonesa
A crise financeira mundial abalou a montadora japonesa Honda Motors que decidiu, a partir desta sexta-feira (30), fechar a fábrica de veículos de passeio do Reino Unido pelo período de quatro meses. A medida afetará seus 4.200 funcionários, que entrarão em férias coletivas e receberão nos dois primeiros meses remuneração integral e, nos outros dois meses, 60% do salário. A decisão acontece na mesma semana em que o ministro britânico do Comércio, Peter Mandelson, anunciou um plano de apoio ao setor automotivo, passando pela garantia de 2,3 bilhões de libras (2,5 bilhões de euros) de empréstimos, dos quais 1,3 bilhão de libras saiu do Banco Europeu de Investimentos. Embora a ajuda injete um ânimo ao setor, o que fez a montadora a reduzir drasticamente a produção na planta do Reino Unido foi o desanimador desempenho registrado entre outubro e dezembro de 2008. De acordo com balanço da Honda divulgado também nesta sexta-feira, a empresa registrou lucro líquido de 20,2 bilhões de ienes (US$ 226,1 milhões), valor 89,9% menor que o registrado no mesmo período do ano anterior. Assim, a segunda maior fabricante de veículos do Japão voltou a revisar para baixo suas previsões de lucro líquido para o atual ano fiscal, que termina em março, aos 80 bilhões de ienes (US$ 895 milhões).

O lucro operacional da companhia também foi prejudicado pela queda da demanda e ficou no último trimestre do ano em 102,4 bilhões de ienes (US$ 1,146 bilhão), 62,9% menor que em 2007. As vendas da Honda caíram 16,8% entre outubro e dezembro aos 2,53 trilhões de ienes (US$ 28,335 bilhões), US$ 5,721 bilhões a menos que no mesmo trimestre do ano anterior.
Com prejuízos bilionários, multinacionais japonesas demitem

Nesta sexta, NEC informou corte de 20 mil postos de trabalho.Hitachi também vai demitir 7 mil funcionários

Kaoru Yano, presidente da NEC Corp, fala à imprensa nesta sexta-feira. (Foto: AP)
A crise financeira está atingindo em cheio as empresas japonesas. Só nesta sexta-feira (30), 27 mil cortes em postos de trabalho foram anunciados, depois que a NEC e a Hitachi divulgaram prejuízos bilionários.

Na NEC Corporation, maior fabricante japonesa de computadores pessoais, pelo menos 20 mil postos de trabalho serão suprimidos. A empresa, que tinha mais de 150 mil funcionários ao final de dezembro de 2008, não informou prazo para os cortes.

Nesta sexta, a empresa informou que deve registrar, em seu balanço que se encerra em 31 de março próximo, seu primeiro prejuízo em três anos. Segundo a empresa, a previsão é encerrar o ano fiscal com perdas de 290 bilhões de ienes (US$ 3,2 bilhões), frente a um lucro de 22 bilhões de ienes um ano antes. Dos 20 mil empregos suprimidos, 9,45 mil são na subsidiária NEC Tokin e já haviam sido anunciados na última terça-feira.

"Caso o severo ambiente externo continue ou piore, o próximo ano trará desafios sem precendentes à NEC", informou a companhia em comunicado aos investidores.

Também no Japão, a fabricante de equipamentos eletrônicos Hitachi anunciou que prevê uma perda de quase US$ 8 bilhões nos lucros no ano fiscal de 2008 que se encerra em 31 de março de 2009, em comparação com o ano anterior. E devido à crise econômica, a empresa anunciou que vai demitir 7 mil funcionários.

Mais cedo, a montadora Honda informou que entre outubro e dezembro de 2008 teve lucro líquido de US$ 226,1 milhões, número 89,9% menor que o registrado no mesmo período do ano anterior. Por conta das perdas, sua unidade do Reino Unido será paralisada por quatro meses e os funcionários entrarão em férias coletivas.

Mais cortes

Há duas semanas, a Honda, segunda maior fabricante japonesa de automóveis, já havia anunciado a demissão de 3,1 mil funcionários temporários no Japão e um novo corte da produção, em consequência da crise econômica.

Na Nissan, os cortes anunciados no último dia 15 afetarão 500 empregos temporários. Na Toshiba, 4,5 mil ficarão sem emprego até o final de março.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Sindicato aceita redução de salário e contraria centrais

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC contrariou as orientações da direção CNM/CUT (Central Nacional dos Metalúrgicos da Central Única dos Trabalhadores) e assinou um acordo que reduziu a jornada de trabalho e o salário de metalúrgicos. Sem alarde, a entidade fechou um contrato com a Fiamm Latin América, de São Bernardo, que prevê um corte de 15% do salário e também da jornada de trabalho.

Valter Sanches, secretário geral da CNM/CUT afirma que a entidade é totalmente contrária às reduções. Para Sanches, "os trabalhadores já não ganham bem e se tiverem redução de salário irão consumir menos ainda com medo de serem demitidos amanhã". O mesmo discurso foi adotado pelo presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre, que, há semanas, defende a proteção do emprego sem a redução de salários.
A supervisora do RH (Recursos Humanos) da Fiamm, Rosemeire da Silva, afirma que o acordo foi fechado com o sindicato no dia 8 de janeiro. "Aceitamos a redução do salário e não trabalhamos às segundas-feiras. O acordo foi feito para que não houvesse demissão", explica.

Polêmica - Em janeiro, em reunião com as centrais sindicais, o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, disse que a redução pode evitar demissões. "Não é necessário flexibilizar ou criar novas leis, mas sim utilizar recursos previstos na Constituição brasileira, como a redução da jornada de trabalho, banco de horas, férias coletivas, entre outros", apontou Skaf.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, Cícero Firmino da Silva, o Martinha, também afirma que é contra as reduções. "Mas é preciso ver caso por caco para que as empresas não usem a situação para tirar proveito", completa.
Metalúrgicos de SP fecham novo acordo de redução de jornada

Cerca de 2.800 trabalhadores da MWM Motores vão trabalhar um dia a menos por semana e terão salário menor

O Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo ( Força Sindical ), aprovou nesta quinta-feira, 29, mais um acordo de redução salarial, contemplando 2.799 trabalhadores da MWM Motores. Os trabalhadores aceitaram a proposta que diminui a jornada em 20% - um dia por semana - e que também reduz os salários em 17,5%. O acordo, com validade de 90 dias, passa a valer em 1º de fevereiro.

Como contrapartida, a MWM se comprometeu a garantir a estabilidade dos funcionários por quatro meses e meio. De acordo com Miguel Torres, presidente do Sindicato, a empresa pediu a flexibilização da jornada e dos vencimentos pois passou a lidar, desde o fim do ano passado, com uma queda considerável do faturamento e produção.
Sai primeiro acordo de redução de jornada de trabalho em SP

Válida por 3 meses, decisão garante a funcionários da Valeo que empregos serão preservados por 135 dias

SÃO PAULO - Os cerca de 800 trabalhadores da Valeo Sistemas Automotivos, empresa que produz faróis e lanternas para veículos, aprovaram no início da manhã desta quarta, 28, a proposta para redução da jornada de trabalho, com diminuição do salário.

O acordo vale por 90 dias. Em troca, os funcionários ganham a garantia de que seus empregos serão preservados pela diretoria da empresa por 135 dias - quatro meses e meio. De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo ( Força Sindical), trata-se do primeiro acordo desse tipo na Capital.

Ainda segundo informações do Sindicato, a proposta prevê um dia a menos de trabalho por semana. Com isso, haverá também a redução de salários em 15%.

A medida é uma tentativa da empresa de enfrentar a crise econômica, que desde o fim do ano passado afetou em cheio a indústria, principalmente as empresas ligadas ao setor automotivo.
Ford anuncia US$ 14,571 bilhões de prejuízo em 2008

Somente no último trimestre foram US$ 5,875 bilhões de perda.Apesar do rombo, montadora recusa ajuda da Casa Branca.

O anúncio feito pela Ford, nesta quinta-feira (29), de US$ 5,875 bilhões de prejuízo registrado apenas no último trimestre de 2008 deu uma dimensão real da crise econômica que assola o mundo, que fez do setor automobilístico uma das principais vítimas. As perdas totais no ano passado foram de US$ 14,571 bilhões (a Ford perdeu US$ 2,723 bilhões, em 2007).
O presidente e executivo-chefe da Ford, Alan Mulally, disse em comunicado que a "Ford e todo o setor do automóvel encararam no quarto trimestre um extraordinário arrefecimento em todos os principais mercados mundiais, o que teve um impacto nos resultados". Mulally acrescentou que em 2009 a empresa continuará tomando "as ações decisivas necessárias" pare reduzir a produção de veículos e equilibrá-la com a demanda. A empresa disse que, "segundo as atuais suposições de planejamento, a Ford reiterou que tem suficiente liquidez para financiar seu plano empresarial e investimentos em produtos". Por isso, apesar do rombo, a montadora norte-americana afirmou que tem “liquidez suficiente” para financiar o plano de revitalização sem a ajuda do governo federal. A companhia disse que, em 31 de dezembro de 2008, tinha uma liquidez de US$ 24 bilhões e que acrescentará outros US$ 10,1 bilhões no primeiro trimestre de 2009.
As duas principais concorrentes da Ford, General Motors e Chrysler, recorreram a empréstimos da Casa Branca para evitar a falência e promovem mudanças estruturais para provar que são viáveis ao credor federal.

Eletroeletrônicos

Gigantes japonesas de eletroeletrônicos, Sony e Toshiba, também anunciaram perdas nesta quinta-feira (29). Apesar de não ter registrado prejuízo, a Sony contabilizou um lucro líquido de US$ 115 milhões, resultado 95% menor que o registrado no último trimestre do ano anterior.
A situação da Toshiba é mais alarmante, já que registrou uma perda líquida de US$ 1,346 bilhão, frente ao lucro líquido de US$ 895 milhões alcançado no mesmo trimestre de 2007.
Volkswagen anuncia 800 demissões no México

Funcionários temporários serão cortados, segundo a montadora.VW também reajustará produção e realizará paradas técnicas.

O presidente da Volkswagen do México, Otto Lindner, anunciou nesta quarta-feira (278) que a montadora vai demitir 800 trabalhadores temporários, fazer reajustes na produção e realizar mais paradas técnicas
GM nega proposta sobre demissões e caso vai a julgamento

Sindicato pediu para que a montadora revertesse os contratos.Dispensas em São José dos Campos aconteceram no último dia 12.

Terminou sem acordo a audiência de conciliação realizada nesta quarta (28), no TRT (Tribunal Regional do Trabalho) 15ª Região de Campinas, entre o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e a General Motors. A audiência debateu as demissões feitas pela montadora no último dia 12. Como não houve conciliação, o processo irá a julgamento.
O sindicato alegou o descumprimento do acordo coletivo feito no ano passado, por parte da GM, que previa a manutenção dos contratos temporários. Além disso, a entidade destacou a ausência de negociação com a empresa para encontrar alternativas às demissões. Assim, durante a audiência, o sindicato pediu para que as demissões fossem revertidas e os trabalhadores mantidos sob licença remunerada. Entretanto, a montadora manteve as demissões. Frente ao impasse, o juiz relator Lorival Ferreira dos Santos determinou que o processo irá a julgamento. Mas antes será encaminhado ao Ministério Público do Trabalho, que deverá se manifestar sobre o assunto, por escrito, antes de a liminar ser apreciada. Segundo o diretor do Sindicato, Vivaldo Moreira Araújo, a expectativa era de reverter as demissões nesta quarta-feira. “A mobilização vai continuar e também esperamos que a liminar judicial possa reconduzir os trabalhadores aos seus postos de trabalho”, a General Motors não comentou o caso por estar em julgamento
IGP-M tem deflação mais acentuada desde 2005

Indicador que reajuste aluguéis ficou em -0,44% em janeiro.Deflação foi impulsionada pela queda dos preços no atacado.


O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) fechou o mês de janeiro com deflação de 0,44%, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (29) pela Fundação Getulio Vargas (FGV). A taxa é a menor desde setembro de 2005, quando ficou negativa em 0,53%. O IGP-M é usado para reajustar a maioria dos contratos de aluguel.

A deflação do indicador também a segunda mensal consecutiva. Em dezembro, havia ficado em –0,13%. O impulso para o recuo do IGP-M veio dos preços por atacado, que recuaram, em média, 0,95% no período. No mês anterior, a taxa havia sido de -0,42%. No corte por origem, a queda veio dos produtos industriais, que ficaram 1,48% mais baratos, depois de registrarem queda de 0,48% no mês anterior. Já os produtos agrícolas subiram 0,55%, seguindo uma deflação de 0,28% em dezembro. No corte por estágios da produção, o índice relativo aos bens finais variou -0,44%, em janeiro. Em dezembro, este grupo de produtos mostrou variação de -0,41%. Contribuiu para a desaceleração o subgrupo veículos e acessórios, cuja taxa de variação baixou de -0,93% para -6,45%.

Preços ao consumidor sobem

Mesmo com o recuo do IGP-M, os preços ao consumidor tiveram alta em janeiro. Um dos componentes do indicador, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) teve variação de 0,75%, em janeiro. No mês anterior, a variação havia sido de 0,58%. A principal contribuição de alta veio do grupo educação, cuja taxa passou de 0,40% para 2,30%, puxada pelo item cursos formais, com alta de 3,67%. também tiveram alta as taxas dos grupos alimentação (de 0,82% para 0,96%), transportes (de 0,50% para 0,85%) e despesas diversas (de 0,22% para 0,36%). Em contrapartida, os grupos habitação (de 0,45% para 0,30%), vestuário (de 0,58% para 0,22%) e saúde e cuidados pessoais (de 0,71% para 0,49%) registraram decréscimos em suas taxas de variação.

Construção

Terceiro componente do IGP-M, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou, em janeiro, variação de 0,26%, acima do resultado do mês anterior, de 0,22%. Os grupos serviços e mão-de-obra apresentaram acréscimos em suas taxas de variação, que passaram de 0,75% para 1,02% e de 0,03% para 0,17%, respectivamente. O grupo Materiais apresentou redução em sua taxa de variação, de 0,31% para 0,20%.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

China é quem mais investe em infra-estrutura no mundo

Em um esforço para frear os efeitos domésticos da turbulência global, a China começa a gastar bilhões de dólares em novas estradas, ferrovias e outros projetos de infra-estrutura. O plano de incentivo promete levar com profundidade a modernidade das regiões costeiras chinesas para o interior do país.
Enquanto o presidente Barack Obama e o Congresso delineiam um plano de ajuda de US$ 825 bilhões para os Estados Unidos, a China já realiza seus esforços há dois meses.
E enquanto os democratas deixam de lado os pedidos para grandes projetos de transporte, com a Câmara dos Representantes destinando menos de 5% dos gastos para a construção de estradas, linhas de trem e programas de transporte em massa, a China continua a pavimentação de estrada e instalação de trilhos.
E, ao contrário dos Estados Unidos, o país asiático tem dinheiro para pagar por esse trabalho, com poucas dívidas e um déficit minúsculo.
A China gastará US$ 88 bilhões construindo linhas de trens entre cidades, a mais alta prioridade no plano, e já gastou US$ 44 bilhões no ano passado e US$ 12 bilhões em 2004, informou John Scales, coordenador de transportes para a China no Banco Mundial (Bird).
“Creio que nada se compara a isso, a não ser talvez o avanço da rede ferroviária dos Estados Unidos no início do século XX”, disse Scales.
O governo de Pequim incentiva os poderes locais e das províncias a continuar com seus projetos. Os gastos nacionais, das províncias e locais combinados para o estímulo econômico prometem mudar a face da China, dando ao país uma das melhores infra-estruturas mundiais para movimentar bens e pessoas rapidamente, de modo mais barato e confiável em grandes distâncias.
A China já construiu tantos quilômetros de linhas férreas de alta velocidade nos últimos quatro anos quanto a Europa em duas décadas. Afora os transportes, quase todo o restante do programa de estímulo nacional da China será gasto em aeroportos, estradas e projetos ambientais, em particular no que diz respeito ao tratamento das águas, disse Feng Fei, membro do Gabinete chinês.
Os planos elaborados pelas agências governamentais em Pequim e outros lugares são tão extensos que se chocam com a política do governo que já existe há muito tempo, de manter a auto-suficiência na produção alimentar.
O Ministério do Planejamento e Recursos da Terra disse no final de dezembro que procura maneiras de “tomar emprestadas” terras que deverão ser cultivadas em 2011 e 2012, e usá-las para projetos de estímulo econômico agora.
Marcha abre FSM com expectativa de desafiar crise das elites

Telas múltiplas de cores e vozes, somadas num movimento de protesto e celebração. Esse foi o cenário que abrigou a marcha de abertura do Fórum Social Mundial 2009, nesta terça (27), em Belém do Pará. Mais de 80 mil pessoas de 150 países entoaram palavras de ordem e canções que denunciam o amargo preço que os trabalhadores vem pagando pela crise das elites econômicas. Enlaçada à marcha esteve a defesa da floresta amazônica. Paralelo ao Fórum Econômico Mundial, que acontece em Davos, na Suíça, o FSM abre com a expectativa de ações concretas por uma alternativa racional à selvageria do neoliberalismo.

A concentração da marcha começou no início da tarde, na Praça Pedro Teixeira (Escadinha). A forte chuva que caiu logo na saída do protesto não conseguiu dispersar a multidão. Por quase quatro horas brotaram, das vielas e ruas do centro da cidade, um crescente de alas que compuseram um único manifesto de todas as raças.

Rahul Kumar, um dos cerca de 100 indianos inscritos no encontro e presente na marcha, disse ao Vermelho que espera do Fórum de Belém mais que uma carta de intenções. “Ajudei na organização do FSM de Mumbai e este Fórum que acontece aqui já é maior do que o que ocorreu em meu país. Um espaço tão contagiante como esse, que ajudou a Índia a se reconhecer com tantos outros povos, precisa construir ações mais concretas e conjuntas ante a crise que está aí.”

A urgência por resultados mais sólidos deste Fórum também foi expressada pela venezuelana Zaida Pérez. “Esta marcha já mostra um FSM com muito mais gente, mais alegre, do que o de Caracas. Isso nos anima, mas também nos desafia. Agora estamos pagando por essa crise do neoliberalismo. Mas como, se sempre lutamos contra ele? Sim, ganhamos a batalha de desmascará-lo, mas só ganharemos a guerra se formos capazes de conquistar uma alternativa socialmente justa a essa crise.”

As milhares de faixas que desfilaram no trajeto -- que passou pela Av. Presidente Vargas, depois pela Av. Nazaré, chegando só no início da noite à Praça do Operário – repudiaram as guerras do imperialismo dos EUA e o terrorismo genocida de Israel. A irrestrita solidariedade à Palestina esteve amplamente presente em inúmeras bandeiras e canções. Outro país largamente abraçado pelos ativistas foi Cuba. Inúmeros estandartes exigiam o fim do bloqueio e a libertação dos cinco heróis cubanos.

“O mundo foi ás ruas e essa pressão foi importante para que o Estado de Israel recuasse na Faixa de Gaza. Mas a paz virá com o reconhecimento de um Estado Palestino. Quanto aos EUA, queremos que Guantânamo seja devolvido a Cuba. Exigimos o fim das invasões ao Iraque e ao Afeganistão, bem como a imediata retirada da Quarta Frota dos mares brasileiros”, afirmou no carro de som, Socorro Gomes, que além de presidente do Conselho Mundial da Paz, também é paraense.

Luta sem fronteiras

“Este é o meu primeiro Fórum e também minha primeira visita ao Brasil. Em meu país tudo que se tem feito é lamentar a crise e o aquecimento global, mas aqui há outro clima. Há uma ânsia por se discutir uma alternativa à crise. Há uma grande luta em defesa das florestas. O fantástico é que tudo isso acontece enquanto todo mundo canta. O brasileiro está sempre cantando e eu adoro isso”, relatou a alemã Carolin Grieshop.

Muitos ativistas se fantasiaram, antecipando um carnaval de paz e solidariedade entre os povos. Outros foram ainda mais longe, improvisaram alegorias cheias de uma alegria intensa, misturadas a uma dor profunda – típico das sátiras à condição da sobrevivência. Entre elas um Cristo tupiniquim na cruz das bananeiras. A religião, misturada ao som de tambores e atabaques, também mostrou a sua força na terra do Círio de Nazaré.

Olhando as ondas humanas que ora se aproximavam, ora se afastavam, uma nova face se fez mais nítida para o movimento dos fóruns. Pela primeira vez, o norte e o nordeste tem a maioria dos inscritos no evento. Isso deu ao encontro, a começar pela sua marcha de abertura, um forte sabor indígena, com uma pitada especial de musicalidade e muito gingado.

Da floresta para a cidade

“As pessoas ainda tem preconceito contra índios, não dão para nós valor. Nossas terras são invadidas por fazendeiros que fazem isso fora da lei. O que eu não entendo é porque muita gente acha grave queimar a floresta, mas não acha o que fazem com o índio. Matar um índio é matar a natureza, nós sempre defendemos a Amazônia”, questionou Kôkôixunti Tembé Parka, paraense nascido na aldeia Gavião Paracatejo.

A marcha encerrou abrindo as atividades culturais do Fórum. A estréia do palco começou com um encontro de 380 comunidades indígenas, oriundas de todas as regiões da Pan-Amazônia. As etnias apresentaram músicas e danças tradicionais das etnias brasileiras e de outros países da América Latina. Um índio caiapó cantou o Hino Nacional em sua própria língua.

Em seguida, grupos de maracatu subiram ao placo. Canções clássicas do carnaval pernambucano animaram a festa que seguiu noite adentro. Sempre trazendo ao palco, entre uma e outra apresentação latino-americana, um novo ritmo nortista ou nordestino. Cerca de 300 atividades culturais, além de mais de 5 mil oficinas e aconteceram até 1º de fevereiro, quando se encerrará o FSM 2009.
Marcha abre FSM com expectativa de desafiar crise das elites
Telas múltiplas de cores e vozes, somadas num movimento de protesto e celebração. Esse foi o cenário que abrigou a marcha de abertura do Fórum Social Mundial 2009, nesta terça (27), em Belém do Pará. Mais de 80 mil pessoas de 150 países entoaram palavras de ordem e canções que denunciam o amargo preço que os trabalhadores vem pagando pela crise das elites econômicas. Enlaçada à marcha esteve a defesa da floresta amazônica. Paralelo ao Fórum Econômico Mundial, que acontece em Davos, na Suíça, o FSM abre com a expectativa de ações concretas por uma alternativa racional à selvageria do neoliberalismo.

A concentração da marcha começou no início da tarde, na Praça Pedro Teixeira (Escadinha). A forte chuva que caiu logo na saída do protesto não conseguiu dispersar a multidão. Por quase quatro horas brotaram, das vielas e ruas do centro da cidade, um crescente de alas que compuseram um único manifesto de todas as raças.

Rahul Kumar, um dos cerca de 100 indianos inscritos no encontro e presente na marcha, disse ao Vermelho que espera do Fórum de Belém mais que uma carta de intenções. “Ajudei na organização do FSM de Mumbai e este Fórum que acontece aqui já é maior do que o que ocorreu em meu país. Um espaço tão contagiante como esse, que ajudou a Índia a se reconhecer com tantos outros povos, precisa construir ações mais concretas e conjuntas ante a crise que está aí.”

A urgência por resultados mais sólidos deste Fórum também foi expressada pela venezuelana Zaida Pérez. “Esta marcha já mostra um FSM com muito mais gente, mais alegre, do que o de Caracas. Isso nos anima, mas também nos desafia. Agora estamos pagando por essa crise do neoliberalismo. Mas como, se sempre lutamos contra ele? Sim, ganhamos a batalha de desmascará-lo, mas só ganharemos a guerra se formos capazes de conquistar uma alternativa socialmente justa a essa crise.”

As milhares de faixas que desfilaram no trajeto -- que passou pela Av. Presidente Vargas, depois pela Av. Nazaré, chegando só no início da noite à Praça do Operário – repudiaram as guerras do imperialismo dos EUA e o terrorismo genocida de Israel. A irrestrita solidariedade à Palestina esteve amplamente presente em inúmeras bandeiras e canções. Outro país largamente abraçado pelos ativistas foi Cuba. Inúmeros estandartes exigiam o fim do bloqueio e a libertação dos cinco heróis cubanos.

“O mundo foi ás ruas e essa pressão foi importante para que o Estado de Israel recuasse na Faixa de Gaza. Mas a paz virá com o reconhecimento de um Estado Palestino. Quanto aos EUA, queremos que Guantânamo seja devolvido a Cuba. Exigimos o fim das invasões ao Iraque e ao Afeganistão, bem como a imediata retirada da Quarta Frota dos mares brasileiros”, afirmou no carro de som, Socorro Gomes, que além de presidente do Conselho Mundial da Paz, também é paraense.

Luta sem fronteiras

“Este é o meu primeiro Fórum e também minha primeira visita ao Brasil. Em meu país tudo que se tem feito é lamentar a crise e o aquecimento global, mas aqui há outro clima. Há uma ânsia por se discutir uma alternativa à crise. Há uma grande luta em defesa das florestas. O fantástico é que tudo isso acontece enquanto todo mundo canta. O brasileiro está sempre cantando e eu adoro isso”, relatou a alemã Carolin Grieshop.

Muitos ativistas se fantasiaram, antecipando um carnaval de paz e solidariedade entre os povos. Outros foram ainda mais longe, improvisaram alegorias cheias de uma alegria intensa, misturadas a uma dor profunda – típico das sátiras à condição da sobrevivência. Entre elas um Cristo tupiniquim na cruz das bananeiras. A religião, misturada ao som de tambores e atabaques, também mostrou a sua força na terra do Círio de Nazaré.

Olhando as ondas humanas que ora se aproximavam, ora se afastavam, uma nova face se fez mais nítida para o movimento dos fóruns. Pela primeira vez, o norte e o nordeste tem a maioria dos inscritos no evento. Isso deu ao encontro, a começar pela sua marcha de abertura, um forte sabor indígena, com uma pitada especial de musicalidade e muito gingado.

Da floresta para a cidade

“As pessoas ainda tem preconceito contra índios, não dão para nós valor. Nossas terras são invadidas por fazendeiros que fazem isso fora da lei. O que eu não entendo é porque muita gente acha grave queimar a floresta, mas não acha o que fazem com o índio. Matar um índio é matar a natureza, nós sempre defendemos a Amazônia”, questionou Kôkôixunti Tembé Parka, paraense nascido na aldeia Gavião Paracatejo.

A marcha encerrou abrindo as atividades culturais do Fórum. A estréia do palco começou com um encontro de 380 comunidades indígenas, oriundas de todas as regiões da Pan-Amazônia. As etnias apresentaram músicas e danças tradicionais das etnias brasileiras e de outros países da América Latina. Um índio caiapó cantou o Hino Nacional em sua própria língua.

Em seguida, grupos de maracatu subiram ao placo. Canções clássicas do carnaval pernambucano animaram a festa que seguiu noite adentro. Sempre trazendo ao palco, entre uma e outra apresentação latino-americana, um novo ritmo nortista ou nordestino. Cerca de 300 atividades culturais, além de mais de 5 mil oficinas e aconteceram até 1º de fevereiro, quando se encerrará o FSM 2009.
Desemprego médio cai para 14,1% em 2008, aponta Dieese
O desemprego em seis regiões metropolitanas recuou de 15,5%, em 2007, para 14,1% no último ano, de acordo com pesquisa divulgada nesta quarta-feira pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em conjunto com a Fundação Seade.
O total de ocupados em Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Salvador, São Paulo e Distrito Federal foi estimado em 17,5 milhões de pessoas e o de desempregados em 2,5 milhões.
Segundo pesquisa, foram criados 804 mil postos de trabalho no ano passado, o suficiente para absorver as 613 mil pessoas que entraram no mercado de trabalho. Desse modo, a taxa de desemprego total diminuiu - reduzindo o contingente de desempregados em 190 mil pessoas.
Em dezembro, o nível de desocupação também caiu de 13% em novembro para 12,7% - o menor desde janeiro 1998. De acordo com o levantamento, o setor do Comércio teve crescimento de 3,6% em dezembro, com 100 mil novas ocupações, e na Construção Civil de 2,8% ou 28 mil postos.
No entanto, o emprego caiu 0,4% no setor de Serviços (28 mil), 1,1% na Indústria (31 mil) e 2% no agregado de outros Setores (30 mil).

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Arrecadação de impostos federais e previdência bate recorde em 2008
Foram arrecadados R$ 701,4 bilhões, valor corrigido pelo IPCA.Recolhimento subiu 7,68% em termos reais frente a 2007.

Dados divulgados nesta terça-feira (27) apontam que o governo federal arrecadou R$ 685,675 bilhões no ano passado com impostos, contribuições federais e contribuições previdenciárias.
Corrigido pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), o valor chega a R$ 701,403 bilhões. O total arrecadado em 2008 foi 7,68% maior que no ano anterior, quando atingiu R$ 651,371 bilhões. A previsão de arrecadação para o ano, segundo o secretário-adjunto Otacílio Cartaxo, era em torno de R$ 640 bilhões. O recorde de arrecadação foi obtido mesmo com o fim da Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF) e a queda no ritmo de crescimento da arrecadação no final do ano.

Em dezembro, a arrecadação foi de R$ 66,229 bilhões, valor 20,67% maior que o registrado em novembro, quando houve queda mensal na arrecadação.

As receitas administradas pela Receita Federal fecharam o ano em R$ 660,201 bilhões, com um crescimento real de 68,1%. As demais receitas somaram R$ 25,474 bilhões, com um crescimento real de 36,50%.
Investimentos externos no país batem recorde em 2008 e chegam a US$ 45,1 bi

Os Investimentos Estrangeiros Diretos (IED), em 2008, somaram US$ 45,1 bilhões, um recorde da série histórica do Banco Central (BC), iniciada em1947. O número corresponde a um crescimento de 30,3% na comparação com 2007. Apesar do agravamento da crise econômica no final do ano, em dezembro os investimentos externos diretos alcançaram US$ 8,1 bilhões.Para o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, os números mostram que o investidor estrangeiro mantém a confiança no país. “Em relação ao investidor que está mais preocupado com o longo e médio prazo e com produção, diria que a confiança permanece”, afirmou Lopes.“Esses fluxos de recursos na modalidade de investimento estrangeiro direto são aplicados, fundamentalmente, na produção e são recursos de médio e longo prazos que vêm para ficar na economia brasileira. Portanto, a confiança do investidor no país, no que diz respeito a médio e longo prazos, é muito grande”, complementou.Segundo Lopes, a parcial de janeiro está em US$ 2,1 bilhões. “São recursos significativos e, mais importante que isso, e estão distribuídos setorialmente. Não há concentração mais expressiva desses fluxos, o que mostra que a credibilidade é disseminada." De acordo com o BC, as remessas líquidas de renda para o exterior somaram US$ 4 bilhões em dezembro, 17,7% superior ao mesmo período de 2007. No acumulado do ano, o valor ficou em US$ 40,6 bilhões, um incremento de 38,5% na comparação com o ano anterior.Em dezembro, o balanço de pagamento apresentou déficit de US$ 5,6 bilhões. As transações correntes também ficaram negativas em US$ 2,9 bilhões no mês. No ano, também houve déficit da conta corrente de US$ 28,3 bilhões, o equivalente a uma queda de 1,7% do Produto Interno Bruto, na comparação com o superávit de US$ 1,6 bilhão, ou 0,12% do PIB, em 2007.
Petrobras descobre reserva de gás na Bacia de Santos

Poço está localizado a 210 quilômetros da cidade de Santos (SP).Empresa ainda fará testes para avaliar tamanho da descoberta.
A Petrobras comunicou na noite desta segunda-feira (26) que o consórcio formado pela estatal e pela Repsol descobriu uma reserva de gás em um reservatório localizado em águas rasas da
parte sul da Bacia de Santos (SP). Segundo comunicado da empresa, este poço está localizado a cerca de 210 quilômetros a sudeste da cidade de Santos, na costa do estado de São Paulo, a uma profundidade de 214 metros. A perfuração no local faz parte das atividades exploratórias do Plano de Avaliação do poço 1-BSS-68, aprovado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). Segundo a empresa, o consórcio dará continuidade às atividades exploratórias através da realização de testes de formação a serem realizados nos intervalos de gás já constatados, quando então será possível avaliar o tamanho e o potencial comercial desta jazida.

Investimentos externos no país batem recorde em 2008 e chegam a US$ 45,1 bi

Os Investimentos Estrangeiros Diretos (IED), em 2008, somaram US$ 45,1 bilhões, um recorde da série histórica do Banco Central (BC), iniciada em1947. O número corresponde a um crescimento de 30,3% na comparação com 2007. Apesar do agravamento da crise econômica no final do ano, em dezembro os investimentos externos diretos alcançaram US$ 8,1 bilhões.Para o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, os números mostram que o investidor estrangeiro mantém a confiança no país. “Em relação ao investidor que está mais preocupado com o longo e médio prazo e com produção, diria que a confiança permanece”, afirmou Lopes.“Esses fluxos de recursos na modalidade de investimento estrangeiro direto são aplicados, fundamentalmente, na produção e são recursos de médio e longo prazos que vêm para ficar na economia brasileira. Portanto, a confiança do investidor no país, no que diz respeito a médio e longo prazos, é muito grande”, complementou.Segundo Lopes, a parcial de janeiro está em US$ 2,1 bilhões. “São recursos significativos e, mais importante que isso, e estão distribuídos setorialmente. Não há concentração mais expressiva desses fluxos, o que mostra que a credibilidade é disseminada." De acordo com o BC, as remessas líquidas de renda para o exterior somaram US$ 4 bilhões em dezembro, 17,7% superior ao mesmo período de 2007. No acumulado do ano, o valor ficou em US$ 40,6 bilhões, um incremento de 38,5% na comparação com o ano anterior.Em dezembro, o balanço de pagamento apresentou déficit de US$ 5,6 bilhões. As transações correntes também ficaram negativas em US$ 2,9 bilhões no mês. No ano, também houve déficit da conta corrente de US$ 28,3 bilhões, o equivalente a uma queda de 1,7% do Produto Interno Bruto, na comparação com o superávit de US$ 1,6 bilhão, ou 0,12% do PIB, em 2007.
GM vai cortar nos EUA 2.000 funcionários e reduzir produção

A fabricante americana de veículos General Motors (GM) anunciou nesta segunda-feira que vai cortar 2.000 postos de trabalho nas fábricas nos Estados de Michigan e Ohio, além de reduzir a produção em outras nove montadoras nos próximos seis meses, devido à queda nas vendas.O porta-voz da GM, Chris Lee, disse que a empresa vai eliminar o segundo turno de produção na montadora em Michigan no dia 30 de março e o segundo turno de produção da unidade de Ohio no dia 6 de abril. Em Michigan serão demitidos 1.200 trabalhadores e os outros 800 no estado de Ohio.O porta-voz disse que os cortes fazem parte dos esforços da empresa de "alinhar sua produção com a demanda do mercado".Na semana passada, a GM tiveram queda de 10,8% em 2008, perdendo pela primeira vez na história a liderança em vendas no mercado automobilístico mundial para a rival japonesa, Toyota Motor. A GM vendeu, no ano passado, 8,35 milhões de unidades, contra 9,37 milhões em 2007. A Toyota, por sua vez, viu uma queda de 4% em suas vendas em 2008, em relação ao ano anterior, com 8,97 milhões de unidades."O declínio refletiu, em grande medida, a queda de 379 mil unidades nas vendas na América do Norte, enquanto o mercado encolhe devido à queda na confiança do consumidor e às exigências maiores para concessão de crédito nos EUA", informou a GM em um comunicado.O anúncio de hoje também chega cerca de um mês depois de a empresa ter anunciado o fechamento temporário, na América do Norte, de 20 unidades de produção.A montadora de Ohio produz peças para os modelos Chevrolet Cobalt e Pontiac G5, dois dos modelos com maior eficiência no consumo de combustível produzidos pela empresa no país. No ano passado, a GM passou a adotar três turnos de produção devido a alta no preço da gasolina --o galão (3,785 litros) chegou a US$ 4,114 em julho-- com o aumento na demanda por carros com consumo menor de combustível. No mês passado, no entanto, o terceiro turno foi interrompido, com a demissão de 890 funcionários.No mês passado, o governo americano anunciou ajuda para o setor automobilístico com até US$ 17,4 bilhões, tirados do pacote de US$ 700 bilhões aprovado em outubro e destinado inicialmente a resgatar empresas do setor bancário com problemas ligados a papéis "podres" (com alto risco de calote).De início a GM e a Chrysler terão acesso a US$ 13,4 bilhões, com outros US$ 4 bilhões que podem ser oferecidos em março. O acordo exige como contrapartida das empresas a apresentação de dados que mostrem que estão em condição financeiramente viável até o fim de março de 2009.A consultoria J.D. Power and Associates anunciou recentemente uma projeção para as vendas nos EUA neste ano, e as perspectivas são negativas: as vendas no país devem cair 13%, chegando ao nível mais baixo em 27 anos
Procuradoria quer barrar flexibilização trabalhista ilegal

O Ministério Público do Trabalho em São Paulo expediu na última sexta-feira notificações a seis centrais sindicais e a 16 federações de empregadores de São Paulo e região para que respeitem as leis trabalhistas ao incentivarem acordos ou convenções coletivas para a redução de jornada e salários.As discussões entre a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e a Força Sindical para encontrar formas de evitar demissões levaram o MPT a instaurar um procedimento preparatório para fiscalizar "fatos relativos à negociação [das duas entidades]"."Essa recomendação do MPT tem caráter preventivo e de orientação e tenta evitar que haja uma disseminação de acordos e convenções que prejudiquem os trabalhadores. Além disso, vamos acompanhar a partir de agora esses acordos. Se forem abusivos, vamos pedir a anulação deles na Justiça", diz Philippe Gomes Jardim, procurador do MPT.O MPT entende que a redução da jornada e de salários, prevista na Constituição Federal (artigo 7º, inciso 6), tem de respeitar a lei nº 4.923. Essa lei cita que o salário e a jornada de trabalho podem ser reduzidos em no máximo 25% e por três meses (podendo ser prorrogados por mais três meses) e que essa situação só pode ocorrer caso a empresa comprove dificuldade financeira. Essas condições têm de ser aprovadas em assembleia de trabalhadores.salários. O MPT teme que um "acordo guarda-chuva" como o que está sendo preparado pela Fiesp e pela Força Sindical que voltam a se reunir nesta semana vire regra, e não exceção, e que todas as empresas comecem a reduzir jornada e salários "Essa discussão não pode ser feita de forma generalizada e abranger todas as indústrias. Não está previsto na Constituição que essa situação [redução de jornada e salários] possa ser usada de forma ampla pelas empresas. Nós vamos nos posicionar contra isso e vamos buscar alternativas para que o trabalhador não seja prejudicado", afirma Laura Martins Maia de Andrade, procuradora regional do MPT em São Paulo.Os efeitos da crise financeira internacional nas empresas brasileiras são as razões apresentadas pela Fiesp e pela Força Sindical para discutir formas de evitar demissões (leia texto ao lado). "Os empresários querem utilizar a crise para colocar em prática o que eles desejam há muito tempo. Isso é puro oportunismo", afirma a procuradora do MPT.O TRT (Tribunal Regional do Trabalho) de São Paulo também entende que só se uma empresa ou até um setor estiver passando por dificuldades econômicas comprovadas é possível a redução de jornada e salários. "Mas esse acordo não pode ser feito só por um lado. O trabalhador também tem de querer essa situação, assim como tem de querer a suspensão de contrato de trabalho, que pode ocorrer por dois a cinco meses, como cita a Constituição [artigo 476 A]", afirma Decio Sebastião Daidone, presidente do TRT de São Paulo.Primeiros casosA indústria de autopeças GKN, do Rio Grande do Sul, fez acordo por três meses para redução de 14,6% da jornada e de salários de seus 1.400 empregados alegando problema de fluxo de caixa. "A empresa abriu as contas e comprovou que tinha problemas. Eles queriam 22% de redução nos salários, mas fechamos em 14,6%. E haverá devolução de salários quando a situação da empresa melhorar", afirma Claudir Nespolo, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos da Grande Porto Alegre, ligado à CUT. Segundo ele, em votação secreta, 94% dos trabalhadores aceitaram a redução de salário.A Renault e seus empregados optaram pela suspensão de contrato de trabalho de mil funcionários da produção da fábrica de São José dos Pinhais (PR). Nesse período, no qual a empresa fará um ajuste de produção, o empregado, segundo a montadora, vai receber o equivalente ao salário líquido -uma parte será paga pela empresa e outra parte virá de recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador).Em São Paulo, a Basso Componentes, a Indebras (fabricantes de autopeças) e a Muller (produtora de plásticos) também fecharam acordos de suspensão de contrato de trabalho. As duas fabricantes de autopeças negociaram com o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo. E a Muller fez acordo com o Sindicato dos Químicos e Plásticos de São Paulo.A Volks optou pela introdução do sistema de banco de horas, no qual a empresa poderá conceder até 25 dias de descanso na fábrica de Taubaté (SP). Se a demanda cai, o funcionário trabalha menos, e, se as vendas voltam a subir, trabalha mais.A discussão que se faz neste momento, segundo Daidone, do TRT, é se as empresas estão de fato tendo prejuízo com a crise ou se estão apenas vendendo menos. "É preciso ficar bem atento a isso. Entendo que este ainda não é o momento de reduzir jornada e salários de forma generalizada, mas isso não quer dizer que não precisamos modernizar a legislação trabalhista. Será que as empresas estão tão mal das pernas?"O TRT, segundo ele, fez recentemente uma encomenda de 40 carros para uma montadora e foi informado de que haveria atraso na entrega dos veículos por conta da alta procura pelo modelo. "A montadora sugeriu um carro mais caro pelo mesmo preço do modelo solicitado só para entregar no prazo. Isso mostra que as vendas não estão tão ruins como se fala."
Wagner Gomes: "Podemos dialogar, mas sem perder a autonomia"
O jornal O Estado de São Paulo do último domingo (25), publicou uma reportagem na qual traça um panorama do atual momento vivido pelas centrais sindicais, com a onda de demissões e tentativa de flexibilização dos direitos trabalhistas impostos pelos empregadores aos sindicatos com a ameaça de corte no quadro de funcionários devido ao agravamento da crise.A união das centrais sindicais nesse momento de crise e abalo econômico tem tomado manchete dos principais jornais brasileiros, assim como, suas manifestações e atos que visam denunciar o oportunismo patronal contra a classe trabalhadora.Em declaração ao “estadão” Wagner Gomes, presidente da CTB lembra que o momento unir forças em prol da luta dos trabalhadores, sem contudo, abrir mão da autonomia com relação ao atual governo” declarou o presidente.Leia a reportagem na íntegra:Crise global e desemprego em alta revigoram o movimento sindicalCentrais sindicais organizaram protestos, mobilizaram trabalhadores e foram ao presidente pedir queda dos juros.Fazia tempo que as centrais sindicais não tinham tanto espaço. Com o corte drástico de empregos, os presidentes das entidades ganharam voz nas negociações com governadores, presidentes de federações de indústrias, empresários, ministros e até com o presidente da República. Demorou, mas Luiz Inácio Lula da Silva, que fez fama nos anos 70 e 80 no movimento sindical, encontrou antigos e novos companheiros.O encontro, na segunda-feira, juntou presidentes das seis centrais. Dois dias depois foi a vez de José Maria de Almeida, 51 anos, da Conlutas, falar com Lula. "O governo precisa tomar medidas. Não dá para confiar que a situação começa a melhor em março. Isto não vai acontecer", diz o líder da central mais a esquerda de todas.A bandeira defendida foi a de pressão governamental sobre os bancos para que baixem os juros. Assim as empresas podem tomar empréstimos a um custo menor e manter os empregos. Em outra ação conjunta, as centrais mobilizaram cerca de 100 mil pessoas na quarta-feira em frente aos nove escritórios do Banco Central com o objetivo de pressionar para a queda da taxa básica de juros.A nova fase do sindicalismo dá visibilidade a companheiros bem conhecidos, como Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical, 52 anos, e a uma geração mais nova, como a de Artur Henrique Silva Santos, de 47 anos, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), a maior do País, com 20 milhões de trabalhadores.Para Santos, a maior conquista dos últimos tempos foram os sucessivos aumentos do salário mínimo. Com 22 anos de vida sindical, iniciada no Sindicato dos Eletricitários de Campinas (SP), o presidente da CUT diz: "Muita coisa mudou. A esquerda brasileira optou pelo caminho eleitoral, democrático. Mas nós ainda acreditamos no socialismo. Este modelo de capitalismo não leva a nada".Wagner Gomes, 52 anos, da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (a CTB, surgida de um racha na CUT), afirma que, apesar da proximidade com o governo, não se pode abrir mão da autonomia. "Pode dialogar, mas sem esquecer que você está lá para defender os interesses dos trabalhadores", lembra.As centrais sindicais brigaram muito pelo reconhecimento oficial, o que só aconteceu no ano passado. Com isso os 20% do total arrecadado com a contribuição sindical (valor descontado da folha de pagamento dos empregados equivalente a um dia de trabalho) que ia para o governo caiu para 10%. A outra metade, por volta de R$ 56 milhões, passou para as mãos das centrais. Sozinha a CUT fica com cerca de 35%, seguida pela Força (12%), União Geral dos Trabalhadores (UGT, com 6,29%), Nova Central (6,27%), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB, com 5,09%) e Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB, com 5,02%).Ricardo Patah, 55 anos, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT, dissidência da Força) e do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, comenta que o papel dos sindicatos e das centrais hoje é bem diferente dos anos 80. "Os trabalhadores tinham uma verdadeira admiração pelos sindicatos, que ajudaram a acabar com a ditadura. Hoje a questão é mais capitalista e há mais união entre as centrais", opina.Presidente da Nova Central, José Calixto Ramos, 80 anos, acredita que "nunca houve no movimento sindical um momento de vacas gordas. A luta nunca foi fácil nem nunca será". Para Ramos, quando a economia vai mal é mais difícil mobilizar os trabalhadores. "A possibilidade de demissão apavora quem quer se aproximar do movimento sindical. O próprio Lula admitiu na reunião com as centrais que a crise existe de fato. A situação é delicada e depende da mobilização de patrões, empregados e governo".Presidente da CGTB (originada na Central Geral dos Trabalhadores), Antonio Neto, 56 anos, está otimista com o crescimento das centrais. "A situação hoje é bem melhor. Antes não tínhamos participação no governo como agora, no Conselhão, no Conselho de Segurança Alimentar e Conselho de Política Industrial", comenta.Ex-ministro do Trabalho, Almir Pazzianotto analisa que é um fenômeno mundial a busca por proteção sindical quando a economia vai mal. "Isso não é viver a vida sindical de forma ativa". O especialista concorda com a tentativa de Lula de juntar todos os lados para negociar, mas critica a lentidão do presidente: "Um dia depois de assumir o presidente americano congelou os salários altos do funcionalismo. Que sirva de lição para um momento como este".

sábado, 24 de janeiro de 2009

Na onda do desemprego, golpistas disparam e-mail com falso currículo
Vítimas da fraude instalam praga que deixa o computador vulnerável. Golpe chamado de phishing scam visa roubo de dados dos internautas.

Golpistas da internet não perderam tempo e já criaram uma estratégia associada à onda de demissões que vem ganhando força – nesta quinta (22), a Microsoft anunciou que vai dispensar 5 mil funcionários. Nesse novo tipo de fraude, que visa instalar arquivos maliciosos nos computadores, eles disparam um e-mail com um falso currículo em anexo. A mensagem é sucinta: “currículo em anexo”, reforçando a promessa do título (“currículo”). Segundo a empresa de segurança Trend Micro, que identificou o golpe, o internauta que clica no anexo é direcionado para um site malicioso. Lá, inicia automaticamente o download do arquivo curriculo542.zip, que é compactado justamente para confundir os mais desavisados. Se executar esse arquivo, o usuário instala em seu computador um código malicioso. Essa praga facilita a instalação de outros vírus e também o roubo de informações pessoais dos internautas, como número de cartão de crédito, conta corrente e CPF. Esse tipo de ameaça é chamada de phishing scam. Com essa estratégia, piratas de computador enviam e-mails sugerindo que os internautas baixem programas, cliquem em links ou visitem sites maliciosos. Quando seguem a sugestão, as vítimas em potencial infectam seus computadores com programas geralmente desenvolvidos para o roubo de dados financeiros.
Transporte de Minério

Dois sindicatos rejeitam proposta da Vale de redução de salários.
Empresa oferece licença com 50% dos salários e estabilidade até maio.Sindicatos propõem reduzir pela metade remuneração dos acionistas.
Dois sindicatos que representam cerca de 7 mil trabalhadores da Vale do Rio Doce em Minas Gerais rejeitaram a
proposta da mineradora de licença remunerada com redução dos salários em 50%.
Em vez de corte na remuneração dos trabalhadores, as entidades querem que a mineradora garanta a estabilidade nos empregos e mantenha salários integrais às custas da redução em 50% na remuneração aos acionistas. A diretoria executiva da Vale recomendou ao conselho de administração que a remuneração mínima aos acionistas seja de US$ 2,5 bilhões neste ano.

Os sindicatos - que representam os trabalhadores de Congonhas, Ouro Preto, Itabira - querem que o conselho aprove um teto de remuneração aos acionistas de US$ 1,25 bilhão, metade do valor indicado pela diretoria.

Querem também que a companhia abdique de qualquer investimento no exterior para poder manter os empregos atuais. Além de rejeitar a proposta de licença remunerada com redução do salário-base, os dois sindicatos querem que a Vale reintegre os demitidos no fim de 2008 e no início de 2009.

Os termos da contraproposta dos trabalhadores constam do documento intitulado "Proposta pública ao conselho de administração da Vale para manutenção dos empregos e benefícios". Na proposta, os dois sindicatos argumentam que a Vale, maior empresa privada do País, ampliou em 40 vezes seu valor de mercado, tem US$ 15 bilhões em caixa e, segundo as entidades, encontra-se em situação privilegiada para enfrentar os efeitos da crise econômica mundial.
"Essa situação privilegiada da empresa pode e deve ser motivo de segurança para o trabalhador que, trabalhando em companhia de tal porte, não deveria temer demissões ou perda de benefícios", diz o texto assinado pelos presidentes dos dois sindicatos - Paulo Soares de Souza, que além de presidente do Sindicato Metabase de Itabira e região é membro do Conselho de Administração da empresa, e Valério Vieira dos Santos, presidente do Metabase de Congonhas, Ouro Preto e região. No documento, os sindicalistas argumentam ainda que a Vale sempre vinculou sua imagem à responsabilidade social. Por isso, não deveria ser de seu interesse repassar aos seus empregados os efeitos integrais da crise econômica.

"Temos a certeza de que nossa proposta é a melhor alternativa para garantir uma passagem tranquila por esses tempos de turbulência", conclui o texto.
GM anuncia férias coletivas para o setor de exportação
Medida afeta 200 funcionários do CKD, em São José dos Campos (SP).Sindicato terá reunião com a montadora na próxima quarta-feira (28).
A General Motors comunicou, nesta sexta-feira (23), ao Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos um novo período de férias coletivas, entre os dias 9 de fevereiro e 1º de março. A medida afeta 200 funcionários do setor de CKD, que produz veículos desmontados para exportação. Segundo a montadora, o ajuste da produção acontece em função da queda do volume das exportações. Os outros 100 trabalhadores do CKD - que possui apenas um turno - trabalharão em plantões no período.
De acordo com o sindicato, este é o 6º anúncio de férias coletivas feito pela GM, em São José dos Campos, desde setembro do ano passado. É o segundo período anunciado para o setor de CKD, que já teve férias coletivas no período entre 24 de novembro e 23 de dezembro, retornando ao trabalho só no dia 5 de janeiro, devido ao recesso das festas de fim de ano. O diretor do sindicato e também funcionário da GM, Vivaldo Moreira Araújo, não concorda com a posição da empresa. “A gente vê tantos incentivos dados pelo governo às montadoras. Agora baixou juros, teve a redução do IPI, mas não há paciência das empresas para resolver os problemas. Essa medida é uma forma de pressionar o governo e a população”, afirma Araújo. Entretanto, a GM ressalta que as férias coletivas no CKD independem do desempenho do mercado brasileiro, já que o setor é voltado exclusivamente para o mercado externo. Conciliação O dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos afirmou ainda que esteve nesta sexta-feira em Campinas, no interior de São Paulo, para pedir deliberação da Justiça do Trabalho para reverter o corte dos contratos temporários anunciados pela GM no último dia 12. Segundo Vivaldo Moreira Araújo, uma liminar de conciliação com o sindicato e a montadora foi liberada para que haja uma reunião na próxima quarta-feira (28), quando serão discutidas as demissões e as férias coletivas.
Sobre as demissões, o sindicato alegou o descumprimento do acordo coletivo feito no ano passado, por parte da GM, que previa a manutenção dos contratos temporários. Além disso, a entidade destaca a ausência de negociação com a empresa para encontrar alternativas às demissões.

GM anuncia férias coletivas para o setor de exportação
Medida afeta 200 funcionários do CKD, em São José dos Campos (SP).Sindicato terá reunião com a montadora na próxima quarta-feira (28).
Priscila Dal Poggetto Do G1, em São Paulo
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A General Motors comunicou, nesta sexta-feira (23), ao Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos um novo período de férias coletivas, entre os dias 9 de fevereiro e 1º de março. A medida afeta 200 funcionários do setor de CKD, que produz veículos desmontados para exportação. Segundo a montadora, o ajuste da produção acontece em função da queda do volume das exportações. Os outros 100 trabalhadores do CKD - que possui apenas um turno - trabalharão em plantões no período.

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De acordo com o sindicato, este é o 6º anúncio de férias coletivas feito pela GM, em São José dos Campos, desde setembro do ano passado. É o segundo período anunciado para o setor de CKD, que já teve férias coletivas no período entre 24 de novembro e 23 de dezembro, retornando ao trabalho só no dia 5 de janeiro, devido ao recesso das festas de fim de ano. O diretor do sindicato e também funcionário da GM, Vivaldo Moreira Araújo, não concorda com a posição da empresa. “A gente vê tantos incentivos dados pelo governo às montadoras. Agora baixou juros, teve a redução do IPI, mas não há paciência das empresas para resolver os problemas. Essa medida é uma forma de pressionar o governo e a população”, afirma Araújo. Entretanto, a GM ressalta que as férias coletivas no CKD independem do desempenho do mercado brasileiro, já que o setor é voltado exclusivamente para o mercado externo. Conciliação O dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos afirmou ainda que esteve nesta sexta-feira em Campinas, no interior de São Paulo, para pedir deliberação da Justiça do Trabalho para reverter o corte dos contratos temporários anunciados pela GM no último dia 12. Segundo Vivaldo Moreira Araújo, uma liminar de conciliação com o sindicato e a montadora foi liberada para que haja uma reunião na próxima quarta-feira (28), quando serão discutidas as demissões e as férias coletivas.
Sobre as demissões, o sindicato alegou o descumprimento do acordo coletivo feito no ano passado, por parte da GM, que previa a manutenção dos contratos temporários. Além disso, a entidade destaca a ausência de negociação com a empresa para encontrar alternativas às demissões.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Governo acata sugestão das centrais e condiciona crédito do BNDES à manutenção de empregos
A concessão de crédito por parte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estará condicionada à manutenção e geração de empregos por parte das empresas solicitantes, afirmou nesta quinta-feira o ministro da Fazenda, Guido Mantega. A medida contempla parcialmente reivindicação feita pelas centrais sindicais ao presidente Lula. Os sindicalistas querem que todos os benefícios (fiscais ou creditícios) concedidos pela União às empresas seja condicionado a contrapartidas sociais, priorizando a manutenção do nível de emprego."Daqui para frente os créditos estarão condicionados à manutenção de empregos, vamos exigir a sua explicitação e fazer a fiscalização", afirmou o ministro, logo após anunciar um aporte recorde de R$ 100 bilhões do Tesouro Nacional ao BNDES para que o banco de fomento estatal possa garantir a crescente demanda por crédito no país, após o agravamento da crise financeira global. Investimento e empregoQuestionado, o ministro não explicou se haverá alguma espécie de punição para as empresas que tomarem recursos junto ao banco de fomento e mesmo assim fizerem dispensas. No entanto, ele destacou ser "impossível" fazer investimentos e demitir. "Investimento é impossível não criar emprego. Só se ela criar uma empresa fantasma que só tenha máquina porque qualquer empresa nova ou qualquer expansão de produção implica numa nova contratação", afirmou. "Isso (punição) nós não definimos ainda, mas é impossível fazer investimento sem gerar emprego", retrucou. ConfiançaSegundo Mantega, a idéia não é se estabelecer uma política de que o empresário que demitir está fadado a "ser expulso do paraíso". De acordo com o ministro, a equipe econômica do governo quer estabelecer uma política de confiança na qual o empresário terá a certeza de bons negócios e diante disso continue investindo e contratando. "Queremos evitar o desemprego e para isso eu preciso de crédito, de investimento, de taxas mais baixas, de juros, e isso nós estamos providenciando: esta confiança. Não adianta você entrar com essa medida de 'ah quem não empregar vai ser expulso do paraíso, vai ser colocado no inferno', não é por aí. Agora, esse recurso de investimento do BNDES é condicionado sim a geração de emprego, isso é fácil de fiscalizar", disse o ministro.Evitar demissões não é só uma reivindicação dos sindicatos. É também um pressuposto para impedir o agravamento da crise, pois o desemprego, assim como a redução de salários, é um fator que realimenta a crise ao excluir do mercado consumidor parte da classe trabalhadora, acrescentando novas dificuldades à venda de mercadorias e acirrando a chamada superprodução. “Demitir e reduzir salários é jogar lenha e gasolina na fogueira da crise”, comentou o presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), Wagner Gomes. “Por isto, devemos unir amplas forças da sociedade em defesa do emprego, das conquistas e dos direitos da classe trabalhadora”, acrescentou.
BNDES terá mais R$ 100 bilhões para emprestar, diz Mantega
Créditos estarão condicionados à geração de empregos.Ao todo, BNDES terá até R$ 166 bi para emprestar em 2009.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, que anunciou que o BNDES terá disponível mais R$ 100 bilhões para emprestar ao setor produtivo. (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou nesta quinta-feira (22) que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) terá mais R$ 100 bilhões para empréstimos ao setor produtivo. Segundo Mantega, os créditos concedidos pelo BNDES, desta quinta-feira em diante, estarão condicionados à geração de empregos.
Com isso, as linhas de financiamento da instituição financeira, que somaram R$ 91 bilhões em 2008, poderão chegar a até R$ 166 bilhões neste ano, disse Mantega. Não há prazo formal para devolução dos recursos pelo BNDES ao Tesouro Nacional.
"O Tesouro fará um aporte de recursos de 100 bilhões para o BNDES. Serão aportados sob a forma de títulos e também sob a forma de superávit financeiro do Tesouro. Há uma transferência de recursos", disse o ministro da Fazenda. De acordo com o ministro, o BNDES deverá pagar ao Tesouro Nacional, juros de 8,75% ao ano para 70% dos R$ 100 bilhões repassados. Para os outros 30%, a taxa será a mesma que o Tesouro Nacional conseguir em captações externas.
Segundo Mantega, o objetivo da medida é viabilizar os investimentos necessários nos setores de energia elétrica, da Petrobras, em infraestrutura, e em petróleo e gás. "Não vão faltar recursos para investimentos no Brasil. Investimento é emprego e os custos de empréstimo serão reduzidos, ou seja, abaixo do que cobra o mercado financeiro", disse ele.
De acordo com o ministro da Fazenda, a medida também busca impedir uma desaceleração muito grande da economia brasileira. Ele lembrou que a meta é que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça pelo menos 4% neste ano. "Tem PAC aí, e todos os projetos de infraestrutura. É uma grande notícia porque garante aos investidores que não faltarão recursos", disse ele.
Geração de emprego
Mantega explicou a vinculação dos empréstimos à criação de empregos. "Daqui para frente, os créditos do BNDES estarão condicionados à geração de empregos. Vai estar explicitado no contrato e vai ser fiscalizado", disse ele. Se houver demissão, porém, o ministro informou que não está explicitado o que será feito. "Não dá para fazer investimento sem contratações (...) Não adianta colocar que quem não entregar [contratações], vai ser expulso do paraíso e vai para o inferno", justificou.
Reunião com bancos
O ministro da Fazenda informou ainda que, na reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os bancos públicos, realizada nesta quinta-feira (22) no Palácio do Planalto, foi feita uma avaliação de que as instituições financeiras do governo elevaram seus volumes de empréstimos em 2008.
"No volume de crédito liberado, tiveram um desempenho à altura de um banco público, que é ajudar o desenvolvimento do Brasil, no investimento e nas linhas de capital de giro. Mesmo com esse aumento no volume, não existe ainda crédito suficiente para viabilizar as atividades econômicas no Brasil. Ainda falta crédito", disse ele, explicando que, por isso, está sendo feito um aporte adicional de R$ 100 bilhões para o BNDES.
Taxa de juros e spread bancário
Na avaliação do ministro da Fazenda, os bancos, quer sejam públicos ou privados, estão em condições de reduzirem seus "spreads" nas operações de empréstimos. O spread é a diferença entre a taxa de captação das instituições financeiras (quanto pagam pelos recursos) e as suas taxas de juros ao tomador final (quanto cobram).
"O Banco Central deu um passo importante ontem ao reduzir a taxa de juros, e os bancos já estão reduzindo suas taxas. Elas já estão menores. Também foi feita uma liberação de depósitos compulsórios. Por isso, os bancos estão em condições de reduzirem seus spreads. Os bancos públicos saem na frente, mas esperamos que os bancos privados também o façam. Acredito que o movimento de queda de juros continue nos próximos meses", disse o ministro.
Aumento 'expressivo' do spread em 2008
Mantega notou que o custo financeiro das operações de empréstimo subiu de forma "expressiva" ao longo de 2008 e acrescentou que, após o agravamento da crise, a situação piorou ainda mais. "As taxas de spread chegaram a patamares inimagináveis, extremamente elevados, inadmissíveis em um país que precisa de crédito para crescer. O presidente recomendou que bancos públicos liderem a redução do spread no Brasil, que está excessivamente elevado", afirmou ele.
Ele observou, porém, que a determinação foi feita para que os bancos públicos liderem o processo de redução do spread bancário, "mas sem comprometer o seu desempenho". "Os bancos tiveram alta rentabilidade em 2008. Por isso, tem uma margem para redução [do spread]. Eles podem compensar com mais market share [ganho de novos clientes]", finalizou o ministro.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

População desocupada cai quase 30% em 5 anos, diz IBGE
A população desocupada caiu 29,4% entre 2003 e 2008, segundo informou a Pesquisa Mensal de Emprego divulgada nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mesmo período, a média anual do rendimento médio mensal, habitualmente recebido, cresceu 11,3%.
Nesses 5 anos houve ganho expressivo no poder de compra do rendimento do trabalho da população ocupada no total das seis regiões pesquisadas (11,3%) cerca de R$ 128,11. Todas as regiões metropolitanas apresentaram variações acima de 6% na média anual do rendimento.
"Apesar da visível recuperação do rendimento da população ocupada nos últimos três anos, ainda não foi retomado o poder de compra do rendimento do trabalho da população em relação ao ano de 2002 nas regiões metropolitanas investigadas", ressaltou o IBGE.
A média mensal da população ocupada também cresceu 16,1% e o contingente de mulheres trabalhando aumentou em 20,6%, nos últimos cinco anos.
De 2003 para 2008, o percentual de pessoas ocupadas com 11 anos ou mais de estudo cresceu 9 pontos percentuais (de 46,7% para 55,7%), enquanto que na população com dez anos ou mais de idade, para o mesmo período, foi registrado um crescimento de 7,1 pontos percentuais (de 34,4% para 41,5%).
IBGE: desemprego em dezembro é o menor desde 2002
A taxa de desemprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), calculada em seis regiões metropolitanas, caiu a 6,8% em dezembro de 2008 - o menor valor apurado na série histórica, que teve início em 2002. O valor representa queda de 0,6 ponto percentual em relação ao mesmo mês de 2007 (7,4%) e de 0,8 ponto em relação a novembro de 2008.
Em 2008, como um todo, a taxa média de desemprego ficou em 7,9%, ante 9,3% em 2007.
A Pesquisa Mensal de Emprego do instituto apura a situação do mercado de trabalho nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Porto Alegre. Nestas localidades, população desocupada em dezembro caiu para 1,6 milhão, uma redução de 11%, em relação a novembro, e de 6,3%, na comparação anual.
Já a população ocupada (22,1 milhões) ficou estável em relação a novembro, mas cresceu 3,4% em relação a dezembro de 2007. O número de trabalhadores com carteira assinada (10 milhões) também ficou estável na comparação com o mês anterior, mas representou alta de 7,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. Outro quesito apurado pelo IBGE, o rendimento médio real habitual, também teve alta em dezembro, passando a R$ 1.284,90. O valor representa um avanço de 0,5% em relação a outubro e de 3,6% frente a dezembro de 2007.
Na pesquisa, o IBGE considera como ocupados quem tem emprego formal ou informal, funcionários públicos, militares e pessoas que trabalham por conta própria (que não são empregados de ninguém). Já os desocupados são aquelas pessoas que estão sem ocupação, mas que tomaram alguma atitude para encontrar trabalho no período pesquisado.


Por uma ampla união social em defesa do emprego e dos direitos
Wagner Gomes Informações do Ministério do Trabalho e Emprego indicam que mais de 600 mil trabalhadores e trabalhadoras foram excluídas do mercado de trabalho formal em dezembro do ano passado, número cerca de duas vezes superior à média de demissões realizadas neste mesmo mês ao longo dos últimos anos. Acatando a sugestão da reunião realizada pelas centrais sindicais na última quinta-feira (15), na sede da CTB, o presidente Lula convocou o movimento sindical para debater o tema e definir propostas para enfrentar o problema, numa atitude que merece todo o nosso apoio e revela o caráter democrático e popular do seu governo.Combater as demissões em massa e o flagelo do desemprego que emerge com a crise exportada pelo capitalismo americano não é uma responsabilidade apenas do movimento sindical. É, antes, um desafio para o conjunto da nação brasileira, que requer o envolvimento dos três poderes do Estado (Executivo, Legislativo e Judiciário) e da chamada sociedade civil. A unidade das centrais sindicais é louvável e indispensável, mas não basta. Uma resposta mais eficiente à crise exige uma agregação bem mais ampla de forças políticas e sociais. Neste sentido, a CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) sugere a convocação urgente de uma reunião do movimento sindical em conjunto com as lideranças dos partidos políticos (sem exclusões), parlamentares, representantes dos governos (nos três níveis), dos movimentos sociais e entidades da sociedade civil (como OAB, CNBB, ABI), para debater a crise e definir uma estratégia de luta e medidas concretas em defesa do emprego e dos direitos sociais.Efeitos do desempregoOs efeitos do desemprego para a sociedade são sobejamente conhecidos. Para as famílias que pertencem à classe trabalhadora a perda do posto de trabalho e do salário causa enormes sofrimentos e humilhações. Significa privações e mesmo fome. Pesquisas realizadas por cientistas sociais também revelam uma correlação muito forte entre desemprego e violência. Não se pode desprezar a hipótese de que parte dos trabalhadores demitidos, sobretudo jovens, excluídos do mercado de consumo e condenados à marginalidade social, sejam tentados a engrossar o exército do tráfico de drogas e do crime organizado.Cabe notar, ainda, que o desemprego é um veneno para a economia nacional, pois realimenta a crise. As demissões transformam-se de efeito em causa da recessão na medida em que reduzem o consumo das massas trabalhadoras e agravam as dificuldades para a comercialização das mercadorias produzidas pela indústria e agropecuária, potencializando o fenômeno que os economistas classificam de superprodução. Até agora os efeitos da crise ainda não atingiram com severidade o comércio, mas é simplesmente inevitável que isto ocorra se as demissões não forem contidas.Defesa dos direitos sociaisPreocupado exclusivamente com a preservação e ampliação dos lucros, o patronato está tirando proveito da crise para propor e em muitos casos impor, de forma oportunista, o rebaixamento dos salários e a redução e flexibilização dos direitos sociais. Tal é a essência das idéias apresentadas recentemente pelo presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, a pretexto de combater a crise: redução de jornada com redução de salários, banco de horas e suspensão temporária dos contratos de trabalho.A classe trabalhadora e os sindicatos não podem aceitar, sem luta, propostas do gênero, muito menos quando o próprio Skaf tratou de deixar claro que a redução de salários e direitos não terá sequer a contrapartida da estabilidade no emprego. Estabilidade (neste caso) é uma palavra que irrita os sensíveis ouvidos da grande burguesia nacional, que não abre mão do privilégio abusivo da demissão imotivada (que contradiz o espírito da nossa Constituição) e recorreu a um poderoso lobby para derrotar a Convenção 158 da OIT (que impede demissão sem justa causa) na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa da Câmara Federal.Gasolina na criseA redução de salários proposta pela Fiesp é um contra senso econômico e, no caso, pode funcionar como um tiro no pé, jogando mais gasolina na fogueira da crise. O resultado será a diminuição da massa salarial e, por conseqüência, do consumo popular, o que vai dificultar as vendas de mercadorias e fomentar a paralisação da produção. A saída para a crise deve ter outro sentido e direção inversa, passando pelo fortalecimento, ao invés do enfraquecimento, do mercado interno.Os esforços que em todo o mundo os governos vêm fazendo para combater a crise têm por característica comum a tentativa de estimular a demanda, através da expansão do crédito, renúncia fiscal, aumento dos investimentos e gastos públicos, além da injeção direta de recursos públicos em operações de socorro a empresas em dificuldade. Ainda que muitas das medidas em questão sejam questionáveis, é inegável que são iniciativas orientadas para o objetivo de impulsionar a economia. As propostas da Fiesp são reacionárias e estão na contramão da história. Talvez sejam eficientes para manter e ampliar os lucros capitalistas, mas sem dúvidas jogam gasolina na fogueira da crise. Esta é uma razão adicional para que sejam rechaçadas pelo movimento sindical, pelas forças progressistas, por parlamentares e governos.PropostasA iniciativa dos empresários revela que não é possível nem desejável conciliar os interesses antagônicos entre capital e trabalho que se chocam de forma tão aguda em momentos de crise. Isto não significa excluir a possibilidade de uma aliança pontual entre os sindicatos e os industriais pela redução drástica da taxa de juros. De todo modo, o movimento sindical elaborou propostas para a crise que têm sentido diverso e são orientadas pelo objetivo de manter a capacidade de consumo das massas, o nível de emprego, os direitos e a renda. Neste sentido, apoiamos a redução da jornada, mas sem redução de salários, aspiração histórica da classe trabalhadora que foi bandeira da 5ª Marcha da Classe Trabalhadora, que mobilizou 35 mil pessoas no dia 5 de dezembro em Brasília; o condicionamento da concessão de benefícios públicos à iniciativa privada à manutenção do nível de emprego; o fim das horas extras e do banco de horas, além de outras medidas que não comprometem conquistas e direitos sociais. Defendemos, enfim, um novo modelo de desenvolvimento nacional, fundado na valorização do trabalho como fonte de fortalecimento do mercado interno, no respeito ao meio ambiente e no combate sem tréguas a todo e qualquer tipo de discriminação nas relações sociais e trabalhistas. Temos convicção de que nossas idéias estão em harmonia com os interesses maiores da nação e o imperativo de crescimento sustentado e sustentável da economia nacional. A defesa do emprego e dos direitos sociais é o grande desafio neste momento de crise do capitalismo, não só do movimento sindical, mas do conjunto da sociedade civil e do Estado. Daí provém a necessidade de unir as mais amplas forças sociais e realizar uma reunião urgente com o objetivo de definir uma plataforma concreta com o objetivo de enfrentar êxito os problemas mencionados numa perspectiva socialmente justa e avançada.
Wagner Gomes é presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)

Arrecadação recorde do INSS mostra que é hora de acabar com o fator previdenciário
A Previdência Social registrou um forte crescimento da arrecadação, de 16,3%, em 2008, com a diferença em relação às despesas caindo 19,3% em relação a 2007, para R$ 36,2 bilhões. Embora o Ministério da Previdência Social continue classificando tal resultado como déficit, a caracterização é polêmica e tem sido criticada por especialistas e sindicalistas. Na opinião dos representantes dos trabalhadores não se pode falar em déficit da Previdência pelo simples fato de que a receita previdenciária não se limita às contribuições arrecadadas dos assalariados e das empresas, enquanto as despesas abrangem um universo superior ao dos contribuintes. Aposentados rurais, por exemplo, recebem com toda justiça uma aposentadoria no valor de um salário mínimo sem ter contribuído previamente com o INSS.Conceito falsoJá pelo lado da receita, a Constituição de 1988, que estendeu aos trabalhadores e trabalhadoras do campo o direito à aposentadoria por idade e não por tempo de contribuição (55 anos para a mulher, 60 anos para o homem), também criou novas fontes de financiamento da seguridade social (incluindo Previdência) como o Confins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) e o CLLS (Contribuição sobre o Lucro Líquido). Na verdade, a receita para o financiamento da seguridade tem sido bem superior à receita ao longo dos últimos e está sujeita ao DRU (Desvinculação de Recursos da União, que retira 20% da seguridade e outros tributos vinculados para financiar o superávit primário). A Previdência e a seguridade são, portanto, superavitárias. Falar em déficit , no caso, é incorrer num conceito falso, que tem o obscuro propósito ideológico de justificar retrocessos no direito previdenciário, como os que foram impostos pelas reformas promovidas nos governos FHC e Lula, com destaque para o odioso fator previdenciário legado pelos tucanos. Por tudo, o Portal da CTB critica a banalização do conceito de déficit - acatado de forma acrítica pela mídia, inclusive de esquerda – e julga mais apropriado apontar a diferença entre o valor das contribuições arrecadadas (que é inferior à receita) e as despesas do INSS (que não compreende apenas o universo dos contribuintes, composto pelos assalariados urbanos com carteira assinada).Previdência e empregoAs estatísticas divulgadas pelo Ministério da Previdência Social também confirma o diagnóstico prevalecente no movimento sindical de que o aumento das contribuições arrecadadas pela Previdência depende, sobretudo, de dois fatores: o crescimento da economia e a maior formalização do mercado de trabalho. Além do aumento da arrecadação, que subiu a R$ 163,3 bilhões, verificou-se um crescimento menor das despesas, de 7,7%, para R$ 199,5 bilhões. A queda foi influenciada pelo aumento do emprego formal, que fechou 2008 com a criação de 1,45 milhão de vagas, o terceiro melhor resultado desde 1999. Na comparação com o PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas no país), a diferença entre arrecadação e despesa caiu de 1,73% para 1,25%, configurando o melhor resultado desde 2002. Em dezembro, a Previdência registrou uma diferença positiva entre arrecadação e despesa de R$ 1,737 bilhão. Campo e cidade A diferença entre o valor arrecadado e as despesas na área urbana teve uma queda de 90% em 2008, de R$ 12,4 bilhões para R$ 1,1 bilhão. No começo do ano, a área urbana chegou a registrar superávits. Já na área rural, subiu de R$ 32,4 bilhões para R$ 35 bilhões. Conforme ressaltou o Ministério, em todo o mundo a previdência é subsidiada pelo governo. Em dezembro, 68,3% dos benefícios pagos pela Previdência possuíam valor de até um salário mínimo. Isso representa 17,8 milhões de beneficiários que ganham o piso do INSS ou benefícios assistenciais menores que esse valor. Eles representam 45,5% dos benefícios pagos na área urbana (6,8 milhões de pessoas) e 99,2% na área rural (7,7 milhões de beneficiários). O valor médio dos benefícios e aposentadorias pagos no ano chegou a R$ 665,27, o que representa um aumento real (acima da inflação medida pelo INPC) de 15,9% desde 2000. Em 2008, o governo pagou 22,776 milhões de aposentadorias e benefícios previdenciários, um aumento de 3,2% em relação a 2007. Desde 2000, o aumento foi de 30%. Fim do fator previdenciárioO comportamento da arrecadação mostra que, além de necessário e urgente é plenamente acabar com o fator previdenciário, que reduz em até 40% o valor das novas aposentadorias, assim como igualar o reajuste das aposentadorias ao do salário mínimo, conforme sugere o senador Paulo Paim em propostas já aprovadas no Senado e em tramitação na Câmara dos Deputados.Em 2009 o comportamento da arrecadação do INSS não deve ser tão positivo. A desaceleração da economia e as demissões em curso no mercado formal de trabalho terão impactos negativos na Previdência. Todavia, a intensificação do combate à informalidade e à precariedade das relações trabalhistas pode reduzir eventuais perdas determinadas pela crise.