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segunda-feira, 28 de junho de 2010

Pedágio aumenta a partir de 1º de julho

Motoristas terão de pagar R$ 18,50 no sistema Anchieta/Imigrantes

O principal pedágio do sistema Anchieta-Imigrantes, ligação da capital ao litoral paulista, vai aumentar de R$ 17,80 para R$ 18,50 a partir da 0h da próxima quinta-feira (1º/07), como o ABCD MAIOR antecipou em reportagem publicada no dia 12 de junho.

A tabela completa com as novas tarifas nas rodovias estaduais de São Paulo foi divulgada pela Artesp (Agência Estadual do Transporte).

O aumento é baseado no IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) e vale para todas as praças de pedágio do Estado das rodovias concedidas à iniciativa privada até 2008. Já nas estradas concedidas nos últimos anos pelo governo Serra, o reajuste será ainda maior: 5,26%, calculado pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).

A terceirizaçăo das rodovias teve início em 1997, durante a gestăo do tucano Mário Covas. Desde entăo, o número de praças de pedágios subiu de 40 para 227. Só no governo de Serra foram acrescidos 84 novos pedágios.

Reajuste

Somados os três anos em que governou o estado de Săo Paulo, José Serra aumentou em 19,55% o preço dos pedágios. Quando assumiu, em 2007, as praças da Anchieta e da Imigrantes custavam R$ 14,60.

Rodoanel

Para o trecho sul do Rodoanel, que, mesmo incompleto, foi recém-inaugurado por Serra, săo esperadas 15 praças de pedágio, com o valor máximo de R$ 6. A empresa concessionária ainda năo foi definida.
Sob gestão tucana, SP ganha um novo pedágio a cada 40 dias

Desde o início da privatização das rodovias de São Paulo, em 1998, foram instalados 112 pedágios nas estradas paulistas - o equivalente a uma praça nova a cada 40 dias. O estado já tem mais pedágios do que todo o resto do Brasil. São 160 pontos de cobrança em vias estaduais e federais no território paulista, ante 113 no restante do país, segundo a Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias.

Nos últimos 12 anos, a segurança e a qualidade das rodovias melhoraram, mas os altos preços cobrados se tornaram alvo frequente de críticas dos motoristas. Nesta semana, as reclamações devem aumentar ainda mais. Os pedágios nas rodovias estaduais serão reajustados a partir da 0h de quinta-feira (1º) e terão tarifas "quebradas" em R$ 0,05. O principal pedágio do sistema Anchieta-Imigrantes vai aumentar de R$ 17,80 para R$ 18,50.

Para se ter uma ideia, ficou mais barato viajar a outro estado do que internamente. Cruzar de carro os 404 km entre a capital paulista e Curitiba, no Paraná, por exemplo, custa R$ 9 em tarifas. Já para cobrir distância semelhante até Catanduva, por exemplo, é preciso desembolsar R$ 46,70.

Isso se explica, em parte, pelo modelo adotado no programa de concessões paulista. As licitações, em 1998 e 2008, levaram em conta o montante que as empresas ofereciam ao estado para ter a concessão, a chamada outorga. A vantagem é que o dinheiro pode ser aplicado em novas estradas. Por outro lado, esse valor é repassado aos motoristas.

A Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) alega que as outorgas permitiram o investimento de R$ 12 bilhões nas rodovias. Para a agência, falar em "média mensal de praças instaladas" não é pertinente, pois a definição da instalação das praças foi feita em apenas dois momentos: na primeira e na segunda rodadas de concessões, em 1998 e 2008.
“O DEM é uma merda” ou é covarde?

“O DEM é uma merda”. A frase do bufão Roberto Jefferson, presidente do PTB, grafada no seu twitter, confirma a guerra civil que se instalou na base de apoio do candidato José Serra. Diante da insólita indicação de Álvaro Dias para seu vice, sem qualquer consulta aos aliados, os demos resolveram se rebelar e ameaçaram abandonar a coligação. O novo aliado, o petebista-fisiológico Bob Jefferson, decidiu então tomar as dores do presidenciável e ligou o ventilador no esgoto.

O caos se implantou bem no mês em que comando serrista prometera ser o da “arrancada para a vitória”, apostando no seu programa gratuito de rádio e TV. De uma só tacada, Serra colocou em risco a frágil aliança neoliberal-conservadora, antes composta por PSDB, DEM, PPS e PTB. Os demos estão se sentindo humilhados e já prevêem o total definhamento do partido. “A eleição nós já perdemos, não podemos perder é o caráter”, desabafou Rodrigo Maia, presidente do DEM.

Resistências no inferno

A situação dos demos é realmente delicada – dizem que até o diabo está irritado com o apelido e que já anunciou que não os aceita no inferno. O partido sempre foi um apêndice do PSDB e não se preparou para enfrentar uma possível apunhalada de José Serra, famoso por suas infidelidades – que o diga Geraldo Alckmin, traído em plena campanha para prefeito de São Paulo. Durante o reinado de FHC, ele ainda elegeu numerosas bancadas mamando nos cofres públicos. Afastados do poder, ele só colheu derrotas – em quatro legislaturas, caiu de 105 para 56 deputados federais.

O dilema é grande. O DEM é um “partido de merda ou de cagões”? Terá coragem para romper a aliança com José Serra, tirando-lhe preciosos minutos do horário eleitoral na rádio e TV? Ou continuará como mero apêndice dos tucanos, aceitando todo tipo de humilhações e traições? De qualquer forma, a situação dos demos é trágica. Já há estudos que indicam que sua bancada deve cair para menos de 40 deputados. E existem boatos de que seus líderes analisam a possibilidade da fundação de um novo partido ou da fusão com outra tranqueira neoliberal.

As trapalhadas tucanas

Trágica também é a situação do presidenciável José Serra, que parece caminhar para o cadafalso. No mês da “arrancada para a vitória’, o candidato só colheu péssimas notícias. Primeiro foi FHC que abandonou o barco, confessando as enormes dificuldades do candidato tucano. Depois foi o Ibope, instituto vinculado à direita, que confirmou a dianteira nas pesquisas de Dilma Rousseff. Agora é o DEM que chuta o pau da barraca e cria novos constrangimentos à oposição neoliberal.

Até a mídia golpista, sempre tão servil a José Serra, está irritada com os rumos da sua campanha. O jornal O Globo já deu matéria com o título “Uma grande trapalhada tucana”. Vários colunistas tucanos têm pedido urgência para resolver o impasse com o DEM, sugerindo a retirada do nome do ex-governador Álvaro Dias. Também neste caso, qualquer que seja a solução negociada, a “merda” – para usar o dicionário do deputado cassado Roberto Jefferson – já terá se espalhado.

domingo, 27 de junho de 2010

Mídia tenta valorizar Marina só para ajudar Serra

A imprensa tenta oxigenar a candidatura de Marina Silva (PV), que patina em torno de 10% em todas as pesquisas mais recentes de intenção de voto. Cresce a convicção, no meio político, de que, sem ela no páreo, Dilma Rousseff (PT) poderia ganhar a eleição presidencial de José Serra (PSDB) ainda no primeiro turno.

Por Maurício Dias, na CartaCapital

O interesse da mídia pela candidatura de Marina sustenta a confiança nessa convicção. Não se pode acreditar que os jornais, tomados pela fé democrática, ajam somente para estimular a competição eleitoral. Nas circunstâncias atuais, não há dúvida: o eleitor de Marina dará um voto para Serra. É um efeito colateral dessa decisão, um antídoto contra Dilma.

Mas, seja como for, a democracia exige respeito à escolha do eleitor. Cada um vota como quer. É preciso, no entanto, conhecer os efeitos políticos do voto.

Marina pode vir a ser um obstáculo para Dilma e, em consequência, linha auxiliar — involuntária, admita-se — de Serra. Neste momento, ela se coloca exatamente entre os dois: critica Dilma acidamente e, suavemente, critica Serra. Nessa posição pode ser facilmente triturada ao longo dos debates polarizados.

Em 2006, embora não houvesse o viés plebiscitário de agora, a disputa foi para o segundo turno em razão da dispersão do voto progressista: Heloísa Helena (PSOL) obteve 6,85% e Cristovam Buarque (PDT), 2,64%. Ambos partidariamente à esquerda do espectro político. Faltaram a Lula, que buscava a reeleição, um pouco mais de 1 milhão de votos para ganhar no primeiro turno. Isso, porcentualmente, significou 1,39% dos votos válidos.

A história eleitoral brasileira tem exemplos parecidos, que favoreceram a vitória de candidatos conservadores. Um dos casos mais traumáticos para a esquerda foi a conquista do governo do novo estado da Guanabara pelo udenista Carlos Lacerda, em 1960. Ele obteve uma vantagem apertada sobre Sérgio Magalhães (PSB), de 2,6%. A derrota é atribuída à participação de Tenório Cavalcanti no pleito. Influente na Baixada Fluminense, Tenório, fatalmente, tirou votos certos de Magalhães.

Afinal, os pobres, por episódios como o do incêndio (provocado?) na praia do Pinto, na orla da Lagoa Rodrigo de Freitas, zona sul do Rio, e a matança de mendigos que apareceram boiando no rio da Guarda, na Baixada Fluminense, estavam escabreados com o lacerdismo. Os dois episódios foram parar na conta da administração Lacerda. Se não era verdade, a versão superou o fato.

Uma parte desse voto da turma do Brasil de baixo migrou para Tenório Cavalcanti, que tinha apoio do Luta Democrática, um influente jornal popular na ocasião. Seriam, naturalmente, votos de Sérgio Magalhães. Lacerda ganhou por isso.

A polarização hoje tende a ser maior e pode desidratar os votos que estão à margem do confronto PT versus PSDB. Além de Marina, há dez outros postulantes que, somados, não alcançarão mais do que 3% dos votos. É o cálculo que fazem os institutos de pesquisa. Se o porcentual de Marina não minguar, haverá segundo turno.

Esse viés plebiscitário que Lula sempre buscou e que a oposição sempre temeu deve estimular o eleitor, em outubro, a evitar a cabine eleitoral pela segunda vez.
Mesmo sem o uso de uma bola de cristal é possível prever a volta da campanha pelo voto útil, estimulada pelos petistas.
Serra esnoba convenção do PPS e manda DEM às favas

A crise aberta na campanha do ex-governador José Serra (PSDB-SP) continua a pleno vapor e ganhou mais capítulos neste sábado (26), mas nem por isso o presidenciável tucano controla suas idiossincrasias. Num gesto de indelicadeza política e arrogância, Serra sequer compareceu à convenção nacional do PPS que formalizaria o apoio à sua candidatura.
Confiante da submissão canina e humilhante do aliado, o tucano comunicou sua ausência somente de última hora, num telefonema ao presidente do PPS, Roberto Freire. Mensagens gravadas ou escritas aos militantes do partido? Que nada. Serra simplesmente esnobou o PPS.

O presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), também faltou à convenção – e sua ausência é emblemática dos novos tempos da coligação. "Estou cheio de coisas para fazer, atrás de voto para mim", desdenhou. Foi uma mostra claríssima de que, enquanto a chapa não desistir da indicação do senador Álvaro Dias (PSDB-PR) a vice de Serra, os “demos” não querem nada com nada.

Na próxima quarta-feira, o DEM realiza a sua convenção nacional, à espera de que Serra substitua Dias por um vice “demo” na chapa. "Vamos esperar que ele indique. Se ele não indicar, vamos aprovar o nosso nome na convenção do dia 30", reagiu Maia.

O PSS, correia de transmissão do PSDB, metralhou. “Serra mandou dizer que está firme e não vai se submeter a imposições de quem quer que seja”, disparou um provocativo Roberto Freire na convenção do PPS. No Twitter, o presidnete do PTB, Roberto Jefferson, foi ainda mais longe e chamou o DEM de partido “de merda”. O próprio Serra mandou os apelos do DEM às favas e orientou a coligação a manter tudo como está, com Álvaro Dias de vice.

Mas as reações contra a chapa puro-sangue persistem. “Se eles não querem estar com o DEM, não há motivo para o DEM ficar com eles. Assim sairíamos da aliança formal e não apoiaríamos oficialmente ninguém, como acontece com outros partidos”, ameaçou o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). “Não queremos ficar só com o ônus da aliança, ainda mais hoje que a candidatura não é nenhuma Ferrari.”

Na mesma tecla bateu o deputado federal Ronaldo Caiado (DEM-GO): “Eles se acostumaram com um DEM que chia e depois se acomoda. Desta vez, não vamos deixar isso assim. Ou reagimos ou a sigla acaba como partido, vira subalterna, e não parceira do PSDB”. Mais radical é o deputado Efraim Filho (DEM-PB): "Tenho conversado com lideranças dos democratas. Cresce o sentimento para decidirmos pelo fim da aliança com o PSDB na convenção".

A saída do DEM da aliança representaria para Serra uma perda de dois minutos e nove segundos diários no horário eleitoral em rádio e TV. Sem os “demos”, o tempo de propaganda da chapa de oposição cairia de seis minutos e 46 segundos para quatro minutos e 38 segundos. A presidenciável do PT, Dilma Rousseff, deve ter cerca de oito minutos
Lula e a onda Dilma

A pesquisa CNI-Ibope que mostra Dilma Rousseff à frente de José Serra reflete o início de uma nova fase na campanha pelo Palácio do Planalto. Embalada pela popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a candidata do PT começa a caminhar com as próprias pernas.

Dilma marcou 40% no Ibope. Serra obteve 35%. E Marina Silva, candidata do PV, 9%.

A petista assumiu a dianteira porque tem crescido a fatia do eleitorado que passou a saber que ela é a candidata de Lula. O postulante do PSDB se beneficiou durante boa parte da campanha do desconhecimento que parcela significativa da população tinha sobre a relação entre Lula e Dilma.

A pesquisa espontânea, quando o entrevistado não recebe a lista de candidatos, já dá a Dilma a liderança na corrida. Nesse levantamento, ela obteve 22% de intenção de voto. Lula ficou com 9%. Serra marcou 16%. Marina, 3%.

O grosso do eleitorado entendeu que Lula não estará na cédula em 3 de outubro e que sua representante é Dilma e não Serra. O presidente ainda não entrou na campanha com a força toda. Já disse a auxiliares que vai viajar pelo Brasil e fazer campanha para a petista após as 18h e antes das 9h. Ou seja, um comício de noite e uma porta de fábrica pela manhã.

A associação Dilma-Lula será intensificada no horário eleitoral gratuito, que começará em 17 de agosto. Isso é uma má notícia para Serra, um candidato que ainda tem, na avaliação de analistas de pesquisas, uma fatia de eleitores que pode migrar para a petista. Seriam eleitores que optam no momento pelo tucano devido à sua taxa de conhecimento, o chamado "recall". Serra é candidato a presidente pela segunda vez. Já foi eleito governador e prefeito. Dilma faz a sua primeira incursão eleitoral.

Tudo indica que Dilma vem crescendo paulatinamente faz tempo. Ela não parou. Houve ondas de maior e de menor intensidade. De modo consistente, a petista tem sido cada vez mais vista pelo eleitorado como a herdeira de Lula. Aos poucos, o personagem principal da eleição vai passando o bastão para a ex-ministra da Casa Civil.

•Registro presidencial
Lula já vem dizendo faz meses que Dilma se elegerá no primeiro turno
.

*Kennedy Alencar, 42, colunista da Folha.com e repórter especial da Folha em Brasília. Escreve na Folha.com às sextas. É comentarista do telejornal noturno RedeTVNews. E apresenta o programa de entrevistas "É Notícia", às 0h15 na noite de domingo para segunda.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Criação de vagas formais chega a 298 mil em maio e bate recorde para o mês

Resultado acumulado até maio já superou todo o ano de 2009.
Desempenho foi fraco no ano passado por conta da crise internacional.

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta segunda-feira (21) pelo Ministério do Trabalho revelam que foram criadas 298 mil vagas de emprego com carteira assinada em maio deste ano.

Este número é recorde histórico para meses de maio. Até o momento, o maior número de empregos criados para este mês havia sido em 2004 (291,82 mil postos formais). Com isso, já são cinco meses de recordes históricos consecutivos. Maio deste ano também é o quarto melhor resultado para todos os meses. Em maio de 2009, foram abertas 131,5 mil vagas no país.

Janeiro a maio

De janeiro a maio deste ano, porém, foram abertos 1,26 milhão de postos de trabalho formais, valor que é também recorde para este período. A série histórica do Caged tem início em 1992.

"A economia está dando certo. Os economistas e grandes pensadores da economia têm de analisar dois fatores que impulsionam a economia: a Copa do Mundo e as eleições. Afetam fortemente a geração de emprego. Acontecem de quatro em quatro anos. São períodos que acontecem e que têm efeito forte na economia. Alugam-se mais carros e equipamentos de som, por exemplo", disse o ministro do Trabalho, Carlos Lupi.

Empregos superam todo ano de 2009

Com este resultado até maio, o número de vagas abertas nos cinco primeiros meses de 2010 superou o registrado em todo ano passado - quando foram criados 995,11 mil empregos formais.

O ano de 2009 foi marcado pelos efeitos da crise financeira internacional. Com a economia brasileira menos aquecida no ano passado, por conta da falta de crédito e pela retração das vendas externas, as empresas contrataram menos trabalhadores.

Por conta da crise, o ano de 2009 foi o pior, em termos de aberturas de vagas, desde 2003, ou seja, desde o primeiro ano do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Naquele ano, segundo dados do governo, foram criados 645,43 mil empregos.

Setores

Segundo dados do Ministério do Trabalho, o setor de Serviços foi o que mais se destacou em maio, com a criação de 86,1 mil potos formais, seguido pela agropecuária (62,24 mil vagas), pela indústria de transformação (62,22 mil empregos), pelo comércio (43,4 mil vagas) e pela construção civil, com 39 mil empregos formais.

"Os destaques foram serviços, agricultura, principalmente café e cana-de-açúcar. A indústria de transformação também teve um número bastante elevado. O parque industrial brasileiro está voltando ao seu limite de ocupação. O comércio continua batendo recorde. Foi o terceiro mês consecutivo de recorde. Construção civil continua mostrando excelente resultado", avaliou Lupi.

Previsões

O ministro do Trabalho previu que o mês de junho será o melhor mês de toda a história do Caged. Até o momento, o mês com maior criação de empregos foi junho de 2008 (309,44 mil). Lupi estimou que esta marca será ultrapassada em junho de 2010. Acrescentou que o segundo semestre será "muito bom" e manteve a previsão de que serão criados 2,5 milhões de empregos formais neste ano, o que, se confirmado, também será o melhor ano da história.
Governo vai indenizar UNE por prédio destruído em 1964

Comissão terá 30 dias para determinar indenização.
Com base em avaliação da Caixa, valor pode ultrapassar R$ 30 milhões.

O presidente Luís Inácio Lula da Silva assinou na última segunda-feira (21) uma lei em que o governo reconhece a responsabilidade pelo incêndio que destruiu a sede da União Nacional dos Estudantes (UNE), no Rio de Janeiro, em 1964. O texto foi publicado no Diário Oficial nesta terça-feira (22).

A lei cria ainda uma comissão para estabelecer o valor e a forma da indenização. Mas determina que o montante não ultrapasse o limite de seis vezes o valor de mercado do terreno, que fica na Praia do Flamengo, na Zona Sul da cidade. Os números deverão ser definidos daqui a 30 dias.

Ainda de acordo com a lei, a comissão será composta por representantes dos ministérios da Justiça, Educação, Planejamento e Fazenda, além da secretaria-geral da Presidência, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos e de um representante do Senado e um da Câmara dos Deputados.

Valor pode passar dos R$ 30 milhões

Em abril deste ano, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou o texto, que passou, no mês seguinte pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania. Na época, o relator da matéria, senador Gerson Camata (PMDB-ES), estimou que a indenização fosse ultrapassar R$ 15 milhões. Em 2008, a Caixa Econômica Federal avaliou o terreno em R$ 6 milhões. Com isso, o valor do teto máximo a ser indenizado chegaria a R$ 36 milhões.

No entanto, no mesmo período, o senador Marcos Maciel (DEM-PE), destacou a informação da Câmara de que, com base num valor de 30% acima do valor-base da tabela PINI, relativa a custos de construção civil, R$ 15 milhões seriam suficientes para bancar a construção.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Para OAB, decisão do TSE sobre ficha limpa foi vitória da sociedade

'Decisão atendeu as expectativas da população', disse Ophir Cavalcante.
Lei torna inelegíveis políticos condenados em decisão colegiada.

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, afirmou nesta sexta-feira (18) que a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que torna inelegíveis os políticos condenados antes do dia 7 de junho, data em que a lei da Ficha Limpa foi publicada no Diário Oficial da União, foi uma vitória da sociedade.

“Foi extremamente positiva a decisão do TSE. Atendeu as expectativas da população. A decisão marca um novo tempo na política brasileira e reafirma o compromisso com a ética e a luta contra a corrupção e a impunidade. Foi uma vitória da sociedade”, disse Ophir.

A lei determina que políticos condenados pela Justiça em decisão colegiada em processos ainda não concluídos não poderão ser candidatos no pleito de outubro. A decisão do TSE confirmou a inelegibilidade de candidatos já condenados por um colegiado de juízes no período anterior a norma.

“Prevaleceu a lógica e a razoabilidade. Não teria sentido para a compreensão da lei que pessoas com condenação pudessem concorrer”, afirmou Ophir. Segundo ele, a decisão do TSE “cria um requisito de elegibilidade” e todos os candidatos “têm que se submeter às novas regras”.

A decisão do TSE, segundo Ophir, só pode ser alvo de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) proposta por entidades ou partidos. “A matéria pode ser objeto de Adin no Supremo Tribunal Federal (STF), mas o custo político será muito alto para o partido que decida contestar a decisão”, avaliou.
De acordo com Ophir, a decisão do TSE também poderá ser contestada no STF por ação individual de candidato que tenha o registro negado. Nesse caso, a ação tem que passar antes pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Espero que isso não ocorra e os candidatos não contestem a decisão”.

Fruto de uma iniciativa popular, o projeto da ficha limpa reuniu mais de 1,6 milhão de assinaturas de eleitores desde o lançamento da proposta e recebeu o apoio de diversas entidades como o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) - responsável pela iniciativa da apresentação do projeto no Congresso – a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a OAB. “Ninguém acreditava que o Congresso aprovaria a proposta, mas a ficha limpa foi aprovada. Isso mostra uma nova relação da sociedade com os poderes, uma ação mais efetiva da sociedade”, disse Ophir.
Vendas de automóveis sobem 13,7% na primeira quinzena de junho

Até a última terça-feira (15) foram vendidas 122.353 unidades.
Em comparação com 2009 setor mostra queda de 4,49%.

Montadoras pressionam governo por IPI reduzido para carros flex Vendas de veículos sofrem queda de 9,66% em maio, diz Fenabrave Produção de veículos sobe 6,6% em maio, aponta Anfavea Após a queda registrada em maio, as vendas de carros de passeio e utilitários dão sinais de recuperação neste mês. Até a última terça-feira (15), as concessionárias venderam 122.353 automóveis e comerciais leves, o que corresponde a um acréscimo de 13,72% sobre o volume comercializado na primeira metade de dias úteis de maio.

No entanto, na comparação com o mesmo período do ano passado, o setor mostra queda de 4,49%, segundo números divulgados pela Fenabrave, entidade que representa as revendas.

Apesar disso, vale lembrar que o resultado de junho de 2009 foi influenciado pela possibilidade do término da redução do IPI naquele mês, o que incentivou uma corrida às lojas. No fim, o governo acabou prorrogando a desoneração fiscal ao setor.

De acordo com o balanço da Fenabrave, a Fiat lidera as vendas neste mês, com uma participação de 24,61%. Na sequência, aparecem Volkswagen (21,56%), a General Motors (18,88%) e a Ford (9,78%).

A entidade ainda informou que as vendas de caminhões somaram 6.179 unidades na primeira metade de dias úteis deste mês, 12,03% abaixo do volume da primeira metade de maio, mas 45,87% acima da quantidade de igual período do ano passado.

Já as vendas de ônibus cresceram 17,15% em relação a maio, para 1.264 unidades. Na comparação anual, a alta foi de 37,24%.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Wagner Gomes: A chance desperdiçada por Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva perdeu nesta semana uma oportunidade gigantesca de deixar para trás mais um resquício dos governos tucanos. Seu veto ao fim do fator previdenciário mostra, mais uma vez, que a herança das políticas neoliberais no Brasil ainda está longe de ser superada.

Por Wagner Gomes*

Lula agiu corretamente ao avalizar o reajuste de 7,7% para os aposentados que recebem acima de um salário mínimo, mas penalizou todos os trabalhadores da ativa ao manter o fator previdenciário. Infelizmente, o presidente preferiu ouvir parte de sua equipe econômica ao invés de atender ao clamor das centrais sindicais e de outras forças progressistas da sociedade.

O discurso às vezes pode soar repetitivo, mas é sempre importante lembrar que, durante o governo Fernando Henrique, quando o fator previdenciário foi implementado, todos os partidos e entidades de oposição às políticas neoliberais foram contra esse artifício que tanto prejudica a classe trabalhadora. A CTB, desde sua base até sua direção executiva, não mudará de lado.

A leitura dos jornais e dos principais noticiários da internet nesta quarta-feira (16) é um claro indício de que Lula está errado. A chamada “grande mídia” atribui o reajuste dos aposentados a um caráter eleitoreiro, ao passo em que o veto ao fim do fator previdenciário passa praticamente sem ser citado. Para não elogiar a decisão de Lula, os jornalões optaram pela descrição. No final das contas, o item mais importante nessa discussão permaneceu inalterado, para felicidade geral do empresariado.

É preciso, no entanto, destacar que a concessão do reajuste de 7,7% mostra o caminho que deve ser perseguido pela classe trabalhadora. Sem a pressão exercida sobre o governo nos últimos meses, a derrota seria completa nessa campanha ao lado dos aposentados. Agora que uma conquista foi alcançada, devemos focar nossos esforços para que o mesmo aconteça com o fim do fator previdenciário.

Se nos anos1990 já foi importante essa manifestação de contrariedade a um instrumento que obriga o trabalhador a retardar sua aposentadoria, agora, com o país em uma nova fase, com grandes perspectivas de crescimento, não podemos cair em contradição. É preciso, com urgência, que o Brasil se livre de todas as amarras que impediram seu desenvolvimento nas duas últimas décadas. A CTB sabe de sua responsabilidade e irá até o fim nessa campanha. A luta, portanto, está longe de terminar.

*Wagner Gomes é presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
"Aprovação do Estatuto da Igualdade Racial representa um marco histórico", afirma Unegro

Ele ressaltou ainda que a aprovação encerra com chave de ouro os dois mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “O movimento negro irá sentir muita falta do governo Lula. Esperamos que a eleição de Dilma garanta a continuidade dos avanços” disse o coordenador geral da Unegro.

De autoria do senador Paulo Paim (PT/RS) o Estatuto da Igualdade Racial vem sendo debatido há oito anos. O projeto prevê também que se dê títulos de propriedade definitiva a descendentes que morem em terrenos provenientes de quilombos. A titularidade já tinha sido definida por um decreto presidencial de 2003.
"Aprovação do Estatuto da Igualdade Racial representa um marco histórico

Ele ressaltou ainda que a, Unegro aprovação encerra com chave de ouro os dois mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “O movimento negro irá sentir muita falta do governo Lula. Esperamos que a eleição de Dilma garanta a continuidade dos avanços” disse o coordenador geral da Unegro.

De autoria do senador Paulo Paim (PT/RS) o Estatuto da Igualdade Racial vem sendo debatido há oito anos. O projeto prevê também que se dê títulos de propriedade definitiva a descendentes que morem em terrenos provenientes de quilombos. A titularidade já tinha sido definida por um decreto presidencial de 2003.

Portal CTB com agências

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quarta-feira, 16 de junho de 2010

ProUni do meio do ano recebe inscrições a partir desta terça-feira

Serão oferecidas mais de 60 mil bolsas.
Prazo vai até sábado (19).

As inscrições para o Programa Universidade para Todos (ProUni) do meio do ano começam nesta terça-feira (15), a partir das 10h, segundo o Ministério da Educação (MEC). O prazo vai até sábado (19). Para se inscrever é necessário preencher o formulário disponível no site do MEC.

Serão oferecidas 60.488 bolsas de estudo, sendo 39.113 bolsas integrais e 21.375 bolsas parciais – de 50% da mensalidade – em 1.255 instituições de ensino superior, de acordo com o MEC.

Podem participar do programa estudantes que tenham tido nota mínima de 400 no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2009 e que não tenham zerado na redação.

A primeira chamada ocorre em 21 de junho. Os classificados deverão comprovar suas informações junto às instituições de ensino de 22 de junho a 2 de julho. Acabada essa fase, poderá haver mais cinco chamadas, caso ainda haja bolsas a serem distribuídas.

As novas datas de chamadas são: 7 de julho, 21 de julho, 29 de julho, 5 de agosto e 12 de agosto.

As bolsas destinadas pelo programa podem ser de 100%, 50% ou de 25% o valor da mensalidade. De acordo com a portaria publicada pelo MEC, podem tentar uma bolsa integral, os brasileiros não portadores de diploma de curso superior, cuja renda familiar mensal per capita não exceda o valor de até um salário-mínimo e meio.

Brasileiros não portadores de diploma de curso superior, cuja renda familiar mensal per capita não exceda o valor de até três salários-mínimos podem tentar bolsa de 50% e de 25%, segundo a portaria.

Outros requisitos para buscar uma bolsa do ProUni são:

- Ter cursado o ensino médio completo em escola da rede pública
- Ter cursado o ensino médio completo em instituição privada, na condição de bolsista integral da respectiva instituição
- Ter cursado todo o ensino médio parcialmente em escola da rede pública e parcialmente em instituição privada, na condição de bolsista integral na instituição privada
- Ser portador de deficiência
- Ser professor da rede pública de ensino, no efetivo exercício do magistério da educação básica e integrando o quadro de pessoal permanente da instituição pública

Ao efetuar a inscrição, o candidato poderá escolher até três opções de instituições de ensino, cursos ou turnos e modalidades de bolsa, dentre as disponíveis conforme sua renda familiar per capita e a adequação aos requisitos.
Aumento para aposentados começa a ser pago em agosto, diz Previdência

Reajuste para quem ganha mais de 1 mínimo será retroativo a janeiro.
Lula concordou nesta terça (15) com aumento de 7,72% a aposentados.

O aumento, segundo o Ministério da Previdência, será retroativo a janeiro.O aumento de 7,72% para quem ganha mais de um salário mínimo, aprovado nesta terça-feira (15) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, começa a ser pago em agosto, segundo informou o Ministério da Previdência Social em nota. Cerca de 8,3 milhões de beneficiários receberão o aumento, conforme o governo.

Segundo o ministério, o valor será processado na folha de pagamento de julho para que os aposentados e pensionistas possam receber mais a partir de agosto.

A aprovação do aumento de 7,72% pelo presidente contraria as recomendações da equipe econômica do governo. Os ministros Guido Mantega, da Fazenda, e Paulo Bernardo, do Planejamento, haviam afirmado que as contas do governo não suportavam reajuste maior do que 6,14%.

O aumento, segundo o Ministério da Previdência, será retroativo a janeiro. Naquele mês, os beneficiários começaram a receber com reajuste de 6,14%. O reajuste de 7,72% representará uma despesa adicional de R$ 1,6 bilhão de reais em 2010, conforme o ministério.

O fim do fator previdenciário, que reduz os gastos da Previdência com aposentadorias, foi vetado, segundo o ministério. Esta terça era a data-limite para a decisão sobre o reajuste e sobre o fator.

De acordo com o ministro Guido Mantega serão necessários cortes no Orçamento para o pagamento das aposentadorias. “Vamos reduzir emendas parlamentares e custeio. Não faremos cortes em investimentos. Vai doer, porque já cortamos R$ 10 bilhões, mas será importante para cumprir as metas de equilíbrio fiscal”, afirmou o ministro.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Ministério da Saúde lança campanha para incentivar doação de sangue
Lema é 'Doe sangue, faça alguém nascer de novo'.
Por ano, 3,5 milhões de bolsas de sangue são coletadas no Brasil.

O Ministério da Saúde lança, nesta segunda-feira (14), uma nova campanha para incentivar a doação de sangue. Neste dia, é celebrado o Dia Nacional do Doador de Sangue, instituído pela Organização Mundial de Saúde.

O lema da campanha é "Doe sangue, faça alguém nascer de novo". Até o dia 30, a campanha deve mostrar, na televisão, em jornais, rádios e outras mídias, depoimentos de pessoas que tiveram a vida salva por causa da transfusão de sangue.

Segundo o governo Federal, 1,9% dos brasileiros são doadores. A demanda por sangue aumentou no país, por conta do crescimento das cirurgias de transplantes e da população, entre outros fatores.

Saúde propõe doação de sangue por menores e por idosos até 68 anos Taxistas e agentes da Lei Seca fazem campanha por doação de sangue Por ano, 3,5 milhões de bolsas de sangue são coletadas no Brasil. O ideal seria que esse número alcançasse 5,7 milhões.

O ministério informa ainda que está realizando uma consulta pública sobre uma proposta para mudar as idades mínima e máxima para doação de sangue. Hoje, pode doar quem tem entre 18 e 65 anos. A mudança seria para abranger pessoas que têm entre 16 e 68 anos.

Quem tem a intenção de doar sangue deve procurar um hemocentro. Além de pertencer à faixa etária indicada, é necessário ter peso acima de 50 quilos e apresentar documento válido em todo território nacional. Os doadores devem estar em bom estado de saúde e descansados. É recomendável não doar sangue em jejum, não ingerir bebidas alcoólicas nas 12 horas anteriores e evitar fumar pelo menos duas horas antes.

Quem teve hepatite depois dos 10 anos de idade, mulheres grávidas ou amamentando, pessoas que estão expostas a doenças transmitidas pelo sangue (como aids, sífilis e doença de Chagas) ou tiveram relacionamento sexual com parceiro desconhecido sem uso de preservativos não podem doar.

domingo, 13 de junho de 2010

Elisio Peixoto e Protógenes Queiróz

Com o Jornalista Anderson da Rádio ABC Repórter (esquerda) e o pré-candidato a deputado estadual pelo PCdoB, Elisio Peixoto, em Santo André ontem (sexta-feira, 11) à tarde, logo depois da transmissão do Programa Cidade Aberta, em que Protógenes foi entrevistado.

*Elisio Peixoto é presidente do PCdoB São Caetano do Sul



quinta-feira, 10 de junho de 2010

Unidade, CTB e Conclat

Em novembro de 2007, mês que antecedeu a fundação da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil - CTB, encontrei-me com um dirigente sindical que me fez a seguinte pergunta: “por que vocês da Corrente Sindical Classista, que sempre defenderam a unidade sindical, resolveram formar uma outra Central? Essa iniciativa não vai dividir ainda mais o movimento sindical brasileiro?”. Respondi que não, porque a bandeira da unidade permanecia muito presente na política a ser desenvolvida pela CTB. Respondi assim, em função de medidas concretas que a CTB iria propor e desenvolver praticamente. E uma dessas propostas – a mais importante delas – acaba de ser concretizada no dia 1º de junho de 2010, no Estádio do Pacaembu, em São Paulo. A Conferência Nacional da Classe Trabalhadora – que reuniu cerca de 30 mil trabalhadores e trabalhadoras, mobilizados pela Força Sindical, CUT, CTB, Nova Central e CGTB - aprovou, por unanimidade o Manifesto pelo Desenvolvimento com Soberania, Democracia e Valorização do Trabalho, assim como a Agenda da Classe Trabalhadora para que esse projeto se concretize.

Gustavo Petta
Evidentemente chegar a esse ponto de termos um documento bem fundamentado que define os rumos a serem seguidos pelo movimento sindical brasileiro nos próximos anos, não é uma tarefa nada fácil. Exige muita dedicação, compreensão, debate sobre aspectos discordantes. Trata-se de uma construção coletiva que envolve cinco centrais sindicais com concepções sindicais diferenciadas.

O caminho da unidade dos trabalhadores e trabalhadoras, protagonizado pelas centrais sindicais, é de fundamental importância para a conquista e manutenção de direitos, para a elevação dos salários e das condições de trabalho, para criar as condições básicas que possam colocar a classe trabalhadora na situação de protagonista das grandes transformações sociais que o país tanto necessita.

Estive no Pacaembu no dia 1° e me lembrei - juntamente com o Professor Rubens Abdal, diretor do Sindicato dos Professores de Campinas - que há quase 29 anos, em agosto de 1981, participamos também do 1º Conclat, realizado na Praia Grande, com a presença de cerca de 5 mil sindicalistas. O momento era outro, estávamos em processo de libertação das garras da ditadura militar imposta no país, em 1964. Mas, já naquele momento, os sindicalistas classistas lutavam para a construção de uma única Central, entendendo que a unidade do movimento era fundamental. Mesmo com muita luta, durante vários anos, não se tornou possível a fundação de uma única Central e hoje temos seis legalizadas no Brasil. Com a existência delas, entendemos que o caminho mais adequado é este da união das Centrais em torno de bandeiras comuns, consubstanciadas nestes documentos aprovados no Conclat-2010.

Daqui para frente, trata-se de colocar em prática a Agenda da Classe Trabalhadora, considerando-se as eleições de outubro próximo, a primeira e decisiva batalha. Baseado nos documentos aprovados, as centrais sindicais deverão pressionar os candidatos para que assumam as bandeiras do movimento sindical.

Entendemos que qualquer retrocesso a políticas neoliberais implantadas no Brasil na década de 90 e no início dos anos 2000, será extremamente danoso à qualidade de vida do povo brasileiro. Por isso, precisamos dirigir nossas energias para que sejam eleitos aqueles que efetivamente defendam os interesses dos trabalhadores e trabalhadoras e que contribuam para o aprofundamento da implantação do projeto nacional de desenvolvimento com valorização do trabalho e distribuição de renda, caminho mais adequado para chegarmos ao nosso objetivo estratégico que é a conquista do socialismo.

Augusto Petta é sociologo, coordenador técnico do Centro de Estudos sindicais, CES, e coloborador da Revista Visão Classista
PIB cresceu 9% no 1º trimestre na comparação anual, diz IBGE
Crescimento é o maior registrado desde 1995, diz instituto.
Em relação ao último trimestre de 2009, alta foi de 2,7%.

Crescimento forte reflete comparação fraca, já que 2009 foi marcado pela criseA economia brasileira teve crescimento de 2,7% no primeiro trimestre de 2010 em relação ao quarto trimestre do ano passado, informou nesta terça-feira (8) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em relação ao primeiro trimestre de 2009, a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todas as riquezas produzidas pelo país, foi de 9%. O resultado dessa comparação, segundo o IBGE, é o maior da série histórica da pesquisa, iniciada nestes moldes em 1995.

De acordo com a gerente de contas do IBGE, Rebeca Pallis, o resultado tão forte na relação um ano atrás reflete a base fraca de comparação, já que 2009 foi um ano em que a economia sofreu os efeitos da crise financeira mundial iniciada em 2008. "Este é o trimestre dos recordes positivos porque comparamos com uma base deprimida, que foi o primeiro trimestre de 2009, quando o PIB tinha caído 2,1% e era um recorde de queda", disse a gerente.


Gráfico mostra a evolução do PIB brasileiro

Veja a repercussão sobre o crescimento da economia no primeiro trimestre
Governo quer desaquecer economia para evitar inflação; entenda
Brasil não pode ‘se embebedar’ com bom momento, disse ex- BC antes do PIB

Antes dessa medição, o maior resultado trimestral na comparação anual havia sido de 7,5%, registrado no segundo trimestre de 2004.

"A economia como um todo já superou a crise", diz Rebeca. Segundo o Instituto, a alta no PIB brasileiro no primeiro trimestre, na comparação com o mesmo período de 2009, só perdeu para a da China, onde a expansão foi de 11,9%.

Nas duas comparações, foi o desempenho da indústria - em especial a de transformação - que liderou o crescimento da economia brasileira entre janeiro e março deste ano, segundo o IBGE.


Variação do PIB de vários países no 1º trimestre em relação ao trimestre anterior (Foto: Editoria de arte)"A indústria caiu mais na época da crise e está gerando agora uma recuperação maior também", diz Rebeca Pallis, do IBGE. Segundo ela, além da indústria, outros segmentos foram destaque em crescimento.

"Cresceram acima da média da economia: indústria de transformação, comércio, construcão civil, extrativa mineral e transporte', afirmou Rebeca.

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Governo quer desaquecer economia para evitar inflação; entenda Brasil não pode ‘se embebedar’ com bom momento, diz ex-presidente do BC PIB mostrará economia de volta ao nível pré-crise, dizem economistas As previsões dos analistas apontavam para um crescimento de até 8% no PIB, na comparação com o mesmo trimestre de 2009; e de 3,5% frente ao trimestre anterior.

Com o resultado do trimestre, a economia acumula expansão de 2,4% nos últimos quatro trimestres, segundo o IBGE.

Relação com trimestre anterior
Foi a indústria que liderou a expansão econômica do Brasil entre os meses de janeiro e março deste ano em relação ao último trimestre de 2009, com alta de 4,2%.

O setor foi o mais abatido durante a crise e que mais recebeu isenções fiscais e apoio do governo para se recuperar, como o “alívio” nos impostos concedido temporariamente a setores como o de automóveis e de produtos de linha branca.

O bom desempenho da indústria nessa comparação foi seguido do crescimento do setor de agropecuária (2,7%) e serviços (1,9%).

" No crescimento da indústria nacional,foi parte de eletrodomésticos que cresceu demais, inclusive com televisões com o impacto da Copa do Mundo", afirmou a gerente do IBGE.

Ainda no confronto com o último trimestre de 2009, entre os componentes da demanda interna, o consumo das famílias expandiu-se 1,5% enquanto o consumo do governo subiu 0,9%. Sobressaiu o resultado da formação bruta de capital fixo, um indicativo de investimento, com alta de 7,4%.

A taxa de investimento da economia cresceu para 18% e a de poupança bruta atingiu 15,8%.

As exportações cresceram 1,7% no primeiro trimestre deste ano na comparação com o quarto trimestre do ano passado. Já as importações subiram 13,1% no primeiro trimestre deste ano na mesma comparação.

Comparação com um ano antes
Em relação ao primeiro trimestre de 2009, a maior alta também foi na indústria (14,6%), com serviços (5,9%) e agropecuária (5,1%) a seguir.

Ainda nessa comparação, a formação bruta de capital fixo (26%), a construção civil (14,9%) e as importações de bens e serviços (39,5%) tiveram as maiores altas desde o início da série em1995.

Do lado da demanda, o consumo das famílias ampliou-se em 9,3% e o do governo teve elevação de 2%. A formação bruta de capital fixo, que mede os investimentos feitos no país, apresentou acréscimo de 26%.

De acordo com o IBGE, na comparação com o primeiro trimestre de 2009, as exportações cresceram 14,5% nos primeiros três meses de 2010

O IBGE informou ainda que, na comparação com o primeiro trimestre de 2009, as importações subiram 39,5% no primeiro trimestre de 2010.

(Com informações da Reuters e do Valor Online)









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Andre
08/06/201011h21Quero ver agora a Miriam Leitão, segundo ela o crescimento iria ser praticamente irrisório perto do que o Brasil tem capacidade.
Cadê a Miriam? Porque ela não comenta agora.
flávio
08/06/201011h07Creio não ser algo de tanta satisfação ou surpresa, afinal, ainda temos muita pobreza e uma péssima má distribuição de renda nesse país. O PIB cresce mais não é possível ver essa diferença no estilo de vida dos brasileiros, salvo aqueles que já possuem um patrimônio alto, ou seja, classe alta e/ou m
thiago
08/06/201010h15realmente é um bom momento para o Brasil, mas esse crescimento acelerado não é sustentável, pelo menos não com os níveis de investimento do país. A taxa de juros como ferramente para o controle da inflação é eficaz, mas danosa para o investimento produtivo, acho que é preciso repensar nossa política
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Renato: PCdoB tem propostas para o programa de governo de Dilma
Abrindo a série de entrevistas com os presidentes dos partidos de esquerda que apoiam a pré-candidata Dilma Rousseff (PT), o Vermelho publica entrevista com o presidente do PCdoB, Renato Rabelo, acerca das principais questões ligadas à disputa eleitoral de 2010. Na entrevista, o dirigente comunista revela que o PCdoB já iniciou a apresentação de propostas para o programa de governo da candidata e, entre elas, destaca temas como as reformas política e tributária e a questão energética.
Renato Rabelo ( Presidênte Nacional do PCdoB ) também faz uma avaliação da pré-campanha. Ressalta que “este é o melhor momento da candidatura Dilma” e avalia que a ex-ministra tem dupla vantagem sobre o adversário José Serra: o tucano já teria atingido seu teto, enquanto Dilma, que está empatada com Serra nas pesquisas, ainda tem potencial grande de crescimento, analisa Renato.

Segundo ele, há um outro diferencial positivo para a candidatura da base do governo, que é o fato desta ser a primeira vez que uma coligação ampla –que pode chegar a 11 partidos— apóia uma candidatura presidencial da esquerda. Mas o dirigente comunista ressalta que é preciso que esta ampla frente seja nucleada pela esquerda, “senão corre o risco desta frente se dispersar”.

Veja abaixo a íntegra da entrevista com Renato Rabelo, concedida na última quarta-feira (2) ao jornalista Cláudio Gonzalez na sede do Comitê Central do PCdoB, em São Paulo:

Vermelho: Renato, você integra o Conselho Político da pré-campanha da Dilma. Neste conselho vocês chegaram a avaliar os resultados das últimas pesquisas? Que avaliação você faz do desempenho da pré-candidata até agora?
Renato Rabelo (RR): Consideramos que este é o melhor momento da pré-candidatura Dilma. Por dois motivos: ela mantém a tendência de crescimento nas pesquisas e, além disso, tem um bom potencial para crescer ainda mais. Este potencial pode ser medido pela parcela significativa de eleitores que ainda não conhece Dilma ou não sabe que ela é a candidata que dará continuidade ao governo Lula. Portanto, ela tem ainda uma possibilidade de crescimento grande. Ao mesmo tempo, seu principal adversário, José Serra, parece ter alcançado o teto das intenções de voto, segundo a análise que se faz das pesquisas. Ao contrário de Dilma, ele já é muito conhecido, já tem o que se chama de recall das eleições passadas, já foi governador e prefeito de São Paulo, que é um grande colégio eleitoral, mesmo assim seus índices de intenção de voto estão caindo. Para quem analisa as pesquisas, conclui que é difícil para Serra passar deste patamar de cerca de 40% dos votos que ele tem. Por isso, a conclusão é que Dilma está numa boa fase, pois mesmo ainda tendo grande potencial de crescimento, ela já empatou com Serra em todas as pesquisas e o tucano vai batendo na trave, digamos assim. Agora tem outros fatores que eu considero decorrentes desse. Por exemplo: o sul do país ainda concentra uma parte importante do eleitorado de classe média que pende para o Serra e é uma região onde ele já tem maioria. No Sudeste a coisa está mais ou menos empatada e Norte e Nordeste é onde Dilma tem uma diferença boa em relação ao Serra.

Vermelho: Junho é o mês das convenções partidárias. Dilma já conta com o apoio do PMDB, PCdoB, PDT e PSB a alguns partidos menores, você acha que há chances da candidatura petista ganhar a adesão de novos partidos neste período?
RR: Eles (o Conselho Político da campanha de Dilma) acham que podemos chegar a uma aliança em torno de 11 partidos. Eu poderia dizer o seguinte neste aspecto: é a primeira vez que uma candidatura de esquerda, neste campo liderado por Lula, tem a adesão de uma coligação tão ampla de partidos. Nunca a gente chegou a ter esta amplitude de apoio para uma candidatura de esquerda, então essa é a primeira questão. E, mais importante ainda, Dilma tem o apoio de todos os principais partidos de esquerda (PT, PDT, PSB e PCdoB), que nas candidaturas presidenciais anteriores não estiveram juntos. Esse é um fato novo bastante significativo. Agora, quais os outros partidos que irão aderir ainda não é possível saber.

Vermelho: Desta ampla aliança que o senhor citou, o PMDB é apontado como um aliado estratégico, que vai garantir maior tempo de TV e apoio político regional para a candidatura de Dilma. Mas, o PMDB tem cobrado uma fatura alta por este apoio, exigindo a adesão do PT a candidaturas peemedebistas em vários estados, como no Maranhão e em Minas Gerais. Ao mesmo tempo, em estados como RS, SC, SP, MS e PE, o PMDB não oferece apoio à candidatura Dilma e, na maioria destes casos, já declarou que irá apoiar o adversário José Serra. O senhor acha que o PMDB está cobrando demais e oferecendo de menos?
RR: Não. Acho que o PMDB luta por espaços condizentes com o tamanho dele, que é considerado hoje o maior partido do Brasil, se levarmos em conta a presença deles no Congresso Nacional e no âmbito dos estados com os governadores que tem e no âmbito municipal com a vasta quantidade de prefeitos peemedebistas. O problema é que o PMDB não conseguiu —e essa tem sido a marca do PMDB— unir este partido em torno de uma liderança que possa ser o seu candidato à presidência da República. Ainda há muita divisão no PMDB. Agora, como todo partido, ele luta pelos seus espaços. E dessa luta por espaço surgem as disputas regionais que estamos vendo.

Vermelho: E qual o papel dos partidos de esquerda nesta aliança?
RR: Nós achamos que essa aliança, que é parte de uma aliança ampla que pode chegar a 11 partidos, como dissemos, precisa ser nucleada pela esquerda. Defendemos que seja uma aliança ampla que tenha em seu centro, em seu núcleo, a expressão, digamos assim, dos partidos de esquerda para que o programa, os objetivos da candidatura reflitam realmente um avanço. Porque se você tem uma frente ampla, com esta característica heterogênea, a exigência de você ter um núcleo que possa dar consequência a essa frente torna-se um imperativo, senão corre o risco desta frente se dispersar. Como tudo na vida, tanto na ciência social, quanto na ciência natural, tudo tem núcleo, tem centro, então essa é uma questão que o PCdoB tem defendido. E os demais partidos de esquerda também. Até o PT, retoricamente, tem defendido esta posição, de ter um núcleo de esquerda com esta idéia de garantir rumo e perspectiva programática.

Outro aspecto também da esquerda presente é que ela dá uma marca progressista, democrática e popular à frente de partidos. O governo Lula conseguiu, ao longo do mandato, ter um apoio maior dessa base social e popular, maior até do que tinha quando foi eleito. Ele ampliou muito o respaldo na base popular, e estes partidos de esquerda são partidos que têm influência em entidades sindicais, populares, estudantis, que compõem essa base popular entre os trabalhadores, entre estas camadas médias mais baixas, então isso dá uma característica importante à frente.

Vermelho: Nessa política de alianças, houve alguma candidatura majoritária que o PCdoB precisou abrir mão no processo de negociações?
RR: Não, por enquanto não fechamos o quadro geral de alianças nos estados, isso vai ser feito até o final do mês de junho. Mas, por enquanto, não existem casos como esse. E quando ocorreu, em outras ocasiões, isso foi feito em prol de objetivos maiores. Aliás, o PCdoB tem dado bons exemplos nesse sentido, de que em prol de objetivos maiores, os objetivos menores, apesar de serem importantes, devem se subordinar ao objetivo definidor, aquele que define rumos para onde a gente quer ir, que pode nos proporcionar a oportunidade de fazer as grandes mudanças, as grandes transformações.

Vermelho: A candidatura do Flávio Dino ao governo do Maranhão será mantida até o final?
RR: A candidatura do Flávio Dino é uma candidatura prioritária para nós, porque é a única candidatura do PCdoB ao governo do estado nestas eleições de 2010. Então ela passa a ter uma grande relevância para o PCdoB. Além disso, no caso do Maranhão, a candidatura do Flávio Dino surgiu como anseio de muitas forças políticas locais fora do PCdoB. Então não é o PCdoB que impôs a candidatura, ela surgiu como anseio de uma realidade política que exige renovação. Porque as duas expressões políticas maiores daquele estado, mais conhecidas, de uma certa forma vão se esgotando, abrindo espaço para o surgimento de novas lideranças ou de uma alternativa para o Estado.
E o Flávio, com a liderança dele, com o papel crescente de seu protagonismo político local e nacional, foi se firmando, foi granjeando prestígio. Sobretudo após a campanha pela prefeitura de São Luís, seu nome foi se consolidando como representante desta alternativa que vai surgindo como exigência de renovação. Por isso mesmo é uma candidatura que foi se impondo objetivamente. O PCdoB, por levar em conta estes anseios de renovação, de descortinar novos horizontes políticos pro estado, tem que dar curso a esse processo político representado pela candidatura de Flavio Dino. É exatamente o caminho político que o PCdoB sempre segue, para o Brasil e para os estados.

Vermelho: A candidatura do Flávio Dino é a única candidatura a governo estadual pelo PCdoB, pois o partido decidiu concentrar esforços na disputa proporcional, buscando aumentar suas bancadas no Congresso Nacional. A direção partidária já tem um mapeamento das chances eleitorais do partido?
RR: Candidatura majoritária para governo estadual é só o Maranhão, mas temos outras candidaturas majoritárias para o Senado. Temos candidaturas com grandes possibilidades de vitória, como é a candidatura do Edvaldo Magalhães no Acre, da Vanessa Grazziotin no Amazonas, do Eduardo Bonfim em Alagoas. São candidaturas que têm o respaldo de uma frente política forte, constituída de muitos partidos. Não é o PCdoB sozinho, ou o PCdoB com um ou dois partidos. É uma frente constituída de forças políticas que têm poder de hegemonia política local. Então são possibilidades concretas de êxito. Não podemos deixar de mencionar também a candidatura ao Senado aqui em São Paulo, com o nosso vereador Netinho de Paula. A candidatura do Netinho ao Senado é uma candidatura que já começa com bons índices na pesquisa antes mesmo da campanha eleitoral. Agora com a apresentação da candidatura, começando a campanha e numa coligação ampla e representativa, esta candidatura tem chance de crescer muito, sobretudo é um candidato de base popular, é uma expressão dessa realidade popular da periferia de uma grande cidade como São Paulo e isso tem um potencial eleitoral enorme.

Quanto à Câmara federal, o nosso objetivo é eleger de 16 a 21 deputados federais. Nós pretendemos alcançar esta marca de no mínimo 16, chegando até mais de 20 deputados. Mas é claro que isso depende muito da evolução da situação política até a eleição. Esta é uma eleição geral, com cargos em disputa que vão do presidente ao deputado estadual, isso causa um impacto importante nas alianças que estamos fazendo e conseqüentemente na possibilidade de um êxito maior ou menos nas disputas para o legislativo federal. Se a candidatura de Dilma cresce, deslancha, recebe uma grande aceitação e apoio, isso vai refletir também na nossa frente de uma maneira geral, como também no âmbito dos estados. Se esses candidatos aos governos estaduais que apóiam a Dilma têm a chance de êxitos maiores, também vai influir. Ou seja, tudo isso faz parte de um sistema de alianças e se esse sistema alcança maiores êxitos, isso influencia também no alcance de nossos objetivos.

Vermelho: Por falar em sistema de alianças, a impressão que se tem, acompanhando a evolução das alianças pelo que é noticiado sobre elas, é que desta vez o PT abriu-se um pouco mais e aceitou acordos mais amplos, rompendo uma tradição de sempre exigir apoio, mas não gostar de apoiar. Você tem esta impressão também?
RR: De certa maneira, na relação do PT com o PMDB houve de fato uma maior abertura, por ser o PMDB exatamente um partido chave para a coligação. Mas na relação do PT com os outros partidos tem havido ainda uma dificuldade de aliança mais harmônica, digamos assim. Por isso mesmo que o PCdoB tem defendido --e o PSB também tem levantado isso--que no âmbito desta frente que está sendo formada para apoiar a Dilma existam normas e critérios universais válidos para toda a coligação. Por exemplo, no caso do Maranhão, para dar um exemplo vinculado ao nosso partido. Podem existir palanques duplos com PT e PMDB, por que não podem existir também palanques duplos entre o PMDB e outros partidos que compõem a frente? Que é o caso do Maranhão. Por que é que ali não pode existir outro palanque da base de apoio à candidatura da Dilma que seria constituído pelo PCdoB, PSB e PT, que até agora tem dado apoio ao PCdoB?

Vermelho: Já há vários precedentes criados, como no Rio Grande do Sul, Amazonas, Bahia..
RR: Exatamente, se existem estes precedentes, eles criam uma norma que tem que valer para todos, não pode valer para um estado e não valer para outro.

Vermelho: Resgatando o tema programático, existe alguma iniciativa do PCdoB em apresentar à candidatura de Dilma, para serem incluídas no programa de governo, propostas que integram as seis reformas prioritárias que o PCdoB defende (tributária, política, educação, mídia, urbana e agrária)?
RR: Nós fizemos uma proposta, que ainda não foi apresentada a público, com opiniões do PCdoB acerca de um programa de governo na atualidade e nessa proposta de programa que foi apresentada à Dilma nós procuramos considerar essas seis reformas, com destaque para a reforma política e a reforma tributária. A reforma política ganha destaque porque ela pensa aspectos da democratização no terreno político e a tributária por que ela leva em conta a democratização na distribuição de renda. Este é um tema relevante pois a tributação no Brasil é muito regressiva, acaba, de uma certa forma, mantendo o ciclo vicioso da desigualdade. No Brasil temos uma situação na qual quem acaba sendo mais tributado é quem ganha menos e os tributos no Brasil deveriam caminhar no sentido contrário, deveria ser mais tributado quem tem mais renda. Com uma tributação direta sobre esse aí. Mas acaba havendo uma tributação indireta que atinge quem ganha menos porque é uma tributação sobre aquilo que você compra. É tributado o consumidor, digamos assim. Então esta é uma questão importante.

Na apresentação que nós fazemos pra Dilma, também apresentamos uma série de questões da política macroeconômica, como a questão dos juros e do câmbio, que não pode ser completamente flutuante, ele tem que ter certa dose de administração, que leve em conta os interesses do país no âmbito comercial. Então são questões assim que para nós tem importância muito grande na proposta que nós fazemos. Além destas, damos uma grande atenção à questão da energia. Na opinião do PCdoB, este tema é um vetor principal na política industrial do Brasil, porque a política industrial evidentemente tem que atingir vários setores, levando em conta uma industrialização mais moderna, levando em conta a tecnologia atual de ponta pra que a gente possa ter produtos com maior valor agregado. Sendo assim, a política industrial tem como vetor principal todo este sistema energético que incorpora não só a exploração do petróleo - que ganhou relevância com as descobertas do pré-sal-- como também toda essa gama de energias alternativas e de matriz energética renovável, como os biocombustíveis, por exemplo. Neste sentido, defendemos uma política energética arrojada que incorpore diversas fontes para que o país possa dispor de energia abundante oriunda não só das matrizes clássicas como o petróleo, o gás e a energia nuclear, mas também matrizes renováveis. Consideramos este um aspecto fundamental para o desenvolvimento econômico do nosso país. Aliás, este é um aspecto importante para o desenvolvimento em geral, pois quando você discute hoje desenvolvimento sustentável, a grande questão é qual a matriz energética que sustentaria este desenvolvimento.

Vermelho: E o Brasil é privilegiado nesse sentido por que ele pode dispor de todas essas matrizes
RR: Por isso mesmo temos um papel protagonista neste sentido. Então isso também foram opiniões oferecidas a ela nesta proposta que nós não divulgamos ainda porque vai ser encaminhada à coordenação da candidatura e não cabe ao PCdoB divulgar uma proposta que ainda vai ser analisada para, quem sabe, ser incorporada no programa de governo.

Acrescente-se a isso também que temos um programa que já parte de uma experiência concreta, por que o governo Lula vai desenhando um novo programa de desenvolvimento com seu governo e esse programa, mesmo inicial, conseguiu alguns êxitos. Então você parte de um programa que não é apenas especulação, ou proposições ou perspectivas, mas já é um curso de aplicações programáticas. Esse é outro fator muito importante.

Dilma defende a continuidade deste programa levando em conta o aspecto do avanço e do aprofundamento deste programa, objetivo que ela resumiu na frase “avanço, avanço, avanço”, que é uma opinião defendida pelo PCdoB. O governo Lula é um esforço inicial de você desenhar um novo programa de desenvolvimento, mas é inicial, precisa realmente de avanço.

Vermelho: O ministro do Esporte, Orlando Silva, acabou não saindo candidato a deputado federal a pedido do Lula, que preferia que o ministro continuasse no comando do ministério. Isso revela, de certa forma, uma valorização da contribuição dos quadros do PCdoB. Em que outras áreas o PCdoB tem atuado com destaque no governo Lula?
RR: O ministério do Esporte tem um grande destaque por que é um ministério que não existia. Desde que ele foi fundado, digamos assim, pelo atual governo, é o PCdoB que tem seus quadros à frente deste ministério, então é uma pasta que foi forjada, conformada a partir do trabalho dos quadros comunistas. E é um ministério que conseguiu alcançar um prestígio e uma influência muito grande, com programas criativos como o Segundo Tempo. E com a escolha do Brasil para sediar a Copa do Mundo de 2014 e, sobretudo a Olimpíada de 2016, o ministério passou a ter uma importância muito grande.
Outra área em que o PCdoB dá uma contribuição importante para o governo é na área energética. Temos um quadro histórico e destacado do Partido, o ex-deputado Haroldo Lima, no comando da Agência Nacional do Petróleo (ANP), que regula não só a indústria do petróleo, mas também do gás e biocombustíveis. E nesse caso a ANP tem tido uma participação importante, por exemplo, na definição do marco regulatório do pré-sal. Agora o PCdoB tem contribuições importantes também na área da cultura, por exemplo, na gerência dos Pontos de Cultura, que adquiriu um grande prestígio e partir da contribuição de quadros do partido. Temos ainda contribuído no terreno da Ciência e Tecnologia e em vários outros.

Vermelho: O PCdoB também tem relatado propostas importantes no Congresso Nacional...
RR: Sim, o PCdoB, a partir de seus parlamentares, tem jogado papel importante no legislativo. Para citar um exemplo emblemático, podemos lembrar que num período crítico do atual mandato do presidente Lula, que foi a crise política de 2005, jogamos um papel destacado para estabilizar o quadro de crise com a eleição de Aldo Rebelo para a presidência da Câmara dos Deputados.
Nos últimos anos, o PCdoB tem participado de relatorias importantes. Essa relatoria da CPI das ONGs, conduzida pelo senador Inácio Arruda (CE) foi uma delas. Hoje, temos essa participação de Aldo Rebelo na relatoria do Código Florestal, que é um tema de grande relevância, mas muito polêmico porque tem que levar em conta a realidade continental do Brasil, que é muito diversificada. Esse é o esforço que o Aldo tem feito, ou seja, propor um Código Florestal que reflita e respeite esse pluralismo ambiental que é o Brasil.

Vermelho: Voltando ao tema eleitoral. Você acha que a oposição vai jogar pesado para tentar voltar ao poder? O caso do pseudo-dossiê já foi um sintoma disso?
RR: O problema é o seguinte: eles (a oposição) não têm ainda nem rumo, nem ritmo de campanha. Eles não sabem ainda o que fazer. Eles entraram num terreno de batalha onde eles não têm certeza de como vão exercer o seu papel nessa batalha. Então eles estão atirando, estão testando saídas para todos os lados. E à medida que eles vão se sentindo impotentes para enfrentar a batalha, pode bater o desespero e isso levá-los a tentar realizar ofensivas cegas, digamos assim, como numa guerra, onde ofensivas cegas fogem do controle e você acaba se desbaratando. Então estas coisas na política podem acontecer. Ainda mais quando o candidato ainda se mostra inseguro, impotente para aquele desafio político e começa a apelar. Isso tudo é previsível, sobretudo se eles vão perdendo terreno num processo que é muito disputado, onde está em jogo o poder central do país.
Mas nesses casos, de apelação (como foi o caso do dossiê), defendo que a campanha (da Dilma) deve dar respostas contundentes e rápidas, deixando claro que se trata de falsidade, de manipulação. Não deixar prosperar o assunto, senão vira mesmo crise.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Produção de veículos sobe 6,6% em maio, aponta Anfavea
Indústria automobilística nacional produziu 309,6 mil unidades no mês.
Exportações mostram alta de 38,1%, para 68.163 unidades.


Vendas de veículos sofrem queda de 9,66% em maio, diz Fenabrave A produção nacional de veículos (automóveis, comerciais leves e caminhões e ônibus) teve expansão de 6,6% no mês de maio em comparação com o mês de abril. Com os ajustes de estoque e vendas, ainda em patamar elevado, saíram das linhas de montagem 309.629 unidades, contra as 290.325 registradas no período anterior. No acumulado (de janeiro a maio), o crescimento é ainda maior, de 20,7%.

Os dados foram divulgados nesta terça-feira (8) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Neste ano, já foram produzidas 1.433.933 unidades. No mesmo intervalo do ano passado, prejudicado pela crise internacional, o total produzido foi de 1.187.897 veículos.

O mês de maio foi positivo para todos os segmentos, assim como o acumulado do ano. No mês o segmento de automóveis e comerciais leves cresceu 7%, com 289.503 unidades fabricadas. O segmento de caminhões cresceu 1%, para 15.802 unidades.

Já o de ônibus teve forte crescimento, de 7,2%. Foram 4.033 unidades produzidas em abril, contra 4.324 unidades em maio.

No acumulado, o segmento de automóveis e comerciais leves teve alta de 18,6% (1.341.189 unidades fabricadas), de caminhões 67% (73.433 unidades) e de ônibus, 44,9% (18.311).

Em junho, termina o desconto do IPI sobre caminhões. Como o segmento é o mais suscetível à crise internacional, o presidente da Anfavea, Cledorvino Belini, afirmou que vai negociar com o governo a manutenção do benefício fiscal.

Estoques

Os estoques na indústria fecharam maio com 56.250 unidades, o que corresponde a 6 dias de vendas. O volume é somado às 233.096 unidades estocadas nas concessionárias, o que corresponde a 28 dias. Assim, o setor soma 289 mil unidades em estoque, ou 34 dias de vendas.

"Crescemos 47 mil unidades em estoque em todo o setor. É um nível aceitável ao considerar que existem 4,2 mil concessionárias em todo o país", avalia Belini.

Exportações

A saída gradativa dos mercados externos diante da crise já reflete nos números de exportação de maio. De acordo com os dados da Anfavea, as vendas externas em valores subiram 27,2%, de US$ 930,3 milhões em abril para US$ 1,18 bilhão em maio.

No acumulado, a expansão é de 63,3%, de US$ 2,89 bilhões registrados entre janeiro e maio de 2009, contra US$ 4,71 bilhões no mesmo período deste ano.

"Não podemos esquecer que os números do ano passado estavam contaminados pela crise, que durou até o primeiro semestre de 2009", ressalta o presidente da Anfavea. Segundo ele, o patamar de 2008 não foi atingido. "Em 2008 exportamos no período 5,6 bilhões de dólares", destaca.

Em unidades, a alta no mês é de 38,1%, de 49.343 veículos exportados em abril, para 68.163 em maio. No acumulado, a alta é de 78,6%. No total, foram importados nos primeiros cinco meses do ano 288.146 veículos. No mesmo período do ano passado, foram 161.295 unidades.

A previsão da Anfavea é que os números melhorem nos próximos meses com a ajuda do pacote do governo federal de auxílio às exportações brasileiras.

Empregos

A indústria automobilística nacional fechou o mês de abril com 129.807 pessoas empregadas diretamente. O nível é 0,8% superior ao do mês de abril, que terminou com 128.839 contratados. Em relação a maio de 2009, o nível de empregos no setor é 7,8% maior - na época estavam empregadas pela indústria 120.377 pessoas. O nível de contratações já se assemelha ao de julho de 2008, quando a indústria ainda não tinha passado pela crise econômica.

4º maior mercado do mundo

Esse cenário reflete a força do mercado brasileiro - mesmo sem desconto sobre o IPI - e também a recuperação dos mercados externos, especialmente aqueles que são clientes das fabricantes de caminhões no Brasil.

De acordo com Belini, o volume vendido no país de janeiro a maio (1,32 milhão de unidades) garante a 4ª colocação mundial em vendas. Assim, o Brasil já supera o mercado da Alemanha. "O Brasil vive situação completamente diferente da Europa, com PIB previsto em 6% este ano. Temos a expansão do crédito muito significativa, e o aumento da renda. Todos esses fatores justificam o nível da demanda", ressalta o presidente da Anfavea.

A previsão da entidade é de que as vendas de veículos fechem 2010 no patamar de 3,4 milhões de unidades.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Pente-fino mostra que Dilma e Serra não estão tão empatados

Os dados do Ibope divulgados neste sábado (5) fecham a bateria das pesquisas pré-campanha eleitoral apontando um empate: Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) aparecem com 37% cravados – por coincidência, o mesmíssimo número apurado 10 dias antes pelo Datafolha. Porém um pente-fino no conjunto das pesquisas, e na do próprio Ibope, mostra que os dois não estão tão empatados assim. Há uma favorita.
Observe o gráfico acima. Ele mostra a intenção de voto nos dois candidatos presidenciais favoritos, conforme as 18 últimas pesquisas estimuladas dos quatro principais institutos (Datafolha, Ibope, Sensus e Vox Populi). Os dados estão organizados conforme a barra do tempo, abaixo, a contar do primeiro dia em que foram coletados (algumas pesquisas coletaram entrevistas durante até cinco dias, outras em apenas dois), para mostrar como evoluiram no tempo.

O olhar de um politicólogo islandês

Não se preocupe muito com os números e os nomes dos institutos (no pé deste artigo o internauta mais minucioso achará uma tabela com todos eles). Mas retenha a tendência geral.

Imagine agora um politicólogo, digamos, islandês, ou listenstainiano, que ao passar as férias no Brasil se depare com estes dados. Que previsão ele poderia fazer sobre o resultado de 3 de outubro?

Pesquisas vêm e vão. A campanha propriamente dita só terá início em 6 de julho, com o início oficial, e em 17 de agosto, com o programa eleitoral na TV, este grande palanque eletrônico que será o principal ponto de contato de milhões de eleitores com as candidaturas, os candidatos e suas plataformas. Esta eleição se anuncia altamente disputada. A ala midiática do bloco oposicionista ainda pode aprontar poucas e boas nos quase quatro meses até a eleição – basta ver o denodado esforço que está sendo feito com o dossiê que não existe.

Visto isso, o gráfico mostra uma tendência estável. As discrepâncias são relativamente pequenas – as notas mais dissonantes, dadas pelo Datafolha em março-abril, não chegam a turvar o quadro de conjunto.

Estadão chega a outra conclusão

O jornalista José Roberto de Toledo, do Estado de S. Paulo, chegou a um gráfico diferente e a uma conclusão oposta manuseando os mesmos dados. Para ele, até 14 de maio, "o que o tucano perdia, a petista ganhava" e " gráfico desenhou um alicate. Mas desde que as hastes da ferramenta se encontraram não houve sinais de que a pré-candidata do PT tenha continuado cooptando eleitores do rival do PSDB" (veja mais).

O que me parece ser um erro de método cometido por Toledo é usar a média móvel semanal das pesquisas, e não a curva de cada instituto, como fiz no gráfico acima. A média móvel engana porque a curva de um instituto se embaralha com a do outro. Concretamente, a "estabilidade" nas duas últimas semanas deve-se ao fato de só terem ocorrido duas pesquisas (Datafolha e Ibope), ambas mostrando 37% a 37%. Mas isso oculta outro fato: que no Datafolha Dilma cobriu uma distância de 12 pontos sobre seu concorrente, e no Ibope de oito pontos.

Vista no conjunto, o que indica a sequência de pesquisas encerrada pelo Ibope? Dilma Rousseff, a candidata do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é a favorita nesta eleição. O tucano José Serra, do bloco demotucanomidiático é o mais provável perdedor. E a senadora Marina Silva (PV), que ao longo do ano se manteve estável, numa média um pouco abaixo dos 10%, pode forçar um segundo turno entre os dois primeiros, ainda que a maior probabilidade, pelos dados atuais, seja de decisão no primeiro turno.

Para além dos 37% a 37%, a própria pesquisa Ibope traz dados que confirmam o favoritismo de Dilma. Vejamos alguns.

Voto espontâneo: 19% a 15%

Na pesquisa espontânea (em que o entrevistador não apresenta uma lista prefixada de alternativas), Dilma tem 19%, quatro pontos acima do resultado de abril, e Serra 15%, um ponto a mais.

O voto espontâneo em Dilma se concentra no eleitorado masculino (24%), nas faixas de 25 a 29 anos de idade (23%) e de escolaridade superior (21%). Serra tem mais votos espontâneos nas faixas de mais de 50 anos (19%), ensino superior (25%) e mais de cinco salários mínimos de renda (27%).

Porém 12% dos entrevistados responderam ao Ibope que votam em Lula, número que em abril chegava a 16%. É razoável supor que estes quatro pontos correspondem, grosso modo, aos que Dilma conquistou entre as duas rodadas do Ibope. E faz sentido prever que os 12% restantes terão o mesmo destino. Serra, na melhor das hipóteses (embora haja controvérsias), herdaria os votos espontâneos no também tucano Aécio, que somam 2%.

Voto feminino

Na pesquisa indusida um fato chama a atenção: Dilma ganha de Serra por 41% a 35% no eleitorado masculino, e perde por 33% a 38% no feminino.

O Ibope apurou, porém, que a eleição desperta "pouco" ou "nenhum interesse" em 43% dos homens e 50% das mulheres, refletindo a opressão política de gênero existente na sociedade. Mesmo desprezando-se o apelo de uma linha de campanha do tipo "mulher vota em mulher", é de se sipor que o eleitorado feminino, ao decidir seu voto, siga critérios assemelhados ao da metade masculina.

Outros dados da pesquisa que permitem um raciocínio similar: Dilma vence Serra nas capitais, por 35% a 31%, enquanto perde na periferia (34% a 37%) e no interior (38% a 39%). Ela supera o tucano nas cidades com mais de 100 mil habitantes (36% a 33%), mas fica atrás nas de 20 mil a 100 mil (36% a 43%).

O voto dos pobres

Quanto às regiões, a petista sai à frente no Nordeste, Norte e Centro-Oeste, e o tucano no Sudeste e Sul. Na segmentação por renda familiar, também previsivelmente, os dois candidatos descrevem trajetórias opostas. Na faixa com até um salário mínimo, Dilma vence Serra por 43% a 32%. Na de mais de cinco mínimos, é o tucano que triunfa, por 42% a 33%.

Aqui se esconde outra reserva de crescimento de Dilma, tal como no caso das mulheres. Segundo o Ibope, na faixa mais pobre 52% dos eleitores mostra "pouco" ou "nenhum interesse" pela eleição, contra apenas 36% na mais rica. Esses eleitores hoje desinteressados, quando definirem o seu voto, tendem a fazê-lo na mesma direçâo de ses iguais, o que favorece Dilma.

Rejeição e previsões

A presidenciável petista também está melhor situada quando o Ibope pergunta ao eleitor em quem o eleitor "não votaria de jeito nenhum". A rejeição de Serra é de 24%, chegando a 30% no Nordeste. A de Dilma fica em 19%, subindo para 34% na faixa de maior renda. Em abril, ocorria o inverso: a petista era mais rejeitada, com 34%, contra 32% de Serra).

O Ibope indagou, "independente de seu voto", que o eleitor acha que será o presidente. Dilma ficou cinco pontos acima de Serra (40% a 35%), fora da margem de erro, de dois pontos para cima ou para baixo. Entre os mais pobres, a diferença chegou a 11 pontos (41% a 30%). Na faixa de maior renda, houve empate técnico com vantagem para Serra (45% a 43%).

Os fãs de Lula

O maior potencial de crescimento da candidata de Lula está entre os eleitores que aprovam o atual governo (75%) e o modo do presidente governar (86%).

Dilma abre uma vantagem de 12% sobre Serra entre os que acham o governo "bom" ou "ótimo". Na faixa do "ótimo", chega a 60%. Mas mesmo aí Serra ainda fica com 24%. Na faixa que acha o governo "bom", há empate, com 37% apoiando Serra 3 36% Dilma...

A pergunta é como estes percentuais vão evoluir, na medida em que a campanha e o programa eleitoral deixarem evidente quem está do lado do governo e quem na oposição. A próxima bateria de pesquisas o dirá.

Veja aqui as 18 ultimas pesquisas


sexta-feira, 4 de junho de 2010


Elísio Peixoto é o novo Presidente do PCdoB São Caetano do Sul

Nove meses depois de ingressar no PCdoB, Elísio Peixoto foi nomeado o novo presidente do diretório municipal de São Caetano. A cerimônia aconteceu ontem, no diretório estadual. Elísio se filiou em 1 de setembro de 2009, juntamente com o delegado da polícia federal Protógenes Queiroz. Os dois, inclusive, farão dobradinha nas próximas eleições: Elísio é pré-candidato a estadual e Protógenes a federal.

Segundo Elísio, o convite para assumir a Presidência do PCdoB em São Caetano partiu da presidente estadual da legenda, Nádia Campeão. A cerimônia de posse contou ainda com outra presença ilustre: o deputado federal Aldo Rebelo, que também é pré-candidato a reeleição. Elísio substitui no cargo Jander Cavalcanti, que continua na direção municipal, mas como secretário.