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quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Sou Dilma porque conheço o Serra há 30 anos e sei o mal que ele pode fazer ao Brasil.

Fernando Morais

Bradesco bate recorde em lucros; grave distorção

O Bradesco encerrou o terceiro trimestre com um lucro líquido de R$ 2,527 bilhões. O valor é 39,5% superior ao do resultado obtido entre julho e setembro do ano passado e, em valores, é o maior já registrado por um banco no Brasil para o período, como informou a consultoria Economatica.

Pelas contas da consultoria, divulgadas nesta quarta-feira (27), o valor supera o recorde registrado pelo ItauUnibanco em 2007, quando o resultado do terceiro trimestre bateu na casa dos R$ 2,482 bilhões.

O ItauUnibanco também detinha a posição seguinte, quando em 2009 lucrou R$ 2,268 bilhões.
Os dados só consideram as instituições bancárias com ações negociadas na Bolsa de Valores, isto é, que tenham capital aberto para os investidores.

Segundo a Economatica, este “é o maior lucro da historia” registrado por um banco de capital aberto brasileiro encaminhado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários, que regula o mercado financeiro).

Os exorbitantes lucros dos bancos são reveladores de graves distorções no modelo econômico. O caminho do desenvolvimento com progressos social fica truncado num cenário em que o capital financeiro abocanha parte significativa da renda nacional.
Nações Unidas reiteram condenação do bloqueio dos EUA a Cuba

A Assembleia Geral de Nações Unidas emitiu nesta terça-feira (26) sua décima nona condenação contra o bloqueio imposto pelos Estados Unidos a Cuba há 48 anos e exigiu seu levantamento.O repúdio ao cerco imposto pelo imperialismo foi sancionado pelo plenário do maior foro da comunidade internacional por 187 votos a favor, dois contra e três abstenções.

As votações contra o bloqueio começaram em 24 novembro de 1992 quando a 47ª sessão ordinária do órgão aprovou por 59 votos a favor, três contra e 71 abstenções a primeira resolução nesse sentido.

Desde então a Assembleia tem aprovado a cada ano uma resolução intitulada “Necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América contra Cuba”. Arrogante, a Casa Branca faz ouvidos moucos ao clamor do mundo e mantém o criminoso bloqueio, que traz enormes prejuízos à Ilha, com o objetivo malfadado de punir e derrotar a revolução.
Entregue por US$ 3 bi, Vale lucra R$ 10,5 bi no 3º trimestre

A Vale abocanhou um lucro líquido recorde no terceiro trimestre deste ano, equivalente a R$ 10,5 bilhões, o que equivale hoje a cerca de 6,2 bilhões de dólares. Vale lembrar que o governo FHC entregou a empresa à iniciativa privada por apenas US$ 3 bilhões, valor que arrecadou em dobro durante apenas três meses de atividade. Foi, como diz o ditado, um verdadeiro negócio da China.

Os números falam alto sobre o caráter das privatizações realizadas no governo neoliberal de FHC. O falso discurso da modernização, maior eficiência da iniciativa privada e outros trololós, foi na verdade produzido para encobrir interesses menores de alguns grupos capitalistas que estão em franca contradição com os interesses nacionais.

China

A performance da Vale se deve à recuperação da demanda mundial por minério, alavancada sobretudo pelo extraordinário desempenho da economia chinesa, que apesar dos efeitos deletérios da crise continua crescendo em torno de 10% ao ano.

Foi isto que impulsionou os resultados da mineradora, que estabeleceu um novo recorde para o lucro trimestral, superando em 33% a marca anterior, registrada há dois anos, antes do início da crise mundial. Se a empresa continuasse nas mãos do Estado, o saldo não seria muito diferente, mas o povo brasileiro ganharia mais na medida em que o excedente seria apropriado pelo poder público, podendo ser usado, em parte, para aumentar os investimentos estatais e melhorar os serviços públicos.

Reajustes trimestrais

Os reajustes no preço do minério de ferro, que este ano passaram a ser trimestrais, e a recuperação da demanda mundial elevaram o lucro líquido da empresa ao patamar recorde de R$ 10,554 bilhões, 33,5% maior do que o último recorde da empresa, no segundo trimestre de 2008, imediatamente antes do baque provocado pela crise mundial do capitalismo.

Se comparado ao terceiro trimestre de 2009, quando a mineradora ainda buscava recuperar o mercado que a crise reduziu, o aumento foi de impressionantes 253,4%. O documento de divulgação do resultado, distribuído na noite de ontem, intitulado “Um excepcional desempenho”, destaca recordes de receita operacional bruta, lucro e geração de caixa. "Este desempenho resultou da forte demanda por minerais e metais e dos nossos esforços para aumentar a produção, mantendo os custos sob controle", diz o documento, sintetizando a estratégia da empresa de elevação de preços, aproveitando o aquecimento da demanda, e de segurar custos de produção.

Receita recorde

A receita operacional também foi recorde: chegou a R$ 26,4 bilhões no terceiro trimestre, crescimento de 23,3% em relação ao recorde anterior, de R$ 21,4 bilhões, registrado no segundo trimestre de 2008. Na comparação com o segundo trimestre deste ano, o crescimento foi de 39%.

Classificando os meses posteriores a setembro de 2008, quando foi deflagrada a crise mundial, como "a grande recessão", a empresa projeta uma manutenção do crescimento, acompanhando a recuperação do mercado global - principalmente a forte demanda da China, que respondeu, no terceiro trimestre, por 46% de todas as compras de minério de ferro da companhia.

Investimentos

"Há motivos sólidos para se esperar melhora expressiva nas perspectivas de crescimento global para a primeira metade de 2011", prevê a empresa. O documento lembra que os últimos dados mostram que o nível de atividade econômica na China está bastante robusto, "o que sugere que o crescimento do PIB tenha atingido seu pior momento no segundo trimestre de 2010". De acordo com cálculos da Vale, o PIB chinês anualizado cresceu 8,5% no terceiro trimestre.

A Vale destacou, ainda, seus investimentos no terceiro trimestre, que somaram US$ 3,081 bilhões, sem contar as aquisições - US$ 1,902 bilhão foi gasto na execução de projetos, US$ 346 milhões em pesquisa e desenvolvimento e US$ 833 milhões na manutenção das operações existentes. Em aquisições de ativos foram gastos, de janeiro a setembro, US$ 6,37 bilhões nas áreas de fertilizantes (US$ 5,78 bilhões), minério de ferro (US$ 500 milhões) e carvão (US$ 92 milhões).

Vendas

As vendas de minério de ferro e pelotas da Vale totalizaram 78,628 milhões de toneladas no terceiro trimestre, um incremento de 7,8% se comparado ao mesmo período de 2009. Esse é o terceiro melhor resultado trimestral da história do grupo. As vendas de minério somaram 68,043 milhões de toneladas, 1,9% a mais do que no mesmo trimestre de 2009. No acumulado do ano, as vendas de minério e pelotas alcançaram 313,873 milhões de toneladas, um aumento de 19,6% frente ao apurado entre janeiro e setembro de 2009.

Em posição financeira bastante confortável, a geração de caixa da Vale será suficiente para financiar seu crescimento e "satisfazer o acionista". A dívida total da empresa em 30 de setembro de 2010 era de US$ 25,267 bilhões, com prazo médio de 9,6 anos. A alavancagem (relação entre dívida e patrimônio) da empresa caiu substancialmente, ficando em 1,3 vez. Em setembro do ano passado, era de 2,2 vezes.

Com o caixa desafogado, a empresa se dedica a novas captações de recursos no mercado internacional. "Como parte da estratégia de financiamento, estamos assinando contratos com instituições oficiais de crédito de vários países, envolvendo financiamento de longo prazo nos nossos projetos de mineração e logística", diz a empresa.

domingo, 24 de outubro de 2010

Programa de Dilma: "Que valor tem um homem que transforma suas crenças e compromissos numa bolinha de papel?"

Bolinha de papel bombou no Twitter

As melhores da bolinha de papel do Serra:

* Bolinha de papel: R$0,50, Consulta: R$150, Tomografia: R$600, Ver o "SerraRojas" fingindo: Não tem preço.

* Ainda bem que foi uma bolinha de papel, se fosse bolha de sabão, Serra diria que o PT usa armas químicas

* Estou preocupado com a segurança pulblica. Hoje é bolinha de papel, amanha vai ser o que? Guerra de travesseiros?

* Alô sindicato, quero ganhar 30% de periculosidade já! Trabalho em escritório, tem papel pra todo lado!

* Pedra vence tesoura, tesoura vence papel, papel vence Serra, Serra vence o Oscar!

* Folha de São Paulo traz cópias de documentos que provam que bolinha tem parentes trabalhando na Casa Civil!

* Fui comprar um caderno hj numa papelaria e a vendedora me disse que eu preciso ter porte de armas pra isso.

* Bolas de papel irão comandar a terceira guerra mundial

* Bolinha de papel: médico recomenda a Serra repouso de quatro anos

* Ibope confirma! Bolinha de papel é mais popular que o Serrarojas!! PSDB analisa a possibilidade de substituir o candidato!

* Ah... se os professores soubessem que o ex-governador Serra tinha tanto medo assim de bolinha de papel!

* Decida. Uma enfrentou a ditadura, superou o câncer, não pirateia. O outro foge, é vencido por uma bolinha e privatiza até a mãe.

* De olho no apoio de Marina, PT promete que de agora em diante só bolinhas de papel reciclado.

* Bolinha de papel dá entrevista ao Estadão e garante: 'PT pagou hotel para eu me hospedar no Rio'

* Serra, o único ser humano que é avisado por telefone que está sentindo dor de cabeça.

* Extra! Extra! Militantes do PT são presos em flagrante com resmas de papel Chamex, calibre A4!

* Extremistas Iranianos continuam seus experimentos de enriquecimento de papel.

* O Globo: presidente da Chamex convoca coletiva para explicar a atuação da empresa na indústria bélica

* Wiliam e Fátima entrevistam a Bolinha: O senhore teve seu sigilo florestal quebrado?

* Descobertas fazendas de celulose de eucalipto do MST, Perigo nacional!

* Agora já sei porque SerraRojas fugiu do Brasil e Chile nas ditaduras... com uma bolinha de papel foi esse drama todo, imagina com tortura!
Revista Veja é criminosa. Processo já!

Por Altamiro Borges

Pela sexta vez em menos de dois meses, a revista Veja publica uma capa agressiva contra a candidata Dilma Rousseff. A famíglia Civita está obcecada e aciona os seus capachos - que envergonham o jornalismo - para produzir factóides. A edição desta semana, bem espalhafatosa, traz uma suposta escuta telefônica em que o secretário de Direitos Humanos, ligado ao Ministério da Justiça, teria reclamado das pressões que teria sofrido da ex-ministra para produzir dossiês contra José Serra.

"É grave usar esses métodos"

Dilma Rousseff, irritada, já rebateu as insinuações do panfleto serrista. "Eu nego terminantemente esse tipo de conversa às vésperas das eleições. Gostaria muito que houvesse, por parte de quem acusou, a comprovação e a prova de que alguma vez eu fiz isso. É muito fácil, na última hora, na semana da eleição, criar uma acusação contra a pessoa sem prova alguma. É grave usar esses métodos".

Mais indignado ainda, o secretário de Direitos Humanos, Pedro Abramovay, envolvido criminosamente pela revista no episódio, também repudiou as insinuações. Ele exigiu que a Veja apresente as provas. Já o ex-secretário, Romeu Tuma Junior, exonerado do cargo em agosto passado por suposta ligações com contrabandistas, não se pronunciou sobre o caso. Estranhamente, o seu telefonema é a prova principal da acusação.

Acusações sem prova e ilegais

Até agora, a revista não divulgou o áudio da conversa, não informou a fonte de sua informação - será uma escuta clandestina, ilegal? - e nem se dignou a ouvir os dois principais prejudicados pela acusação (Dilma e Abramovay). Disse apenas que a fita foi periciada pelo "especialista" Ricardo Molina, o mesmo que a TV Globo usou para falar sobre o segundo objeto que atingiu José Serra (além da bolinha de papel) e que ficou famoso por tentar incriminar o MST na chacina de Eldorado dos Carajás.

A matéria lembra outros factóide produzidos pela Veja, como a tal escuta telefônica contra o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Dantas (ou Mendes?), que até hoje não foi comprovada e até já caiu no esquecimento. A revista insiste em produzir material de campanha contra Dilma Rousseff. Não publica nenhuma capa em tom negativo contra o tucano Serra. E olha que não falta assunto - o homem-bomba Paulo Preto, a hipocrisia sobre o aborto de Monica Serra, as brigas Serra-Aécio.

A revista e o mensalão dos tucanos

Mas a Veja resolveu blindar, descaradamente, o demotucano. Até matérias publicadas no passado, com denúncias contra Serra, foram arquivadas. Não aparecem na campanha presidencial. As razões são evidentes. Em primeiro lugar, a revista defende a mesma plataforma política neoliberal. Em segundo, ela deve favores aos tucanos paulistas. Afinal, o governo Serra doou fortunas à Editora Abril, com a compra de assinaturas milionárias e farta publicidade. A promiscuidade lembra o pior tipo de "mensalão".

Na sua nota oficial, o secretário Pedro Abramovay exigiu a imediata apresentação de provas. "Infelizmente a revista se recusou a fornecer o conteúdo da suposta conversa ou mesmo a íntegra de sua transcrição", lamentou. Ele também ameaçou entrar com um processo contra a publicação da famiglia Civita. Não dá mais para aceitar calado os ataques irresponsáveis e criminosos da Veja. Isto só estimula a impunidade. A famiglia Civita precisa ser internada e a revista Veja merece ser processada, já!

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Ibope: Dilma é apontada como a que mais beneficiará os pobres

A maioria do eleitorado acredita que Dilma Rousseff (PT) é a candidata à Presidência com mais atributos para beneficiar a população pobre e manter o crescimento do poder de compra dos brasileiros. José Serra (PSDB), por sua vez, tem a imagem mais relacionada à área da saúde pública.
As informações constam da última pesquisa Ibope/Estado/TV Globo. O instituto perguntou a 3.010 eleitores qual dos dois presidenciáveis teria a melhor atuação em relação a oito tópicos, como segurança, educação e meio ambiente.


Dilma, que na mesma pesquisa lidera nas intenções de voto por 51% a 40%, também está na frente em todos os tópicos avaliados, com exceção da saúde, item no qual há um empate com o tucano. Para 55% dos eleitores, a candidata do PT é a que mais dará atenção à população pobre caso conquiste a Presidência. Outros 32% dizem o mesmo em relação a Serra.

A vantagem de Dilma nesse quesito diminui conforme aumenta a renda dos entrevistados - ou seja, os mais pobres são os que têm maiores expectativas de que a candidata os beneficie. Entre os que têm renda familiar de até um salário mínimo, 61% afirmam que a petista dará mais atenção aos pobres. Já entre os que ganham mais de cinco mínimos, esse índice é de apenas 47%.

A candidata do PT também é apontada pela maioria dos entrevistados (51%) como a mais preparada para "manter a economia forte e o crescimento do poder de compra da população". Nesse caso, novamente a vantagem de Dilma é maior entre os mais pobres, com renda de até um salário mínimo (59% a 29%). Na faixa de renda acima de cinco mínimos, porém, é Serra o visto como mais preparado para gerir a economia (48% a 40%).

Dilma também é vista como mais preparada para combater a corrupção no País (46% a 36%). Serra só lidera nesse quesito entre os mais escolarizados (45% a 38%) e os que têm renda acima de cinco salários mínimos (50% a 33%).
Araguaia: corpos encontrados em Xambioá não são de guerrilheiros

A equipe de peritos e legistas do Grupo de Trabalho de Tocantins (GTT) que procura restos mortais de guerrilheiros mortos no cemitério de Xambioá (TO) descartou a possibilidade de que sete corpos encontrados recentemente na área denominada Axixá 1 sejam de guerrilheiros. Os corpos foram enterrados há cerca de 15 anos e há vestígio de que foram colocados em caixão – não em lonas ou sacos plásticos, forma como testemunhas afirmam que os corpos dos guerrilheiros eram enterrados.

A chuva à tarde na cidade dificultou a escavação no sítio Axixá 2. A expectativa é que os trabalhos sejam retomados neste sábado (23). A chuva também interrompeu o trabalho de “desnudação” (limpeza) de uma ossada encontrada ontem (21) na área chamada Cimento. Segundo o perito Jefferson Evangelista Corrêa, da Polícia Federal, ainda não é possível identificar o sexo nem quando o corpo foi enterrado. Segundo ele, também há vestígios de que o sepultamento tenha sido feito em caixão.

“Nenhum resultado pode ser considerado positivo”, confirmou o major Paulo Crocetti, do Comando da 23ª Brigada de Infantaria da Selva, responsável pelo apoio logístico ao trabalho do GTT. Se houver a possibilidade de que os restos mortais sejam de guerrilheiros, o material será encaminhado a Brasília para comparação com o DNA de parentes.

Com a atual operação, o GTT já contabiliza 11 operações desde o ano passado. Até hoje o grupo nomeado pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, não encontrou nenhuma ossada de guerrilheiro.

A juíza Solange Salgado, da 1ª Vara da Justiça Federal de Brasília, que determinou as buscas aos restos mortais; e o presidente da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos, Marco Antônio Barbosa, estão viajando para a região. Barbosa disse à Agência Brasil “ter expectativa” de que sejam reconhecidos guerrilheiros.

A Guerrilha do Araguaia surgiu no início da década de 1970 e foi um movimento em resistência à ditadura militar (1964-1985). No próximo mês, o Brasil poderá ser condenado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) porque o Estado não prestou informações sobre o episódio aos parentes de guerrilheiros desaparecidos e não houve responsabilização pelas mortes.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Serra obriga Globo a ir a hospital e sustentar farsa da agressão

A farsa da suposta “agressão de militantes petistas” ao candidato à Presidência José Serra (PSDB) contou, nesta quarta-feira (20), com a mãozinha da TV Globo. É o que informa, em seu blog, o deputado federal Brizola Neto (PDT-RJ).

Por André Cintra
Ao chegar ao Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro (SP) — após ser atingido por uma bolinha de papel e iniciar uma patética encenação —, Serra cobrou a presença da emissora da família Marinho. Conforme o relado de Brizola Neto, o tucano viu que não havia veículo nenhum da grande mídia à porta do hospital para sustentar o embuste.

Irritado, o candidato do PSDB “voltou e um telefonema foi disparado para a TV Globo, exigindo a presença de um repórter e cinegrafista. Às pressas, foi mandado o repórter Helder Duarte, que, como pode ser visto no vídeo postado no Jornal da Globo, segurava o único microfone na entrevista onde Serra fala de suas ‘convicções democráticas’”.

Brizola Neto também cobra pronta apuração do episódio. “Porque ninguém pode ser agredido impunemente. Nem um candidato a presidente, nem milhões de brasileiros, atingidos na cabeça com uma versão fantasiosa dos fatos capaz de provocar muito mais estragos que uma bolinha de papel.”

Para azar de Serra, o médico Jacob Kligerman — que lhe fez até ressonância magnética — foi a público para informar que não encontrou lesão alguma, mas recomendou um dia de descanso. Será que o precavido Serra, em queda nas pesquisas, ficará mesmo um dia parado em casa e perderá sua aparição diária no Jornal Nacional?

terça-feira, 19 de outubro de 2010

"A invencibilidade está na defesa; a possibilidade de vitória, no ataque. Quem se defende mostra que sua força é inadequada; quem ataca, mostra que ela é abundante".

Sun Tzu
Munido de 'pasta preta', Protógenes diz que é 'peça-chave' da campanha




De volta à cena política desde 3 de outubro, quando foi eleito deputado federal, o delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz (PC do B-SP) foi alçado ao posto de, em suas próprias palavras, "peça-chave" da campanha de Dilma Rousseff (PT) nos embates contra o tucano José Serra (PSDB).

Ontem, ele afirmou à Folha que estará em todos os debates com sua "pasta preta", abastecendo a coordenação de campanha com documentos fruto de investigações sobre segurança e privatizações. Para o enfrentamento final, na Rede Globo, no dia 29, Protógenes promete um "segredo final".

Protógenes foi alçado ao posto de, em suas próprias palavras, "peça-chave" da campanha de Dilma Rousseff

"Vou ajudar, de forma benéfica, a campanha e o Brasil", afirma o recém-eleito, sobre as informações que pretende tornar públicas por meio da candidata petista.

A coordenação da campanha de Dilma não confirma o papel de Protógenes em municiar assessores com temas para confrontar a oposição.

No entanto, na noite de domingo, no debate Folha/ RedeTV!, o delegado sentou-se atrás de Antônio Palocci, coordenador da campanha de Dilma. Em pelo menos dois momentos, entregou documentos que tirava de sua pasta nas mãos do ex-ministro e do presidente do PT, José Eduardo Dutra.

Segundo Protógenes, os documentos ajudaram no embate, mas ele preferiu não falar sobre o conteúdo.

"Há muito para ser discutido nas gestões tucanas, os dados estão aí", diz ele.

Protógenes afirma ainda que auxiliou, no sábado, na operação feita pelo PT para evitar que panfletos com conteúdo anti-Dilma fossem retirados de uma gráfica em São Paulo. Uma vigília foi organizada até que a Justiça decretasse a apreensão.

Ele disse que contatou um delegado da PF. "Eu não fui lá para não dizerem que quero aparecer. Mas solicitei plantão da Polícia Federal."

A participação vigorosa não deve terminar dia 31. Protógenes anuncia muita ação a partir de fevereiro, no Congresso.
Criação de empregos formais no ano já é a maior desde 1992

O país bateu recorde na geração de empregos formais nos primeiros nove meses do ano (janeiro a setembro), com criação de 2,2 milhões de vagas no período (2.201.406).

O resultado é o melhor de toda a série histórica do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), iniciada em 1992, segundo dados divulgados nesta terça-feira (19).

A recuperação brasileira da crise financeira mundial e o alto ritmo de crescimento econômico brasileiro no primeiro semestre são os principais motivos para a elevação das contratações.

Em 2009, apesar da crise, o país teve criação de quase 1 milhão de empregos. Para 2010, o Ministério do Trabalho espera criar 2,5 milhões de empregos.

No mês passado, foram criados 246.875 empregos com carteira assinada, o que já garante a meta do governo neste ano, segundo Carlos Lupi, ministro do Trabalho. O resultado, no entanto, foi abaixo da expectativa do governo.

O desempenho de setembro, abaixo do esperado, pode ser atribuído a um resultado negativo na agricultura, com retração de 1,4%, fechamento de 22.937 vagas. No cultivo de café houve perda de 26.157 postos de trabalho, sendo 21.409 no Estado de Minas Gerais e 3.757 em São Paulo. Este foi o pior resultado do emprego na agricultura em toda a história do Caged.

No mês, sete dos oito setores de atividade econômica registraram crescimento do emprego, sendo que dois tiveram recorde para o mês: comércio (criação de 55.051 novas vagas) e extração mineral (com 1.970 oportunidades).

Nos meses de maio, junho e julho, no entanto, houve desaceleração na criação de empregos, e julho foi o segundo seguido sem recorde. Apesar disso, o ministro Carlos Lupi não acreditava que o crescimento menor nos últimos três meses comprometesse a meta de fechar o ano com a criação recorde de vagas de trabalho. Em agosto, Lupi previu três recordes seguidos na criação de empregos, entre setembro e novembro.

Para 2011, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, prevê que o país criará mais de 3 milhões de empregos com carteira assinada e atingirá a marca de 10 milhões de novas vagas ao longo do próximo governo, superando o desempenho recorde dos últimos anos.
Após baixarias tucanas, Dilma cresce e abre 12 pontos sobre Serra

A vantagem de Dilma Rousseff sobre José Serra no segundo turno da corrida presidencial cresceu quatro pontos percentuais em apenas seis dias – o que deixa a candidata da coligação Para o Brasil Seguir Mudando mais próxima da vitória na eleição de 31 de outubro. É o que aponta pesquisa Vox Populi/iG divulgada na manhã desta terça-feira (19).

Segundo o instituto, Dilma tem 51% das intenções de votos para a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva – seu principal apoiador. Já Serra, à frente de uma das campanhas mais sujas no Brasil desde as últimas décadas, caiu para 39%. Em relação ao Vox Populi de 13 de outubro, a petista cresceu três pontos percentuais, enquanto o tucano caiu um – ela tinha 48%, contra 40% de Serra.

Pretendem anular ou votar em branco 6% dos entrevistados – mesmo patamar da última pesquisa. O índice de eleitores indecisos, no entanto, caiu de 6% para 4%. A margem de erro estimada pelo instituto é baixíssima – apenas 1,8 ponto percentual para mais ou para menos.

Nos chamados votos válidos (que excluem brancos, nulos e indecisos), a dianteira de Dilma fica mais evidente. A presidenciável – que tinha oito pontos à frente Serra (54% a 46%) na semana passada – agora lidera mais folgadamente: 57% a 43%.

Segundo o Vox Populi, é no Nordeste e no Sudeste que o desempenho de Dilma justifica a diferença cada vez mais sólida sobre Serra. Entre os nordestinos, a candidata da coligação Para o Brasil Seguir Mudando é a preferida de impressionantes 65%, ao passo que Serra amarga 25%.

Esse trunfo exigiria que a candidatura demo-tucana compensasse a votação nos maiores colégios eleitorais do Brasil, concentrados no Sudeste. Nessa região, porém, Dilma também ampliou a vantagem e lidera a disputa – por 47% contra 40%. O consolo de Serra está no Sul, onde ele segue à frente de Dilma, com 50% – ela aparece com 41%.

Aborto e renda

A pesquisa Vox Populi mostra que boa parte do eleitorado reagiu negativamente à baixaria da campanha Serra. Com a imposição de temas como o aborto na pauta eleitoral, quem mais se beneficiou foi Dilma – que reduziu sua desvantagem no eleitorado evangélico (42% a 44%) e consolidou sua vantagem entre os católicos praticantes (54% a 37%) e não praticantes (55% a 37%). O eleitorado declaradamente ateu também prefere a petista – 49% a 36%.

Candidato das elites, Serra só lidera o pleito – e, ainda assim, na margem de erro (44% a 42%) – na faixa do eleitorado que ganha mais de cinco salários mínimos e nos entrevistados com nível superior (47% a 40%). Dilma, em contrapartida, massacra o tucano por 61% a 31% entre os eleitores que recebem não mais que um mínimo. Vence também (55% a 38%) no segmento do eleitorado com até a 4ª série do ensino fundamental.

Dilma tem voto mais convicto

O levantamento do Vox Populi ouviu 3 mil eleitores de 15 a 17 de outubro e foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral com o número 36.193/10. Devido ao período de sondagem, a pesquisa não capta os efeitos do debate monótono entre Dilma e Serra promovido no domingo pela Rede TV! e da excelente entrevista de Dilma na segunda-feira ao Jornal Nacional.

De qualquer maneira, há um dado na pesquisa que aponta a cristalização da preferência do eleitorado. É que, segundo o Vox Populi, 89% dos que eleitores que declararam voto em algum candidato já se definiram de maneira irreversível. Apenas 9% admitem mudar de preferência. A boa notícia é que os eleitores de Dilma são os mais convictos – 93% dos dilmistas declaram que seu voto está consolidado. Já no eleitorado de Serra, esse índice é de 89%.

domingo, 17 de outubro de 2010

"Quem teme ser vencido tem a certeza da derrota".

Napoleão Bonaparte
Carta Capital: presidente do PSDB participou de mensalão do DEM

Carta Capital aponta que presidente do PSDB é o principal citado em vídeo apreendido pela PF durante a Caixa de Pandora; Revista sustenta que caso foi abafado pela campanha tucana

Sérgio Guerra e Agripino Maia são os principais citados pela funcionária que coordenava os trabalhos do mentor do esquema
As investigações que revelaram o esquema conhecido como Mensalão do DEM continuam a pleno vapor e chegaram ao presidente do PSDB, Sérgio Guerra, também coordenador da campanha de José Serra à Presidência da República.

A análise de um dos CDs apreendidos pela Polícia Federal durante a Operação Caixa de Pandora coloca em cena os nomes de Guerra e do senador Agripino Maia, do DEM do Rio Grande do Norte. Os dois e o ex-governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz, eram os políticos que mais recebiam ligações de uma funcionária da empresa de coleta de lixo que comandava a arrecadação e a distribuição ilegal de recursos. Essa funcionária, identificada como Dominga, era quem coordenava os trabalhos de Eduardo Badra, ex-diretor da Qualix e mentor do crime. De acordo com reportagem da Carta Capital desta semana, o dinheiro de propina era acomodado em caixas de papelão com montantes de 50 mil reais.

Investigações

O repórter Leandro Fortes aponta que os investigadores da Polícia Federal estão de olho, principalmente, nos contratos de lixo do Distrito Federal. A partir do governo Roriz, a coleta de dejetos passou a ser terceirizada, tendo a Qualix como principal vencedora de concorrências ou mesmo como beneficiada por convênios feitos sem licitação. A partir de 2006, no governo tucano de Maria Abadia, outras empresas passaram a receber os bilionários contratos, sempre suspeitos. Os esquemas continuaram durante o governo de José Roberto Arruda (DEM), cotado para ser o vice de Serra até acabar preso pela PF.

O senador Sérgio Guerra disse ser amigo de Badra há 30 anos, mas afirmou que é falso o vídeo apreendido pela polícia. Já Agripino Maia pontuou que foi procurado por outros jornalistas, mas assegurou que todos se desinteressaram pela história após ouvirem a versão apresentada por ele. Para Carta Capital, a história é outra: nada foi publicado por pressão da campanha de Serra sobre as redações.
Parlamentares do PSOL recomendam voto em Dilma

Além dos parlamentares, intelectuais como Leandro Konder e Carlos Nelson Coutinho também assinam a nota de "apoio crítico" à candidata Dilma Rousseff.
“A decisão tomada pelo PSOL, por absoluta unanimidade, foi que não é concebível sob o ponto de vista programático e da história de nosso jovem partido se afiliar à candidatura demotucana de José Serra. Nós não temos nenhuma identidade programática, de visão de mundo e de prática política com o PSDB e o DEM. Portanto, nenhum voto ao Serra”. A afirmação do deputado federal Chico Alencar, reeleito pelo Rio de Janeiro com 240,7 mil votos, reflete a postura que já havia sido antecipada nas ruas pela militância do PSOL contra a eleição do candidato tucano à Presidência, que o partido qualifica como retrocesso político no país.

Chico Alencar comenta outra decisão unânime tomada pela direção do PSOL na reunião de sexta-feira (15) foi não se alinhar ou participar do futuro governo, mesmo em caso de vitória da candidata do PT, Dilma Rousseff, a quem parlamentares e intelectuais do partido decidiram recomendar o voto crítico: “Os parlamentares eleitos pelo partido, assim como seus representantes nas organizações dos movimentos sociais, terão independência crítica em relação ao novo poder nacional que será constituído, qualquer que ele seja”, diz o deputado.

Feita esta ressalva, Chico é categórico: “A situação conjuntural mais imediata, que diz respeito ao segundo turno, nos coloca diante dessa opção: de um lado o regressismo conservador e com uma campanha de um moralismo medieval, retrógrada e onde se usa o nome de Deus em vão à vontade que o demotucanato promove; de outro, a candidatura, ainda que recuada e com constantes retrocessos em termos de declaração e rebaixamento programático, que Dilma representa”.

Chico considera que um eventual governo Dilma dará ao PSOL e à esquerda em geral um patamar de contradições e possibilidades de avanços maiores: “No governo de Dilma, nós entendemos que os movimentos sociais terão mais espaço”.

O papel do Estado, ponto onde as concepções petista e tucana entraram em clara rota de colisão durante a mais recente crise econômica global, também é citada pelo deputado: “Nos toca a questão do próprio Estado e do poder público como um ente importante para viabilizar políticas que interessem, sobretudo, aos mais explorados e mais pobres”.

Por fim, Chico aponta a política externa como outro campo onde a volta de tucanos e demistas ao poder representaria claro retrocesso para o Brasil: “Para DEM e PSDB, a política externa brasileira precisa estar inteiramente atrelada aos ditames do império, às coordenadas dos Estados Unidos. O PSOL defende uma política externa independente e de diálogo com governos populares latino-americanos como em significativa parte o governo Lula promoveu. Portanto, nesse caso não há dúvidas”, afirma.

Chico conclui sua análise afirmando que a declaração de voto crítico em Dilma não significa um alinhamento programático ou mesmo a apresentação de uma pauta de reivindicações do PSOL à candidata do PT: “É simplesmente um voto sabendo que para o Brasil não é a mesma coisa um governo de PSDB e DEM e um governo do PT, apesar das alianças preferenciais que fez”.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

O problema ambiental do PSDB é que apesar de serem "tucanos" e o vice ser "Índio", o nome do candidato é "Serra".
— Paulo Adário, do Greenpeace


Mobilização: a vitória não cai do céu, mas exige muita luta

A disputa no segundo turno da eleição presidencial está revelando que a luta é dura, intensa, de baixo nível, e pontilhada pelas mentiras e baixarias com as quais a oposição neoliberal esconde seu programa de privatizações, antipopular e antinacional, e tenta atrair o povo com um canto de sereia falsamente moralizante e religioso.

Incapazes de dizer com clareza o que pretendem fazer se voltarem ao governo, multiplicam mentiras contra Dilma e o atual governo. Têm para isso o apoio de setores conservadores e reacionários da política nacional, como a direitista TFP (Tradição, Família e Propriedade), que é contra qualquer conquista democrática e social e quer voltar aos tempos da Idade Média, quando os barões mandavam e o povo era obrigado a obedecer. Ou de radicais da ditadura militar, como um ex-presidente da Juventude Nazista que, na ditadura, foi espião da repressão policial e, na década de 1980, esteve envolvido com atentados a bomba contra os que lutavam pela democracia.

O segundo turno opõe as forças que querem continuar avançando nas mudanças, que apoiam Dilma Rousseff, à parte obscura da sociedade, que quer barrar os avanços e voltar para trás, mas não pode confessar isso pois perderia apoio popular e a eleição.

“Não estamos diante de uma batalha qualquer, mas sim de uma batalha de caráter estratégico para o país” e precisamos vencer para “seguir adiante no grande objetivo de fazer deste um país mais forte, justo e solidário”, disse Renato Rabelo, presidente nacional do PCdoB, na plenária partidária realizada dia 14 no auditório do Sindicato dos Eletricitários, em São Paulo.

Ressaltando a orientação para os últimos dias de campanha, Renato Rabelo enfatizou a necessidade de todos os setores democráticos e populares intensificarem o chamamento pró-Dilma Rousseff combatendo a onda de boatos e desmontando as mentiras que a direita difunde.
Contra os meios de que a direita dispõe, contra os jornais, revistas e tevês da mídia patronal, o povo tem uma força invencível: a mobilização, para convencer amigos, vizinhos, parentes, iludidos pela campanha caluniosa da oposição conservadora e neoliberal.

Militância e mobilização, enfatizou Renato Rabelo, serão fatores decisivos nesta campanha do segundo turno. Com a vantagem desta ser uma força que a direita não tem.

“Essa gente não está aí para fazer campanha de alto nível, para fazer debate programático. Isso não existe para eles. O que eles fazem é baixar o nível, o jogo rasteiro”, disse Renato Rabelo. Fazem de tudo para evitar a comparação entre os dois programas em disputa e entre o governo fracassado de FHC, que eles comandaram, e o de Lula, que alcançou êxito. Caluniam Dilma, que é uma mulher respeitada, de grande capacidade e desde a juventude luta pela democracia e pelo avanço social e que, no time de Lula, foi uma figura essencial, com decisivo papel no governo das mudanças.

Desde 2003 o Brasil vive transformações profundas que sempre enfrentaram a oposição da direita reacionária. “Está em curso a construção de uma grande nação”, disse Renato Rabelo. “A autoestima e a esperança do povo elevou-se, melhorou o nível de vida e de renda da população”.
O neoliberal José Serra e os conservadores que o apoiam não aceitam isso e buscam, disseminando o ódio e o preconceito, dividir o país para paralisar as mudanças.

Nosso povo é de luta, quer conquistas sociais e democráticas. Este segundo turno exige, mais uma vez, a manifestação dessa disposição para derrotar José Serra e, com ele, o atraso e o retrocesso, a ameaça de humilhação do Brasil perante as nações, o desmonte do Estado nacional, a volta das privatizações, a entrega das riquezas do Pré-Sal para o grande capital e para os monopólios estrangeiros.

O cenário está artificialmente armado como se fosse a luta do bem contra o mal. Mas o povo sabe, no fundo, melhor do que ninguém, por experiência própria, que Dilma/Lula representam a vontade de mudança e avanço, e o neoliberal José Serra é o candidato do atraso, do retrocesso e da perda dos direitos conquistados.

É contra essa ameaça que os democratas, progressistas, patriotas, socialistas, comunistas, trabalhadores e trabalhadoras, precisam se unir, sair às ruas, manifestar a decisão de votar em Dilma Rousseff. Não podemos vacilar: a hora é de luta para ampliar o voto do primeiro turno em Dilma Presidenta e aprofundar a vitória alcançada no primeiro turno.
PSOL pede voto "crítico" em Dilma e "nenhum voto em Serra"

O PSOL divulgou nesta sexta-feira sua posição no segundo turno, deixando a seus militantes a opção entre o voto nulo e o voto “crítico” em Dilma Rousseff, candidata do PT. Segundo resolução da executiva nacional do partido, a decisão é pela “oposição frontal” ao candidato tucano, com o dizer: “Nenhum voto em Serra”.

Após uma reunião que durou aproximadamente quatro horas, membros da Executiva Nacional explicaram em entrevista coletiva em São Paulo que o posicionamento do partido foi resultado de "convergência de posições".

Ainda assim, de acordo com a resolução, o PSOL se propõe a, independete de quem vença a eleição, ser “oposição de esquerda e programática”. Segundo o partido, nem Serra nem Dilma mostraram compromisso com pontos programáticos considerados fundamentais para o PSOL, como a redução da jornada de trabalho e a mudança da política econômica.

Na avaliação dos socialistas, um eventual governo Serra representaria um retrocesso a “uma ofensiva neoliberal, de direita e conservadora no País”. O secretário-geral do PSOL, Afranio Boppré, ressaltou que, se depender da posição do partido, nenhum voto dos simpatizantes será destinado ao candidato José Serra. "É uma decisão em função da ofensiva neoliberal do campo político que representa Serra não só a sua figura individualmente, mas é um campo político conservador que está disposto a assumir a presidência do Brasil para retomar uma ofensiva neoliberal à qual o PSOL tem um posicionamento profundamente contrário", disse.

No Rio de Janeiro, onde o PSOL colheu seus melhores resultados eleitorais, a bancada fluminense do partido - representada por Jefferson Moura, Milton Temer, Chico Alencar, Jean Wyllys e Marcelo Freixo - decidiu recomendar aos seus militantes o chamado "voto crítico" em Dilma Rousseff. Os membros da legenda entendem que, entre os dois projetos em disputa no segundo turno, o petista será melhor para o país.

Já Plínio de Arruda Sampaio, candidato do PSOL à Presidência, que alcançou 886.816 votos no primeiro turno, declarou que vai votar nulo no segundo turno. Em manifesto divulgado no site “Terra Magazine”, Plínio critica a posição de Serra na política econômica e na política externa. Quanto a Dilma, o socialista afirma que ela é uma “incógnita”, mas que se mantiver a política de Lula, vai continuar a cooptar os movimentos sociais

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Altamiro Borges: Chefão da Veja confessa apoio a Serra

Na semana passada, durante o MaxiMídia – Fórum Internacional de Marketing e Comunicação, em São Paulo, o presidente do Conselho da Editora Abril, Roberto Civita, defendeu abertamente o ativismo político dos meios de comunicação e elogiou o Estadão, que manifestou seu apoio ao demotucano José Serra em editorial.

Por Altamiro Borges, em seu blog

Segundo reportagem do Portal Imprensa, no painel “Papo de CEO”, o capo da famíglia Civita confessou o que só os ingênuos não sabiam:

“O jornal [Estadão], assim como a maioria da imprensa, tem seguido durante toda a cobertura das eleições a premissa de que José Serra tem melhores condições que Dilma para assumir a presidência do Brasil”.

O chefão da Abril, que edita a escrota Veja, afirmou que “considera mais difícil os meios de comunicação assumirem uma cobertura neutra sobre a política no país. Civita também defendeu no encontro a liberdade de imprensa e criticou qualquer autorregulamentaçao por parte dos veículos. ‘Cada empresa deve se regulamentar’, concluiu”, relata o Portal.

O promíscuo “ativismo político”

A confissão de Roberto Civita deveria servir de puxão de orelha para muitas pessoas – inclusive “inocentes” jornalistas – que ainda acreditam numa pretensa neutralidade da mídia. A revista Veja, “assim como a maioria da imprensa”, tem lado. Defende, aberta ou sutilmente, interesses políticos e econômicos de classe da elite burguesa. Na disputa presidencial em curso, ela aposta todas as suas fichas em José Serra, sem qualquer escrúpulo ou imparcialidade.

No caso da Veja, seu “ativismo político” ocorre inclusive por motivos comerciais bem sinistros. Os tucanos mantêm uma relação promíscua, que cheira corrupção, com a famíglia Civita. Uma simples Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) poderia até levar ao fechamento desta editora, por suas relações patrimonialistas que sugam os cofres públicos. Se a Dra. Sandra Cureau, vice-procuradora regional eleitoral, fosse mais séria, as contas da Abril resultariam num escândalo.

O “mensalão” pago pelos tucanos

Repito, até a exaustão, um levantamento feito pelo blog NaMariaNews, uma excelente fonte de informação sobre os negócios do atual governo paulista na área de educação. Numa minuciosa pesquisa aos editais publicados no Diário Oficial, o blog descobriu o que parece ser um autêntico “mensalão” pago pelo tucanato ao Grupo Abril. Veja algumas das mamatas:

- DO [Diário Oficial] de 23 de outubro de 2007. Fundação Victor Civita. Assinatura da revista Nova Escola, destinada às escolas da rede estadual. Prazo: 300 dias. Valor: R$ 408.600,00. Data da assinatura: 27/09/2007. No seu despacho, a diretora de projetos especial da secretaria declara ‘inexigível licitação, pois se trata de renovação de 18.160 assinaturas da revista Nova Escola’.

- DO de 29 de março de 2008. Editora Abril. Aquisição de 6.000 assinaturas da revista Recreio. Prazo: 365 dias. Valor: R$ 2.142.000,00. Data da assinatura: 14/03/2008.

- DO de 23 de abril de 2008. Editora Abril. Aquisição de 415.000 exemplares do Guia do Estudante. Prazo: 30 dias. Valor: R$ 2.437.918,00. Data da assinatura: 15/04/2008.

- DO de 12 de agosto de 2008. Editora Abril. Aquisição de 5.155 assinaturas da revista Recreio. Prazo: 365 dias. Valor: R$ 1.840.335,00. Data da assinatura: 23/07/2008.

- DO de 22 de outubro de 2008. Editora Abril. Impressão, manuseio e acabamento de 2 edições do Guia do Estudante. Prazo: 45 dias. Valor: R$ 4.363.425,00. Data da assinatura: 08/09/2008.

- DO de 25 de outubro de 2008. Fundação Victor Civita. Aquisição de 220.000 assinaturas da revista Nova Escola. Prazo: 300 dias. Valor: R$ 3.740.000,00. Data da assinatura: 01/10/2008.

- DO de 11 de fevereiro de 2009. Editora Abril. Aquisição de 430.000 exemplares do Guia do Estudante. Prazo: 45 dias. Valor: R$ 2.498.838,00. Data da assinatura: 05/02/2009.

- DO de 17 de abril de 2009. Editora Abril. Aquisição de 25.702 assinaturas da revista Recreio. Prazo: 608 dias. Valor: R$ 12.963.060,72. Data da assinatura: 09/04/2009.

- DO de 20 de maio de 2009. Editora Abril. Aquisição de 5.449 assinaturas da revista Veja. Prazo: 364 dias. Valor: R$ 1.167.175,80. Data da assinatura: 18/05/2009.

- DO de 16 de junho de 2009. Editora Abril. Aquisição de 540.000 exemplares do Guia do Estudante e de 25.000 exemplares da publicação Atualidades – Revista do Professor. Prazo: 45 dias. Valor: R$ 3.143.120,00. Data da assinatura: 10/06/2009.

Negócios de R$ 34,7 milhões

Somente com as aquisições de quatro publicações “pedagógicas” e mais as assinaturas da Veja, o governo tucano de José Serra transferiu, dos cofres públicos para as contas do Grupo Civita, R$ 34.704.472,52 (34 milhões, 704 mil, 472 reais e 52 centavos). A maracutaia é tão descarada que o Ministério Público Estadual já acolheu representação do deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) e abriu o inquérito civil número 249 para apurar irregularidades no contrato firmado entre o governo paulista e a Editora Abril na compra de 220 mil assinaturas da revista Nova Escola.

Esta “comprinha” representa quase 25% da tiragem total da revista Nova Escola e injetou R$ 3,7 milhões aos cofres do ‘barão da mídia’ Victor Civita. Mas este não é o único caso de privilégio ao Grupo Abril. O tucano Serra também apresentou proposta curricular que obriga a inclusão no ensino médio de aulas baseadas nas edições encalhadas do ‘Guia do Estudante’, outra publicação do grupo.

Como observou o deputado Ivan Valente, “cada vez mais, a Editora ocupa espaço nas escolas de São Paulo. Isso totaliza, hoje, cerca de R$ 10 milhões de recursos públicos destinados a esta instituição privada, considerando apenas o segundo semestre de 2008”.
Conheça a política salarial de Serra quando foi governador de SP

Na propaganda eleitoral, o presidenciável José Serra promete salário mínimo de 600 reais e aumento nas aposentadorias, mas quando governou São Paulo as orientações sobre a política trabalhista para o servidor público eram claramente restritivas quanto a aumento salarial e ainda a garantia de estabilidade até sua completa extinção.

No dia 17 de novembro de 2009, o então governador de São Paulo, José Serra (PSDB), por intermédio do então Chefe da Casa Civil e presidente da Comissão de Política Salarial, Aloysio Nunes Ferreira, expediu o "Ofício Circular CPS nº 01/2009", com orientações quanto à política salarial para os empregados de empresas estatais.

Trata-se de documento com 21 pontos em que o ex-governador e candidato tucano à Presidência da República José Serra orienta quanto aos procedimentos acerca das negociações dos acordos e convenções coletivas de trabalho para 2010.

As orientações são claramente restritivas quanto a aumento salarial e ainda a garantia de estabilidade até sua completa extinção.

Estas orientações constam do item 3 do Ofício Circular, que diz para "reduzir, de forma progressiva até sua completa extinção, eventual garantia do nível de emprego constante de Norma Coletiva, Carta Compromisso ou documento equivalente, ficando expressamente vedada negociação de nova ou ampliação de já existente".

Ainda no item 3, orienta-se "suprimir, ou alternativamente congelar, as vantagens atribuídas exclusivamente em função do tempo de serviço prestado na entidade, tais como Adicional por Tempo de Serviço, Anuênio, Triênio e outras congêneres".

Aumento real, nem pensar

Na propaganda eleitoral, Serra promete elevar o salário mínimo para R$ 600 e ainda elevar a 10% o reajuste dos aposentados. Mas sua orientação para as estatais do estado de São Paulo quanto aos benefícios "não poderá ultrapassar o impacto correspondente à aplicação, na folha de pagamentos total (salários, benefícios e encargos), do índice de variação do IPC-Fipe acumulado no período aos dozes meses anteriores à vigência do Acordo Coletivo", consta no item 1 do ofício.

No item 2, Serra orienta que seja vedada "a criação de benefícios, por liberalidade, bem como a majoração ou expansão dos previstos na legislação trabalhista, quer em termos quantitativos (em relação a valores ou percentuais previstos em lei), quer no que diz respeito à ampliação das suas hipóteses de incidência, devendo os já existentes ser adequados aos estritos termos e parâmetros estabelecidos na legislação a eles aplicável".

No item 4, a instrução é para admitir abono salarial somente "para compensar a supressão ou redução de vantagens praticadas pelas entidades".

Coerência histórica conservadora

Engana-se quem pensa ou diz que o ex-governador está sendo incoerente com esta postura. Não está. Serra é um fiscalista. Suas votações na Constituinte comprovam isto. Ele votou contra a estabilidade do trabalho, 40 horas semanais e comissão de fábrica.

Serra absteve-se em votações importantes para os assalariados como salário mínimo real, direito de greve e estabilidade do dirigente sindical. E ainda 1/3 de férias e o aviso prévio proporcional. Sua nota final foi 3,75.

O que diz e que fez

No exercício do governo do estado de São Paulo, Serra é um conservador como suas orientações acerca da política salarial atestam.

Desse modo, suas propostas de elevação do mínimo para R$ 600 e aumento de 10% para aposentados são palavras ao vento de quem quer ganhar a batalha eleitoral a qualquer custo. Que o digam os professores e os policiais civis do estado.
"Se o Serra fosse o presidente do Chile, os mineiros iam ter que pagar pedágio pra sair do buraco".

sábado, 9 de outubro de 2010

Emir Sader: comparar governos Lula e FHC é a melhor campanha

O tema central das eleições deste ano remete a dois projetos de país. Um, posto em prática quando os tucanos-demistas tiveram dois mandatos e o apoio total do grande empresariado, do capital internacional e da velha mídia, para realizar o governo que lhes parecia o melhor para o Brasil. O outro, realizado nestes oito anos, pelo governo Lula, que conta com o maior apoio popular que qualquer governo chegou a ter e a maior hostilidade da velha mídia.

por Emir Sader, em seu blog
Depois de esconder FHC e seu governo, parece que a oposição se arriscará a aceitar a comparação dos anos tucanos com os anos petistas.

Inicialmente os tucanos criticavam o governo Lula e suas políticas sociais como “esmolas” que compravam a consciência dos mais pobres. Quando se deram conta – especialmente depois da derrota em 2006, quando acreditavam que tinha o governo Lula contra as cordas – que a realidade social do país tinha mudado, passaram à cantilena de que os aspectos positivos do governo Lula tinham sido conquistados por eles: tanto a política econômica, como a social – esta supostamente iniciada por Ruth Cardoso.

Nunca se atreveram a tentar provar isso na prática. Na realidade, o Brasil que saiu do governo FHC era mais desigual, mais injusto, mais concentrador de renda e de poder. Além de que havia produzido três crises ao fragilizar a economia, a última das quais foi profunda e prolongada, da qual o Brasil só saiu no governo Lula. Por essa razão, também, no final do seu governo FHC, mesmo contando com toda a imprensa a seu favor, tinha 50,9% de rejeição.

Quando o programa do PT do final do ano passado fez a comparação entre os resultados dos dois governos, veio o pânico nas hostes oposicionistas, sobre o que os esperava na campanha eleitoral. Enquanto um FHC desmoralizado bradava pela necessidade dos tucanos aceitarem a comparação, estes fugiram da raia, e esconderam ao tucano do seu programa eleitoral – ao qual levaram a imagem positiva de Lula.

Agora veremos que mágica conseguem fazer para resgatar FHC, se é que realmente vão fazê-lo. A comparação é tudo o que a campanha da Dilma quer. Ela foi a coordenadora do governo, que teve um sucesso ininterrupto de 5 anos, conquistando 80% de aprovação e apenas 4% de rejeição para Lula. Dilma representa a continuidade e ao aprofundamento das transformações iniciadas nesses 8 anos, que pela primeira vez diminuíram a desigualdade no Brasil.

Esse o grande embate ao que a oposição tenta fugir, buscar outras vias de fazer campanha – com a sórdida utilização de pastores evangélicos explorando os sentimentos conservadores de setores da população – que não a confrontação política. Mas esse é o grande tema. Não porque remeta ao passado, mas porque representa hoje, o mesmo enfrentamento de blocos de forças com os mesmos interesses diferenciados que levaram o Brasil a ser mais injusto na década de 90 e a avançar significativamente na superação das injustiças e das desigualdades na primeira década deste século.
Fortalecido, PCdoB lutará com entusiasmo pela vitória de Dilma

Após reunião nesta sexta-feira (8), a Comissão Política Nacional do PCdoB emitiu resolução em que destaca os resultados do partido no primeiro turno e orienta o coletivo comunista para a próxima missão: lutar para garantir a vitória de Dilma Rousseff no dia 31 de outubro. Confira.
Já está em marcha acelerada o segundo turno da sucessão presidencial. Embora se realize sob novas circunstâncias, ele parte de um resultado sobre o qual a oposição faz tudo para ocultar. Dilma Rousseff venceu o primeiro turno, com quase 47% do total dos sufrágios válidos, mais de 14 milhões de votos à frente do 2º colocado. A aliança liderada por Dilma e pelo presidente Lula conquistou perto de 70% das 513 cadeiras da Câmara dos Deputados e a maioria no Senado Federal. A aliança também elegeu importante elenco de governadores que poderá ser ainda ampliado no segundo turno nos estados. Dilma e os candidatos de sua Coligação venceram o primeiro turno e conquistaram mandatos sob a bandeira da continuidade do legado vitorioso do presidente Lula e do compromisso de realizações ainda maiores no futuro governo. Esta mensagem política foi a grande responsável pela boa colheita que tivemos.


Segundo turno: “guerra política” acirrada

O segundo turno derivou de vários fatores, mas o principal foi a campanha sórdida de mentiras, preconceito e ódio movida pela oposição e grandes veículos da mídia contra Dilma e o presidente Lula. Esta verdadeira “guerra política” que marcou a primeira fase da disputa tende, agora, a se acirrar por um motivo muito simples. A oposição sem bandeiras, sem projeto – uma vez que neoliberalismo é sinônimo de fracasso –, e diante do cheiro de derrota no ar, parte para a conduta antidemocrática do vale-tudo. Tenta obstruir o debate dos grandes temas realizando uma campanha rasteira na qual manipula valores que são caros ao nosso povo.

Afoito com a realização do segundo turno, o campo conservador e neoliberal prosseguirá com o uso de expedientes espúrios. Em vez de um debate democrático em torno de projetos e de ideias, provavelmente repetirá a campanha vazia e dúbia de conteúdos e poluída com promessas demagógicas na sua versão oficial e a outra cheia de baixarias realizada pelo seu braço midiático e pela Internet.

Explicitar o antagonismo dos projetos em disputa

Esta realidade corresponde ao cenário já desenhado no início do ano. A sucessão presidencial se materializa sob a égide de um confronto político duro e difícil que marcará, também, este segundo turno, mas cujo resultado poderá ser, sim, uma terceira vitória do povo, com a eleição de Dilma Rousseff. A vitória está ao alcance da Nação, mas o povo precisa ser alertado e mobilizado para o duro combate que temos pela frente.

Há que se melhorar a campanha e adequá-la aos desafios do segundo turno. Será preciso explicitar com nitidez o significado dos dois projetos em disputa. Duas candidaturas, dois caminhos diferentes e opostos. Ou o Brasil segue trilhando e avançando no caminho vitorioso aberto pelo presidente Lula, com a eleição de Dilma, ou volta ao passado, à rota de fracasso do governo FHC do qual a candidatura Serra é filha e herdeira. Será preciso mais debate e confronto político de projetos para o Brasil. O nosso projeto, como resumiu Dilma, é aquele no qual o Brasil encontrou seu lugar de Nação respeitada no mundo e voltou aos trilhos do desenvolvimento e o seu povo, com a forte política de distribuição de renda e geração de empregos, ganhou mobilidade social e ascensão em qualidade de vida e cidadania. O de Serra é a volta das privatizações, do desemprego, do autoritarismo, da subserviência do país às grandes potências e outros ingredientes da herança maldita do passado neoliberal. Em uma palavra: o confronto do Brasil da prosperidade versus o Brasil do atraso.

Alargar ainda mais a aliança e mobilizar povo e seus movimentos

Ampliar ainda mais a aliança. Buscar o apoio de Marina Silva e de segmentos que a apoiaram. De outras legendas e lideranças de diversos âmbitos da sociedade. Dilma não é candidata apenas de sua legenda, é a líder de ampla aliança partidária, da maioria dos movimentos e lideranças do povo, busca ser a expressão da união da maioria da Nação.

Realizar uma campanha vibrante que faça pulsar a alegria e usufrua da imensa energia do povo, do poder de ação da militância partidária e do diversificado e rico coletivo dos movimentos sociais. Angariar, também, o apoio de expressões e lideranças do mundo da arte, da cultura, da ciência, da intelectualidade, do esporte e das religiões.

Fortalecido pelas urnas, o PCdoB se empenhará pela vitória de Dilma

O PCdoB, reforçado com o resultado positivo que obteve no primeiro turno, participará com entusiasmo e garra pela vitória definitiva de Dilma Rousseff e de seus demais aliados no segundo turno. Agradece a seus eleitores, aliados, amigos e apoiadores, homenageia sua militância, seus candidatos e candidatas que – apesar de uma disputa desigual, do uso do poder do dinheiro – ampliaram a representação parlamentar e o peso eleitoral e político da histórica legenda dos comunistas.

PCdoB obteve boa colheita eleitoral

Desde 2002, o Partido alterou a tática eleitoral, a um só tempo se propôs crescer tanto nas disputas proporcionais à Câmara dos Deputados e demais Casas Legislativas quanto nas disputas majoritárias que regem as eleições ao Senado Federal, a prefeituras e governos estaduais.

Em relação às eleições de 2006 à Câmara dos Deputados cresceu a votação absoluta em 40,83%, somando 2.791.694. Atingiu a porcentagem de 2,85% do total de sufrágios já validados, índice que em 2002 fora de 2,25%. Houve um incremento proporcional em relação a 2006 de 37,08%. Ampliou a bancada de 13 para 15 cadeiras. Destacam-se, neste êxito, seis resultados. Com 6 deputadas eleitas, constituirá proporcionalmente a maior bancada feminina entre as legendas. Manuela D’Ávila reeleita com mais de 482 mil votos, foi a mais votada no Rio Grande do Sul e a campeã de votos entre as mulheres eleitas à Câmara dos Deputados. Também no mesmo Rio Grande, elegemos Assis Melo, grande liderança sindical operária de Caxias do Sul. Luciana Santos, ex-prefeita de Olinda e vice-presidente nacional do PCdoB, conquistou por Pernambuco seu primeiro mandato federal. Aldo Rebelo, reeleito pela sexta vez consecutiva, é uma das mais respeitadas lideranças do Congresso Nacional. E, também, sublinha-se o resultado na Bahia, maior colégio eleitoral do Nordeste, onde conquistou três cadeiras à Câmara dos Deputados e três mandatos estaduais. Nas Assembleias Legislativas, aumentou de 12 para 18 representantes, podendo este número ainda crescer devido a pendências jurídicas.

Em razão do esforço de lançar maior número de candidatos inclusive com sete chapas próprias às Assembleias Legislativas o Partido conseguiu 2.376.886 votos o que corresponde a 2,43% do total, índice que em 2006 fora de 1,57%. Teve neste ano quase 1 milhão de votos a mais que em 2006.

Quarto lugar na votação ao Senado

Quanto ao Senado, em relação a 2002, agora em 2010, o Partido quase dobrou a votação com 12. 561.716 votos, o que corresponde a 7,37% do total, índice que em 2002 fora de 4%. Com este resultado significativo, o PCdoB, entre todas as legendas, foi a quarta mais votada nos votos dados ao Senado Federal. Assim, supera o seu rendimento de 2006 quando ficou em quinto lugar. Elegeu Vanessa Grazziotin, a primeira senadora do estado do Amazonas, o mais importante da Amazônia brasileira. Passou a contar, portanto, com duas cadeiras no Senado. Na jornada ao Senado outras candidaturas do PCdoB merecem reverência, mas destaca-se o grande feito de Netinho de Paula. Mesmo enfrentando uma campanha sórdida de preconceito social e até de racismo empolgou e encantou o povo alcançando 7 milhões e 773 mil votos em São Paulo, o maior colégio eleitoral do país.

Com Flávio Dino, candidato ao governo do Maranhão, o PCdoB inaugurou com brilhantismo sua primeira disputa nesta esfera. A candidatura de Flávio por muito pouco não foi para o segundo turno. Mas, politicamente, sagrou-se vitoriosa. Representa, hoje, naquele estado o novo, o progresso que teve a vitória apenas adiada, mas que em breve vencerá.

Ao final do segundo turno, os comunistas farão um balanço substancial do desempenho de sua legenda.

Este resultado positivo que o PCdoB anuncia com satisfação faz parte de um processo cumulativo que nas eleições seguintes e nas batalhas políticas que estão por vir irão lhe permitir participar com mais influência e possibilidades de maiores vitórias.

Dilma tem tudo para vencer

O PCdoB tem a convicção de que a vitória de Dilma virá. O povo está contente. Orgulha-se do presente e tem confiança no futuro. Não quer a tristeza à sua volta e nem que o passado de fracasso da era FHC volte. O PCdoB, apoiado nesta teimosia do povo brasileiro que insiste em querer ser feliz e alicerçado em seu resultado eleitoral positivo, estará com razão e coração engajado nesta dura “guerra política” que será o segundo turno, mas que o povo mais uma vez vencerá, elegendo Dilma, a primeira mulher presidente de nossa República! Eleita com a bandeira do desenvolvimento, da distribuição de renda e o necessário equilíbrio entre aumento da produção de riquezas e a proteção do meio ambiente, e respeitando os valores culturais e éticos dos trabalhadores e todo o povo.

Comissão Política Nacional do Partido Comunista do Brasil-PCdoB