Por Wagner Gomes, presidente da CTB
O famoso Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) se reúne nestas terça e quarta-feira (28 e 29 de abril) para redefinir a taxa básica de juros (Selic) do país, que continua na inglória posição de campeão mundial da agiotagem. Temos os juros reais mais elevados do planeta, para alegria da oligarquia financeira, sofrimento da indústria, do comércio, da agricultura e sacrifício da economia nacional, que cresce menos, reduz a oferta de emprego.
O famoso Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) se reúne nestas terça e quarta-feira (28 e 29 de abril) para redefinir a taxa básica de juros (Selic) do país, que continua na inglória posição de campeão mundial da agiotagem. Temos os juros reais mais elevados do planeta, para alegria da oligarquia financeira, sofrimento da indústria, do comércio, da agricultura e sacrifício da economia nacional, que cresce menos, reduz a oferta de emprego.
A classe trabalhadora é quem mais sofre com a política conservadora e submissa aos interesses do capital financeiro conduzida pelo Banco Central, tendo à frente o seu presidente, Henrique Meirelles. Trata-se de uma orientação nociva aos interesses nacionais, que deve ser combatida com firmeza e sem meias palavras.
Taxa de juros e emprego
Para os trabalhadores e trabalhadoras, infelizmente a crise não é uma marolinha. As condições do mercado de trabalho estão em franca deterioração, o que fica evidente na evolução da taxa de desemprego, que subiu 0,5% em março para 9%, segundo as estimativas do IBGE. Trata-se de um dos índices mais altos de todo o mundo e esta realidade não está dissociada da política monetária, que na verdade é uma de suas principais causas. Há uma estreita relação entre taxa de juros e a evolução do PIB e do e do nível de emprego.
Cerca de 1 milhão de trabalhadores e trabalhadoras foram acrescentadas ao exército de desempregados desde outubro do ano passado e não é segredo para ninguém que a economia precisa crescer a taxas compatíveis com nossas potencialidades e necessidades para ampliar a oferta de trabalho e absorver o contingente de jovens que ingressam diariamente no mercado de trabalho, somando cerca de 1,5 milhão a cada ano, assim como reduzir o nível de desemprego.
Interesses escusos
Apesar da forte desaceleração da economia e do aumento consequente da taxa de desocupados involuntários, já se nota o movimento obscuro dos pródigos analistas do mercado (sábios midiáticos que não conseguiram enxergar a severa crise do capitalismo iniciada no final de 2007 nos EUA) brandindo o fantasma da inflação para pedir moderação e cautela, o que significa manter a taxa nas nuvens e o desonroso 1º lugar do Brasil no ranking internacional dos juros.
Sob a roupagem de uma linguagem técnica, inacessível ao comum dos mortais, esses analistas mascaram os interesses escusos que estão por trás da política monetária conservadora, que transfere parte substancial do excedente econômico nacional aos credores do Estado, por meio do pagamento dos serviços da dívida pública, que subtrai recursos da saúde, da educação, do esporte, da infra-estrutura e do funcionalismo público. Ostentam uma olímpica indiferença em relação ao sofrimento da classe trabalhadora e só pensam no lucro financeiro que abocanham, lucro parasitário e abusivo.
O movimento sindical brasileiro já demonstrou, mais de uma vez, que rejeita esta orientação e exige respeito aos interesses da maioria nação, das empresas que compõem a chamada economia real e do sofrido povo brasileiro. É hora de promover uma redução drástica da taxa básica de juros, assim como dos spreads bancários, de forma a situá-los em patamares civilizadas. É o anseio e a expectativa dos sindicatos e da classe trabalhadora às vésperas do 1º de Maio.
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