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quinta-feira, 23 de abril de 2009

Centrais rejeitam discriminação e querem ampliar seguro-desemprego de outras categorias

Líderes de centrais sindicais voltaram a reivindicar nesta quarta-feira a extensão da ampliação das parcelas seguro-desemprego para outros setores e ramos da economia que também sofreram cortes expressivos nas vagas desde dezembro. Em reunião com ministro do Trabalho, Carlos Lupi, os representantes dos trabalhadores apresentaram uma lista de atividades produtivas afetadas que não foram contempladas com a ampliação do prazo do benefício para sete meses, entre eles frigoríficos e a indústria de calçados.

Em fevereiro, o Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) anunciou a ampliação dos prazos mínimo (de três para cinco meses) e máximo (cinco para sete meses) do seguro para 42 setores em 16 estados, contemplando cerca de 103,7 mil trabalhadores.

Em nota divulgada no dia 16 de fevereiro, a CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) condenou a restrição do benefício e a discriminação das categorias contempladas pelo Ministério do Trabalho. Na opinião do presidente da Central, Wagner Gomes, a ampliação do prazo do seguro-desemprego deve ser estendida a todas as categorias, sem exceções.

Outra integrante da lista é a indústria metalúrgica - já contemplada, mas estranhamente só em São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina e Amazonas. As centrais pedem que o setor também seja beneficiado nos outros Estados, onde a categoria também sofre com as demissões. A próxima reunião do Codefat será no dia 15 de maio. Leia abaixo a íntegra da nota da CTB sobre o tema:

Discriminação na concessão do seguro-desemprego é inaceitável

A CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) considera inaceitável a intenção de restringir a ampliação do prazo do seguro-desemprego de cinco para sete meses a algumas categorias cujo mercado de trabalho está sendo relativamente mais afetado pela recessão exportada dos EUA. A dilatação do tempo em que o trabalhador (a) demitido (a) pode usufruir o benefício é bem vinda, é necessária e ajuda a enfrentar os efeitos da crise, tanto do ponto de vista social, amenizando os efeitos perversos do desemprego para as famílias assalariadas, quanto econômico, ao contribuir para sustentar, em certa medida, o consumo popular e a demanda em queda.

Discriminar categorias de trabalhadores é, porém, injustificável, ainda mais quando se sabe que o patrimônio do Fundo de Amparo ao Trabalhador ascende a centenas de bilhões de reais, de forma que o gasto com seguro-desemprego é relativamente insignificante. Além disto, mesmo tendo recuado significativamente nos dois últimos anos, o tempo médio em que o trabalhador e, principalmente, a trabalhadora permanecem desocupados nas metrópoles brasileiras é altíssimo, ficando em torno de 12 meses em São Paulo e ultrapassando 16 meses na Bahia.

A CTB, como outras centrais sindicais, defende a ampliação do seguro-desemprego para 10 meses para todas as categorias de trabalhadores, assim como o aumento do valor do benefício, sem exclusões ou discriminações, de forma a que nos aproximemos dos padrões mais avançados verificados em países como Alemanha e França. Esperamos que, em nome do bom senso, da igualdade e da universalização dos direitos sociais, o Ministério do Trabalho e Emprego e o Condefast reconsiderem a idéia de limitar a ampliação do prazo do benefício, que deve ser estendido, sem discriminação, ao conjunto da classe trabalhadora, inclusive os que não estão no mercado formal de trabalho.

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