Obama pede aumento de orçamento para ações contra Cuba
Apesar da crise orçamentária que assola a Casa Branca, o presidente Barack Obama solicitou um aumento dos fundos para as operações de seu governo contra Cuba durante o ano fiscal de 2012.
O projeto de orçamento federal para tal período, que terá início em 1º de outubro de 2011, aumenta em mais de quatro milhões de dólares as verbas destinadas no último ano a essas ações, ou seja, um acréscimo de 34%, segundo documentos oficiais.
Esses fundos estão destinados a fortalecer o trabalho da Seção de Interesses dos Estados Unidos em Havana (SINA) e o Escritório de Assuntos Cubanos, que dirige a política em relação à Cuba a partir do Departamento de Estado, em Washington, assinala o site cubamoneyproject.org.
No total, para as operações de ambas as instituições em 2012 seriam destinados US$ 11,742 milhões, montante superior ao assinalado para o ano atual, que ultrapassa US$ 8,735 milhões, compara o meio digital do jornalista e professor norte-americano Tracey Eaton.
Do aumento de mais de US$ 4 bilhões solicitados para 2012, de acordo com a documentação publicada por cubamoneyproject.org, as carteiras da SINA receberiam US$ 1,08 milhão e o Escritório de Assuntos Cubanos em Washington, US$ 3,06 milhões.
Os detalhes estão na argumentação da proposta do Orçamento do governo federal estadunidense previsto para 2012, documento submetido pela administração Obama ao congresso em 4 de fevereiro.
É significativo que numa época de cortes orçamentários — inclusive a Casa Branca propôs a eliminação ou redução de verbas de ajuda ao exterior —, se solicite um aumento para financiar as operações de Washington em Cuba.
Ao longo dos anos, o governo cubano tem denunciado com insistência ao papel que joga a SINA na execução da política e das ações subversivas contra a ilha.
Em mais de uma ocasião, as autoridades de Havana desclassificaram materiais e outras evidências para validar tais acusações.
Entre as atividades denunciadas estão a coordenação, o monitoramento e financiamento de organizações subversivas, a par de outras atividades hostis, como foi revelado recentemente no documentário cubano Os Peões do Império.
O filme revela os testemunhos de dois agentes da Segurança do Estado cubana, que se infiltraram nos grupúsculos contrarrevolucionários, e revelam os vínculos estreitos entre essas organizações e a SINA.
Em outros gastos relacionados com programas subversivos contra Cuba, o orçamento incluiria US$ 30,5 milhões de dólares para as emissoras anti-cubanas Radio e TV Martí, tal como detalha o documento sob leitura no congresso.
A administração Obama também propõe gastar US$ 20 milhões em 2012 nos chamados "programas para fomentar a democracia em Cuba", principalmente por meio da agência governamental USAID, com o objetivo expresso de forçar uma "mudança de regime" em Cuba.
Desde 1996, essa agência gastou pelo menos US$ 140 milhões em tais programas, assinalou o jornalista Eaton em outro artigo.
A nota, publicada pelo cubamoneyproject.org, aponta que o Departamento de Estado pede esses grandes aumentos nos gastos relacionados com Cuba enquanto solicita um aumento global para suas finança de apenas 1% e propõe cortes drásticos em outros instrumentos.
No total, o dinheiro publicamente solicitado pela Casa Branca ao Capitólio, para financiar suas políticas contra Cuba durante 2012 se eleva a US$ 62,24 milhões de dólares, somando os valores destinados à SINA, ao Escritório em Washington, à USAID e à Radio/TV Martí.
Resta conhecer outros possíveis orçamentos, ainda etiquetados com o selo de "Secreto".
Fonte: Prensa Latina
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