1º de Maio unificado reúne 200 mil pessoas em São Paulo
O ato público organizado pela CTB, UGT e NCST em comemoração ao Dia Internacional dos Trabalhadores reuniu, segundo os organizadores, cerca de 200 mil pessoas na Avenida São João, centro de São Paulo. O evento homenageou o piloto Ayrton Senna e o mártir do movimento sindical, Santo Dias, operário assassinado em 1979 durante uma greve em São Paulo.
Além de shows artísticos, o ato contou com a presença de de Vivyane Senna, irmã do piloto de Fórmula 1, Ayrton Senna, ministro Carlos Lupi, dos deputados federais Aldo Rebelo e Ciro Gomes, além do presidente do PCdoB Renato Rabelo, diversas lideranças políticas e sindicais.
Redução da jornada
Em seu discurso, Wagner Gomes, presidente da CTB, lembrou a origem do 1º de Maio e o seu significado para os trabalhadores. “Hoje é um dia muito significativo para os trabalhadores do mundo, pois marca a data em que os operários foram assassinados nos Estados Unidos por lutarem pela redução da jornada de trabalho de 12 para 8 horas diárias, sem redução de salários.”
Wagner Gomes disse que as centrais resolveram homenagear Ayrton Senna e a CTB decidiu dedicar o 1º de Maio ao sindicalista Santo Dias por terem sido pessoas que lutaram em defesa da classe trabalhadora. “Estamos homenageando um operário que foi morto há 30 anos atrás, pois se Santo Dias estivesse vivo, certamente ele estaria aqui no meio de nós, pois sabia que a luta não pode parar. Nossa luta aconteceu ontem, acontece hoje e vai acontecer todos os dias”, conclui Wagner Gomes.
José Calixto, presidente da NCST, defendeu a unidade de todos os trabalhadores para enfrentar as conseqüências da cirse financeira que tem reduzido os postos de trabalho. “Quero agradecer todos que estão aqui, não apenas para assistir os shows, mas também para ouvir suas lideranças sindicais que estão unidas nesse ato em homenagem a todos os trabalhadores”.
Ricardo Patah, presidente da UGT, disse que a homenagem ao piloto Ayrton Senna é devido a sua coragem e determinação que sempre inspiraram os trabalhadores brasileiros, e ao Santo Dias por ter sido um homem de luta que deu a sua vida para que os trabalhadores tivessem direito de se organizar e defender os seus direitos. “Precisamos seguir esses exemplos de coragem e determinação e nos manter unidos para impedir que os trabalhadores sejam colocados na rua pelos patrões”.
Defesa do emprego
O Ministro do Trabalho e do Emprego, Carlos Lupi, também participou do evento unificado das centrais. “Hoje é um dia muito importante, pois os trabalhadores do mundo conquistaram esse feriado para fazer suas reivindicações, para se solidarizar com seus sindicatos”, disse o ministro.
Lupi afirmou que o mundo vive uma crise que não foi criada por nenhum trabalhador, por nenhum brasileiro. “É uma crise que vem de fora, criada por aqueles que acreditavam serem espertos para ganhar dinheiro fácil. Infelizmente, o Brasil também está sofrendo as conseqüências dessa crise”, afirmou.
Para o ministro, o Brasil está dando uma resposta para o mundo, pois está numa situação econômica diferente de outras épocas, com reserva financeira de mais de 200 bilhões de dólares e a inflação controlada.
Lupi convocou os trabalhadores para se organizarem nos sindicatos, resistindo a qualquer negociação que reduza salário. “Os trabalhadores precisam manter a organização em seus sindicatos, em suas centrais. Aqui estão três das principais centrais brasileiras, a CTB, UGT e NCST.Quero deixar uma mensagem para que os trabalhadores participem da luta e mobilizações em defesa do salário e do emprego, pois o trabalhador não ganha nada de mão beijada, todas as conquistas foram na luta, no trabalho e na organização social”, concluiu.
No final da sua fala, o ministro assinou o certificado reconhecendo que as três centrais sindicais ultrapassaram a meta de 5% do total de sindicalizados no Brasil, exigida pela legislação. A CTB já atingiu 6.12%, sendo a quarta central mais representativa do país.
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