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terça-feira, 10 de março de 2009

Inflação em baixa é mais uma forte razão para reduzir os juros

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve se reunir nos próximos dias 10 e 11 (terça e quarta-feira) sob uma dupla pressão pare reduzir, e substancialmente (mais de um ponto percentual), a taxa básica de juros (Selic). De um lado, as centrais sindicais estão convocando manifestações em várias capitais; de outro, os sinais de desaceleração dos preços das mercadorias, que em alguns casos configura deflação, também reforçam a luta dos sindicalistas por juros menores.

Afinal, o fantasma da inflação é desde sempre o pretexto dos monetaristas liderados por Henrique Meirelles para manter, no Brasil, as mais altas taxas de juros reais do planeta. Os preços estão bem comportados e foram derrubados pela crise econômica internacional e em países abatidos pela recessão (como EUA, Japão, Inglaterra, Alemanha, França, Espanha, entre outros) o perigo maior não é de inflação, mas do seu contrário, a depressão, que significa queda generalizada dos preços.

Um dígito

A nova estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado para traçar as metas de política monetária, recuou de 4,66% para 4,57% em uma semana, de acordo com informações do boletim Focus, publicação semanal do Banco Central (BC) que reflete as previsões de analistas de mercado para os principais indicadores da economia.

A expectativa para a taxa básica de juros (Selic) foi mantida em 10,25% no final do ano. Nesta terça (10) e quarta-feira (11), o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) se reúne para definir a taxa que vigorará nos próximos 45 dias. O mercado financeiro já trabalha com a expectativa de que os juros nominais fechem o ano com apenas um dígito (abaixo de 10%), nível que seria histórico para os padrões brasileiros.

Pressão social

A Selic, hoje em 12,75% ao ano, pode ter seu movimento de queda acelerado. Porém, isto depende também da intensificação do processo de mobilização e pressão social, que pode unir os sindicatos a setores do empresariado associados ao setor produtivo, caso da indústria e do comércio.

Os dados da produção industrial divulgados na última sexta-feira (6) promoveram uma migração das expectativas de corte da Selic, de 1 para 1,5 ponto percentual. Estão confirmadas as estimativas de aceleração no ritmo de queda, a Selic cairá, segundo analistas, para 11,25% ao ano a partir desta quarta-feira.

As centrais e outras entidades sindicais - confederações, federações e sindicatos – devem realizar manifestações em todo País pela redução dos juros. Nos dias 10 e 11 ocorrerão vários atos, inclusive um acampamento às 16h, no dia 10, em frente ao Banco Central, na Av. Paulista.

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