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segunda-feira, 9 de novembro de 2009

SP: Campo popular e progressista quer marchar junto em 2010

Uma reunião que pode ser considerada histórica na cena política de São Paulo aconteceu nesta segunda-feira (9), na sede do PDT, na capital paulista, reunindo representantes de nove partidos do campo popular e progressita que, juntos, concordaram em iniciar desde já as articulações para que possam estar juntos na disputa de 2010, tendo como adversário principal o campo da direita hegemonizado pelo PSDB.
A reunião contou com a participação de lideranças do PT, PCdoB, PSB, PDT, PRB, PSL, PSC, PTN e PPL. Entre os representantes partidários, estavam vários deputados estaduais representando suas bancadas na Assembléia Legislativa de São Paulo, presidentes estaduais das legendas, o senador Aloisio Mercadante (PT), o deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT), anfitrião do encontro, e o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini.

A reunião emitiu uma nota (veja a íntegra no final desta matéria) que estabelece como um dos objetivos do grupo o de "elaborar uma agenda política comum, nos próximos meses, de sorte a fortalecer o campo agora constituído no Estado".

A nota foi assinada pelos partidos presentes à reunião, com exceção do PTN e PPL (Partido Pátria Livre, formado recentemente), que ainda precisam consultar suas direções.

A nota diz ainda que reconhece a existência de pleitos e nomes respeitáveis nos partidos representados na reunião, "os quais, unificados num programa em comum, poderão contribuir para uma vitória do campo popular no Estado, seja nos cargos majoritários, como nas chapas proporcionais".

Unidade inédita

Segundo Nádia Campeão, presidente estadual do PCdoB, que representou o partido na
reunião junto com o deputado estadual Pedro Bigardi, esta é a primeira vez que os
partidos do campo popular e progressista unem-se em torno de uma agenda política-
eleitoral comum com tanta antecedência. "No histórico das articulações político-
eleitoriais no Estado, os partidos sempre lançavam seus candidatos antes e
negociavam apoios depois. Agora, temos uma novidade importante, que é antecipação
destas articulações, que pode desaguar numa unidade inédita deste campo no estado
de São Paulo", informou Nádia ao Vermelho.

Segundo a dirigente comunista, a união destas forças é fundamental para enfrentar a
hegemonia da direita tucana que governa São Paulo desde 1995.

Nádia lembrou que uma primeira experiência de união destas forças ocorreu na disputa
pela prefeitura de São Paulo em 2008 e agora pode se repetir e se ampliar. A
representante do PCdoB fez questão de frisar que não foram apresentados nem
debatidos nomes para a disputa e houve concordância entre os participantes de que
as pré-candidaturas presidenciais de Dilma Rousseff (PT) e Ciro Gomes (PSB) são
candidaturas legítimas, respeitáveis e identificadas com este campo popular.

Fóruns constituídos

Na reunião, decidiu-se criar três grupos pluripartidários para encaminhar as
articulações pré-leitorais. Um grupoo será constituído pelas lideranças dos partidos na
Assembléia Legislativa, outro grupo reunirá os presidentes estaduais de cada legenda
e um terceiro grupo constituirá um fórum para promover reuniões, consultas e eventos
com o objetivo de debater questões programáticas e preparar uma plataforma comum
de propostas para a disputa de 2010.

Os participantes da reunião também concordaram em incluir partidos como o PTB, o PP e o PR nestas conversas. Representantes destes partidos devem receber convites para participar dos próximos encontros.

Solidariedade à ex-prefeita Erundina

A reunião emitiu ainda uma nota de solidariedade à ex-prefeita de São Paulo e atual deputada federal Luiza Erundina (PSB). Ela foi condenada pela justiça paulista a pagar uma multa de R$ 350 mil à Prefeitura de São Paulo por causa da publicação, durante sua gestão como prefeita, de um comunicado que tratava da paralisação de ônibus entre os dias 14 e 15 de março de 1989.

Um grupo de políticos e intelectuais prepara para a noite desta segunda-feira um jantar beneficente em homenagem a Erundina. A festa ocorre em um tradicional hotel da capital paulista e tem o objetivo de arrecadar recursos para ajudar a deputada a pagar a multa. Segundo assessores, Erundina já penhorou um apartamento e dois carros, mas ainda não conseguiu chegar ao valor total da multa.


Veja abaixo a íntegra da nota dos partidos:


Reunidos na sede do PDT, a convite do Deputado Federal Paulinho da Força, presidente estadual da legenda, os partidos políticos e lideranças que subscrevem esta nota, se dirigem à sociedade de São Paulo para manifestar o seguinte entendimento:

1. Reafirmar o apoio às conquistas políticas, sociais, econômicas e culturais alcançadas nos últimos 7 anos, no País, sob a liderança do Presidente Lula, e reiterar a importância estratégica de dar continuidade às transformações em curso.

2. Elaborar uma agenda política comum, nos próximos meses, de sorte a fortalecer o campo agora constituído no Estado.

3. Enunciar pontos programáticos, sintonizados com o projeto nacional, capazes de convergir para uma plataforma alternativa para o Governo do Estado.

4. Reconhecer a existência de pleitos e nomes respeitáveis nos partidos aqui representados, os quais, unificados num programa em comum, poderão contribuir para uma vitória do campo popular no Estado, seja nos cargos majoritários, como nas chapas proporcionais.

São Paulo, 9 de novembro de 2009.

PDT
PT
PSB
PCdoB
PRB
PPL
PSC

Um comentário:

  1. A cada rodada das pesquisas- vamos aguardar as próximas do Datafolha, Sensus e Ibope) vai ficando claro que se o governo não tiver duas candidaturas da base aliada, corre serio risco do candidato da oposição se eleger no primeiro turno. Parece, que os partidos do campo progressista, começam reconhecer este fato.O PT vem jogando duro porque teme o crescimento de Ciro e, se ele passar a frente de Dilma nas pesquisas, ele pode atrair aliados e sair da dependência do apoio do governo. O risco do governo não é Ciro ser candidato- candidatura que na pratica vai ajudar o governo levando a eleição para o segundo turno- o perigo é Ciro ganhar da Dilma no primeiro turno.Logo, o desafio do PT, é manter a candidatura de Ciro sob controle até a data de formalização das alianças.

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