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segunda-feira, 5 de março de 2012

Auricchio demite GCMs que lutam por melhores salários

Sindicalista diz que exoneração ocorreu por conta de perseguição e para evitar crescimento de movimento contra o governo de S.Caetano

O prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PTB), demitiu dois GCMs (Guardas Civis Municipais), sendo um deles (Nilton Taveira) presidente do Singuarda (Sindicato das Guardas) de São Caetano, Mauá e Ribeirão Pires. A informação é que ainda tramitam na Prefeitura outros 15 processos, que também podem gerar a exoneração dos profissionais.


Nilton Taveira avalia que o prefeito quer impedir o crescimento de um movimento na cidade por melhores salários e condições de trabalho. “A administração usa de perseguição para evitar o crescimento da mobilização contra a Prefeitura. Até em paralisação os guardas já vinham falando”, afirmou Taveira.

O funcionário público exonerado afirma ainda que não poderia ter sido demitido, porque desde o dia 17 de janeiro está de licença médica concedida pelo INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social). “Sofri tanta perseguição no governo, que tive problemas psicológicos e fui afastado pelo médico”, afirmou.

O presidente do Singuarda disse que entrará na Justiça para pedir sua reintegração ao cargo. “Meu advogado entrará com um mandado de segurança contra a Prefeitura”, disse.

O GCM Taveira era um dos maiores críticos ao salário-base da Guarda de São Caetano, que hoje é de R$ 289,37, ou seja, menor que o mínimo estabelecido no Brasil (R$ 620). A inconstitucionalidade nos valores é alvo de investigação do Ministério Público do Trabalho. Em 2006, durante uma greve da categoria, a Justiça também deu um prazo de cinco anos para a Prefeitura regularizar a situação, prazo que terminou em 2011. O salário dos GCMs só chega a R$ 1.730,16 por conta de uma série de adicionais, bonificações, gratificações e o risco de vida de R$ 810.

Taveira afirmou que a categoria tem recebido muitas punições, o que complica o prontuário dos guardas. Nas últimas semanas, o prefeito Auricchio abriu vários processos contra os GCMs. A Prefeitura confirma que existem processos instaurados para avaliar o comportamento dos guardas, mas não informou a quantidade. O Singuarda fala em 15.

A categoria acusa o governo de promover retaliações, que geraram o afastamento por problemas de saúde de 30 dos 400 profissionais. Os GCMs reclamam também de suposto favorecimento do comando da corporação em concursos internos e moveram até ação na Justiça, que resultou em recente sentença favorável aos reclamantes.

O secretário de Segurança da Prefeitura de São Caetano, Moacyr Rodrigues, informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que as demissões foram feitas apenas após a conclusão de processo administrativo por faltas graves. De acordo com a Secretaria, os servidores exonerados tiveram a possibilidade de ampla defesa. Em nota oficial, a Secretaria disse desconhecer tanto a informação de que o guarda Nilton Taveira seja um sindicalista quanto ao teor das denúncias mencionadas.

Fonte: ABCDMAIOR

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