Veículos e linha branca puxam atividade industrialSetores foram favorecidos pela redução do IPI, mas dinamismo dessas áreas não foi suficiente para impulsionar expressivamente a produção.
O crescimento de 0,3% da produção industrial na passagem de junho para julho, feitos os ajustes sazonais, foi sustentada pelas altas observadas na fabricação de veículos e de produtos da linha branca, setores favorecidos pela redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), afirmou o gerente da coordenação de indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), André Luiz Macedo.
O reforço da atividade nesses segmentos, contudo, não foi suficiente para aumentar de forma mais expressiva a produção da industrial geral diante da queda em outros setores.
Segundo o IBGE, apenas 12 de 27 ramos industriais pesquisados apresentaram crescimento da produção de junho para julho, com os ajustes sazonais. Para Macedo, o desempenho geral da indústria em julho foi de apenas “ligeiro” avanço.
Na passagem de junho para julho, feitos os ajustes sazonais, a fabricação de veículos automotores aumentou 4,9%. O resultado ajudou a produção de bens de consumo duráveis a subir 0,8% em julho.
“Os segmentos favorecidos pela redução do IPI - de veículos e linha branca - mostram comportamento diferenciado em relação ao que observávamos antes. Com isso, houve um ligeiro ganho [de 0,3%], na margem, da série [da indústria geral]”, afirmou Marcedo.
A respeito da fabricação de mobiliário, que caiu 3,1% entre junho e julho, apesar da redução do IPI, o especialista do IBGE destacou que o setor, que integra o grupo de bens de capital e bens duráveis, teve contribuições diferentes em cada categoria de uso. Houve aumento na produção de móveis para escritório, que entram em bens de capital, mas queda na produção de móveis para uso residencial, como armários de cozinha, que entram em bens de consumo duráveis, observou.
A produção de bens de capital subiu 1% entre junho e julho, descontando-se os efeitos sazonais. No período junho-julho, os bens de capital acumularam alta de 2,3%, enquanto os bens duráveis registraram alta de 5,6%.
Os bens intermediários subiram 0,5% em julho na comparação com junho, na série com ajuste sazonal. No mesmo período, os bens de consumo semi e não duráveis caíram 0,6%.
“Essas duas categorias de uso ainda sofrem com a presença de produtos importados no mercado doméstico“, disse Macedo, segundo o qual, a importação tem afetado os setores de metalurgia básica, têxtil e vestuário.
A produção de metalurgia básica, que compõe os bens intermediários, caiu 0,8% entre junho e julho, feitos os ajustes sazonais. Na mesma base de comparação, os segmentos de têxtil e vestuário caíram 1,9% e 1,6%, respectivamente.
Fonte: Valor Econômico
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