Brasil estuda criar programa de reciclagem de veículos
"Estamos conversando com o poder público para que criem regras e um sistema de reciclagem veicular. Somos o quarto maior mercado do mundo e não temos uma legislação e um programa que indique o que será feito com o carro velho", diz Flávio Meneghetti, presidente da Fenabrave.
Além dos benefícios ambientais, interessa à Fenabrave uma medida de incentivo à renovação da frota, pois isso levaria a uma alta nas vendas de carros novos.
"Aquece o mercado de novos e o de usados. Os ganhos são inúmeros, incluindo a redução da poluição, aumento da segurança no trânsito e a geração de renda com a contratação de pessoas e a compra de máquinas para o processo", defende Meneghetti.
Frota velha
A frota nacional de carros tem idade média de 12 anos. Ao contrário de alguns países, no Brasil, quanto mais antigo é o carro, mais benefícios governamentais ele têm, como a isenção de impostos como o IPVA.
Já a situação dos caminhões é ainda mais preocupante, segundo Alarico Assumpção, vice-presidente da Fenabrave e especialista no mercado de pesados. A idade média da frota é de 14 anos.
"Há caminhões com mais de 40 anos ainda ´trabalhando´. "São veículos em situação precária e perigosa", aponta Assumpção.
A criação de leis que regulamentaram a reciclagem na Argentina, por exemplo, permitiu a implantação de um programa do Cesvi (Centro de Experimentação e Segurança Viária) do país. A iniciativa reduziu o furto e o roubo de veículos na região da grande Bueno Aires em 70%.
No Europa, a legislação sobre o tema está mais avançada e há unidades para o tratamento dos carros fora de uso em países como a Espanha.
Fonte: Folha de S. Paulo
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