Livro mostra Cuba sem as manipulações da mídia dominante
Dois autores investigam o estágio do desenvolvimento humano em Cuba e tentam entender as razões que levam às campanhas negativas constantemente levantadas pelos grandes grupos de comunicação. Hideyo Saito e Antonio Gabriel Haddad estão lançando "Cuba Sem Bloqueio: a revolução cubana e seu futuro, sem as manipulações da mídia dominante".
Lembra o material de divulgação da obra, editada pela Radical Livros, que qualquer fato contrário à revolução cubana merece destaque na chamada grande imprensa mas, contrariamente, notícias favoráveis à revolução são ignoradas.
Como exemplos, os autores citam o episódio a divulgação pela Unesco dos resultados de duas pesquisas comparativas sobre o ensino na América Latina, uma de 1997 e outra de 2007: a grande imprensa brasileira abriu um bom espaço para falar sobre o desempenho do Brasil, mas não mencionou que os estudantes cubanos ficaram em primeiro lugar em ambas.
Ainda sobre o mesmo tema, lembram que a revista Veja entrevistou o pedagogo e economista Martin Carnoy, que estava no Brasil para lançar o livro “A vantagem acadêmica de Cuba: por que seus alunos vão melhor na escola”, e conseguiu não falar absolutamente nada sobre o ensino cubano.
Por outro lado, exemplificam o caso de um ato do grupo dissidente Damas de Branco, que reuniu dez pessoas em Havana e foi chamada de capa de O Estado de S. Paulo. Qual outra manifestação desse reduzido tamanho mereceria tal tratamento?
Casos como esses se multiplicam. Por isso, o título do livro alude a uma Cuba “sem bloqueio”, referindo-se, neste caso, ao bloqueio de informação correta sobre o país, erguido pelos oligopólios da comunicação. É devido a esse bloqueio que a realidade de Cuba continua pouco conhecida entre nós. Para furar esse “bloqueio informativo”, os autores pesquisaram tanto em fontes cubanas como estrangeiras.
Nos 12 capítulos da obra que resultou da intensa pesquisa, o jornalista Hideyo Saito e o especialista Antonio Gabriel Haddad contrapõem o processo de construção social popular que procura enfrentar as muitas consequências de dificuldades políticas e econômicas de toda ordem às infindáveis agressões e obstáculos criados pelas potências dominantes.
O livro mostra como a mobilização popular no país move cubanos de todos os estratos sociais a participar livremente das discussões em torno do projeto de aperfeiçoamento do socialismo no país, por vezes com grande acuidade crítica. Essa efervescência, contam os autores, se reflete em conversas particulares, em assembleias, em obras artísticas, em publicações acadêmicas especializadas ou na mídia local.
“Cuba Sem Bloqueio” frisam Haddad e Saito, não fala sobre um paraíso terrestre. Mas levanta em alto e bom som a questão: “Quantos países capitalistas exibem uma sociedade razoavelmente harmônica, sem concentração de riqueza, sem miséria, sem fome, sem analfabetismo, sem violência social e sem crianças abandonadas”, como a de Cuba?
Uma possível resposta está em sua introdução, quando cita Noam Chomsky: “O que é intolerável para essa mídia (‘o verdadeiro crime de Cuba’) são os êxitos cubanos, que podem servir de exemplo para povos de países subdesenvolvidos”.
Fonte: Rede Brasil Atual
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