Os Cinco Cubanos e as decisões da juíza americana Lenard
O processo contra os cinco antiterroristas cubanos detidos nos Estados Unidos teve um novo capítulo em 2011, quando depois da libertação de René González, uma decisão judicial o obrigou a permanecer na Flórida sob "liberdade supervisionada".
Por Yeanny González Peña, da Prensa Latina
Por decisão da juíza Joan Lenard, da Flórida, González, preso desde 1998, deverá passar os próximos três anos de sua vida nesse país, separado de sua família e em risco de sofrer represálias por parte das organizações que ajudou a combater.
González deixou o cárcere de Marianna, Flórida, em 7 de outubro, e segundo o ditame judicial, "está proibido de se associar-se com ou visitar lugares específicos onde se sabe que estão ou frequentam indivíduos ou grupos tais como terroristas, membros de organizações que propugnam a violência ou figuras do crime organizado".
Um de seus advogados defensores, Richard Klugh, rechaçou o castigo adicional que deve cumprir González e afirmou que se trata de uma circunstância única, determinada de forma arbitrária.
O defensor estadunidense reiterou que este é um caso atípico na história judicial de seu país, onde permanecem encarcerados também Gerardo Hernández, Antonio Guerrero, Fernando González e Ramón Labañino, por monitorar ações contra Cuba de grupos terroristas radicados em Miami.
Os Cinco, como são conhecidos mundialmente, foram presos em 1998, e depois de um arbitrário julgamento, no qual a promotoria não pôde provar as imputações contra eles, foram sancionados a penas desmesuradas.
O processo começou no ano 2000 e terminou sete meses depois, pelo que foi considerado como o julgamento mais longo nos Estados Unidos.
O principal acusado, Gerardo Hernández, foi condenado a duas penas perpétuas, mais 15 anos de privação de liberdade.
Antonio Guerrero, depois de ser sentenciado, cumpre 21 anos e 10 meses de prisão (e cinco anos de liberdade condicional); Ramón Labañino, 30 anos; e Fernando González, 17 anos, mais nove meses de liberdade supervisionada.
Um amplo movimento mundial reclama a liberdade e o regresso a Cuba da cada um deles.
Mobilizações, colocação de cartazes em importantes cidades do planeta, solicitações pela libertação ao presidente estadunidense, Barack Obama, e um crescente uso das redes sociais para defender a causa dos Cinco são algumas das ações mais frequentes.
Em um colóquio realizado no final de ano na oriental província cubana de Holguín, mais de 300 delegados de 50 países lembraram incrementar as atividades para reclamar a Washington a liberdade total e incondicional dos antiterroristas e romper o silêncio midiático imposto.
Também demandaram o direito de seus familiares aos visitar, particularmente os casos de Adriana Pérez e Olga Salanueva, esposas de Gerardo e René, respectivamente, a quem o governo norte-americano tem negado de forma reiterada o visto para visitarem seus cônjuges.
A pacifista norte-americana Cindy Sheehan, cujo filho Casey morreu no Iraque quando integrava o exército de ocupação estadunidense, denunciou nesse foro o silêncio dos grandes meios de comunicação sobre o caso, e pediu a todos que divulgassem essa realidade.
"Emissoras de rádio e televisão não só calam a verdade sobre esses lutadores, senão que também promovem propaganda negativa a respeito de Cuba, o que é necessário combater", afirmou.
Assim, líderes religiosos do Conselho das Igrejas Cristãs dos Estados Unidos demandaram dias depois – durante sua visita a Havana – a revisão das condenações, e consideraram que o tema é um dos principais obstáculos para o melhoramento das relações bilaterais.
Por sua vez, o presidente do Parlamento cubano, Ricardo Alarcón, assinalou que se a René lhe ocorresse algo, seria responsabilidade do governo estadunidense.
Explicou que Os Cinco foram culpados "só de não ter dito às autoridades norte-americanas que na realidade eram cubanos que tinham ido lá a cumprir a difícil missão de vigiar a grupos terroristas, e tratar de descobrir seus planos contra seu povo".
"A forma em que trataram aos colegas para que não pudessem atuar contra os terroristas é a melhor prova de que Cuba tem tido uma necessidade de defender em frente a um terrorismo incessante", esgrimiu, em relação com o "direito à paz, a vida e a segurança pessoal".
Provas suficientes indicam que enquanto os antiterroristas Gerardo, Ramón, Fernando, Antonio e René seguem sendo vítimas do confuso processo, setores da comunidade anticubana de Miami continuam conspirando para cometer atos violentos no continente.
Para Antonio González, presidente de Southwest Voter Registration Education Project, organização de latinos nos Estados Unidos, "as ações contra Os Cinco aprofundaram a diferença entre observância dos valores americanos de equidade, contra prática de tolerância ou impunidade para quem praticam o terrorismo".
Enquanto os cinco cubanos continuam cumprindo severas penas, os responsáveis pelos ataques terroristas contra a ilha continuam impunes, sem que nenhum dos governos que passaram pela Casa Branca manifestasse sua vontade de remediar essa injustiça.
O processo contra os cinco antiterroristas cubanos detidos nos Estados Unidos teve um novo capítulo em 2011, quando depois da libertação de René González, uma decisão judicial o obrigou a permanecer na Flórida sob "liberdade supervisionada".
Por Yeanny González Peña, da Prensa Latina
Por decisão da juíza Joan Lenard, da Flórida, González, preso desde 1998, deverá passar os próximos três anos de sua vida nesse país, separado de sua família e em risco de sofrer represálias por parte das organizações que ajudou a combater.
González deixou o cárcere de Marianna, Flórida, em 7 de outubro, e segundo o ditame judicial, "está proibido de se associar-se com ou visitar lugares específicos onde se sabe que estão ou frequentam indivíduos ou grupos tais como terroristas, membros de organizações que propugnam a violência ou figuras do crime organizado".
Um de seus advogados defensores, Richard Klugh, rechaçou o castigo adicional que deve cumprir González e afirmou que se trata de uma circunstância única, determinada de forma arbitrária.
O defensor estadunidense reiterou que este é um caso atípico na história judicial de seu país, onde permanecem encarcerados também Gerardo Hernández, Antonio Guerrero, Fernando González e Ramón Labañino, por monitorar ações contra Cuba de grupos terroristas radicados em Miami.
Os Cinco, como são conhecidos mundialmente, foram presos em 1998, e depois de um arbitrário julgamento, no qual a promotoria não pôde provar as imputações contra eles, foram sancionados a penas desmesuradas.
O processo começou no ano 2000 e terminou sete meses depois, pelo que foi considerado como o julgamento mais longo nos Estados Unidos.
O principal acusado, Gerardo Hernández, foi condenado a duas penas perpétuas, mais 15 anos de privação de liberdade.
Antonio Guerrero, depois de ser sentenciado, cumpre 21 anos e 10 meses de prisão (e cinco anos de liberdade condicional); Ramón Labañino, 30 anos; e Fernando González, 17 anos, mais nove meses de liberdade supervisionada.
Um amplo movimento mundial reclama a liberdade e o regresso a Cuba da cada um deles.
Mobilizações, colocação de cartazes em importantes cidades do planeta, solicitações pela libertação ao presidente estadunidense, Barack Obama, e um crescente uso das redes sociais para defender a causa dos Cinco são algumas das ações mais frequentes.
Em um colóquio realizado no final de ano na oriental província cubana de Holguín, mais de 300 delegados de 50 países lembraram incrementar as atividades para reclamar a Washington a liberdade total e incondicional dos antiterroristas e romper o silêncio midiático imposto.
Também demandaram o direito de seus familiares aos visitar, particularmente os casos de Adriana Pérez e Olga Salanueva, esposas de Gerardo e René, respectivamente, a quem o governo norte-americano tem negado de forma reiterada o visto para visitarem seus cônjuges.
A pacifista norte-americana Cindy Sheehan, cujo filho Casey morreu no Iraque quando integrava o exército de ocupação estadunidense, denunciou nesse foro o silêncio dos grandes meios de comunicação sobre o caso, e pediu a todos que divulgassem essa realidade.
"Emissoras de rádio e televisão não só calam a verdade sobre esses lutadores, senão que também promovem propaganda negativa a respeito de Cuba, o que é necessário combater", afirmou.
Assim, líderes religiosos do Conselho das Igrejas Cristãs dos Estados Unidos demandaram dias depois – durante sua visita a Havana – a revisão das condenações, e consideraram que o tema é um dos principais obstáculos para o melhoramento das relações bilaterais.
Por sua vez, o presidente do Parlamento cubano, Ricardo Alarcón, assinalou que se a René lhe ocorresse algo, seria responsabilidade do governo estadunidense.
Explicou que Os Cinco foram culpados "só de não ter dito às autoridades norte-americanas que na realidade eram cubanos que tinham ido lá a cumprir a difícil missão de vigiar a grupos terroristas, e tratar de descobrir seus planos contra seu povo".
"A forma em que trataram aos colegas para que não pudessem atuar contra os terroristas é a melhor prova de que Cuba tem tido uma necessidade de defender em frente a um terrorismo incessante", esgrimiu, em relação com o "direito à paz, a vida e a segurança pessoal".
Provas suficientes indicam que enquanto os antiterroristas Gerardo, Ramón, Fernando, Antonio e René seguem sendo vítimas do confuso processo, setores da comunidade anticubana de Miami continuam conspirando para cometer atos violentos no continente.
Para Antonio González, presidente de Southwest Voter Registration Education Project, organização de latinos nos Estados Unidos, "as ações contra Os Cinco aprofundaram a diferença entre observância dos valores americanos de equidade, contra prática de tolerância ou impunidade para quem praticam o terrorismo".
Enquanto os cinco cubanos continuam cumprindo severas penas, os responsáveis pelos ataques terroristas contra a ilha continuam impunes, sem que nenhum dos governos que passaram pela Casa Branca manifestasse sua vontade de remediar essa injustiça.
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