Especialista em pesquisas faz previsões sombrias para Serra
O cientista político Alberto Carlos de Almeida, sócio-diretor do Instituto Análise e autor do livro “A Cabeça do Eleitor”, está distribuindo para seus clientes uma análise, em inglês, com previsões catastróficas para a campanha do candidato tucano, José Serra. Para Almeida, que já foi visto como muito próximo aos tucanos, a candidata do PT, Dilma Rousseff, tende a vencer a eleição no primeiro turno e por uma lavada de votos em relação a Serra – uma vantagem de 15 a 20 pontos percentuais.
Na análise distribuída aos seus clientes, Almeida faz carga contra a estratégia de marketing de Serra. Para ele, repete os mesmos erros da campanha do tucano Geraldo Alckmin em 2006 contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (a equipe de comunicação das duas campanhas é a mesma, liderada pelo jornalista Luiz Gonzalez). Em 2006, segundo pesquisas feitas pelo Instituto Análise, Alckmin era visto pelos eleitores como o mais experiente, o mais preparado para o cargo e o mais comprometido em resolver os problemas da saúde pública. Mesmo assim, perdeu, por uma margem de 20 pontos, a eleição para Lula porque o presidente era visto como o candidato que entendia os problemas dos pobres e iria aumentar a capacidade de consumo.
O mesmo padrão de imagem dos candidatos, segundo a análise de Almeida, está se repetindo agora na eleição de 2010. Serra é percebido como mais preparado e experiente do que Dilma e também como o mais empenhado com a questão da saúde. Mas a petista teria adquirido a imagem imbatível de que é a candidata que vai colocar mais dinheiro no bolso dos eleitores.
Arko Device: Dilma tem potencial para chegar a quase 70% dos votos
Em outro estudo, disponibilizado nesta segunda-feira (9), a respeitada consultoria política, Arko Advice, fez uma análise sobre até que ponto o presidente Lula consegue transferir seus votos para sua candidata, Dilma Rousseff.
Para calcular o potencial de transferência de voto do presidente Lula, a Arko Advice analisou o que Lula conseguiu transferir para ele mesmo em 2006 quando disputou a reeleição. "Importante frisar que dificilmente Lula conseguirá transferir para a sua candidata 100% do seu prestígio, já que não conseguiu nem para si este feito em 2006", adverte a consultoria.
Em agosto daquele ano, segundo pesquisa Ibope (7 a 9 de agosto), Lula tinha 46% das intenções de voto. Nesse mesmo período, 56% dos eleitores afirmavam que aprovavam o seu governo. Ou seja, a cada 1,21 eleitor que aprovava seu governo, 1 votou no presidente.
Hoje, de acordo com a última pesquisa Ibope (2 a 5 de agosto), 85% dos eleitores aprovam o governo Lula. Assim, no melhor cenário possível onde ele consiga transferir todo o seu prestígio para Dilma, ele chegaria a 69,82% dos votos. Considerando que Dilma tem, segundo o mesmo levantamento, 39% dos votos, ela ainda tem potencial para conquistar mais 30% dos votos. Vale ressaltar que, de acordo com último levantamento do Datafolha, 24% dos eleitores ainda não sabem quem é a candidata do presidente.
Ainda de acordo com essas projeções, Dilma ainda tem potencial para crescer em todas as regiões do País. No Nordeste, por exemplo, onde a aprovação do governo atinge 91%, Dilma pode sair dos atuais 46% para 81,24% em um cenário onde Lula consiga transferir para ela todo seu prestígio.
Até mesmo nas regiões Sul e Sudeste, onde José Serra (PSDB) é mais forte, ainda há espaço para crescimento.
Na avaliação da Arko, Lula ainda não atingiu seu limite de transferência. Ela ainda tem potencial para crescer mais considerando que: 1) o governo tende a continuar bem avaliado; 2) Lula deve envolver-se ainda mais na campanha; 3) Dilma terá mais tempo de TV do que Serra; 4) Desde que começou a campanha, Dilma tem apresentado melhor performance nas pesquisas; e 5) Dilma recebe mais doações que Serra.
"No que pese a imprevisibilidade de qualquer eleição, este quadro reforça nossa avaliação sobre o favoritismo de Dilma", diz a empresa de consultoria.
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