Carta Capital revela conexões paulistas do panetone do DF
Um "novelo" que conduz "de Brasília até o governo estadual paulista e a prefeitura da capital" é descrito na reportagem As ramificações do panetone, de Gilberto Nascimento, que está na revista Carta Capital que chegou às bancas nesta sexta-feira (4). Duas empresas citadas na Operação Caixa de Pandora, têm contratos com a prefeitura paulistana de José Serra-Gilberto Kassab que somam R$ 106,9 milhões.
Sem arriscar uma previsão sobre "o poder de contaminação dos escândalos da administração José Roberto Arruda (DEM) na aliança PSDB-DEM", a revista aponta algumas preferências empresariais partilhadas pelos governos de Arruda, José Serra e Gilberto Kassab.
"A Uni Repro Serviços Tecnológicos, empresa apontada em gravações como responsável por repasses de dinheiro ao subsecretário de Saúde e presidente do PPS do Distrito Federal, Fernando Antunes, mantém 35 contratos com o governo do Estado de São Paulo, no valor total de R$ 38 milhões".
A Uni Repro, conforme o levantamento de Nascimento, presta serviços às secretarias paulistas da Saúde, Educação, Esportes e Direitos da Pessoa com Deficiências, e ainda ao Instituto Florestal, Sabesp, Nossa Caixa, Metrô, CDHU (companhia habitacional) e CPTM (ferroviária). Na prefeitura administrada por Kassab (DEM), o jornalista levantou contratos no valor de R$ 48,1 milhões, entre 2006 e 2009, a começar pelo fornecimento de serviços de fotocópia à Secretaria da Saúde.
"Outra empresa citada no esquema do DEM em Brasília, a Call Tecnologia, também presta serviços à Prefeitura de São Paulo e recebeu, de fevereiro de 2006 até novembro deste ano, R$ 58,8 milhões", prossegue a Carta Capital. "Sairam dos cofres da Prefeitura de São Paulo, no total, R$ 106,9 milhões para duas empresas envolvidas no escândalo", constata. As conexões incluem ainda a Amplus e a InfoEducacional.
Castelo de Areia
A reportagem-denúncia menciona ainda o relatório da Polícia Federal sobre a Operação Castelo de Areia – "investigação sobre denúncias de evasão de divisas e lavagem de dinheiro envolvendo diretores da Construtora Carargo Correia". Cita "remessas de dinheiro possivelmente feitas ao Palácio dos Bandeirantes, em 30 de setembro de 1996, no total de US$ 45 mil". E ainda anotações de "um suposto pagamento" de US$ 15 mil, em 14 de setembro de 1998, "a Aloysio Nunes Ferreira, hoje chefe da Casa Civil do governo Serra" (e candidato preferencial do governador à sua própria sucessão em 2010).
Outras ramificações da Castelo de Areia atingem o presidente da Câmara, deputado Michel Temer (PMDB), em São Paulo, e os Diretórios do PT e PMDB no Pará. A revista ilunina ainda o papel saliente do PPS-DF no 'Mensalão do DEM': conforme os vídeos que documentam o escândalo brasiliense, a Uni repro "é apontada como responsável por repasses de dinheiro ao subsecretário de Saúde (do governo Arruda) e presidente do PPS do Distrito Federal".
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