Blog Tradução

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Movimento sindical subestima importância da comunicação

A necessidade do movimento sindical investir na comunicação para ampliar a intervenção dos trabalhadores e trabalhadoras na sociedade, e o envolvimento ativo nos debates das pré-conferências municipais e estaduais que antecedem a I Conferência Nacional de Comunicação, foram as principais preocupações nos debates I Encontro de Comunicação da CTB, realizado nos dias 7 e 8 de maio, em São Paulo.

O Encontrou reuniu jornalistas, assessores de imprensa e diretores de comunicação de entidades sindicais da Bahia, Minas Gerais, Distrito Federal, Pernambuco e Rio de Janeiro, que apresentaram experiência inovadoras, debateram princípios, repensaram práticas de comunicação, discutiram estratégias no uso das novas tecnologias e defenderam propostas alternativas que contribuem com o propósito da Secretaria de Comunicação da CTB de elevar a qualidade e potencializar sua intervenção nos Estados.

Durante o evento, João Batista Lemos, secretário adjunto de Relações Internacionais da CTB, afirmou: “É preciso ganhar as lideranças dos sindicatos e da CTB para priorizar a comunicação e destinar ao setor os recursos necessários para desenvolver a luta de idéias contra a mídia capitalista”. A observação, feita por João Batista Lemos, secretário adjunto de Relações Internacionais da CTB.

Os jornalistas Altamiro Borges e Sergio Gomes realizaram palestra no último dia do Encontro.

Quarto poder

Altamiro Borges analisou a concentração de poder da mídia capitalista, oligopolizada, com os jornalões, revistas semanais e redes de TV concentradas nas mãos de cinco famílias e praticando um jornalismo parcial, superficial, elitista e subordinado aos interesses da classe dominante. “É uma mídia extremamente reacionária e com grande capacidade de interferência na sociedade”, ressaltou

O jornalista lembrou que os meios de comunicação cumprem papel central na circulação de informações, idéias e na formação de valores, mas apesar do caráter público que possuem, estão concentrados nas mãos de poucos, sem a participação democrática da sociedade. "A mídia não se limita à divulgação de informações, mas também contempla a cultura e o entretenimento, formando um grande conglomerado. A mídia já foi chamada de quarto poder, hoje ela é o poder atrelado ao capitalismo. É o poder vinculado ao poder de Estado”, concluiu.I

Conferência Nacional de Comunicação

Altamiro Borges disse que as direções sindicais precisam valorizar a comunicação, alertando para a importância dos sindicalistas se envolverem nos debates das pré–conferências municipais e estaduais que antecedem a 1ª Conferência Nacional de Comunicação, convocada para ocorrer os dias 1, 2 e 3 de dezembro de 2009.

Para ele, o movimento sindical ainda não percebeu a importância de participar ativamente das etapas regionais e estaduais, embora todos saibam que a grande mídia é um dos principais entraves para os movimentos sociais. “Os empresários já estão se preparando para o embate que vai ocorrer, principalmente em torno da concessão pública para exploração de serviços de rádio e TVs, e a legalização dasnas rádios comunitárias. O jogo na será pesado”, avaliou.

"A Conferência Nacional de Comunicação será o espaço que os trabalhadores e os movimentos sociais terão para apresentar e defender suas propostas de diretrizes para democratizar as políticas de comunicação no Brasil”, concluiu Altamiro Borges.

Foco

O jornalista Sergio Gomes, fundador da Oboré, apresentou um relato escrito da sua experiência na formação de uma rede de rádios do movimento sindical dos trabalhadores e trabalhadoras rurais, organizados na Contag.

“Os programas foram concebidos para que a direção da Contag pudesse “costurar” sua relação com os Sindicatos e Federações de Trabalhadores Rurais. A experiência foi um exemplo único no Brasil e na América Latina de uma comunicação sindical sistêmica, sonora, vivenciada através de uma rede de parceria e cooperação e de absoluto respeito às realidades regionais e locais”, disse.

Sergio Gomes lembrou que os jornalões impressos estão perdendo leitores e suas notícias não influênciam mais a opinião pública, como ocorreu nas eleições passadas no Brasil. “Muitos dos grandes jornais estão reduzindo suas edições, outros estão falindo, enquanto outras formas de comunicação ganham maior espaço na sociedade, como a internet. Hoje todos têm um celular que pode receber notícias, fotografar, gravar, enviar um torpedo. A tecnologia ampliou a forma de transmitir e receber informações"Para o jornalista, as pessoas sabem o que deve ser feito e o que precisa ser feito, mas se sentem impotentes diante das inúmeras dificuldades para fazer as transformações necessárias.

"Para mudar as coisas é preciso ter foco. O rádio é fundamental em qualquer projeto de divulgação com o objetivo de atingir a população carente de informação, que precisa ser mobilizada para participar dos processos de mudança no local onde vivem", concluiu Sergio Gomes.

Fortalecer a Comunicação da CTB

Após os debates estimulados pela intervenção dos jornalistas Altamiro Borges e Sergio Gomes, o secretário de Imprensa e Comunicação, Rogério Nunes, organizou uma rede nacional de colaboradores que estará conectada na para potencializar a comunicação da CTB.

“Ao encerrar o I Encontro de Comunicação da CTB fica a certeza de que estamos avançando no debate sobre a comunicação no movimento sindical e que vamos aprimorar a comunicação da CTB. Também fica a convicção de que, com a contribuição de todos os profissionais e sindicalistas, nos vamos ampliar a luta classista pela democratização dos meios de comunicação no Brasil", concluiu Rogério Nunes.

Todas as contribuições dos participantes do I Encontro de Comunicação serão sistematizadas e apresentadas à dirireção da CTB.

Nenhum comentário:

Postar um comentário