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quarta-feira, 24 de julho de 2013

Entidades cobram investigação da Globo por sonegar impostos  
  
globo sonega.jpg45895A polêmica em torno da sonegação fiscal milionária por parte da Rede Globo ganhou um novo capítulo no dia 16 de julho: o Ministério Público do Distrito Federal acatou ao pedido de apuração criminal preliminar, entregue por entidades como o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC).

O caso, cujas primeiras denúncias foram de autoria de Miguel do Rosário, autor do blog O Cafezinho, foi distribuído para um procurador responsável, em procedimento iniciado na segunda-feira (15). Segundo os documentos divulgados, a Globo deveria mais de R$600 milhões à Receita Federal, referentes ao valor de impostos sonegados na compra dos direitos de transmissão da Copa do Mundo de 2002, acrescido de multa e juros.

Para Rosane Bertotti, do FNDC, a decisão de investigar o caso foi acertada, já que a Globo é uma empresa como qualquer outra e deve respeitar as leis do país. “A Globo, por ter certa autonomia para investigar e denunciar, tem obrigação ainda maior de ser transparente e obedecer as políticas brasileiras”, afirma.

Ela ressalta que a empresa concentra cerca de 70% da verba publicitária do Governo, o que sinaliza, além da corrupção inerente à sonegação, uma grave falha ética: “Além da publicidade oficial, não podemos esquecer que a Globo opera em cima de uma concessão pública. Por isso, a investigação é tão necessária e, se os delitos forem comprovados, deve acarretar consequências sérias”.

A secretária-geral do Barão de Itararé, Renata Mielli, também avalia que o papel desempenhado pela Globo gera ainda mais responsabilidade para a empresa. “Não só a Globo, mas os grandes veículos de comunicação constantemente fazem denúncias que, na verdade, tornam-se acusações a ponto de derrubarem figuras públicas sem, sequer, apresentarem provas”, comenta.

Mielli celebra o fato de o MP ter acatado ao pedido das entidades, já que dificilmente as denúncias relacionadas à grande mídia surtem grandes efeitos: “Geralmente as denúncias que mostram falhas e crimes praticados pelos grandes grupos de comunicação são ignorados solenemente pelo Congresso, pela Justiça e pelos próprios veículos”, sublinha. “Nesse caso específico, o MP mostrou coragem para apurar o caso e esperamos que, dependendo das conclusões, as devidas sanções sejam aplicadas”.

Por sua vez, Igor Felippe, coordenador de comunicação do MST, opina que a denúncia e a investigação vêm em boa hora, já que a sociedade brasileira vive momento de efervescência política. “É a hora de aproveitarmos que a juventude está nas ruas para cobrarmos e protestarmos contra a Globo, diz. Para ele, “A Globo é inimiga do povo brasileiro, pois apoiou a ditadura, foi sustentáculo do regime militar, elegeu Collor contra Lula em 1989, escondeu a luta pelas Diretas Já e ataca sistematicamente todas as políticas públicas de governos progressistas desde a eleição de Lula”.

De acordo com reportagem da Agência Brasil, o Ministério Público tem prazo de 90 dias, prorrogáveis pelo mesmo período, para realizar a apuração. Caso haja indícios criminais suficientes, será aberto inquérito, e se não houver, o caso será arquivado.

A matéria ainda destaca que o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro informou, em nota, acompanhar o caso desde 2005 e que não pediu abertura de inquérito policial por impeditivos legais relativos à restituição de valores fiscais. O órgão também confirmou o extravio de documentos ligados ao caso por Cristina Maris Meinick Ribeiro, servidora da Receita Federal. A Globo alega já ter quitado seus débitos, apesar de não comprovar o pagamento da multa milionária. Em nota, a empresa também afirmou desconhecer a motivação de Cristina Ribeiro, que teria agido por conta própria, para dar fim às evidências.

Fonte: Barão de Itararé com informações da Agência Brasil

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