Há três anos, em Junho de 2010, por uma necessidade dos metalúrgicos classistas, antes ligados à CSC – Corrente Sindical Classista, que não se sentiam representados pela CNM-CUT e nem pela CNTM-FS, fundou-se um importante instrumento de luta política e sindical dos metalúrgicos em nosso país: a FITMETAL Brasil - Federação Interestadual de Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil.
Surge na batalha política
Com uma base de aproximadamente 400 mil trabalhadores e lideranças atuantes em oito estados (MG,RJ,RS,BA,SP,MA, PE e AM) a Fitmetal foi fundada com cerca de 400 metalúrgicos, no mesmo dia em que se realizou a exitosa 2ª Conclat, no estádio do Pacaembu com 30 mil sindicalistas de todo o Brasil.
No seu manifesto aprovado na solenidade da fundação, a Fitmetal delineou, como princípio fundamental, a defesa da “bandeira da unidade, da combatividade e da luta dos trabalhadores e trabalhadoras, sobretudo dos metalúrgicos e metalúrgicas do Brasil”.
A entidade já surgiu participando da luta política: no congresso de fundação aprovou a eleição da presidenta Dilma Rousseff e orientou todos os sindicatos filiados durante a campanha, em continuidade ao ciclo antineoliberal e desenvolvimentista iniciado por Lula em 2003. Sob a égide da luta internacionalista filiou-se de imediato à FSM – Federação Sindical Mundial.
Ressalte-se que neste mesmo ano logramos grande êxito ao eleger como deputado federal o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul (RS), Assis Melo, o que veio reforçar nossa luta mais geral incluindo o parlamento.
Unidade e Luta
Como uma entidade plural e democrática, a Fitmetal está aberta a qualquer sindicato de metalúrgicos do país que aprove sua carta de princípios. A maioria de seus sindicatos filiaram-se à CTB – Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, a partir de 2008, mas participam também sindicatos filiados à CSB – Central de Sindicatos do Brasil (antes participantes da CGTB) e independentes.
Nestes anos temos defendido a soberania nacional, mais democracia e um novo projeto nacional de desenvolvimento com valorização do trabalho, geração de emprego, melhor distribuição de renda e incorporação dos setores sociais historicamente marginalizados da sociedade. As tarefas centrais dos sindicatos filiados são as de combater a sede de lucros dos patrões, a precarização das condições de trabalho, a rotatividade de mão de obra, a luta contra terceirização, pelo fim do fator previdenciário, pelo contrato coletivo nacional de trabalho para o ramo metalúrgico para eliminar disparidades de salários hoje existentes entre os diversos polos metalúrgicos do país. Defendemos também a redução da jornada de trabalho sem redução de salário, pelo direito de greve e a favor da livre manifestação dos trabalhadores por local de trabalho, entre outras bandeiras.
A entidade tem em seu horizonte político sindical a busca da conquista da hegemonia neste ramo industrial importantíssimo para a economia nacional. A Fitmetal é bastante representativa nos setores automotivo, naval, eletroeletrônico, siderúrgico e bens de capital e dirige o maior sindicato de metalúrgicos de cinco estados: Minas Gerais (Betim), Rio de Janeiro (Capital), Rio Grande do Sul (Caxias), Bahia (Camaçari) e Maranhão (São Luís). Há que mencionar o papel dos sindicatos de Jaguariuna e Itatiba, na região de Campinas, pela grande ajuda em nossas lutas. Mas ao todo, representa metalúrgicos de 23 sindicatos e quatro oposições sindicais: São Caetano do Sul, Campinas e São José dos Campos em SP e na base sindical de Pernambuco.
O balanço do período é muito positivo
Nestes últimos três anos foram muitas as atividades que a Federação organizou: oito seminários nacionais, todos de grande importância. Cito dois deles: um sobre os setores automotivo, naval, siderúrgico e eletroeletrônico em março de 2011, que reuniu em Salvador-BA 180 trabalhadores de 30 sindicatos de 17 estados. Outro foi sobre a política de industrialização do país com valorização do trabalho, em Brasília,no auditório Nereu Ramos, na Câmara Federal em setembro de 2011. Realizamos um PES – Planejamento Estratégico Situacional, em novembro de 2012. O último seminário ocorreu nos dias 28 e 29/05 em São Paulo, para capacitar os dirigentes sindicais ligados à Fitmetal na área de Comunicação. A entidade participou de diversos eventos internacionais no que diz respeito ao mundo do trabalho na Grécia, Nicarágua, México, Chipre, Cuba, e no Brasil (Fórum Social Mundial). Entre os eventos realizados aqui no Brasil e no exterior chega a mais de 100 inserções da Fitmetal em seminários, congressos, manifestações de ruas, atos unitários, greves, eleições sindicais (14), conferências, audiências públicas, cursos de formação. Neste artigo não dá prá relacionar e detalhar todos. Mas no caso das eleições sindicais destacamos nossa participação como oposição em São José dos Campos, onde obtivemos 44% do total de votos e arrancamos uma bela vitória na maior empresa, a GM, com 64% de aprovação dos sócios. Quero me referir também sobre dois eventos unitários: passeata em São Paulo (agosto de 2011) com 80 mil trabalhadores contra os juros altos e pelo fortalecimento da indústria nacional e a Marcha das Centrais em Brasília em março de 2013
Direção firme e comprometida
Este profícuo trabalho realizado até aqui teve e tem o apoio decisivo de valorosos combatentes operários de oito estados, muitos com formação marxista, que expressam suas visões classistas no dia a dia e dão alento e perspectiva de avanços ainda maiores. Destaco aqui o papel da atual executiva da Fitmetal que vem conduzindo e orientando as ações da entidade, nas figuras de Marcelino Rocha (presidente), Wallace Paz, Aurino Pedreira, Eremi Melo, José Avelino (Chinelo), Igor Tiago, José Salvino (Buiú), Raimunda Leone, Leandro Clodoveu, Alberto Nascimento, Narcisio Penido e modestamente também o Joel Batista.
Novos desafios
A relevância da Fitmetal, ao atuar de forma ampla, politizada e firme nos princípios levou-a a ganhar destaque e protagonismo na UIS Metal – entidade internacional do ramo metalúrgico ligada à Federação Sindical Mundial. O 2º Congresso da UIS Metal será nos dias 24 a 26 de outubro de 2013, no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro e o Sindmetal RJ será o anfitrião e a Fitmetal, juntamente com a CTB, ajudará na coordenação do evento nos aspectos políticos e organizacionais, que terá a participação de delegados de 25 países. Hoje a UIS Metal conta com dois brasileiros ligados a Fitmetal, os companheiros Francisco Silva (BA) e Eremi Melo (RS). Muito provavelmente a Fitmetal jogará papel de maior importância nesta entidade internacional de metalúrgicos classistas após o congresso. Por falar em CTB, diversos dirigentes da Fitmetal assumirão postos importantes nas CTBs estaduais, nos congressos que estão sendo realizados como preparação do 3º Congresso Nacional, em São Paulo, nos dias 22 a 24 de agosto de 2013.
Passados três anos da existência da entidade podemos aquilatar melhor a justeza da decisão tomada em 2010. Hoje existe integração maior dos metalúrgicos classistas em todo o país e o nosso time avança.
Joel Batista é metalúrgico ferramenteiro, membro da executiva nacional da Fitmetal. Integra a Secretaria Sindical Nacional do PCdoB.
Surge na batalha política
Com uma base de aproximadamente 400 mil trabalhadores e lideranças atuantes em oito estados (MG,RJ,RS,BA,SP,MA, PE e AM) a Fitmetal foi fundada com cerca de 400 metalúrgicos, no mesmo dia em que se realizou a exitosa 2ª Conclat, no estádio do Pacaembu com 30 mil sindicalistas de todo o Brasil.
No seu manifesto aprovado na solenidade da fundação, a Fitmetal delineou, como princípio fundamental, a defesa da “bandeira da unidade, da combatividade e da luta dos trabalhadores e trabalhadoras, sobretudo dos metalúrgicos e metalúrgicas do Brasil”.
A entidade já surgiu participando da luta política: no congresso de fundação aprovou a eleição da presidenta Dilma Rousseff e orientou todos os sindicatos filiados durante a campanha, em continuidade ao ciclo antineoliberal e desenvolvimentista iniciado por Lula em 2003. Sob a égide da luta internacionalista filiou-se de imediato à FSM – Federação Sindical Mundial.
Ressalte-se que neste mesmo ano logramos grande êxito ao eleger como deputado federal o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul (RS), Assis Melo, o que veio reforçar nossa luta mais geral incluindo o parlamento.
Unidade e Luta
Como uma entidade plural e democrática, a Fitmetal está aberta a qualquer sindicato de metalúrgicos do país que aprove sua carta de princípios. A maioria de seus sindicatos filiaram-se à CTB – Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, a partir de 2008, mas participam também sindicatos filiados à CSB – Central de Sindicatos do Brasil (antes participantes da CGTB) e independentes.
Nestes anos temos defendido a soberania nacional, mais democracia e um novo projeto nacional de desenvolvimento com valorização do trabalho, geração de emprego, melhor distribuição de renda e incorporação dos setores sociais historicamente marginalizados da sociedade. As tarefas centrais dos sindicatos filiados são as de combater a sede de lucros dos patrões, a precarização das condições de trabalho, a rotatividade de mão de obra, a luta contra terceirização, pelo fim do fator previdenciário, pelo contrato coletivo nacional de trabalho para o ramo metalúrgico para eliminar disparidades de salários hoje existentes entre os diversos polos metalúrgicos do país. Defendemos também a redução da jornada de trabalho sem redução de salário, pelo direito de greve e a favor da livre manifestação dos trabalhadores por local de trabalho, entre outras bandeiras.
A entidade tem em seu horizonte político sindical a busca da conquista da hegemonia neste ramo industrial importantíssimo para a economia nacional. A Fitmetal é bastante representativa nos setores automotivo, naval, eletroeletrônico, siderúrgico e bens de capital e dirige o maior sindicato de metalúrgicos de cinco estados: Minas Gerais (Betim), Rio de Janeiro (Capital), Rio Grande do Sul (Caxias), Bahia (Camaçari) e Maranhão (São Luís). Há que mencionar o papel dos sindicatos de Jaguariuna e Itatiba, na região de Campinas, pela grande ajuda em nossas lutas. Mas ao todo, representa metalúrgicos de 23 sindicatos e quatro oposições sindicais: São Caetano do Sul, Campinas e São José dos Campos em SP e na base sindical de Pernambuco.
O balanço do período é muito positivo
Nestes últimos três anos foram muitas as atividades que a Federação organizou: oito seminários nacionais, todos de grande importância. Cito dois deles: um sobre os setores automotivo, naval, siderúrgico e eletroeletrônico em março de 2011, que reuniu em Salvador-BA 180 trabalhadores de 30 sindicatos de 17 estados. Outro foi sobre a política de industrialização do país com valorização do trabalho, em Brasília,no auditório Nereu Ramos, na Câmara Federal em setembro de 2011. Realizamos um PES – Planejamento Estratégico Situacional, em novembro de 2012. O último seminário ocorreu nos dias 28 e 29/05 em São Paulo, para capacitar os dirigentes sindicais ligados à Fitmetal na área de Comunicação. A entidade participou de diversos eventos internacionais no que diz respeito ao mundo do trabalho na Grécia, Nicarágua, México, Chipre, Cuba, e no Brasil (Fórum Social Mundial). Entre os eventos realizados aqui no Brasil e no exterior chega a mais de 100 inserções da Fitmetal em seminários, congressos, manifestações de ruas, atos unitários, greves, eleições sindicais (14), conferências, audiências públicas, cursos de formação. Neste artigo não dá prá relacionar e detalhar todos. Mas no caso das eleições sindicais destacamos nossa participação como oposição em São José dos Campos, onde obtivemos 44% do total de votos e arrancamos uma bela vitória na maior empresa, a GM, com 64% de aprovação dos sócios. Quero me referir também sobre dois eventos unitários: passeata em São Paulo (agosto de 2011) com 80 mil trabalhadores contra os juros altos e pelo fortalecimento da indústria nacional e a Marcha das Centrais em Brasília em março de 2013
Direção firme e comprometida
Este profícuo trabalho realizado até aqui teve e tem o apoio decisivo de valorosos combatentes operários de oito estados, muitos com formação marxista, que expressam suas visões classistas no dia a dia e dão alento e perspectiva de avanços ainda maiores. Destaco aqui o papel da atual executiva da Fitmetal que vem conduzindo e orientando as ações da entidade, nas figuras de Marcelino Rocha (presidente), Wallace Paz, Aurino Pedreira, Eremi Melo, José Avelino (Chinelo), Igor Tiago, José Salvino (Buiú), Raimunda Leone, Leandro Clodoveu, Alberto Nascimento, Narcisio Penido e modestamente também o Joel Batista.
Novos desafios
A relevância da Fitmetal, ao atuar de forma ampla, politizada e firme nos princípios levou-a a ganhar destaque e protagonismo na UIS Metal – entidade internacional do ramo metalúrgico ligada à Federação Sindical Mundial. O 2º Congresso da UIS Metal será nos dias 24 a 26 de outubro de 2013, no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro e o Sindmetal RJ será o anfitrião e a Fitmetal, juntamente com a CTB, ajudará na coordenação do evento nos aspectos políticos e organizacionais, que terá a participação de delegados de 25 países. Hoje a UIS Metal conta com dois brasileiros ligados a Fitmetal, os companheiros Francisco Silva (BA) e Eremi Melo (RS). Muito provavelmente a Fitmetal jogará papel de maior importância nesta entidade internacional de metalúrgicos classistas após o congresso. Por falar em CTB, diversos dirigentes da Fitmetal assumirão postos importantes nas CTBs estaduais, nos congressos que estão sendo realizados como preparação do 3º Congresso Nacional, em São Paulo, nos dias 22 a 24 de agosto de 2013.
Passados três anos da existência da entidade podemos aquilatar melhor a justeza da decisão tomada em 2010. Hoje existe integração maior dos metalúrgicos classistas em todo o país e o nosso time avança.
Joel Batista é metalúrgico ferramenteiro, membro da executiva nacional da Fitmetal. Integra a Secretaria Sindical Nacional do PCdoB.
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