Mercosul: maior e mais forte
Os conservadores, como sempre, criticam. Em um editorial
intitulado “Mercosul de boina vermelha”, o jornal O Estado de S. Paulo
condenou a admissão da Venezuela como membro pleno do Mercosul que, assegura o
jornalão paulista, “diminuiu politicamente” com a decisão tomada pelos
presidentes Dilma Rousseff, Cristina Kirchner (Argentina), José Mujica (Uruguai)
e Hugo Chávez (Venezuela) na cúpula extraordinária do bloco realizada ontem (31)
em Brasília.
Mais uma vez, entretanto, os conservadores erram e
colocam-se na contramão da história. Há muito a comemorar com a entrada plena da
Venezuela no Mercosul. O bloco cresceu e passa a ser a quinta maior economia do
mundo, com um PIB de US$ 3,3 trilhões (atrás apenas dos EUA, China, Japão e
Alemanha). Sua população somada alcança 284 milhões de pessoas que participam de
um mercado interno que fortalece sua capacidade de consumo como efeito de
políticas sociais cujo resultado é retirar milhões de pessoas da situação de
pobreza e integrá-las à economia formal.
A integração da Venezuela ao
bloco é um resultado, certamente inesperado pelos conservadores, da deposição do
presidente constitucional Fernando Lugo, no Paraguai, no golpe de Estado de 22
de junho. A reação imediata das nações da América do Sul foi a suspensão aquele
país do Mercosul e da Unasul (União de Nações Sul-Americanas), abrindo assim a
oportunidade para a admissão da Venezuela, decisão tomada em 2006 mas desde
então travada pela negativa do Senado paraguaio, dominado pela oligarquia aliada
ao imperialismo estadunidense, em aprovar a medida.
Com um PIB de US$
345 bilhões (dez vezes maior que o paraguaio, que é de US$ 33 bilhões) e uma
população de 29 milhões de habitantes (quatro vezes maior que a paraguaia, de
6,5 milhões), a incorporação da Venezuela significa um fortalecimento do
Mercosul indesejado pelos conservadores na região e principalmente pelo
imperialismo estadunidense.
Não é apenas um fortalecimento físico ou
econômico, mas sobretudo geopolítico. Abrangendo um território de 12,7 milhões
de km², a área do Mercosul agora se estende do Caribe à Patagônia, ampliando a
capacidade produtiva dos países do bloco.
Afinal, desmentindo a torcida
negativista dos críticos, os vinte anos de existência do Mercosul se traduziram
num vigoroso incremento dos vínculos comerciais entre os países membros: em 1990
o comércio regional ficou em US$ 4,1 bilhões; em 2011 chegou a US$ 104,9
bilhões. Isto é, um crescimento superior a 25 vezes! Com a entrada da Venezuela
a previsão é de um volume ainda maior no intercâmbio, com resultados favoráveis
para todos os países membros.
Fonte: Editorial Vermelho
Nenhum comentário:
Postar um comentário