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quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Mercosul: maior e mais forte

Os conservadores, como sempre, criticam. Em um editorial intitulado “Mercosul de boina vermelha”, o jornal O Estado de S. Paulo condenou a admissão da Venezuela como membro pleno do Mercosul que, assegura o jornalão paulista, “diminuiu politicamente” com a decisão tomada pelos presidentes Dilma Rousseff, Cristina Kirchner (Argentina), José Mujica (Uruguai) e Hugo Chávez (Venezuela) na cúpula extraordinária do bloco realizada ontem (31) em Brasília.

Mais uma vez, entretanto, os conservadores erram e colocam-se na contramão da história. Há muito a comemorar com a entrada plena da Venezuela no Mercosul. O bloco cresceu e passa a ser a quinta maior economia do mundo, com um PIB de US$ 3,3 trilhões (atrás apenas dos EUA, China, Japão e Alemanha). Sua população somada alcança 284 milhões de pessoas que participam de um mercado interno que fortalece sua capacidade de consumo como efeito de políticas sociais cujo resultado é retirar milhões de pessoas da situação de pobreza e integrá-las à economia formal.

A integração da Venezuela ao bloco é um resultado, certamente inesperado pelos conservadores, da deposição do presidente constitucional Fernando Lugo, no Paraguai, no golpe de Estado de 22 de junho. A reação imediata das nações da América do Sul foi a suspensão aquele país do Mercosul e da Unasul (União de Nações Sul-Americanas), abrindo assim a oportunidade para a admissão da Venezuela, decisão tomada em 2006 mas desde então travada pela negativa do Senado paraguaio, dominado pela oligarquia aliada ao imperialismo estadunidense, em aprovar a medida.

Com um PIB de US$ 345 bilhões (dez vezes maior que o paraguaio, que é de US$ 33 bilhões) e uma população de 29 milhões de habitantes (quatro vezes maior que a paraguaia, de 6,5 milhões), a incorporação da Venezuela significa um fortalecimento do Mercosul indesejado pelos conservadores na região e principalmente pelo imperialismo estadunidense.

Não é apenas um fortalecimento físico ou econômico, mas sobretudo geopolítico. Abrangendo um território de 12,7 milhões de km², a área do Mercosul agora se estende do Caribe à Patagônia, ampliando a capacidade produtiva dos países do bloco.

Afinal, desmentindo a torcida negativista dos críticos, os vinte anos de existência do Mercosul se traduziram num vigoroso incremento dos vínculos comerciais entre os países membros: em 1990 o comércio regional ficou em US$ 4,1 bilhões; em 2011 chegou a US$ 104,9 bilhões. Isto é, um crescimento superior a 25 vezes! Com a entrada da Venezuela a previsão é de um volume ainda maior no intercâmbio, com resultados favoráveis para todos os países membros.

Fonte: Editorial Vermelho

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