FHC tenta enquadrar tucanos: “Tem de defender o que nós fizemos”
"Não estou disposto mais a dar endosso a um PSDB que não defenda a sua história. Tem limites para isso, porque não dá certo. Tem de defender o que nós fizemos." É assim, sem meias palavras, que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) cobrou lealdade dos líderes tucanos que se esqueceram completamente dele nesta eleição.
O depoimento foi dado nesta segunda-feira (1º), em entrevista no instituto que leva seu nome, no centro de São Paulo. Presidente de honra do PSDB, Fernando Henrique defende que o partido anuncie dois anos antes das eleições presidenciais seu candidato. "O PSDB não pode ficar enrolando até o final para saber se é A, B, C ou D. Dentro de dois anos, temos de decidir quem é e esse é tem de ser de todo mundo, tem de ser coletivo”. "
É uma crítica indireta ao presidenciável tucano derrotado nas eleições, José Serra, que adiou ao máximo o anúncio de sua candidatura neste ano e centralizou toda a campanha. Mas, ao falar nominalmente de Serra, FHC é mais polido. “Cada um tem um estilo, e Serra foi fiel ao estilo dele. Tomou as decisões dele na campanha, com o [marqueteiro Luiz] Gonzalez. Não fez diferente do que se esperaria de Serra.”
Segundo FHC, “o PSDB, e não o Serra, tem outros problemas mais complicados. Não é falta de bons candidatos. O problema é ter uma noção do coletivo, uma linguagem que expresse o coletivo, que não pode ser fechado no partido. Numa sociedade de 130 milhões de eleitores, a mensagem conta muito – no conteúdo e no modo que se transmite”.
Ao ser perguntado sobre se chegou a hora de o ex-governador e senador eleito Aécio Neves (PSDB-MG) ser o candidato em 2014, FHC também desconversa. “Não posso dizer que (Aécio) passou a primeiro lugar porque o Serra mostrou persistência e teve um desempenho razoável”. O que importa, para ele, é apenas que o próximo nome defenda abertamente sua herança maldita.
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