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domingo, 17 de outubro de 2010

Parlamentares do PSOL recomendam voto em Dilma

Além dos parlamentares, intelectuais como Leandro Konder e Carlos Nelson Coutinho também assinam a nota de "apoio crítico" à candidata Dilma Rousseff.
“A decisão tomada pelo PSOL, por absoluta unanimidade, foi que não é concebível sob o ponto de vista programático e da história de nosso jovem partido se afiliar à candidatura demotucana de José Serra. Nós não temos nenhuma identidade programática, de visão de mundo e de prática política com o PSDB e o DEM. Portanto, nenhum voto ao Serra”. A afirmação do deputado federal Chico Alencar, reeleito pelo Rio de Janeiro com 240,7 mil votos, reflete a postura que já havia sido antecipada nas ruas pela militância do PSOL contra a eleição do candidato tucano à Presidência, que o partido qualifica como retrocesso político no país.

Chico Alencar comenta outra decisão unânime tomada pela direção do PSOL na reunião de sexta-feira (15) foi não se alinhar ou participar do futuro governo, mesmo em caso de vitória da candidata do PT, Dilma Rousseff, a quem parlamentares e intelectuais do partido decidiram recomendar o voto crítico: “Os parlamentares eleitos pelo partido, assim como seus representantes nas organizações dos movimentos sociais, terão independência crítica em relação ao novo poder nacional que será constituído, qualquer que ele seja”, diz o deputado.

Feita esta ressalva, Chico é categórico: “A situação conjuntural mais imediata, que diz respeito ao segundo turno, nos coloca diante dessa opção: de um lado o regressismo conservador e com uma campanha de um moralismo medieval, retrógrada e onde se usa o nome de Deus em vão à vontade que o demotucanato promove; de outro, a candidatura, ainda que recuada e com constantes retrocessos em termos de declaração e rebaixamento programático, que Dilma representa”.

Chico considera que um eventual governo Dilma dará ao PSOL e à esquerda em geral um patamar de contradições e possibilidades de avanços maiores: “No governo de Dilma, nós entendemos que os movimentos sociais terão mais espaço”.

O papel do Estado, ponto onde as concepções petista e tucana entraram em clara rota de colisão durante a mais recente crise econômica global, também é citada pelo deputado: “Nos toca a questão do próprio Estado e do poder público como um ente importante para viabilizar políticas que interessem, sobretudo, aos mais explorados e mais pobres”.

Por fim, Chico aponta a política externa como outro campo onde a volta de tucanos e demistas ao poder representaria claro retrocesso para o Brasil: “Para DEM e PSDB, a política externa brasileira precisa estar inteiramente atrelada aos ditames do império, às coordenadas dos Estados Unidos. O PSOL defende uma política externa independente e de diálogo com governos populares latino-americanos como em significativa parte o governo Lula promoveu. Portanto, nesse caso não há dúvidas”, afirma.

Chico conclui sua análise afirmando que a declaração de voto crítico em Dilma não significa um alinhamento programático ou mesmo a apresentação de uma pauta de reivindicações do PSOL à candidata do PT: “É simplesmente um voto sabendo que para o Brasil não é a mesma coisa um governo de PSDB e DEM e um governo do PT, apesar das alianças preferenciais que fez”.

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