Redução do IPI para carros divide governo e indústria
Governo ainda não decidiu por nova prorrogação do benefício.
Muitos consumidores aproveitam desconto antes do possível fim.
O fim da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) já virou novela. Os sinais sobre a prorrogação do IPI têm sido bastante contraditórios. Em uma semana a sensação é que a redução será mantida. Em outra, quando os números da economia melhoram, parece que o imposto volta mesmo no 1º dia de julho. A redução do IPI dos carros começou em dezembro do ano passado e já foi renovada uma vez.
Enquanto o governo não toma a decisão final, muito consumidor aproveita para tirar as economias do banco e sair dirigindo o carro novo. A filha pediu um
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Quando a bolha imobiliária americana estourou, bancos no mundo inteiro perderam dinheiro. O crédito encolheu e ficou mais caro. O reflexo chegou ao Brasil. Como 70% dos carros novos no país são financiados, o setor - que vinha batendo recordes de venda - passou da euforia ao desespero.
O remédio (cortar o IPI) deu certo. O desconto no preço dos carros, de 5% a 7%, fez muita gente voltar às compras. Quando o IPI dos carros foi cortado para combater os efeitos da crise financeira mundial na indústria automobilística brasileira, o mercado e os analistas de mercado comemoraram a medida, anunciada como temporária. Agora, já se fala em prorrogar mais uma vez a redução. Mas essa possibilidade divide opiniões.
"Por enquanto, aquilo que está aprovado é que o IPI dura até o final desse mês. Depois, nós vamos avaliar se é necessário ou não continuar com esse IPI, porque o objetivo era dar um impulso para economia no momento que ela tinha desacelerado. Como ela já voltou a acelerar, nós temos que avaliar se é necessário ou não. Se for necessário, será feito", afirma o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
O Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo defende a manutenção do corte no imposto. “É para garantir a produção, garantir a criação do emprego e a renda no bolso do trabalhador”, diz o vice-presidente do sindicato, Tadeu Morais.
Para o ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega, as razões que justificavam a redução não existem mais. O crédito voltou, as taxas de juros caíram e a indústria automobilística está vendendo bem.
“Uma renúncia da arrecadação não pode ser compensada facilmente com corte em outros gatos, além de impactar as finanças dos estados e municípios. Cerca de dois terços dessa arrecadação vão para estados e municípios, pertencem a eles. O governo, dando isenção do IPI, está fazendo cortesia com chapéu dos outros”, defende o ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega.
As concessionárias torcem pela prorrogação, mas reclamam que a especulação dentro do próprio governo prejudica o mercado. “A posição da Fenabrave é de que compete ao governo tomar a decisão, mas se tomar a decisão, que seja pela prorrogação”, aponta Sérgio Reze, presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). “O melhor mesmo seria estender. Mas deixar para avisar mais para o fim do mês”, o gerente de concessionária Fábio Abe.
O que também costuma ajudar nas vendas de automóveis é a queda nas taxas de juros. Segundo uma pesquisa do Procon de São Paulo, as taxas de empréstimo pessoal e do cheque especial caíram pelo sexto mês seguido.
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