O deputado Assis Melo (PCdoB-RS) foi homenageado na solenidade que o Tribunal Superior do Trabalho (TST) realizou nesta quinta-feira (2) em homenagem aos 70 anos da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). O reconhecimento se deve à luta de Assis em defesa dos trabalhadores
Assis Melo foi o único deputado a compor a mesa principal ao lado de representantes dos poderes constituídos. Anunciado como vice-líder da bancada do PCdoB na Câmara dos Deputados e membro titular da Comissão do Trabalho, Assis dividiu espaço com o presidente do TST, ministro Carlos Alberto Reis de Paula; o vice-presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Aroldo Cedraz; o ministro da Presidência da República, Gilberto Carvalho, que representou a presidenta Dilma Rousseff; a ministra Nancy Andrighi, do Supremo Tribunal Federal (STF), o deputado Paes Landim (PTB-PI), representante da Presidência da Câmara dos Deputados, e o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado.
Sistema eficiente
Durante a solenidade, a professora e doutora Gabriela Neves Delgado fez palestra com o tema "A CLT aos 70 anos: rumo a um Direito do Trabalho Constitucionalizado". A especialista em direito trabalhista observou que a CLT criou "o mais eficiente sistema processual da realidade jurídica e institucional do país", composta de regras simples e objetivas, que permitem auxiliar os juízes do trabalho na busca de soluções para os diversos litígios na área do Direito do Trabalho.
A professora ressaltou que a Constituição Federal de 1988 foi sábia ao permitir que a Justiça do Trabalho se instalasse em todo o Brasil, lembrando que esta justiça especializada conta hoje com 24 Tribunais Regionais do Trabalho, mais de 1.370 Varas do Trabalho e mais de 2.300 Juízes do Trabalho, exercendo suas atividades no Primeiro Grau de jurisdição.
Passados 70 anos desde a sua criação em 1943, a CLT ainda "mantém a sua importância como um diploma definitivo dentro da realidade jurídica, politica, econômica e social brasileira", avalia a professora, para quem o avanço lançado pela CLT em termos de proteção social regulada e econômica da classe trabalhadora "é significativo e vem em um caminho crescente, se considerarmos que ela foi elaborada para trabalhadores urbanos exclusivamente, e hoje protege e regulamenta o trabalho de 40 milhões de trabalhadores urbanos, rurais, domésticos e avulsos, que recebem os direitos constitucionais trabalhistas”.
A especialista enfatizou ainda que a CLT se mantém em um "tempo criador", na medida em quem regula a relação capital e trabalho, e mantém, no centro da sua produção normativa, o direito fundamental ao trabalho.
Ao final, a professora afirmou que, após 70 anos, a CLT ainda mantém força e compromisso social para regular o sistema de proteção de milhões de trabalhadores brasileiros. Assim, entende que a CLT, ao longo de sua existência, obteve uma maturidade legislativa e "caminha hoje rumo a um direito do trabalho constitucionalizado".
Fonte: FITMetal
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