O Foro de São Paulo e a Revolução Bolivariana
Assume grande significado para as esquerdas latino-americanas e
de todo o mundo a realização, a partir desta quarta-feira (4), em Caracas, até a
sexta-feira (6), do 18º Encontro do Foro de São Paulo.
O cenário de hoje
é muito diferente daquele em que esta articulação de forças de esquerda foi
criada, há 22 anos. Naquela altura, tinha lugar a contrarrevolução que levou de
vencida a primeira experiência de construção do socialismo no mundo e abriu
caminho para a hegemonia neoliberal e conservadora no plano mundial, ao
estabelecimento de uma ordem unipolar, em que o imperialismo, nomeadamente o
estadunidense, pôs em prática uma política ainda mais agressiva, truculenta,
militarista e belicista.
O momento em que o Foro de São Paulo foi criado
era marcado pela dispersão, pelo recuo e até pela manifestação de formas novas
de oportunismo e liquidacionismo. Por isso, uma avaliação da trajetória das
forças de esquerda na América Latina não pode deixar de assinalar o valor da
iniciativa, que teve entre os seus principais protagonistas o Partido Comunista
de Cuba e o Partido dos Trabalhadores, do Brasil. Lula, líder máximo desse
partido, desempenhou destacado papel.
O Foro de São Paulo tem resistido à
prova do tempo e às intempéries da luta política e ideológica. Consolidou-se
como polo unitário da esquerda, conservando a característica do pluralismo e da
diversidade. Não é isento de contradições e em seu seio produzem-se embates de
ideias, o que é salutar.
O grande mérito do Foro de São Paulo é ter-se
afiançado como ponto de convergência entre amplas forças anti-imperialistas,
antineoliberais, progressistas, de esquerda – em que atuam em unidade
comunistas, socialistas, trabalhistas, patriotas e democratas.
O Foro de
São Paulo resistiu a pressões internas e externas e se firmou na defesa de
posições de combate aos planos hegemonistas do imperialismo estadunidense, às
políticas neoliberais, ao conservadorismo das classes dominantes locais, aos
golpes, à militarização e às guerras.
Esta articulação das forças de
esquerda latino-americanas e caribenhas tem desempenhado papel importante na
solidariedade a Cuba e demais processos revolucionários na região. Para ele
convergem hoje os defensores da integração soberana do continente e todos
aqueles que se encontram empenhados na consolidação dos governos democráticos,
populares, patrióticos, progressistas e revolucionários que têm lugar em
numerosos países da região.
De maneira especial, o 18º do Foro de São
Paulo está chamado a manifestar total solidariedade com a Venezuela bolivariana
e sua revolução democrática, popular e anti-imperialista encabeçada pelo
presidente Chávez, sobretudo agora que o mandatário inicia a campanha pela sua
reeleição.
Vista de uma perspectiva global, a eleição presidencial na
Venezuela, em 7 de outubro, é a principal batalha política na América Latina e
Caribe no ano de 2012. A vitória do presidente Chávez com votação e maioria
expressivas constituem um passo fundamental para consolidar o caminho
revolucionário no país vizinho e assegurar a continuidade dos processos
democráticos, independentistas e de integração em toda a região.
O
imperialismo e a direita apoiam o candidato da oposição neoliberal e
conservadora, Henrique Capriles, que posa de moderninho e renovador. É preciso
denunciar essa farsa e derrotá-lo em toda a linha.
Nesse contexto, a
realização do encontro do Fórum de São Paulo em Caracas é um grande reforço ao
“candidato da Pátria”, como tem sido designado Chávez na batalha eleitoral em
curso.
As forças de esquerda sabem que na Venezuela, como em toda a
região, estão confrontadas com uma direita apátrida, que não pestanejará se a
concertação de acordos com o imperialismo for a condição necessária para ir
adiante na perseguição dos seus intentos. Por seu turno, as forças
imperialistas, principalmente os Estados Unidos, não deixarão de conspirar
contra os governos democráticos, populares e patrióticos que estão mudando a
face da América Latina e Caribe.
Fonte:Portal Vermelho
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