Lula desafia Globo e defende horário-limite para jogos de futebol
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou na polêmica do projeto de lei que pretende limitar o fim dos eventos esportivos até 23h15. Em entrevista à rádio Jovem Pan, durante evento no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, no sábado, Lula defendeu o início de jogos às 21 horas. “Eu acho que os jogos deveriam ser às 21 horas para acabar às 23 horas”, disse o presidente.
O projeto de lei nº 564/06 teve como último capítulo o veto pelo prefeito Gilberto Kassab, em ato oficializado no Diário Oficial, no dia 5 deste mês. O assunto vem gerando polêmica há meses no mercado. Do outro lado está o lobby da TV Globo, detentora dos direitos de transmissão do futebol — e que bate o pé para não ter de adaptar sua grade.
Se a lei fosse aprovada, a emissora da família Marinho teria de mexer na grade e antecipar os jogos, iniciados geralmente às 21h50, em São Paulo. A emissora chegou a ir à Câmara Municipal para pressionar os vereadores a não aprovarem o projeto.
A Procuradoria Geral do Município alegou que o veto se motiva pelo fato de a "matéria relativa ao desporto ser de competência legislativa da União, Estados e Distrito Federal, cabendo ao Município apenas suplementar essas normas na hipótese de configuração de interesse local específico que necessita ser regulamentada, o que não ocorre nesse caso".
O prefeito, aliado da Globo, aponta outro aspecto como motivo para o veto: a cidade de São Paulo poderia perder a chance de sediar eventos de porte nacional ou até internacional que terminem depois desse horário. À época da pressão da Globo sobre os vereadores da Câmara, o diretor executivo da Globo Esportes, Marcelo de Campos Pinto, argumentou que "a plasticidade dos estádios cheios nos interessam porque representa o estádio infinito, dá credibilidade à TV".
O presidente da FPF, Marco Polo del Nero — que havia ameaçado levar os jogos da capital para o interior — declarou que os clubes paulistas podem ser impedidos pela Conmebol de participar da Taça Libertadores a partir de 2011, caso desrespeitem as regras de transmissão de TV.
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