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quinta-feira, 9 de abril de 2009

CTB, UGT e Nova Central se unirão no 1º de Maio em São Paulo

Num feito sem precedentes, três centrais sindicais deverão realizar um ato conjunto em São Paulo para celebrar o 1º de Maio, Dia do Trabalhador. A manifestação — que deve ocorrer na Praça Júlio de Mesquita, na Avenida São João — reunirá CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), UGT (União Geral dos Trabalhadores) e NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores).




“Após a vigorosa jornada de lutas do dia 30 de março, que unificou as centrais sindicais e os movimentos sociais, a agenda do movimento sindical brasileiro está voltada para os atos do Dia do Trabalhador”, sintetizou o vice-presidente da CTB, Nivaldo Santana, no portal da entidade. Segundo o sindicalista, “a CTB não mediu esforços para unificar” as manifestações no Brasil inteiro, “mas as maiores centrais sindicais já tinham definido atos exclusivos — o que não impede de avançarmos juntos na luta contra o desemprego”.

Já no mês passado, a central classista se propôs a levar a ideia da realização do 1º de Maio a instâncias como o fórum das centrais e a CMS (Coordenação dos Movimentos Sociais). A proposta ganhou força após o êxito das manifestações de 30 de Março, Dia Nacional de Luta em Defesa do Emprego e dos Direitos Sociais.

Um dia depois dos atos, por meio de uma nota assinada por seu presidente, Wagner Gomes, a CTB defendeu publicamente a realização de um 1º de Maio unitário no Brasil. Segundo Wagner, o bem-sucedido 30 de Março “realçou a importância da unidade das centrais sindicais e demais organizações que compõem os movimentos sociais para enfrentar os efeitos da crise do capitalismo”.

Para Wagner, “a união — que reflete o amadurecimento político das lideranças e dos militantes — potencializa a força da classe trabalhadora, das suas organizações e dos seus representantes. Impõe-se a lição de que é indispensável consolidar e ampliar a unidade alcançada”.

A nota enfatizava que o 1º de Maio unitário se tornou “a forma de unir o conjunto da classe trabalhadora nas cidades e no campo” para uma série de propostas, como “garantir o emprego, os salários e os direitos, defender o desenvolvimento nacional com valorização do trabalho, redução da jornada sem redução de salários”. A CTB também defende a ratificação da Convenção 158 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), que proíbe a demissão imotivada.

“Este 1º de Maio ocorre numa conjuntura singular para o Brasil e o mundo, marcada por uma severa crise do capitalismo internacional, produzida e exportada pelos Estados Unidos”, registrou Nivaldo. “A tormenta que se abateu sobre os mercados globais é o produto final do chamado ‘Consenso de Washington’. O momento exige maturidade dos sindicalistas e a mais sólida unidade para enfrentar a crise e exigir que os ricos paguem a conta da crise que eles criaram.”

No 1º de Maio 2009, CTB, UGT e NCST também prestarão homenagem ao operário Santo Dias da Silva, cuja morte completa 30 anos. Santo Dias foi assassinado pela Polícia Militar durante um piquete na fábrica Sylvania, em Santo Amaro, no dia 30 de outubro de 1979. Em meio à falência da ditadura militar (1964-1985), ele se tornou um mártir na luta dos trabalhadores em defesa da volta da democracia.

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