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terça-feira, 31 de março de 2009

GM e Ford vão pagar prestações de clientes que forem demitidos

Montadoras vão subsidiar pagamento de carros novos nos EUA. Ford promete cobrir pagamentos pelo período de até um ano.

A General Motors e a Ford anunciaram uma nova série de incentivos para compras de veículos por clientes que tenham perdido seus empregos, seguindo a ação das concorrentes de oferecer descontos pesados para atrair consumidores afastados pela recessão.
A GM, que já recebeu US$ 13,4 bilhões em empréstimos do governo para sobreviver desde o início do ano, informou nesta terça-feira (31) que vai cobrir nove prestações de veículos, de até US$ 500 por mês, se seus clientes perderem a renda. A oferta passará a valer na quarta-feira e durará até 30 de abril.

Por sua vez, a Ford, que não pediu financiamento do governo, divulgou que vai cobrir pagamentos pelo período de até um ano se os clientes perderem seus empregos, sob um programa que valerá até 1 de junho.

Ambos os programas, oferecidos após a criação do financiamento à taxa de zero por cento, vieram em uma época em que as vendas de automóveis nos Estados Unidos estão em seus menores níveis em cerca de três décadas, pressionadas pelo aperto do crédito e pela fraca confiança do consumidor.

As vendas de veículos norte-americanos devem cair 40% em março, frente a um ano antes, para a mínima em mais de 27 anos, aumentando a pressão sobre o setor automotivo, intensamente debilitado, de acordo com levantamento feito com 31 economistas.
GM diz que mais fábricas podem fechar

Não cumprimento de metas pode levar montadora à falência.Venda da Hummer continua sendo negociada pelo grupo.

Com crise, modelos Cadillac esperam por um comprador em Denver, nos EUA (Foto: AP)
O novo presidente e executivo-chefe da General Motors (GM), Fritz Henderson, afirmou nesta terça-feira (31) que a empresa pode fechar mais fábricas nos próximos meses, a fim de cumprir os requisitos impostos pelo governo americano.

Henderson respondeu que isso “pode acontecer”, quando foi perguntado sobre se será necessário o fechamento de mais montadoras, e acrescentou que o “fator determinante será a viabilidade”.

A GM já havia adiantado em 17 de fevereiro o fechamento de cinco fábricas de montagem nos Estados Unidos e no Canadá.

Sobre a possibilidade de a GM declarar falência e suspender pagamentos, Henderson disse que essa opção será feita em 1º de junho, caso a empresa não consiga equilibrar seus resultados.

A administração do presidente americano Barack Obama deu 60 dias para que a GM entregue um novo plano de reestruturação, desta vez mais profundo e rápido do que o apresentado em 17 de fevereiro.

Henderson reforçou que a prioridade da GM continua sendo evitar a suspensão de pagamentos, ainda que essa opção possa funcionar para a GM.

“Há mecanismos para ir mais rápido, mas requerem muito mais trabalho. Há riscos, mas também tomaríamos algumas medidas para reduzi-los”, disse.

Sobre as marcas da GM, Henderson disse que, como já havia antecipado, não pôde chegar a um acordo de venda da Hummer, mas que isso pode acontecer nos próximos dias ou semanas e que a empresa está em negociação com alguns interessados.

O presidente da GM também repetiu que no futuro a GM se concentrará em quatro marcas: Chevrolet, Cadillac, GMC e Buick.
CTB quer consolidar a unidade das centrais e dos movimentos

O Dia Nacional de Luta em Defesa do Emprego e dos Direitos Sociais, realizado nesta segunda-feira (30) em todo o país, superou as expectativas e não há dúvidas de que foi coroado de êxito em todos os sentidos.

Wagner Gomes*
Em São Paulo, onde os organizadores previam o afluxo de 10 mil pessoas, 20 mil participaram da bela passeata que atravessou a Avenida Paulista, parando diante da poderosa Fiesp e da sede do Banco Central, desceu a rua da Consolação e foi até o Teatro Municipal, no centro. Estima-se que dezenas de milhares saíram às ruas nas capitais brasileiras em apoio à manifestação unitária dos movimentos sociais.

Na manhã da mesma segunda-feira, em reunião com o presidente em exercício, José Alencar, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, na sede do Banco do Brasil em São Paulo, veio a notícia de uma primeira vitória do nosso movimento: a prorrogação por mais três meses da redução do IPI de carros e caminhões novos foi condicionada à estabilidade dos operários no período.

Não é tudo que pleiteamos, mas a medida tem grande relevância por duas razões. Em primeiro lugar, porque contempla a reivindicação do movimento sindical e significa uma resposta positiva à pressão das ruas; ao mesmo tempo, traduz uma filosofia que deve orientar a ação do poder público em todos os níveis, ao comprometer as empresas beneficiadas com recursos estatais com a manutenção do nível de emprego, coibindo demissões em massa e o aumento consequente da taxa de desemprego.

Ricos devem pagar a crise

Vamos continuar a luta e exigir contrapartida semelhante nas operações de crédito do BNDES, o que ainda não ocorreu, como podemos verificar no caso da Embraer. E também não é só isto. Queremos a mudança da política econômica, o fim do superávit fiscal e maiores investimentos públicos para geração de emprego; a redução radical dos juros; o controle do câmbio e do fluxo de capitais estrangeiros; a restrição e taxação das remessas de lucros e dividendos; a desoneração da cesta básica; redução dos impostos que recaem sobre atividades produtivas e elevação dos impostos para o capital financeiro; a diminuição da jornada de trabalho sem prejuízo para os salários, entre outras medidas.

O sucesso das manifestações não seria possível sem a ampla unidade alcançada. Desta vez contamos com a participação de todas as centrais sindicais, sem exceção, incluindo Conlutas e Intersindical, ao lado de várias organizações dos movimentos sociais, como foi o caso de MST, UNE, Conam, UBM, entre outras. Consolidar a unidade é indispensável para prosseguir a luta e conquistar novas vitórias.

Conforme foi ressaltado em diferentes pronunciamentos feitos durante a passeata realizada no centro de São Paulo, a crise econômica em curso é, antes de tudo, uma crise do capitalismo, decorrente das contradições intrínsecas ao sistema. Com toda razão, os sindicalistas franceses, que recentemente levaram 3 milhões às ruas contra a política econômica do governo direitista de Sarkosy, proclamaram que a classe trabalhadora não tem culpa no cartório, mas o mesmo não pode ser dito em relação ao patronato.

Não é justo que a conta seja apresentada aos assalariados na forma de desemprego, arrocho dos salários e redução dos direitos. Que os ricos paguem a crise. Este é o desejo unitário de todos e todas que se mobilizaram nesta segunda-feira. Foi também a palavra de ordem proposta pela CTB na nota pioneira que divulgou sobre o tema em outubro do ano passado.

Todavia, a justiça social não virá por geração espontânea. Não será concretizada na história senão através de uma luta enérgica da classe trabalhadora em defesa do emprego, dos salários e dos direitos sociais. Unidade, eis a chave para abrir a porta da vitória e do futuro.

A luta continua!

* Wagner Gomes é presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo e da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
Por um 1º de Maio unitário no Brasil

O Dia Nacional de Luta em Defesa do Emprego e dos Direitos Sociais, materializado através de manifestações realizadas em todo o país no dia 30, realçou a importância da unidade das centrais sindicais e demais organizações que compõem os movimentos sociais para enfrentar os efeitoss da crise do capitalismo e impulsionar a luta para que os ricos e não os pobres paguem a conta da recessão exportada pelos EUA. A união, que reflete o amadurecimento político das lideranças e dos militantes, potencializa a força da classe trabalhadora, das suas organizações e dos seus representantes. Impõe-se a lição de que é indispensável consolidar e ampliar a unidade alcançada.

É neste sentido que a CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) propõe que seja debatido no fórum das centrais e na CMS (Coordenação dos Movimentos Sociais) a realização de manifestações unitárias no 1º de Maio em todos os Estados do país, incluindo São Paulo. É a forma de unir o conjunto da classe trabalhadora nas cidades e no campo para enfrentar a crise, garantir o emprego, os salários e os direitos, defender o desenvolvimento nacional com valorização do trabalho, redução da jornada sem redução de salários, ratificação da Convenção 158 da OIT, fim do superávit fiscal, ampliação dos investimentos públicos, redução radical dos juros, reforma agrária, fortalecimento da agricultura familiar e mudanças na política econômica.
Vitória das centrais: redução do IPI só vale para as montadoras que não demitirem

O presidente em exercício, José Alencar, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, convidaram os presidentes das três centrais sindicais que possuem bases nas montadoras (CTB, CUT e Força Sindical) para comunicar que o governo decidiu prorrogar por três meses a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para o ramo automobilístico, mas desta vez condicionou a medida à estabilidade dos operários metalúrgicos no período, ou seja, a renúncia fiscal só vale para quem não demitir. A reunião foi realizada na manhã desta segunda-feira (30) em São Paulo. A associação do benefício fiscal à garantia do emprego contempla uma reivindicação relevante que tem sido reiterado pelo movimento sindical e foi também bandeira das manifestações unitárias do Dia Nacional de Luta em Defesa do Emprego e dos Direitos Sociais (30 de março) em todo o Brasil. “Trata-se de uma grande vitória das centrais”, na opinião do presidente da CTB, Wagner Gomes.

Pressão

Wagner Gomes atribuiu tal resultado à pressão exercida pelos trabalhadores e trabalhadoras em defesa do emprego e à unidade das centrais e dos movimentos sociais. “O governo federal foi sensível à nossa reivindicação e isto mostra que temos que continuar mobilizados, unidos e pressionando. Os metalúrgicos foram beneficiados e terão estabilidade enquanto durar a isenção do IPI, mas isto não é tudo. Queremos mais”.-

Exigimos contrapartida semelhante nas operações de crédito do BNDES, o que ainda não ocorreu, como podemos verificar no caso da Embraer. E também não é só isto. Lutamos pela mudança da política econômica, pelo fim do superávit fiscal e maiores investimentos públicos para geração de emprego; pela redução radical dos juros; pelo controle do câmbio e do fluxo de capitais estrangeiros; pela restrição e taxação das remessas de lucros e dividendos; pela desoneração da cesta básica, redução dos impostos que recaem sobre atividades produtivas e elevação dos impostos para o capital financeiro, entre outras medidas – complementou o presidente da CTB.

Construção civil

A prorrogação da redução do IPI incidirá sobre automóveis e caminhões novos e deve contribuir para manter a recuperação das vendas e da produção. "Podemos dizer que a indústria automobilística no Brasil foi a que menos sofreu com a crise. Se observarmos nos demais países, temos quedas de até 40%. No Brasil houve recuo de 8% de dezembro para janeiro de 2009. Em fevereiro e março já estamos com vendas maiores que no mesmo período do ano passado, mas não temos dados definitivos ainda", informou o ministro Guido Mantega.

Além de adiar o fim da isenção do imposto para veículos, o governo informou que vai reduzir o Cofins para a aquisição de motocicletas. O setor da construção civil será beneficiado com isenção do IPI para cimento (antes de 4%), tintas e vernizes (antes de 5%), assim como para revestimentos não-refratários, entre outros itens básicos. "Essa redução vai estimular a autoconstrução, enquanto não começa o programa de habitação, que ainda precisa de alguns meses", explicou Mantega.

Cigarros mais caros

Por outro lado, o governo decidiu aumentar a carga tributária sobre a indústria tabagista para compensar os incentivos em outras áreas. "Vai encarecer o produto, mas é bom para a saúde daqueles que fumam. É melhor que eles sintam no bolso do que no pulmão. O aumento implicará em média 30% a mais no preço final do cigarro", disse o ministro.

Na sede do Banco do Brasil em São Paulo, o presidente em exercício José Alencar, assinou as medidas, que serão publicadas no Diário Oficial da União nesta terça-feira e entrarão em vigor no dia 1º de abril. Apenas a elevação do PIS/Cofins para os cigarros deve ser efetivada a partir de 1º de maio para permitir um ajuste nos estoques.

Novas alíquotas

A alíquota para os veículos 1.0 l foi reduzida de 7% para zero, enquanto o percentual incidente sobre veículos com motorização entre 1.0 l e 2.0 l foi reduzido de 13% para 6,5%, para aqueles movidos somente à gasolina, e de 11% para 5,5%, para aqueles equipados com motor flex ou álcool.

O presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Jackson Scneider, estima que sem a medida haveria uma queda de 30% nas vendas de veículos no segundo trimestre. Após a redução do IPI, as vendas de veículos se recuperaram da forte queda verificada no fim do ano passado. Na primeira quinzena deste mês, as vendas de automóveis e comerciais leves registraram alta de 5,31%. Apesar disso, mais de 4.700 empregos foram cortados no setor.

Os materiais de construção também terão alíquotas menores de IPI. Haverá isenção para a compra de revestimentos, vernizes, tintas, cimento, pias, louças de banheiro, rede e grade de aço, chuveiro, fechaduras e dobradiças, entre outros itens. Outros produtos tiveram apenas redução, como massa de vidraceiro, cujo IPI foi de 10% para 2%.

Renúncia fiscal de R$ 1,5 bi

Além disso, foi modificado o regime de tributação para a construção civil (congrega os impostos: IR, CSLL, PIS e Cofins), aplicado às construtoras, com redução de 7% para 6%. Caso a construtora esteja no programa de habitação do governo, a redução vai a 1%. Outra medida é o benefício fiscal para motocicletas, que teve redução de Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) de 3% para zero. A previsão de renúncia fiscal com essas medidas é de R$ 1,5 bilhão. O governo espera recuperar esse valor totalmente com o aumento do imposto sobre cigarros.

Mantega informou ainda que o governo, por decreto, ampliou a lista dos setores considerados prioritários na área da Sudam (Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia) --têm isenção de IR (Imposto de Renda) de pessoas jurídicas. Foram beneficiadas as empresas de papel e celulose, desde que tenham projeto de reflorestamento, material descartável (barbeadores, canetas, lápis, lapiseiras), brinquedos, relógios e materiais óticos.

Participaram do encontro em São Paulo com o presidente em exercício, José de Alencar, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, os presidentes das três centrais com base nas montadoras: CTB, Wagner Gomes, CUT, Artur Henrique, e Força Sindical, Paulo Pereira da Silva. Embora a UGT não tenha representação na indústria automobilística, o seu presidente, Ricardo Patah, também compareceu à reunião.
Ford afirma estar em situação diferente de GM e Chrysler

Empresa diz ter 'liquidez suficiente para continuar pagando terceirizados'.Apesar do prejuízo recorde, Ford não precisou da ajuda da Casa Branca.
A montadora Ford, que ao contrário da Chrysler e da General Motors não recebeu ajuda federal, está em uma situação diferente das concorrentes, afirmou o diretor geral da empresa, Alan Mulally, em uma entrevista ao jornal Detroit Free Press.

"A Ford tem liquidez suficiente para continuar pagando aos terceirizados (...) podemos seguir investindo para o futuro", declarou. "Quanto ao ambiente econômico, enfrentamos a mesma situação", reconheceu.

"Não temos previsto solicitar um empréstimo ao governo, porque não precisamos. O grau de liberdade que temos para dirigir nossa empresa é muito mais amplo que se nos submetêssemos a restrições, porque o dinheiro vem acompanhado de muitas pressões", declarou na mesma entrevista Bill Ford, presidente do conselho de administração.

O governo dos Estados Unidos intimou GM e Chrysler a apresentar novos planos "viáveis" de reestruturação, caso desejem uma ajuda adicional do Estado. As duas gigantes já receberam US$ 17,4 bilhões em empréstimos desde dezembro.

A Ford, considerada a montadora em melhor situação entre as três gigantes de Detroit, não pediu ajuda pública, mas registrou em 2008 um prejuízo de US$ 14,6 bilhões, o pior da história da empresa.
Novo presidente da GM comandou a empresa no Brasil

Fritz Henderson dirigiu unidade brasileira de 1997 a 2000. Ele substitui Rick Wagoner, que foi demitido.

Frederick "Fritz" Henderson, o novo executivo-chefe da General Motors, que assume o cargo em meio a uma forte crise no setor automotivo, nunca trabalhou em outra empresa. Sua nomeação para o cargo, ocupado durante anos por Rick Wagoner, que foi demitido, marca uma mudança na ênfase da montadora: a carreira de Henderson deu a ele um foco particular na área financeira e nas operações internacionais da GM na América Latina e na China.

Henderson começou a trabalhar na GM em 1982, como analista sênior do escritório de tesouraria da empresa. Depois disso, uma série de promoções fez o executivo escalar a hierarquia da montadora. Passou para o cargo de gerente, depois diretor e, em 1989, se tornou diretor do negócio bancário de hipotecas da GMAC, o braço financeiro da GM. Depois de atuar como vice-presidente de finanças da GMAC, Henderson assumiu a divisão de componentes automotivos da GM, chamada ACG, que incluía a Delphi.

O momento de maior destaque para Henderson, porém, veio quando o executivo se tornou presidente da GM no Brasil, entre 1997 e 2000, quando ele e seu parceiro Mark Hogan receberam incentivo de Wagoner, então presidente mundial da GM, para transformar a unidade no País - que progrediu lentamente entre 1925 e meados da década de 1980 - em um competidor forte.

Um artigo do Wall Street Journal de 1999 citou invejosos concorrentes da Ford Motor aprovando a visão da GM no Brasil e concluindo: "Deveria ser uma surpresa pequena que a GM Brasil tenha se tornado uma prova do talento corporativo e um modelo para a GM obter sucesso em lugares como a China". O artigo de 1999 prossegue, lembrando que, "como disse o chairman John F. Smith Jr. aos acionistas na reunião anual da companhia de 1996, quando o Brasil acrescentava US$ 1 bilhão diretamente ao lucro da montadora: 'A GM Brasil é o modelo para o futuro da GM - eficiente, competitiva, e lucrativa'".

Em 2000, Henderson assumiu as operações da GM na América Latina, África e Oriente Médio e, no ano seguinte, passou a dirigir as operações da região Ásia-Pacífico. Em seguida, Henderson foi chairman da GM na Europa e, desde 2006, era diretor-operacional da montadora.

Indenização de Wagoner supera os US$ 20 milhões

Rick Wagoner, de quem a Casa Branca exigiu a demissão, vai deixar a General Motors com um cheque de US$ 20 milhões de dólares, indicou um porta-voz da montadora automobilística. Esta quantia corresponde "a sua aposentadoria e a outras remunerações diversas, acumuladas até 31 de dezembro durante seus 32 anos de General Motors. Segundo o porta-voz, o cheque final poderá ser maior, já que Wagoner poderá receber outros benefícios.
Itália vê com ressalvas aliança entre Fiat e Chrysler

Montadora italiana vai fornecer tecnologia para parceira americana. União é condição do governo dos EUA para Chrysler seguir operando.

A aliança entre a Chrysler e a Fiat, que poderá ajudar com sua experiência a superar a grave crise da gigante americana, gera dúvidas na Itália pelos riscos que corre a casa de Turim, em sua promessa de "salvar empregos" nos Estados Unidos.

A união entre as montadoras já começou confusa. A Chrysler divulgou nesta segunda-feira (30) um comunicado informando que chegou a um acordo com a Fiat. A montadora norte-americana esclareceu, pouco depois, em outro comunicado, que possui a estrutura de um acordo, e não um pacto definitivo, com a empresa italiana. O acordo com a Fiat foi uma condição estabelecida pelo governo dos Estados Unidos para conceder novos empréstimos à Chrysler.

A então provável aliança entre a Chrysler e a Fiat permitirá "proteger postos de trabalho nos Estados Unidos", afirmou o conselheiro delegado do grupo Fiat, o italiano Sergio Marchionne, em um comunicado, depois de tomar conhecimento do plano de resgate do setor automobilístico apresentado pelo presidente Barack Obama.

"Desejo agradecer publicamente ao presidente Barack Obama (...) por ter encorajado uma aliança sólida entre a Chrysler e a Fiat", declarou Marchionne.

"Esta aliança não apenas permitirá à Chrysler reforçar sua própria liquidez mas contribuirá também para a salvaguarda de postos de trabalho nos Estados Unidos, acelerando de forma significativa os esforços para produzir veículos de consumo menor, acarretando, então, um reembolso mais rápido dos recursos públicos colocados à disposição da empresa americana", acrescentou o dirigente da Fiat.

As duas montadoras de automóveis firmaram em janeiro um acordo preliminar que permite à Fiat entrar no capital da gigante americana, à beira da quebra, com uma participação de 35%.

O grupo italiano oferece apenas tecnologia para que a Chrysler possa produzir veículos de pequeno e médio porte e não desembolsará dinheiro por sua participação.

Apesar dos elogios ao presidente americano, vários especialistas e observadores se interrogam sobre os riscos para a casa italiana.

"A operação idealizada por Sergio Marchionne, conselheiro delegado da Fiat, está mudando de direção. O governo americano solicita um acordo preciso antes de conceder dinheiro", ressaltou Umberto Bertelé, presidente da Escola de Comércio da Politécnica de Milão. O governo de Washington exige da Fiat um "compromisso maior", indica o especialista.

O grupo de trabalho criado por Obama para analisar a crise na indústria automotiva considerou nesta segunda-feira (30) que a menor das chamadas "Big Three" de Detroit não pode seguir adiante e que a aliança com o grupo italiano "pode ser o início de um caminho viável".

Os especialistas consideram que existem ainda "grandes obstáculos" para que um acordo definitivo seja alcançado em 30 dias, condição indispensável para que o governo dos Estados Unidos conceda novos recursos à Chrysler.

"Primeiro a aliança e depois, eventualmente, contribuir. Isto implica muito mais riscos para a Fiat, que adquire parte de um grupo que se encontra em um estado pior que o previsto", considera o analista.

A experiência da Fiat, que esteve à beira da falência e conseguiu sanar suas contas após a chegada em 2004 de Marchionne, serve de exemplo para a empresa americana.
Chrysler e Fiat chegam a acordo de aliança global

Acordo fortalece capacidade de criar e manter empregos nos EUA.Cooperação tecnológica de produtos e plataformas será ampla.

A Chrysler LLC e o Cerberus Capital Management, que controla a montadora, avisaram na tarde desta segunda-feira (30) que entraram em uma aliança global com a italiana Fiat SpA, com ajuda do Tesouro dos Estados Unidos.

Segundo a Chrysler, a aliança com a Fiat não irá apenas ajudá-la a devolver os empréstimos do governo antes do previsto como também fortalece sua capacidade de criar e manter empregos nos Estados Unidos.

"Ao prover a Chrysler com produtos e plataformas, cooperação tecnológica e distribuição global, a Fiat fortalece a capacidade da Chrysler de criar e preservar empregos nos Estados Unidos", destacou a empresa em nota.

A montadora reconhece que ainda existem questões para serem resolvidas, mas se diz comprometida a trabalhar de perto com a Fiat e com o Tesouro americano, entre outros, para garantir apoio necessário dos acionistas.

A parceria contribui para a possibilidade de o governo americano investir outros US$ 6 bilhões na Chrysler.

Fiat celebra aliança

A aliança entre o construtor americano Chrysler e a Fiat italiana permitirá "proteger postos de trabalho nos Estados Unidos", afirmou nesta segunda-feira (30) o conselheiro delegado do grupo Fiat, o italiano Sergio Marchionne, em comunicado.

"Desejo agradecer publicamente ao presidente Barack Obama (...) por ter encorajado uma aliança sólida entre a Chrysler e a Fiat", declarou Marchionne.

"Esta aliança não apenas permitirá à Chrysler reforçar sua própria liquidez mas contribuirá também para a salvaguarda de postos de trabalho nos Estados Unidos, acelerando de forma significativa os esforços para produzir veículos de consumo menor, acarretando, então, um reembolso mais rápido dos recursos públicos colocados à disposição da empresa americana", acrescentou o dirigente da Fiat.
Governo anuncia prorrogação de redução do IPI para compra de carros novos

Redução está atrelada a acordo de manutenção de emprego no setor.Para carros de até 1.000 cilindradas, redução de alíquota vai a zero.

O governo federal anunciou nesta segunda-feira (30) a prorrogação por mais três meses da redução da cobrança do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para a compra de produtos novos. O anúncio foi feito pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, em São Paulo, dentro de pacote de medidas de estímulo à economia do país.

Além da redução do IPI para carros, o governo anunciou o aumento do imposto para cigarros, e isenção para a compra de revestimentos, tintas e cimento. Mantega também anunciou a redução do Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) que incide sobre motocicletas.

As medidas, que foram assinadas pelo presidente em exercício José Alencar, serão publicadas no "Diário Oficial da União" na terça-feira (31) e no mesmo dia entram em vigor. Para Alencar, medidas servem como "ajustes" ao mercado em tempo de crise.

"Considerando o potencial do mercado interno brasileiro podemos nos recuperar rapidamente se prestigiarmos este mercado. Ele tem de ser fortalecido, em vez de enfraquecido. Essas medidas nos ajudam a fortalecer", disse o presidente em exercício. Para Alencar, a decisão não é técnica, é "política".

Setor Automobilístico

De acordo com o ministro, o setor automobilístico movimenta 23% do PIB industrial. "[A redução] Permitiu baratear automóveis e estimular a demanda. O efeito foi muito eficiente", disse. De acordo com ele, a indústria automobilística brasileira foi a que menos sofreu os efeitos da crise. "Acredito que em fevereiro e março já estamos com venda e produção maior que janeiro e março do ano passado. Nos outros países continua caindo."

Mantega anunciou que o acordo para a prorrogação do IPI menor sobre veículos prevê a manutenção de empregos nas montadoras. A medida foi negociada entre os ministérios do Trabalho, Fazenda e Planejamento com sindicalistas.

Anfavea

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Jackson Schneider, diz que se medida não fosse anunciada, haveria uma queda de 30% nas vendas de automóveis no segundo trimestre neste ano.

Segundo ele, a medida lançada em dezembro contribuiu para que não houvesse queda no primeiro trimestre deste ano e que se mantivessem o patamar de vendas de 2008. Segundo ele, de janeiro a março do ano passado, foram vendidos 633 mil veículos, e, até 29 de março, o número chegou a 635 mil.

Descontos e redução

A tabela do IPI para automóveis com validade até o final de março é a seguinte: carros de até 1.000 cilindradas terão alíquota reduzida de 7% para zero; carros acima de 1.000 até 2.000 cilindradas movidos à gasolina terão IPI reduzido de 13% para 6% e movidos a álcool ou flex, de 11% para 5,5%; carros acima de 2.000 cilindradas terão IPI mantido em 25% para os à gasolina e em 18% para os a álcool e flex; picapes de até 1.000 cilindradas terão redução do IPI de 8% para 1%; e de 1.000 até 2.000 cilindradas terão redução geral de 8% para 4% no IPI.
Embraer recorrerá de decisão que classificou demissões como 'abusivas'

Empresa manterá, porém, indenização extra a ex-funcionários.Em fevereiro, empresa cortou 20% de seu efeito, ou 4,2 mil pessoas.

A Embraer informou nesta segunda-feira que vai recorrer da declaração do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) que caracterizou as demissões anunciadas pela companhia em 19 de fevereiro como "abusivas".

A companhia brasileira ainda informou que "recorrerá também da decisão de se manter os contratos de trabalho vigentes até 13 de março de 2009", conseguida pelo sindicato através de liminar.

Segundo comunicado da empresa, ela entende que "conduziu suas ações rigorosamente de acordo com o que estabelece a legislação brasileira". O TRT considerou os cortes abusivos por falta de negociação prévia da empresa com o sindicato.

A decisão foi tomada pelo TRT de Campinas (SP) em 19 de março, mas só foi publicada nesta segunda-feira (30).

Indenização
A Justiça havia determinado também que a empresa pagasse indenização extra aos funcionários demitidos. A empresa anunciou novos benefícios, "a despeito do recurso a ser impetrado", segundo o comunicado.

A companhia garantiu ainda assistência médica aos funcionários e dependentes dependentes, sem qualquer custo, até março de 2010; pagamento, programado para o dia 2 de abril, de indenização adicional às verbas rescisórias, de um valor equivalente a dois salários, até o limite individual de R$ 7 mil.

Ela também assegurou dar prioridade aos ex-empregados que se apresentem para a participação em eventuais futuros processos de seleção.

As propostas de indenização extra, apesar de determinadas pelo TRT, tinham sido propostas anteriormente pela própria Embraer, em reunião de concililação realizada com sindicatos dos empregados do setor.

Crise e resultados financeiros
Os cortes anunciados em fevereiro atingiram 4.200 empregados, ou 20% do efetivo da fabricante de aeronaves. Foi a maior demissão em massa de uma companhia brasileira desde o agravamento da crise financeira global, em setembro.

A Embraer anunciou na última sexta-feira (27) que encerrou o quarto trimestre de 2008 com um prejuízo líquido de R$ 40,6 milhões. No mesmo período do ano anterior, o resultado havia ficado positivo em R$ 399,7 milhões.

Com o resultado do último trimestre, o lucro da fabricante brasileira de aeronaves despencou a R$ 428,8 milhões no ano passado, menos da metade do R$ 1,185 bilhão registrado em 2007.
Mudança de plano de saúde sem prazo de carência começa no dia 15

Medida deve beneficiar 6 milhões de pessoas.Alteração só vale para planos contratados a partir de 1999.

A partir do dia 15 de abril, quem estiver insatisfeito com o seu plano poderá mudar para outro plano sem ter que cumprir todo o período de carência novamente. A medida - chamada de portabilidade de carências - deverá beneficiar 6 milhões de pessoas que possuem planos privados no país.

Há cerca de um mês e meio, a auxiliar administrativa Ana Carolina Ravanelli tenta marcar um exame de ultrassom, mas não consegue. Laboratórios que atendiam o plano de saude dela foram descredenciados. O mesmo aconteceu com os médicos.

“Quando eu precisei de uma urgência, um mês atrás, eu fui parar na rede pública de saúde, porque eu fui em 3 hospitais e nenhum estava mais atendendo o plano”, afirma ela.

Novas regras

Segundo a Agência Nacional de Saúde (ANS), a mudança vale para os planos contratados a partir de janeiro de 1999. Para fazer a troca é preciso estar em dia com a mensalidade e fazer parte há pelo menos dois anos do plano antigo. O pedido de mudança só poderá ocorrer entre o mês de aniversário do contrato e o seguinte. Além disso, o plano de destino tem que ter as mesmas características do antigo.

A ANS está definindo os critérios para estabelecer quais planos são similares. O preço, por exemplo, tem que ser igual ou menor. “A principal regra é o preço, depois a abrangência... se o plano é municipal, estadual, ou nacional, o tipo de acomodação, se é apartamento ou se é enfermaria, ou se o plano é hospitalar, ambulatorial, ou conveniado”, explica Fausto Pereira, direitor da ANS.

Se o consumidor preencher todos os requisitos estabelecidos, a operadora do plano de saude que receber a proposta de adesão não poderá recusar o novo cliente. “Ela é obrigada a aceitá-lo no prazo de até 20 dias, e se a empresa não der uma resposta para o consumidor nestes 20 dias, ele será considerado aceito automaticamente”, anuncia Evandro Zuliani, diretor do Procon.

Para a Associação Brasileira de Medicina de Grupo, a transferência de um plano para outro poderá aumentar os custos de algumas operadoras. A entidade também demonstrou preocupação com a não-divulgação de critérios para determinar se os planos são compatíveis ou não. A ANS declarou que as informações serão divulgadas a partir do dia 15.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Consolidar a unidade das centrais e movimentos sociais
Wagner Gomes
O Dia Nacional de Luta em Defesa do Emprego e dos Direitos Sociais, realizado nesta segunda-feira (30-3) em todo o país, superou as expectativas e não há dúvidas de que foi coroado de êxito em todos os sentidos. Em São Paulo, onde os organizadores previam o afluxo de 10 mil pessoas, 20 mil participaram da bela passeata que atravessou a Avenida Paulista, parando diante da poderosa Fiesp e da sede do Banco Central, desceu a rua da Consolação e fez uma combativa pausa no Bovespa, no Largo do Café (15 de novembro) antes de seguir para a Praça da Sé, onde o ato foi concluído. Estima-se que pelo menos 100 mil saíram às ruas nas capitais brasileiras em apoio à manifestação unitária dos movimentos sociais.

Na manhã da mesma segunda-feira, em reunião com o presidente em exercício, José Alencar, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, na sede do Banco do Brasil em São Paulo, veio a notícia de uma primeira vitória do nosso movimento: a prorrogação por mais três meses da redução do IPI de carros e caminhões novos foi condicionada à estabilidade dos operários no período. Não é tudo que pleiteamos, mas a medida tem grande relevância por duas razões. Em primeiro lugar, porque contempla a reivindicação do movimento sindical e significa uma resposta positiva à pressão das ruas; ao mesmo tempo, traduz uma filosofia que deve orientar a ação do poder público em todos os níveis, ao comprometer as empresas beneficiadas com recursos estatais com a manutenção do nível de emprego, coibindo demissões em massa e o aumento consequente da taxa de desemprego.

Ricos devem pagar a crise

Vamos continuar a luta e exigir contrapartida semelhante nas operações de crédito do BNDES, o que ainda não ocorreu, como podemos verificar no caso da Embraer. E também não é só isto. Queremos a mudança da política econômica, o fim do superávit fiscal e maiores investimentos públicos para geração de emprego; a redução radical dos juros; o controle do câmbio e do fluxo de capitais estrangeiros; a restrição e taxação das remessas de lucros e dividendos; a desoneração da cesta básica; redução dos impostos que recaem sobre atividades produtivas e elevação dos impostos para o capital financeiro; a diminuição da jornada de trabalho sem prejuízo para os salários, entre outras medidas.

O sucesso das manifestações não seria possível sem a ampla unidade alcançada. Desta vez contamos com a participação de todas as centrais sindicais, sem exceção, incluindo Conlutas e Intersindical, ao lado de várias organizações dos movimentos sociais, como foi o caso do MST, UNE, Conam, UBM, entre outras. Consolidar a unidade é indispensável para prosseguir a luta e conquistar novas vitórias.

Conforme foi ressaltado em diferentes pronunciamentos feitos durante a passeata realizada no centro de São Paulo, a crise econômica em curso é, antes de tudo, uma crise do capitalismo, decorrente das contradições intrínsecas ao sistema. Com toda razão, os sindicalistas franceses, que recentemente levaram 3 milhões às ruas contra a política econômica do governo direitista de Sarkosy, proclamaram que a classe trabalhadora não tem culpa no cartório, mas o mesmo não pode ser dito em relação ao patronato.

Não é justo que a conta seja apresentada aos assalariados na forma de desemprego, arrocho dos salários e redução dos direitos. Que os ricos paguem a crise. Este é o desejo unitário de todos e todas que se mobilizaram nesta segunda-feira. Foi também a palavra de ordem proposta pela CTB na nota pioneira que divulgou sobre o tema em outubro do ano passado. Todavia, a justiça social não virá por geração espontânea. Não será concretizada na história senão através de uma luta enérgica da classe trabalhadora em defesa do emprego, dos salários e dos direitos sociais. Unidade, eis a chave para abrir a porta da vitória e do futuro.

A luta continua!
Wagner Gomes é presidente da CTB
Em diversos Estados, milhares participam das manifestações contra a crise
Em todo o país, trabalhadores realizaram manifestações contra as demissões, por estabilidade no emprego e redução da taxa de juros.

São Paulo

Na cidade de São Paulo, centrais sindicais e movimentos sociais levaram em torno de 20 mil trabalhadores para avenida Paulista para avisar que não irão pagar pela crise e exigir a garantia de empregos, direitos e contra a exploração da classe trabalhadora.

São Paulo

Já MTST “trancou” estradas em São Paulo: Rodovia Anhangüera na altura de Sumaré,na Frâncisco Morato, Rodovia Régis Bittencourt e na avenida dos Autonomistas e depois realizaram manifestações em frente as Prefeituras de Osasco e Guarulhos.

Em São José dos Campos uma manifestação reuniu mais de 2 mil trabalhadores na porta da GM.

Em Campinas, assembléia dos trabalhadores terceirizados da Petrobras, agitação em duas fábricas químicas e operação tartaruga na Unicamp. Em Bauru ato no centro da cidade.

Bahia

As centrais sindicais, entidades do movimento popular e estudantil realizaram em Salvador uma marcha pelo Dia Mundial em Defesa do Emprego, Direitos Sociais e Trabalhistas, pelas ruas do centro da cidade, passando pelas praças do Campo Grande e Municipal.


Salvador - BA

Maranhão

Com a adesão de mais de 200 pessoas, o Dia Nacional de Luta em São Luís, começou logo pela manhã cedo com uma manifestação em frente ao Campus da Universidade Federal do Maranhão. A atividade terminou com um ato na Praça Deodoro. Rio Grande do NorteUm ato realizado às 14h, levou cerca de 500 trabalhadores à praça Gentil Ferreira após passeata pelas ruas da cidade.

Pernambuco

Ato reuniu 300 pessoas na porta da FIEPE(Federação das Industrias de Pernambuco). Manifestantes entregaram manifesto aos empresários. Depois foram em passeata até ao Palácio do Campo das Princesas, sede do Governo do Estado.

Piauí

A mobilização iniciou-se com uma concentração das centrais sindicais e entidades dos movimentos sociais na praça da Liberdade e seguiu com uma marcha pelas ruas do centro da cidade, terminando com um ato público na Praça da Francisca Trindade.

Rio Grande do Sul

Manifestação reuniu mais de 6 mil pessoas. Passeata saiu de frente da Gerdau e foi para a área de concentração bancária, lá realizaram pequenas paralisações nas agências. Depois, seguiram em passeata até o Palácio Piratini onde se encontraram com os estudantes e realizaram o ato final contra a crise e também contra a governadora Yeda Crusius. Os manifestantes trouxeram um caminhão que chegou trazendo um container com uma faixa com a frase: "Escola Estadual Yeda Crusius - diretora Mariza Abreu".

Porto Alegre - SP

Brasília

Um ato reuniu mais de mil pessoas em frente ao Banco Central. Depois seguiu em passeata em a direção a Esplanada dos Ministérios, com término em frente ao Supremo Tribunal Federal.

Brasília - DF

Pará

Ato em Belém reuniu mais de 2 mil pessoas que seguiram em passeata pelas ruas do centro da cidade.

Rio de Janeiro

No Rio de janeiro mais de 10 mil pessoas participaram das manifestações que ocorreram ao longo do dia. Na parte da manhã o ato aconteceu em Volta Redonda e na parte da tarde foi realizada uma passeata que teve início na Candelária rumo ao prédio do BNDS.

Mato Grosso

Cerca de 200 militantes de todas as centrais sindicais, entidades de classe e movimentos sociais fizeram um ato público na parte da manhã na praça Alencastro, Centro de Cuiabá. Em uma reação conjunta dos trabalhadores, que afirmam: nós não vão pagar pela crise do capital!

Na França, Peugeot Citroën afasta seu presidente

Christian Streiff será substituído por Philippe Varin.Montadora negocia a demissão voluntária de 150 executivos.

christian streiff
O Conselho da PSA Peugeot Citroën destituiu o presidente do grupo automobilístico francês, Christian Streiff, e designou Philippe Varin, ex-dirigente do grupo siderúrgico Corus, para substitui-lo a partir de 1º de junho. O anúncio foi feito ontem pelo próprio Conselho.
A PSA Peugeot Citroën, a maior montadora de automóveis da França e a segunda maior na Europa, prevê uma queda de 20% de suas vendas neste ano e, como a concorrente Renault, prevê o corte de milhares de postos de trabalho.

Philippe Varin
Streiff, de 54 anos e ex-presidente da fabricante de aviões Airbus, assumiu a PSA Peugeot Citroën em fevereiro de 2007, em substituição a Jean-Martin Folz.
O anúncio da saída de Streiff, que tinha como missão tirar a montadora do vermelho, foi feito um mês depois de o grupo ter comunicado que fechou 2008 com um prejuízo de 343 milhões de euros e que, para este ano, prevê mais de 11 mil demissões voluntárias.
Desde o início da crise, a direção cortou 1 mil empregos temporários, não renovando contratos. Negociações estão em andamento para a demissão voluntária de 150 executivos. A PSA Peugeot Citroën tinha 207 mil funcionários em todo o mundo em 2007.
GM confirma saída de Rick Wagoner da presidência

Imprensa dos EUA havia adiantado demissão do executivo neste domingo. Substituição teria sido exigida pela Casa Branca antes de novo pacote.

Rick Wagoner
A montadora General Motors anunciou em comunicado divulgado na madrugada desta segunda-feira (horário de Brasília) a saída de Rick Wagoner da presidência da empresa. Na nota, a GM informa que Fritz Henderson assume o cargo. Reportagens publicadas neste domingo (29) pela imprensa norte-americana, citando fontes da Casa Branca e da empresa, já adiantavam a saída de Wagoner da montadora. O executivo recebeu críticas por sua administração da GM no ano passado, quando parlamentares norte-americanos debateram um plano de resgate às montadoras.

Com o presidente dos EUA, Barack Obama, prestes a anunciar novos repasses de dinheiro para o setor automotivo, a expectativa é que o repasse de mais verbas exija mais concessões dos trabalhadores e também das empresas. A demissão de Wagoner seria uma dessas "moedas de troca". Montadoras como a General Motors e a Chrysler receberam dinheiro do governo no ano passado para continuar atuando no mercado. Juntas, as duas empresas tiveram um aporte de cerca de US$ 17,4 bilhões.
OIT prevê aumento de 50 milhões de desempregados este ano

Perspectivas também não são otimistas para a OCDE.Estimativa foi divulgada em encontro do G8 em Roma.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que haverá um aumento de 50 milhões de desempregados no mundo todo durante este ano, segundo um documento apresentado nesta segunda-feira (30), em Roma, durante a reunião dos ministros de Trabalho do Grupo dos Oito (G8, os sete países mais desenvolvidos e a Rússia).

Para a OIT, existe um risco de recessão prologada no mercado do trabalho por causa da crise e poderá se prolongar durante quatro ou cinco anos depois da recuperação econômica.

As perspectivas também não são otimistas para a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que prevê uma modesta recuperação na primeira metade de 2010, após um arrefecimento em 2009.

A reunião, realizada em Roma desde domingo e que terminará na terça-feira, procura possíveis intervenções tanto estatais quanto internacionais para enfrentar o problema do desemprego e apoiar as famílias mais desfavorecidas.

Além dos ministros de Trabalho do G8, foram convidados ao encontro os representantes de países com economias emergentes, como Brasil, China, Egito, África do Sul, México e Índia. Também há a participação do secretário-geral da OCDE, Angel Gurría, e do diretor-geral da OIT, Juan Somavía.

O subdiretor do Fundo Monetário Internacional (FMI), John Lipsky, e o comissário para Assuntos Sociais da União Europeia, Vladimir Spidla, também assistem ao encontro.
Governo estuda seriamente lei de falências para GM e Chrysler

Especialistas afirmam que essa é a melhor opção para as montadoras.Com a 'falência sob tutela', ambas se livrariam de antigas dívidas.

O grupo de trabalho presidencial para a indústria automotiva americana destacou nesta segunda-feira (30) que "a melhor oportunidade de êxito" para General Motors e Chrysler pode ser a lei de falências, que permitira uma reestruturação sob controle judicial.

"A melhor oportunidade de êxito poderia residir no uso da lei de falências, de uma maneira rápida e cirúrgica", destaca o grupo de trabalho em suas conclusões, que servem de base para o plano para a indústria que o presidente Barack Obama apresentará nesta segunda-feira.

"Ao contrário de uma liquidação, onde uma empresa é desmantelada e é vendida, ou de uma quebra clássica, onde uma empresa pode ficar paralisada em litígios durante anos, uma falência sob tutela - se for necessário neste caso - seria uma ferramenta que permitiria a GM e Chrysler se livrar de antigas dívidas, de maneira que possam retomar o caminho do sucesso", completa o informe.
Proprietária coloca Ponto Frio à venda

Decisão foi comunicada à CVM pela Globex Utilidades.Nenhuma proposta firme e vinculante foi recebida ainda, diz companhia.

O Ponto Frio, uma das maiores redes varejistas do país, foi oficialmente colocado à venda. Em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários, a Globex Utilidades, dona da rede, informou ter contratado uma instituição financeira para assessorá-la "na negociação com potenciais interessados em adquirir o controle da companhia".

No mesmo comunicado, no entanto, a Globex diz ainda não ter recebido nenhuma proposta firme para a aquisição.

A Globex deve divulgar os resultados do quarto trimestre e do fechamento do ano passado nesta terça-feira (31).
Casa Branca rejeita planos de reestruturação de GM e Chrysler

Obama dará 60 dias para GM apresentar uma nova estratégia.Já a Chrysler, terá até 30 de abril para se unir à Fiat.

O governo dos Estados Unidos decidiu intimar a montadora General Motors (GM) a apresentar um novo plano de redução de custos em 60 dias e a Chrysler a concluir um acordo definitivo com a Fiat em 30 dias para obter uma nova ajuda federal, segundo um grupo de trabalho oficial.

Os especialistas do grupo criado pelo presidente Barack Obama consideram que os planos de reestruturação apresentados pelas duas gigantes em 18 de fevereiro não são viáveis no atual cenário econômicobrero.

Obama deve anunciar nesta segunda-feira às 11H00 locais (12H00 de Brasília) as grandes linhas do plano que deve permitir a sobrevivência de GM e Chrysler.

De acordo com o jornal New York Times, a Casa Branca deu à GM um prazo de 60 dias para apresentar um novo plano de redução de custos, uma condição para que a empresa possa receber mais ajuda do governo.

Depois de uma revisão minuciosa do plano de reestruturação da GM, o governo dos Estados Unidos pretende manter a assistência à companhia durante o tempo necessário para a elaboração de um novo plano, afirma o jornal, com base em fontes oficiais.

No entanto, o grupo de trabalho do governo americano não fez qualquer menção aos 16,8 bilhões de dólares solicitados pela empresa.

A informação surge depois da notícia de que a Casa Branca teria considerado os planos de reestruturação da GM insuficientes e que a empresa precisava ser mais agressiva, caso deseje ter um futuro a longo prazo.

Na noite de domingo, a montadora americana confirmou a renúncia imediata de Rick Wagoner como presidente de diretoria e chefe executivo da empresa.
"Rick Wagoner deixará o cargo de presidente e diretor executivo, efetiva e imediatamente", afirma a empresa em um comunicado.

Wagoner, 56 anos, assumira a direção da gigante em 2000 e a presidência em 2003.
Em um comunicado publicado no site da empresa, Wagoner afirma ter se reunido na sexta-feira em Washington com funcionários do governo, que pediram sua renúncia.
Um alto funcionário do governo confirmou à AFP que a Casa Branca solicitou a saída Wagoner.

A GM anunciou ainda o nome de Fritz Henderson, atéa agora chefe operacional da empresa, como novo presidente da diretoria.
"Fritz Henderson, presidente e chefe operacional da GM, será agora o diretor geral", anunciou a empresa em um comunicado.

Henderson, 50 anos, foi nomeado para seu posto atual em 2008. Ele já foi vice-presidente e diretor financeiro da empresa.

A saída de Wagoner acontece no momento que a General Motors e a Chrysler operam à beira da falência e buscam uma ajuda adicional do governo de US$ 21,6 bilhões.

No que diz respeito à Chrysler, a Casa Branca determinou que a montadora deve concluir um acordo com a italiana Fiat em um prazo de 30 dias para ter acesso a novas ajudas financeiras do governo, segundo o NYT.

A Chrysler não receberá mais auxílio do governo se falhar em concluir a aliança com a Fiat até o dia 30 de abril, destaca o NYT, com base em informações divulgadas por fontes oficiais.

A montadora, a terceira maior do país, informou que o acordo proposto pode ser avaliado no máximo a 10 bilhões de dólares, ao mesmo tempo que luta para manter um resultado positivo em meio à crise econômica e à queda nas vendas.

Se o acordo for alcançado em 30 dias, o governo americano voltará a considerar a concessão de mais um empréstimo de seis bilhões de dólares, afirma o New York Times.

A Chrysler anunciou que precisa de mais US$ cinco bilhões de empréstimo de emergência, depois dos US$ quatro bilhões recebidos em dezembro.

Se a aliança for concretizada, a Fiat receberá 35% da Chrysler, mas sem a injeção de capital.
CSN fecha quarto trimestre com lucro

Empresa divulgou lucro líquido de R$ 3,94 bilhões no período.Venda da Namisa compensou pacto de resultado negativo de R$ 1,4 bilhão.

A Companhia Siderúrgica Nacional divulgou no fim da noite de domingo que encerrou o quarto trimestre de 2008 com forte alta no lucro líquido, apoiada por venda de parte de sua unidade de minério de ferro Namisa para um consórcio nipo-coreano. A operação ajudou a compensar impacto de resultado financeiro líquido negativo de R$ 1,4 bilhão.

A empresa divulgou lucro líquido de R$ 3,94 bilhões no quarto trimestre do ano passado, contra resultado positivo de R$ 508 milhões registrado um ano antes.

A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) encerrou os últimos três meses de 2008 em R$ 1,52 bilhão, avançando sobre os R$ 1,27 bilhão de um ano antes. A margem no período cresceu de 42% para 45%.

domingo, 29 de março de 2009

Desconto no IPI para carros novos será prorrogado por mais três meses

Jornal da Globo informou que desconto vai valer até o fim de junho.Redução foi considerada crucial para aumento nas vendas.

O sucesso da redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para carros novos vai prosseguir. O desconto será prorrogado por mais três meses, como informa o repórter José Burnier. Uma fonte da equipe econômica confirmou nesta sexta-feira que a redução do IPI para automóveis vai ser prorrogada por mais três meses, a partir da próxima quarta-feira (01).

A redução foi avaliada como um sucesso para a retomada do comércio de veículos novos, que tinha sido atingido pela crise internacional. De janeiro deste ano até 25 de março, com a redução do IPI, foram vendidos 606 mil carros. Quase 3% mais do que no mesmo período do ano passado. Com a prorrogação, os descontos no imposto vão valer até o final do mês de junho.

sábado, 28 de março de 2009

Metalúrgicos de Angra dos Reis saem da CUT e se filiam à CTB

O 1º Congresso da Categoria Metalúrgica de Angra dos Reis, Mangaratiba, Rio Claro e Paraty, no Estado do Rio de Janeiro, decidiu neste sábado, dia 28 de março a retirada da filiação do Sindicato dos Metalúrgicos da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e sua filiação à CTB.

A desfiliação do sindicato à CUT e sua filiação à CTB foi aprovada por 105 dos 110 delegados presentes ao 1º Congresso da Categoria Metalúrgica. Houveram cinco abstenções e nenhum voto em contrário.

Na pauta de discussão do Congresso, que ocorre no bairro de Jacueacanga em Angra dos Reis, litoral fluminense, além da filiação à CTB, está em discussão a conjuntura nacional e internacional; mudanças estatutárias; plano de luta e política do setor naval


Para o metalúrgico Pascoal Carneiro, secretário geral da CTB que acompanha o Congresso, a decisão dos metalúrgicos de Angra dos Reis é uma importante conquista para o sindicalismo classista que fortalece a Central e impulsiona a organização e consolidação da CTB no Estado do Rio de Janeiro.
GM prorroga licença remunerada de 600 trabalhadores

Medida é ampliada pela quarta vez em São José dos Campos. Trabalhadores receberão salários, mas sem trabalhar até 4 de maio.

Pela quarta vez a General Motors anuncia a prorrogação do período da licença remunerada concedida a cerca de 600 funcionários da planta de São José dos Campos. Os trabalhadores estão em casa desde o final do ano passado e retornariam ao trabalho na próxima segunda-feira (30).

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, o adiamento foi comunicado aos funcionários nesta sexta-feira (28) pela montadora.

Com a medida, até o dia 4 de maio os trabalhadores recebem os salários integrais, mas sem trabalhar. De acordo com o sindicato, a decisão preocupa os funcionários, que temem demissões futuras. O assunto será discutido pelo sindicato em assembleia na próxima quinta-feira (2), às 10h, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, no interior de São Paulo.
Obama vai anunciar plano para montadoras na segunda-feira

Anúncio será feito um dia antes do presidente viajar para a EuropaNa quinta, Obama pediu medidas de reestruturação ‘dolorosas e drásticas’.

O presidente Barack Obama irá anunciar o plano de ajuda às montadoras americanas na próxima segunda-feira (30), um dia antes de viajar para a Europa, segundo Robert Gibbs, porta-voz da Casa Branca.

“O encontro da força tarefa do setor acontece hoje. Decisões devem ser decididas e colocadas no plano a ser anunciado pelo presidente na segunda”, disse Gibbs.

“O presidente, ao meu ver, irá externar o que acha melhor para atingir viabilidade para as empresas, tanto em longo quanto em curto prazo”, completou Gibbs.

Na quinta-feira (26), durante um "town hall meeting" virtual no qual respondeu a perguntas de internautas, Obama afirmou que está disposto a ajudar a indústria automotiva em crise, mas, em troca, pediu medidas de reestruturação "dolorosas e drásticas".

"Nós daremos ajuda, sei que não é popular proporcionar ajuda aos trabalhadores da indústria automotiva ou às companhias automotivas", declarou durante usa reunião pela internet na Casa Branca. "Mas meu trabalho é medir o custo de deixar estas companhias automotivas entrar em colapso ou considerar se podem encontrar um plano viável que lhes permita sobreviver", acrescentou.

GM e Chrysler receberam US$ 17,4 milhões de empréstimo em dezembro depois de alegarem que não poderiam sobreviver sem ajuda. Já a Ford, que também está passa por dificuldades financeiras, anunciou que não pediria semelhante ajuda, mesmo depois de fechar 2008 com uma queda de 32,4%.

Futuro da GM em pauta

A chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente americano, Barack Obama, realizaram na noite de quinta-feira (26) uma videoconferência em que discutiram sobre o futuro da montadora General Motors (GM) e de sua filial Opel, anunciou o porta-voz oficial do Governo alemão, Ulrich Wilhelm.

Durante a conversa, em que foram abordados também os preparativos para as cúpulas do Grupo dos Vinte (G20, que reúne os países mais ricos e os principais emergentes) e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) na próxima semana, os líderes destacaram a necessidade de manter uma estreita coordenação enquanto se decide o plano de resgate para a montadora.

O presidente americano tinha anunciado em outra videoconferência com cidadãos dos EUA, pouco antes de ligar para Merkel, um plano para a salvação da indústria automotiva em seu país "nos próximos dias".

A imprensa americana especula a possibilidade de que o Governo dos EUA conceda, sob estritas condições, novas ajudas estatais a General Motors e Chrysler, ambas ameaçadas de quebra.

Na Alemanha, o Governo espera que a GM apresente seu plano de reestruturação do grupo para decidir sobre possíveis ajudas a Opel.
Ford anuncia plano de demissão voluntária no Brasil

Plano inclui trabalhadores horistas de Camaçari (BA), ABC e Taubaté (SP).Empresa diz que queda nas exportações obriga a ajustes de produção.

A Ford do Brasil informou nesta sexta-feira (27) que vai implementar um programa de demissão voluntária (PDV) nas fábricas de Camaçari (BA), São Bernardo do Campo (ABC paulista) e Taubaté (interior de SP). O programa estará aberto a todos os empregados horistas das três fábricas, incluindo aposentados.

Segundo explicou a empresa, o objetivo do programa é ajustar o número de trabalhadores aos níveis de produção atuais, que foram afetados por uma redução "significativa" nos volumes de exportação.

"A queda nas vendas externas é resultado da desaceleração da economia global e tem afetado os principais mercados da Ford, bem como de toda a indústria", afirmou a Ford, em comunicado.

A Ford do Brasil conta com 10.200 funcionários. A empresa não estipulou metas para redução do número de funcionários horistas com o programa de demissão voluntária.
Programa habitacional: a mão visível do Estado

Pode-se dizer que, no capitalismo, o problema do déficit habitacional é algo sem solução. É a lógica da escassez como condição para que um bem tenha um preço acima do seu valor. Essa constatação faz do programa habitacional anunciado pelo governo do presidente Luis Inácio Lula da Silva uma ação política de significado ainda incalculável.

Por Osvaldo Bertolino
Além dos benefícios sociais, é preciso considerar o potencial de dinamismo que o programa representa para toda a cadeia produtiva — desde produtores de materiais de construção até lojas de móveis — e para o conjunto da economia. A expectativa é de que finalmente o país passe a ter uma política habitacional — até agora o que nós tínhamos era um mosaico com medidas isoladas e paliativas.

A última vez que se fez política para a habitação no Brasil foi na década de 1960, com o Sistema Financeiro da Habitação (SFH). O impacto do pacote no combate ao déficit habitacional do país, estimado em 7,2 milhões de moradias, tem reflexo também na disponibilidade de crédito para as camadas com rendas mais baixas da população.

Mesmo com o agravamento da crise, a demanda é líquida e certa. Além de contar com prestações e juros subsidiados, o plano prevê um seguro que, no caso de famílias com renda entre três e cinco salários mínimos, garante até 36 prestações. Para famílias com renda entre cinco e oito salários mínimos, a proteção será de 24 prestações e, para as famílias com renda de oito a dez salários mínimos, de 12 prestações. Os custos com documentação serão reduzidos, chegando à gratuidade para famílias com renda entre zero e três salários mínimos.

Manancial de oportunidades

Outra diferença significativa desse plano em relação aos demais é que ele não se baseia em subsídios para as construtoras — ele oferece segurança para as famílias assumirem um crédito de longo prazo. O programa mexe até com a lógica de funcionamento das construtoras ao determinar a predominância de construção de moradias para a baixa renda. Há previsões também de que com a queda da taxa básica de juros do Banco Central (BC), a Selic, o setor imobiliário se torne mais atrativo para bancos e investidores.

Pode-se dizer, portanto, que o plano do governo abriu as portas de um manancial de oportunidades e de dinamização da economia, que começa a ser efetivamente explorado. Aí é preciso considerar o papel do Estado. O governo tem dito que o plano habitacional é, acima de tudo, mais uma ação de resgate da cidadania. O que significa isso? Cidadania é uma idéia que tem raízes na antiguidade greco-latina.

Sucessão presidencial

Às portas do processo de sucessão do presidente Luis Inácio da Silva, esse debate está posto hoje no Brasil. E ele pode ser definido por uma pergunta básica: que tipo de Estado o país precisa? O economista Alfred Marshall tratou do assunto numa conferência que fez em Cambridge, em 1873. A pergunta sobre o tipo de Estado que queremos está na base das questões que angustiavam Marshall. Seu grande questionamento era se apesar das desigualdades de renda e de riqueza, que considerava inevitáveis, a sociedade moderna chegaria a proporcionar a todos os indivíduos uma sensação de mútuo reconhecimento como membros de uma mesma coletividade.

Conseguiria a sociedade inglesa, por exemplo, diluir os sentimentos de distância e de humilhação decorrentes da estratificação social pré-capitalista, que pareciam permanecer, sob nova roupagem, nas diferenças de classe social engendradas pela própria economia capitalista? Seria possível imaginar que um dia todo indivíduo pudesse se ver como um cavalheiro, pelo menos no sentido de não se sentir humilhado por exercer um trabalho menos qualificado e menos bem remunerado?

Evolução histórica

Outro Marshall (o Thomas) respondeu afirmativamente e de maneira abrangente às indagações do primeiro (Alfred). Seu célebre ensaio Citizenship and Social Class pode ser lido como uma ode ao desenvolvimentismo capitalista. O que ele pretende mostrar é a evolução histórica e, por meio dela, o enriquecimento e a crescente eficácia de três conjuntos de direitos: os civis, os políticos e os sociais.

Direitos civis são aqueles em que se baseiam as liberdades individuais. Direitos políticos são aqueles que conferem a cada cidadão uma parcela de influência na formação do poder político, por meio do voto e da participação em partidos e associações. E, finalmente, os direitos sociais: um mínimo de bem-estar econômico, seguridade social e a participação mais plena possível na herança cultural da sociedade.

Concreto e abstrato

No mundo dos economistas, esses conceitos são denominados como keynesianos. O ponto é: há espaços para um Estado keynesiano no Brasil atual? Todos os dias somos convidados a pensar por que o capitalismo neoliberal chegou ao fim tão precocemente. Pouco se diz, no entanto, sobre o novo sistema econômico que precisa nascer. Mas a morte do neoliberalismo não parece oferecer dúvidas.

O futuro não é um jogo de cartas marcadas, uma fotografia já revelada, imutável. O futuro, pelo contrário, se constrói no presente. São os passos que damos que vão inventando o caminho, como no provérbio. Partindo do concreto para o abstrato, é possível ver em iniciativas como a do programa habitacional do governo uma ótima oportunidade para se debater o futuro econômico e político do Brasil.

Inclusão social

Em entrevista ao Portal Vermelho no dia 18 de julho de 2005, o economista Carlos Lessa, ex-presidente do Banco Econômico e Social Brasileiro (BNDES), disse que o Estado deveria ter como prioridade a inclusão social. E uma das medidas prioritárias para isso seria um programa de habitação. “A inclusão social para o povo brasileiro é o quê? É programa de habitação, de educação, de saúde, de segurança, de justiça, de defesa...”, disse ele.

Carlos Lessa cita como pode haver um programa conjugado de educação e construção civil. “O que eu preciso para fazer, por exemplo, educação? Cimento, tijolo, telha, material hidráulico, para fazer a escola. Preciso de papel e gráfica para fazer o livro. Preciso de tecido para fazer a roupa da criança. Preciso de comida para fornecer o alimento. E preciso de muito professor”, diz ele.

Um grande país

O economista destaca que tudo isso é produzido dentro do país. “Se eu ampliar o programa de educação, eu vou gerar muito emprego para professor, para servente, para pedreiro, para pintor, para gráficos, para escritor. Se eu tiver que fazer um programa de habitação popular, eu preciso de areia, cimento, tijolo, telha, madeira, ferro... e muita mão-de-obra. Se eu fizer um grande programa social, eu dou ao povo melhor educação, melhor saúde, melhor casa, e ao mesmo tempo gero emprego em massa para os brasileiros”, afirma.

Carlos Lessa enfatiza que esse pode ser um grande país. Um imenso país. “Mas nós precisamos empurrar esses juros obscenos, indecentes, para baixo. Precisamos fazer uma política voltada para o interesse social do povo brasileiro”, enfatiza. Pode-se dizer que são medidas simples, ao alcance do governo brasileiro. Elas ganham mais relevância ainda diante dos sinais de que a crise mundial se agrava numa velocidade estonteante. O Brasil, no entanto, tem grande chances de potencializar o consumo interno e se resguardar dos efeitos mais perversos da crise.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Merkel e Obama conversam sobre futuro de GM e Opel
Líderes de Alemanha e EUA querem coordenação conjunta.Tanto a matriz quanto a filial da montadora estão em dificuldades.

A chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente americano, Barack Obama, realizaram na noite de quinta-feira (26) uma videoconferência em que discutiram sobre o futuro da montadora General Motors (GM) e de sua filial Opel, anunciou o porta-voz oficial do Governo alemão, Ulrich Wilhelm.

Durante a conversa, em que foram abordados também os preparativos para as cúpulas do Grupo dos Vinte (G20, que reúne os países mais ricos e os principais emergentes) e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) na próxima semana, os líderes destacaram a necessidade de manter uma estreita coordenação enquanto se decide o plano de resgate para a montadora.

O presidente americano tinha anunciado em outra videoconferência com cidadãos dos EUA, pouco antes de ligar para Merkel, um plano para a salvação da indústria automotiva em seu país "nos próximos dias".

A imprensa americana especula a possibilidade de que o Governo dos EUA conceda, sob estritas condições, novas ajudas estatais a General Motors e Chrysler, ambas ameaçadas de quebra.
Na Alemanha, o Governo espera que a GM apresente seu plano de reestruturação do grupo para decidir sobre possíveis ajudas a Opel.
Atividade do comércio cresceu 3,9% em fevereiro, aponta Serasa

Resultado aponta desaceleração ante desempenho do setor em janeiro.Eletroeletrônicos, móveis e informática puxaram alta.

A atividade do comércio varejista no país cresceu 3,9% em fevereiro em relação ao mesmo mês do ano passado, mostra levantamento da Serasa Experian. O resultado aponta desaceleração ante o desempenho do comércio em janeiro, quando o indicador registrou alta de 5,1% em base anual, e em dezembro, quando o indicador avançou 7,5%, também em base anual.

É a primeira vez que a Serasa Experian divulga o indicador de atividade do comércio, elaborado a partir das consultas do setor à base de dados da empresa, que se estende até janeiro de 2000 para o segmento.

O comércio varejista, segundo a Serasa, teve expansão de 4,5% no primeiro bimestre do ano na comparação com o mesmo período de 2008. A alta foi puxada pelo crescimento de 8,6% da atividade nas lojas de eletroeletrônicos, móveis e informática.

Em seguida, aparecem combustíveis e lubrificantes, com aumento de 6,1%; veículos e motos e peças, com avanço de 5,9%; e hipermercados, supermercados e o varejo de alimentos e bebidas, que tiveram expansão de 2,6%. Já as lojas de material de construção tiveram uma queda 8,8% no período, enquanto vestuários e calçados recuaram 2,8%.