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quinta-feira, 29 de abril de 2010

Ministério da Segurança é bravata de Serra

Em entrevista nesta semana a José Luis Datena, na TV Bandeirantes, o demotucano José Serra só apresentou uma idéia “original”: afirmou que, se eleito, criará o Ministério da Segurança Pública. Na maior caradura, no mesmo mês em que mais de 23 pessoas foram assassinadas na Baixada Santista, o candidato fez demagogia com um tema tão grave e sensível à população. Ele só não explicou porque a situação da segurança pública em São Paulo, estado dominado pelos tucanos há quase 20 anos, é uma das mais caóticas do país, com crescentes índices de homicídios.

A recente onda de violência na Baixada Santista só confirma a gravidade da situação. Em apenas quatro dias, de 20 a 23 de abril, cinco pessoas foram executadas em São Vicente, seis morreram no Guarujá; e outras duas foram mortas em Santos e Praia Grande. Desesperados, os jovens não foram às aulas e os comerciantes fecharam as portas. Até o Conselho Assessor de Segurança no Exterior (Osac), ligado ao Departamento de Defesa dos EUA, aconselhou os turistas a “evitarem viajar” para o litoral paulista, prejudicando a imagem do Brasil no exterior.

A barbárie imposta pelos tucanos

Diante desta nova onda violência, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo declarou que a situação no litoral “está sob controle”. A mesma resposta foi dada quando da onda de ataques do PCC, em 2006, que resultou em dezenas de mortos em várias cidades paulistas. A mesma atitude passiva e incompetente ocorreu diante dos 53 homicídios no Guarujá em 2009 – quase cinco por mês. Na prática, o governo tucano de São Paulo não tem política para a segurança pública – os policiais ganham salários de fome, não há serviço de inteligência e predomina a dura repressão.

A juventude é a principal vítima desta barbárie. O Cemitério São Luiz, na periferia sul da capital paulista, é hoje o local com maior número de jovens sepultados por metro quadrado no planeta. Eles são alvos das quadrilhas de criminosos e da própria ação violenta da polícia. Tanto que ela é vista com medo pelas populações carentes. E não é para menos. Os tucanos acionam a PM para reprimi-la e humilhá-la. Basta um exemplo. No ano passado, a polícia promoveu uma operação “saturação” na favela Paraisópolis, zona sul da capital, invadindo casas sem mandatos judiciais, prendendo e torturando moradores, inclusive crianças e idosos, segundo o insuspeito Estadão.

Manipulação das ocorrências

Sob comando tucano, a polícia coleciona péssimas estatísticas. Em 2007, ela foi responsável por 438 mortes; em 2008, outras 431; em 2009, com base nos registros até setembro, por mais 400 mortos. E estes dados chocantes são subestimados, segundo a própria Ouvidoria, que afirma que as ocorrências são manipuladas para esconder a selvageria. Os homicídios são ocultados como “resistência seguida de morte” ou “encontro de cadáver”. Há inclusive grupos de extermínio no interior da PM, como o dos “highlanders” – o esquadrão da morte integrado por policiais do 37º Batalhão da PM, cuja marca é cortar cabeças e mãos das vítimas para impedir a identificação.

Desgovernada, desmotivada e arrochada, a polícia paulista não consegue cumprir a contento seu papel de garantir a segurança pública. Os 40 mil agentes da Polícia Civil operam em péssimas condições, sem os equipamentos indispensáveis para o esclarecimento dos crimes. A carência de recursos e os baixos salários já resultaram em vários protestos e greves, como a do ano passado que terminou com cenas de guerra perto do Palácio dos Bandeirantes. Já os 90 mil soldados da PM, responsáveis pelo policiamento ostensivo, recebem míseros salários para enfrentar o perigo.

Datena pegou leve contra o tucano

O sistema penitenciário é outra calamidade. Ao invés de reeducar o preso para reinseri-lo na sociedade, ele serve como escola do crime. As 147 unidades prisionais do estado abrigam cerca de 150 mil presos, quando teriam capacidade para 96 mil detentos. Como relata um acalentado estudo da assessoria técnica do PT na Assembléia Legislativa, “celas superlotadas e sem asseio obrigam os presos a fazer rodízio para que todos possam dormir. Faltam funcionários, colchões, remédios e até água... Os Centros de Detenção Provisória, construídos para abrigar apenas os que aguardam julgamento, foram transformados em penitenciárias e estão com superlotação”.

Estes dados revelam a demagogia de José Serra quando fala em criar o Ministério da Segurança. Como não consegue dar resposta efetiva a um problema real, ele promete criar mais um cabide. Sua bravata nem sequer foi retrucada por Datena, que vive do espetáculo com o crime e posa de durão diante de seus entrevistados. Dias antes, o jornalista não poupou a petista Dilma Rousseff, fazendo perguntas até sobre o “mensalão do PT”. Já com o queridinho da mídia, ele pegou leve. Não perguntou, por exemplo, sobre a onda de violência no litoral paulista. O vídeo do Fantástico ao menos registrou o caos da segurança – mesmo que se esforçando para mostrar viaturas da polícia.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Globo, Veja e Folha: o partido político da mídia vai à guerra

Quando aponta-se que há um partido político da mídia que organiza a oposição ao governo Lula, alguns colegas jornalistas ficam indignados por não se acharem partícipes de qualquer movimento. Julgam-se independentes e acusam aqueles que criticam os veículos como governistas e chapas-brancas.

Por Renato Rovai, em seu blog
A ação deste fim de semana que envolveu a Veja (com a capa do Serra de mãozinha no queixo), o jingle da Globo fazendo campanha pelo “Brasil pode mais” em nome dos seus 45 anos (sendo que o número 45 da Globo é igualzinho ao 45 do PSDB) e a pesquisa Datafolha que apresenta números contraditórios com a tendência de outros institutos, é mais uma demonstração de como a mídia comercial é o verdadeiro partido político da oposição demo-tucana.

Sem esses veículos de comunicação, Serra e sua turma teriam chance zero nas próximas eleições. Eles sabem que para que o candidato tucano tenha alguma possibilidade de vitória terão de jogar todas as fichas nele. Parecem estar dispostos a isso.

A ação da Globo, Veja e Folha não se deu ao mesmo tempo por coincidência. É algo articulado e para testar força. Quase como um ensaio de golpe. Algo muito comum quando os militares buscavam articular a derrubada de um governo democrático na América Latina.

Hoje, pesquisas devem estar sendo produzidas para consumo interno com a intenção de verificar se a ação resultou em alguma melhoria para os índices do tucano. A depender dos resultados, a ação se repetirá talvez em maior escala ou seus rumos podem ser alterados.

Por enquanto eles tentaram vender a simpatia de Serra e boas notícias para ele. Os próximos golpes podem (e pelo que indicam serão) ataques ao PT e reportagens acusatórias em relação à candidatura de Dilma.

Não foi à toa que Veja, Globo e Folha agiram conjuntamente. As teses do Instituto Milenium hoje são públicas. Não é preciso ser bidu para saber o que eles pensam da democracia. E para desenhar o que devem fazer no percurso da campanha eleitoral.

Preparem-se para uma campanha nojenta. Porque com jingles bonitinhos com artistas falando mais e mais e com capas de revistas em que Serra aparece de mãozinha no queixo não vai dar para melhorar a vida dele. Ou seja, vai ter guerra.


Veja tem lado e não é o do bom jornalismo


Reproduzo artigo enviado pelo amigo Sylvio Micelli:

Deixei de ler a revista Veja há mais de uma década. Acredito que, mais ou menos, desde quando obtive o, já em desuso, diploma de jornalista. São mais de 13 anos. Não faço sua leitura, exceto por educação ou algo muito específico, nem mesmo para saber, como diria meu grande amigo jornalista Gaspar Bissolotti Neto, “o que pensa o lado negro da força”.

Os motivos são vários, mas podem ser facilmente resumidos. O que a Veja fazia no final dos anos 90 não era jornalismo. Ao menos, não era aquele jornalismo ético e imparcial que havíamos aprendido na faculdade. Os mais críticos certamente dirão que a Veja nunca fez um jornalismo isento até porque, dentro do contexto histórico, a publicação foi, digamos, uma concessão do regime militar que em 1968, um dos anos mais violentos da ditadura e da edição do Ato Institucional nº 5, precisava “combater” outras publicações extremamente inteligentes e por isso mesmo, prejudiciais ao regime, em especial a revista Realidade.

À época da faculdade cheguei a assinar a revista. Muito mais por obrigação. Os professores acreditavam que a Veja era importante no processo de redemocratização do país e, afinal, era formadora da opinião da classe média a que todos nós pertencíamos. Uma grande bobagem. A publicação sempre defendeu um lado. Lado que nunca pertenci.

Passo longe dos discursos político-partidários. E muitos hão de achar que não leio a revista porque não comungo da campanha em prol do PSDB que a Veja encampa. Outra grande bobagem. Não sou partidário de José Serra. Nem de Dilma Roussef. E, para ser bem sincero, vejo com desdém esse maniqueísmo eleitoral ou campanha plebiscitária a envolver os dois partidos mais representativos do país – PT e PSDB – tendo o PMDB ora a servir este ou aquele cliente. Consigo ver, pessoalmente, outras opções melhores dentre os pré-candidatos apresentados.

A capa da revista Veja desta semana é risível. E seria cômico se não fosse trágico. Traz um José Serra clicado como um dândi, embalado a vácuo pronto para consumo. Tive a oportunidade de conhecer o ex-governador pessoalmente. Ele não é dócil. Muito pelo contrário. Tem um estilo firme e, aparentemente, está de eterno mau humor. Questão de estilo, apenas. E nem entro no mérito de sua administração que para mim foi péssima. A capa ainda fica mais ridícula ao ler uma chamada no alto para um artigo da “principal” oponente de Serra, Dilma Roussef. Certamente, a revista tentou camuflar dizendo que abre espaço para todos.

Enfim, a revista Veja é isso. Pseudo-jornalismo destinado à classe dominante. E pobre do país que tem uma publicação como esta, entre as mais lidas pela população. Isso explica muita coisa. Em especial nosso eterno atraso para questões muito mais importantes do que decidir, meramente, quem será o próximo presidente do Brasil.

Passou da hora da grande mídia repensar muitas de suas práticas. Com a Internet, blogs e redes sociais toda manipulação será questionada.

terça-feira, 20 de abril de 2010

TV Globo, o clip do Serra e os ingênuos

O clima é de velório na TV Globo! Em menos de 24 horas, a poderosa emissora foi obrigada a retirar do ar um comercial comemorativo dos seus 45 anos que custou uma fortuna – envolvendo vários artistas e milionária produção. O clip parecia uma peça publicitária do presidenciável demotucano José Serra. Utilizava um bordão semelhante ao da sua campanha, “O Brasil pode mais”, com as estrelas globais em coro implorando “todos queremos mais”, e trazia em destaque o número 45, o mesmo da legenda do PSDB – inclusive com uma fonte de letra bastante similar.

O ousado e descarado comercial gerou uma imediata onda de indignação na globosfera. Marcelo Branco, um dos responsáveis pela campanha de Dilma Rousseff na internet, acusou a TV Globo de fazer propaganda subliminar do adversário. “Eu e toda a rede vimos essa alusão”, disparou em seu twitter. Já o jornalista Paulo Henrique Amorim, do acessado blog Conversa Afiada, exigiu que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) averiguasse a possibilidade de crime eleitoral promovido pela emissora. O “clip pró Serra” foi exibido com críticas em centenas de sítios e blogs.

Desculpa esfarrapada e risível

Diante do levante dos internautas, a emissora colocou o rabinho entre as pernas e retirou o vídeo das telinhas e do seu próprio sitio. Quem clica na página recebe a curta mensagem: “página não encontrada”. Numa nota lacônica, a Central Globo de Comunicação ainda tentou justificar a feia pisada na bola. Afirmou que o filme foi criado em novembro de 2009, quando “não existiam nem candidaturas muito menos slogans”, e informou: “Mas a Rede Globo não pretende dar pretexto para ser acusada de ser tendenciosa e está suspendendo a veiculação do filme”.

A desculpa é das mais esfarrapadas e risíveis. Será que o candidato tucano, após reunião secreta no Jardim Botânico, roubou o mote do comercial comemorativo de TV Globo? Seria mais um crime de plágio, tão comum a Serra. Ou foi a emissora que aproveitou o lema de campanha da oposição para fazer propaganda antecipada? Seria um nítido crime eleitoral. Ou as duas hipóteses? Os vínculos políticos entre Serra e a famíglia Marinho são antigos e notórios. A TV Globo teria todo o tempo hábil para cancelar o clip e evitar o vexame, mas preferiu apostar no seu prestígio.

Uma emissora “tendenciosa” e cínica

Quanto a ser tachada de “tendenciosa”, como afirma a risível nota, isto não é uma acusação, mas sim um fato – comprovado pela história. A TV Globo tentou fraudar a vitória de Leonel Brizola nas eleições para o governo do Rio de Janeiro em 1982. A TV Globo escondeu as manifestações das Diretas-já, tratando um gigantesco ato em São Paulo como “uma festa de aniversário” da cidade. A TV Globo forjou a imagem do “caçador de marajás” para garantir a vitória de Collor de Mello em 1989. A TV Globo criminaliza os movimentos sociais, tratando-os como “caso de polícia”, e faz de tudo para desestabilizar o governo Lula – inclusive apostando no seu impeachment.

Mais recentemente, a TV Globo foi a principal patrocinadora do seminário da Casa Millenium, que reuniu os barões da mídia com o objetivo explícito de traçar uma tática unitária para derrotar Dilma Rousseff. Os astros globais, como Arnaldo Jabor, Willian Waack e outros, foram os mais hidrófobos nos ataques à candidata que representa a continuidade do projeto do governo Lula. O clip pró Serra talvez tenha sido uma das peças da TV Globo para a batalha sucessória. Mas a poderosa emissora, que se acha um semideus, acabou se dando mal e pagou um baita mico.

“Foi sem querer, querendo”

Este episódio grotesco traz várias lições. Por um lado, comprova que a batalha eleitoral deste ano será das mais sujas e ardilosas e confirma que os principais meios de comunicação já escolheram o seu lado e não vacilarão na campanha. Não dá para ser ingênuo ou alimentar qualquer ilusão na pretensa neutralidade da mídia. Por outro, ele mostra que a sociedade está mais atenta diante das manipulações e indica que a internet terá maior influência e será uma arma poderosa neste pleito, ajudando a fiscalizar as sujeiras e manobras dos barões da mídia.

Para Rodrigo Vianna, do blog Escrevinhador, “o interessante é que o recuo da Globo mostra que eles temem a internet. Foi pela internet que se deu o alarme contra a propaganda descarada para o Serra. A Veja pode se dar ao luxo de cair no gueto da extrema-direita... A Folha e o Estadão também podem cair no gueto. Já caíram. Mas a TV Globo, não. Ela fala para milhões. Se ficar colada à imagem dela o rótulo de antipopular, o estrago será enorme. A Globo – a essa altura do século 21 – precisa agir com um pouco mais de cautela. Vai fazer campanha para o Serra, não resta dúvida. Mas sempre que isso ficar escancarado, ela vai recuar e dizer: ‘foi sem querer, querendo’”.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

1ºEncontro do Núcleo de Base dos Metalúrgicos da CTB São Caetano do Sul

Dia 02 de maio de 2010 acontecerá o 1º Encontro do Núcleo de Base dos Metalúrgicos da CTB São Caetano do Sul, com palestra e confraternização,contamos com sua participação neste importante evento, um dia após o dia internacional do trabalhadores(as) (1º de maio) no qual já deixamos antecipadamente nossos parabéns por parte da CTB São Caetano do Sul.

Acreditamos que só com união,democracia,organização e luta conseguiremos enfrentar o capital.

Nossa principal meta é a organização no local de trabalho, para fortalecermos o núcleo, lutarmos a favor do bem estar dos trabalhadores(as) e proporcionar melhor qualidade de vida, segurançc, saúde física,mental e social.

Estarão Presentes os Palestrantes:

Wagner Gomes - Presidente nacional CTB

João Batista Lemos - Secretário de relações internacionais da CTB

Onofre de Jesus - Presidente CTB / SP

O evento acontecerá dia 02 de maio de 2010 das 09:00 às 17:00 horas, chácara do Sindicato dos Servidores Públicos do Municipio de Mauá.

Local:

Rua:Alonso Vasconcelos Pacheco, 1593 - Vila Bocaina - Mauá - SP

Pontos de referência:

Ao lado da Faculdade de Desenho Industrial de Mauá (Fadim)
Próximo ao cemitério Santa Lídia

Sua presença é de extrema importância, desde já muito obrigado!

Observação;

Confirme presença através dos nossos diretores, pelo telefone 4228-2244 ou pelo e-mail: ctbsaocaetanodosul@gmail.com
PCdoB defende poder político para o povo conquistar mais direitos

“O povo sem poder não tem nada”, dizia o líder chinês Mao Tsé-Tung. Parafraseando-o, o presidente do PCdoB, Renato Rabelo, afirma que o povo tem que conquistar espaço político para garantir as conquistas de qualidade de vida, não deve se perder nas reivindicações pontuais – que deve ser o meio para conquistar mais direitos.” Ele alertou para a necessidade de uma bandeira que unifique os movimentos sociais.

Renato Rabelo fez a abertura do 3º Encontro de Movimentos Sociais, na manhã desta sexta-feira (9), em Brasília. Até amanhã (10), os representantes dos movimentos sociais vão discutir a orientação política para a atuação do setor nas eleições de 2010.

O encontro foi convocado para que possamos também sintonizar nossa formulação para os movimentos sociais à luz do 12º Congresso do PCdoB, disse a secretária nacional de Movimentos Sociais do Partido, Lúcia Stumpf.

Em sua fala inicial, Renato Rabelo disse que para um partido permanente como o PCdoB, que não existe só para eleições, os movimentos sociais compõem a força motriz, “fundamental para o processo das mudanças e transformações pelas quais lutamos”, destacou. “É também o “leito” da filiação do partido e que representa os anseios do povo – desde trabalhadores, juventude, mulheres, negros”, afirmou.

O Partido defende liberdade política para o povo para conquistar mais direitos. O povo "tem de ter vez e voz para se manifestar”, diz o dirigente comunista, acrescentando que “é preciso, mesmo no governo Lula, se organizar, gritar, reivindicar etc, levando em conta que para o próprio governo é importante a autonomia dos movimentos sociais para saber quais são os seus anseios”.

“Os movimentos sociais devem se esforçar para se organizar e buscar as bandeiras comuns porque as bandeiras específicas são afluentes que vão desaguar em um rio maior, que é o contingente da força política - o povo que se organiza em torno de objetivos políticos”, afirmou o Presidente do PCdoB, insistindo que este é o esforço fundamental.
A tática político-eleitoral da TV Globo
por Luiz Carlos Azenha

Em 2005 e 2006 eu era repórter especial da TV Globo. Tinha salário de executivo de multinacional. Trabalhei na cobertura da crise política envolvendo o governo Lula.

Fui a Goiânia, onde investiguei com uma equipe da emissora o caixa dois do PT no pleito local. Obtivemos as provas necessárias e as reportagens foram ao ar no Jornal Nacional. O assunto morreu mais tarde, quando atingiu o Congresso e descobriu-se que as mesmas fontes financiadoras do PT goiano também tinham irrigado os cofres de outros partidos. Ou seja, a “crise” tornou-se inconveniente.

Mais tarde, já em 2006, houve um pequena revolta de profissionais da Globo paulista contra a cobertura política que atacava o PT mas poupava o PSDB. Mais tarde, alguns dos colegas sairam da emissora, outros ficaram. Na época, como resultado de um encontro interno ficou decidido que deixaríamos de fazer uma cobertura seletiva das capas das revistas semanais.

Funciona assim: a Globo escolhe algumas capas para repercutir, mas esconde outras. Curiosamente e coincidentemente, as capas repercutidas trazem ataques ao governo e ao PT. As capas “esquecidas” podem causar embaraço ao PSDB ou ao DEM. Aquela capa da Caros Amigos sobre o filho que Fernando Henrique Cardoso exilou na Europa, por exemplo, jamais atenderia aos critérios de Ali Kamel, que exerce sobre os profissionais da emissora a mesma vigilância que o cardeal Ratzinger dedicava aos “insubordinados”.

Aquela capa da Caros Amigos, como vimos estava factualmente correta. O filho de FHC só foi “assumido” quando ele estava longe do poder. Já a capa da Veja sobre os dólares de Fidel Castro para a campanha de Lula mereceu cobertura no Jornal Nacional de sábado, ainda que a denúncia nunca tenha sido comprovada.

Como eu dizia, aos sábados, o Jornal Nacional repercute acriticamente as capas da Veja que trazem denúncias contra o governo Lula e aliados. É o que se chama no meio de “dar pernas” a um assunto, garantir que ele continue repercutindo nos dias seguintes.

Pois bem, no episódio que já narrei aqui no blog, eu fui encarregado de fazer uma reportagem sobre as ambulâncias superfaturadas compradas pelo governo quando José Serra era ministro da Saúde no governo FHC. Havia, em todo o texto, um número embaraçoso para Serra, que concorria ao governo paulista: a maioria das ambulâncias superfaturadas foi comprada quando ele era ministro.

Ainda assim, os chefes da Globo paulista garantiram que a reportagem iria ao ar. Sábado, nada. Segunda, nada. Aparentemente, alguém no Rio decidiu engavetar o assunto. E é essa a base do que tenho denunciado continuamente neste blog: alguns escândalos valem mais que outros, algumas denúncias valem mais que outras, os recursos humanos e técnicos da emissora — vastos, aliás — acabam mobilizados em defesa de certos interesses e para atacar outros.

Nesta campanha eleitoral já tem sido assim: a seletividade nas capas repercutidas foi retomada recentemente, quando a revista Veja fez denúncias contra o tesoureiro do PT. Um colega, ex-Globo, me encontrou e disse: “A fórmula é a mesma. Parece reprise”.

Ou seja, podemos esperar mais do mesmo:

– Sob o argumento de que a emissora está concedendo “tempo igual aos candidatos”, se esconde uma armadilha, no conteúdo do que é dito ou no assunto que é escolhido. Frequentemente, em 2006, era assim: repercutindo um assunto determinado pela chefia, a Globo ouvia três candidatos atacando o governo (Geraldo Alckmin, Heloisa Helena e Cristovam Buarque) e Lula ou um assessor defendendo. Ou seja, era um minuto e meio de ataques e 50 segundos de contraditório.

– O Bom Dia Brasil é reservado a tentar definir a agenda do dia, com ampla liberdade aos comentaristas para trazer à tona assuntos que em tese favorecem um candidato em detrimento de outro.

– O Jornal da Globo se volta para alimentar a tropa, recorrendo a um grupo de “especialistas” cuja origem torna os comentários previsíveis.

– Mensagens políticas invadem os programas de entretenimento, como quando Alexandre Garcia foi para o sofá de Ana Maria Braga ou convidados aos quais a emissora paga favores acabam “entrevistados” no programa do Jô.

A diferença é que, graças a ex-profissionais da Globo como Rodrigo Vianna, Marco Aurélio Mello e outros, hoje milhares de telespectadores e internautas se tornaram fiscais dos métodos que Ali Kamel implantou no jornalismo da emissora. Ele acha que consegue enganar alguém ao distorcer, deturpar e omitir.

É mais do mesmo, com um gostinho de repeteco no ar. A história se repete, agora com gostinho de farsa.

Querem tirar a prova? Busquem no site do Jornal Nacional daquele período quantas capas da Veja ou da Época foram repercutidas no sábado. Copiem as capas das revistas que foram repercutidas. Confiram o conteúdo das capas e das denúncias. Depois, me digam o que vocês encontraram.
Um ano da ficha falsa de Dilma na Folha: vale tudo em 2010?

Recebo do leitor Helio (infelizmente, ele não revela o sobrenome, a profissão, nem a cidade onde vive) uma ótima sugestão: publicar posts para lembrar as farsas da mídia. Ele sugere, por exemplo, que a gente lembre aqui: faz um ano que a Folha publicou em primeira página uma ficha falsa da então ministra Dilma Rousseff.

Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador
Foi no dia 5 de abril de 2009. O jornal dos Frias — pouco tempo depois de brindar os leitores com editorial que chamava a ditadura brasileira de "ditabranda" — estampou na capa uma suposta ficha de Dilma no Deops. Era, claramente, uma montagem.

E o que fez o jornal? Depois de várias semanas, saiu-se com a frase que entrou para a história do jornalismo brasileiro: a autenticidade da ficha "não pode ser assegurada — bem como não pode ser descartada".

Faz um ano que a Folha publicou a farsa. Não há mal nenhum em a Folha atacar Dilma. O mal está em usar dados falsos para atacá-la. Não há mal nenhum em a Folha apoiar Serra. O mal está em esconder essa escolha.

Um ano depois da ficha falsa, o apoio da Folha a Serra não pode — absolutamente — ser descartado. Aliás, já pode — perfeitamente — ser assegurado.

A imprensa, como diz agora de forma aberta a Judith Brito (que preside a ANJ/Associação Nacional dos Jornais), cumpre o papel de partido de oposição no Brasil.

A Folha (da qual, aliás Judith Brito é executiva) quer o cargo de líder do partido. Mas há forte disputa interna. Veja e Globo têm mais dinheiro, mais poder...

Entre os barões da mídia, os Frias são considerados arrivistas, de segunda classe. E, a bem da verdade, ainda agem como criadores de galinha — com todo o respeito devido aos bons granjeiros.
Lula desafia Globo e defende horário-limite para jogos de futebol

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou na polêmica do projeto de lei que pretende limitar o fim dos eventos esportivos até 23h15. Em entrevista à rádio Jovem Pan, durante evento no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, no sábado, Lula defendeu o início de jogos às 21 horas. “Eu acho que os jogos deveriam ser às 21 horas para acabar às 23 horas”, disse o presidente.
O projeto de lei nº 564/06 teve como último capítulo o veto pelo prefeito Gilberto Kassab, em ato oficializado no Diário Oficial, no dia 5 deste mês. O assunto vem gerando polêmica há meses no mercado. Do outro lado está o lobby da TV Globo, detentora dos direitos de transmissão do futebol — e que bate o pé para não ter de adaptar sua grade.

Se a lei fosse aprovada, a emissora da família Marinho teria de mexer na grade e antecipar os jogos, iniciados geralmente às 21h50, em São Paulo. A emissora chegou a ir à Câmara Municipal para pressionar os vereadores a não aprovarem o projeto.

A Procuradoria Geral do Município alegou que o veto se motiva pelo fato de a "matéria relativa ao desporto ser de competência legislativa da União, Estados e Distrito Federal, cabendo ao Município apenas suplementar essas normas na hipótese de configuração de interesse local específico que necessita ser regulamentada, o que não ocorre nesse caso".

O prefeito, aliado da Globo, aponta outro aspecto como motivo para o veto: a cidade de São Paulo poderia perder a chance de sediar eventos de porte nacional ou até internacional que terminem depois desse horário. À época da pressão da Globo sobre os vereadores da Câmara, o diretor executivo da Globo Esportes, Marcelo de Campos Pinto, argumentou que "a plasticidade dos estádios cheios nos interessam porque representa o estádio infinito, dá credibilidade à TV".

O presidente da FPF, Marco Polo del Nero — que havia ameaçado levar os jogos da capital para o interior — declarou que os clubes paulistas podem ser impedidos pela Conmebol de participar da Taça Libertadores a partir de 2011, caso desrespeitem as regras de transmissão de TV.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Altamiro Borges: TV Globo manda no futebol e no Kassab

Como já era esperado, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) vetou ao projeto de lei 564/06, que restringia o horário do término dos jogos de futebol nos estádios da capital paulista até as 23h15. Numa nota lacônica, o demo alegou que “a limitação não parece razoável”. O projeto, de autoria dos vereadores Antonio Goulart (PMDB) e Agnaldo Timóteo (PR), foi aprovado pela Câmara Municipal de São Paulo em 10 de março. Mas, novamente, o prefeito cedeu à TV Globo.

Por Altamiro Borges, em seu blog
Com mais esta decisão antipopular, o demo revela todo o seu servilismo diante da Rede Globo e prejudica os amantes do futebol, impondo horários inviáveis aos paulistanos que gostam de ir aos estádios. Já a poderosa emissora, que se coloca acima dos anseios da sociedade na defesa de seus lucrativos negócios, demonstra todo o seu desrespeito aos torcedores e ao futebol brasileiro – que é encarado como mais uma mercadoria e não como um entretenimento popular.

“Televisão não pode regulamentar a vida”

Durante os intensos e tensos debates na Câmara de Vereadores, a prepotente a TV Globo sequer enviou seus representantes para discutir o tema. Apostou suas fichas no medo dos parlamentares e, como último recurso, no veto do prefeito. Mas, pressionados por vários setores da sociedade, os vereadores surpreenderam a emissora ao aprovar o projeto. Além da crítica dos torcedores, os vereadores sentiram a pressão de outros setores descontentes com o horário de transmissão das partidas. A Rádio Jovem Pan, por exemplo, fez campanha explícita pela aprovação do projeto.

Em editorial veiculado diariamente, ela atacou a TV Globo pela “forma primária e leviana como se pretendeu manipular a opinião pública e a consciência dos nossos vereadores e deputados”. Ainda segundo o editorial, “a grade de uma televisão não pode regulamentar a vida, a ponto de prejudicar a paz, o sono e a segurança dos cidadãos, o descanso de todos, de quem vai ao estádio e de quem assiste TV em casa. Essa não é uma briga do bem contra o mal. É um movimento que coloca o apelo popular, as pessoas pedindo o fim dos jogos às 10 da noite, o bom senso, enfim”.

Rebelião das outras emissoras

A pressão, porém, não foi suficiente. A Rede Globo contou com a fidelidade do prefeito Kassab, que deve favores à emissora por sua projeção política. Na prática, ela continuará mandando no futebol brasileiro, impondo horários absurdos para os jogos. Ela detém o direito de transmissão do campeonato nacional e de vários torneios estaduais, o que já provoca distorções, obrigando os torcedores de determinados estados a assistirem partidas de outras localidades. Este monopólio também prejudica outras emissoras de televisão, que se submetem à grade da TV Globo.

Antonio Carlos Teixeira, em artigo no Observatório da Imprensa, chega a fazer um apelo para que as outras redes de televisão se rebelem. “Essa postura, que revela a crueldade do monopólio da transmissão esportiva, tem passado dos limites. Por isso, a necessidade das demais emissoras se unirem para tentar quebrar o monopólio do TV Globo. O torcedor não tem mais opção aos domingos e às quartas-feiras. Engole-se aquilo que lhe enfia goela abaixo. No seco. Sem choro
Garis rejeitam acordo em processos por comentário de Boris Casoy

Os cerca de 800 garis que processaram a TV Bandeirantes por causa de um comentário ofensivo do jornalista Boris Casoy contra a classe não chegaram a um acordo com a emissora, em audiência realizada pela Justiça do Rio na última quarta-feira (7). Com isso, o juiz Brenno Mascarenhas, do 4º Juizado Especial Cível do Rio, marcou uma nova audiência para o próximo dia 30, quando será lida a sentença.

Os garis pedem indenização por danos morais pelas declarações do jornalista durante a edição do Jornal da Band do dia 31 de dezembro de 2009. Sem saber que seu microfone estava ligado, Casoy ridicularizou dois garis que desejaram feliz ano-novo aos espectadores na abertura do telejornal. “Que merda, dois lixeiros desejando felicidades do alto de suas vassouras. Dois lixeiros, o mais baixo da escala do trabalho”, disse o apresentador, em tom de deboche.

No dia seguinte, Casoy pediu “profundas desculpas”, ao vivo, pela “frase infeliz que ofendeu os garis”. Mas o mea-culpa não foi suficiente para evitar as mais de 163 ações na Justiça — uma delas movida pela Fenascon (Federação Nacional dos Trabalhadores em Serviço, Asseio e Conservação, Limpeza Urbana, Ambiental e Áreas Verdes).

Segundo informações do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro), mais de 800 garis, divididos em grupos de cinco, entraram com processos contra a Rádio e Televisão Bandeirantes Ltda.
General admite que ditadura subornou traidor para liquidar PCdoB

Em entrevista ao programa Dossiê Globonews, exibida no sábado (3), o general Leônidas Pires Gonçalves, ex-chefe do DOI-Codi do Exército no Rio de Janeiro (1974-1977), admitiu que o regime militar pagou 150 mil cruzeiros para que Manoel Jover Telles traísse o PCdoB e se aliasse à repressão. As informações obtidas a partir do suborno foram encaminhadas ao II Exército, de São Paulo, que pôs em operação a Chacina da Lapa — na qual três dirigentes nacionais do PCdoB foram fuzilados.

Por André Cintra
O depoimento de Leônidas, mais de 33 anos depois da chacina, não só desmonta a versão “oficial” do regime — como também detalha como Jover Telles, o “Rui”, se vendeu aos militares. É a primeira vez que um membro do Exército confirma, publicamente, a verdade sobre a Chacina da Lapa.

O general assumiu ter autorizado — ele próprio — o suborno ao traidor do PCdoB. “A ideia foi minha. Fui adido militar na Colômbia. Aprendi que lá eles compravam todos os subversivos com dinheiro”, declarou o milico à Globonews, sem citar o nome de Jover Telles.

Segundo Leônidas, o traidor foi preso em meados de 1976 e se vendeu à ditadura, informando quando haveria a próxima reunião do Comitê Central (CC) do PCdoB. “Deu o dia e a hora por 150 mil, entregues à filha dele, em Porto Alegre”, relatou o general na entrevista. Já era público que o regime prometeu também emprego a Telles e à sua filha na fábrica de armas Amadeo Rossi, no Rio Grande do Sul.

A reunião do CC ocorreu de 11 a 15 de dezembro de 1976, numa casa situada na Rua Pio XI, 767, no bairro paulistano da Lapa. Ao final do encontro, o DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna) entrou em ação.

Já na madrugada para a manhã de 16 de dezembro, uma quinta-feira, o regime assassinou de cara dois dirigentes comunistas que permaneciam na casa — Ângelo Arroyo e Pedro Pomar. Contra Pomar, desarmado, foram disparados cerca de 50 tiros certeiros. João Baptista Drummond morreu horas depois, depois de ser preso e violentado pelo regime. Outros quatro dirigentes — Aldo Arantes, Elza Monnerat, Haroldo Lima e Wladimir Pomar — também foram levados à prisão e à tortura.

Uma investigação levada a cabo pela direção do partido, anos depois do massacre, já havia apontado a colaboração de Jover Telles. Relatório aprovado no 6º Congresso do PCdoB, em 1983, responsabilizou o traidor pela chacina e ratificou sua expulsão definitiva das fileiras do partido.

Em seus diários secretos sobre o regime militar, um agente do Centro de Informações do Exército conhecido como Carioca também confirmou que Jover Telles serviu à ditadura. A revelação está no livro Sem Vestígios — Revelações de um Agente Secreto da Ditadura Militar Brasileira (Geração Editorial, 2008).

Segundo Carioca, Jover Telles prestou depoimento ao regime em 8 de dezembro de 1976, tecendo críticas coléricas ao PCdoB e informando o ponto na Rua Pio XI e a data da reunião. O veículo que transportava Jover Telles para a casa foi seguido por outros 35 carros.

A Chacina da Lapa, por sua crueldade, surpreendeu até mesmo integrantes do regime que defendiam a “distensão” anunciada em 1974 pelo general-presidente Ernesto Geisel. Fazia 11 meses que o II Exército não registrava uma única morte de “subversivo” — a última havia sido a do metalúrgico Manuel Fiel Filho, sob tortura, em 17 de janeiro de 1976. O terrorismo de Estado, no entanto, estava vivo.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

PSOL racha e age como dois partidos dentro da mesma legenda

O PSOL, que surgiu de uma dissidência do PT, já está rachado de novo. Militantes da legenda já temem que a desavença possa ter consequências mais graves a médio ou longo prazo, como a separação do partido em dois.
Uma disputa interna para escolher quem vai ser o candidato do PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) à Presidência resultou em acusações de manipulação de números e “sequestro” do site nacional do partido.

Em campanha para disputar a corrida presidencial pelo PSOL, os pré-candidatos Plínio de Arruda Sampaio, Martiniano Cavalcanti e Babá tentam conquistar o maior número de delegados para a Conferência Nacional que escolherá o candidato do partido, a ser realizada nos dias 10 e 11 de abril, no Rio de Janeiro.

E foi nessa disputa por delegados que começou a desavença que levou o PSOL a ficar com dois sites no ar ao mesmo tempo, um desautorizando o outro.

Tudo começou com uma nota publicada no então único endereço nacional da legenda na internet, quando o secretário-geral do partido, Afrânio Boppré, dizia que “dados fictícios e irreais” circulavam internamente no PSOL apontando um dos pré-candidatos [Cavalcanti] como vitorioso.

Uma parcela da Executiva Nacional, liderada pela presidente do partido, a ex-senadora Heloísa Helena, achou a publicação da nota ofensiva e resolveu, na madrugada do dia 25 de março, tirar o site do ar, por considerar que “ele estava sendo utilizado de forma parcial por uma fração da direção do PSOL que apoia a pré-candidatura de Plínio de Arruda Sampaio”.

Segundo nota assinada por Heloisa Helena e outros seis integrantes da Executiva Nacional, a atitude foi “absolutamente tranquila e pensada”.

Não foi o que pensaram Boppré e o secretário de Comunicação do partido. Em outro comunicado da guerra virtual de notas, afirmaram que a “operação foi realizada a revelia dos responsáveis pelo site, a Secretaria de Comunicação e a Secretaria Geral”, que “além de alterar o controle do site, modificou senhas e invadiu o e-mail da Secretaria Geral, que recebia as informações da realização das plenárias municipais”. Para os secretários, “trata-se de um assunto da maior gravidade que busca inviabilizar a realização da Conferência para escolha das candidaturas do PSOL”.

No dia 26, a Secretaria de Comunicação criou o novo site (www.psol-nacional.com.br) e passou a afirmar que este é o que realmente representa o partido. O antigo (www.psol.org.br), que ficou por um tempo fora do ar, voltou a funcionar, mas com conteúdo extremamente reduzido – mostrando apenas informações sobre a Conferência Nacional. No endereço www.psol.org.br/nacional, entretanto, ainda é possível ver o antigo site original, que funciona de maneira precária – a última atualização é de setembro de 2009.

sábado, 3 de abril de 2010

José Serra(Zé Pedágio) cercou São Paulo com pedágios. Veja o mapa

É impossível escapar das praças de pedágio do Zé
Olha como que está o mapa rodoviário de SP… é de se perder em tanto pedágio


http://www.sp-turismo.com/concessionarias.htm

Quando paulista não estiver ilhado pela chuva, então estará por alguns pedágios, olhe o absurdo que o Zé Pedágio está fazendo com a cidadezinha de Engenheiro Coelho no interior de SP, realmente ele é um ditador:
Pedágio deixa 1,2 mil pessoas ilhadas na zona rural

Os moradores reclamam que estão ilhados e que precisam pagar a taxa para ir ao Centro da cidade

A instalação do pedágio em Engenheiro Coelho, no Km 159,7 da Rodovia General Milton Tavares de Souza (SP-332), deixou ilhados aproximadamente 1,2 mil moradores da zona rural e de condomínios de três bairros do município — Lagoa Bonita, Parada e Cidade Universitária. A concessionária Rota das Bandeiras bloqueou o acesso a uma estrada municipal que servia como rota de fuga do pedágio e removeu uma rotatória que permitia aos veículos atravessar a rodovia.

As restrições trouxeram transtornos para moradores da região. Eles são obrigados a pagar duas vezes o pedágio (ida e volta) e a percorrer até 15 quilômetros para atravessar a rodovia, trajeto que antes tinha 100 metros, pela rotatória. Outra alternativa dos moradores, a estrada municipal, que liga Engenheiro Coelho ao município de Artur Nogueira, teve o acesso bloqueado com peças de concreto.

Os moradores reclamam que estão ilhados e que precisam pagar o pedágio para ir ao Centro da cidade em deslocamentos rotineiros, como para usar serviços, trabalhar, fazer compras e receber atendimento médico.

A região isolada pelo pedágio é agrícola, mas abriga também condomínios residenciais, algumas empresas e o Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), onde estudam aproximadamente 5 mil universitários.

O problema é ainda maior para o casal Salino Esperança e Lourdes Aparecida Esperança, proprietários do sítio Lagoa Bonita, cortado ao meio pela rodovia, construída há cinco décadas pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER). O pedágio foi instalado no trecho que divide a propriedade e o casal precisa pagar para ir de um lado a outro do sítio.

“Até hoje aguardamos o pagamento da indenização do DER, mas nunca recebemos o dinheiro”, disse Salino Esperança, sobre o trecho desapropriado. “Agora, para completar, entregam a uma concessionária, que instala um pedágio e obriga a gente a pagar até quando vamos cuidar do gado, que fica em nosso sítio, do outro lado da rodovia”, reclamou.

Para atravessar, a família Esperança é obrigada a pagar R$ 3,50 no pedágio, em frente à propriedade, no sentido Campinas-Engenheiro Coelho. Depois, precisa fazer um retorno na rotatória, entrar quase na área urbana de Engenheiro Coelho e voltar para a rodovia. Paga novamente R$ 3,50 no pedágio, no sentido contrário e, finalmente, chega ao outro lado da rodovia. “É um absurdo. A concessionária tem que manter uma rotatória nessa região e isentar a gente de pagar o pedágio”, afirmou Esperança.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

O Analfabeto Político

O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.

Bertolt Brecht
Do poeta comunista alemão, Bertold Brecht:

"Há homens (e mulheres) que lutam um dia, e são bons;
Há outros que lutam um ano, e são melhores;
Há aqueles que lutam muitos anos, e são muito bons;
Porém há os que lutam toda a vida
Estes são os imprescindíveis"
OLT – Organização no Local de Trabalho

Organização no Local de Trabalho é uma forma de organização dos trabalhadores, a partir do seu local de convívio com outros trabalhadores. O que pode ser chamada também de "Organização de Base" ou OLT, um instrumento tão caro ao conjunto dos trabalhadores, que há longa data luta por esse direito.

O Local de Trabalho é o espaço onde os trabalhadores desenvolvem sua função, é o local onde ele realiza a atividade para a qual é contratado. E é neste espaço que acontece a contradição entre capital e trabalho.

Os sindicatos por mais combativo que sejam, as suas ações resultam das informações que chegam do ambiente onde as duas partes se confrontam. Em outras palavras, o sindicato e as demais organizações dos trabalhadores dependem das informações que chegam do local de trabalho.

Seja na implantação de um novo modelo de gestão, de uma nova forma de administrar a produção ou ainda um novo programa de controle e gerenciamento qualidade total, 5S, células, etc.

É no local de trabalho que se manifestam os conflitos seja por melhoria salarial, ou outros como: Doenças ocupacionais, assédio moral, conflitos com chefias e gerências, perseguição é portanto, o local de trabalho deve ser visto sempre como o espaço prioritário da ação sindical.

Mesmo porque é no local de trabalho que possibilita o surgimento de novas lideranças, ate mesmo para renovar o movimento e as direções sindicais, é no local de trabalho que podemos lutar pela democratização das relações de trabalho, assim como capacitar outros trabalhadores como dirigentes políticos da classe, e para participação em fóruns e negociações.

Por isso mesmo, penso que o centro de atuação dos sindicatos deve estar voltada para o local de trabalho. é neste espaço que se dão as principais contradições e onde a ação do dirigente sindical se faz mais necessária e eficaz, e deve estar bem articulada com o sindicato que lhe dará retaguarda para que alcance os objetivos, a partir da compreensão de que a empresa é um elemento de uma série de relações que se estabelecem com mercado, a comunidade, o governo, a classe trabalhadora, o meio ambiente, etc.

A OLT deve ser um elo consciente com as outras formas de organizações, como a Comissão Interna para Prevenção de Acidentes ( CIPAs) que pode se tornar um espaço privilegiado onde os trabalhadores podem lidar os problemas mais imediatos (saúde e segurança), além de permitir um aprendizado em negociação, uma vez que os representantes eleitos pelos trabalhadores participam das mesas de avaliação e negociação com os patrões e/ou chefias; Comissão da PLR, em alguns sindicatos, esta forma de organização que já vem funcionando há alguns anos e, dependendo da orientação que é dada pela direção sindical, tem atuação destacada e funciona durante todo o ano no acompanhando das metas negociada com as empresas.

Representação Sindical esta é uma forma de organização que vem sendo conquistada por alguns sindicatos durante as negociações dos Acordos Coletivos e consiste na eleição de representantes sindicais na empresa em proporção ao número de trabalhadores, com estabilidade e mandato semelhante ao da diretoria do sindicato.

A luta para democratizar o local de trabalho, para a conquista de mais direitos, a luta pelo surgimento de novas lideranças e pelo fortalecimento do sindicas passa por organização no local e trabalho, por ser uma organização de todos os trabalhadores, e não só dos sindicalizados.