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sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Abertura do 2º Congresso Nacional da CTB defende a unidade para enfrentar a crise

2º Congresso Nacional da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) foi aberto nesta quinta-feira (24), em São Paulo, com a participação de mais de 1500 delegados eleitos em os estados brasileiros, representantes das centrais sindicais (CUT, Força Sindical, CGTB, NCST, UGT, Conlutas), lideranças de diversos movimentos sociais, como MST, CONTAG, UNE, UBM, além de parlamentares, ministros e presidentes de partidos políticos.

Consolidar as mudanças

Na abertura do evento o presidente da CTB, Wagner Gomes, defendeu a unidade das centrais sindicais para fortalecer a luta em defesa dos direitos dos trabalhadores e destacou o papel relevante que a classe trabalhadora terá nas eleições de 2010. “Devemos participar ativamente da campanha e da luta eleitoral, visando eleger parlamentares, governos e um presidente progressistas, identificados com os interesses do povo brasileiro”.

Wagner Gomes reafirmou a proposta da CTB de realizar uma nova Conclat (Conferência Nacional da Classe Trabalhadora), para unificar os trabalhadores no rumo de um novo projeto de desenvolvimento nacional, com soberania e valorização do trabalho. “Na medida em que conquistar um maior protagonismo político e elevar a participação da classe trabalhadora nas lutas nacionais, o movimento sindical pode contribuir para a construção de uma nova maioria política no país, progressista, identificada com o projeto de desenvolvimento com valorização do trabalho e comprometida com os avanços sociais que almejamos”, concluiu o presidente da CTB.

Mulheres na luta

Maria Andrade, vice-presidente da CTB, ressaltou o trabalho desenvolvido pela secretaria das mulheres. “A militância das mulheres tem avançado muito em todo o pais, e estamos, cada vez mais, buscando ganhar espaço na sociedade e garantir os espaços conquistados nos parlamentos e nas centrais sindicais, pois nós mulheres vamos continuar lutando juntos como os homens em defesa dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras e na construção de uma sociedade socialista, afirmou.
Origem classista

O senador Aloizio Mercadante (PT) disse que o movimento sindical cumpre papel fundamental parra os avanços nas políticas de interesse dos trabalhadores. “CTB nasceu muito antes: nas greves, no combate à ditadura, nas Diretas Já, nas campanhas para presidente, e na eleição do presidente Lula que não cedeu ao neoliberalismo, conferindo ao Brasil um grande prestígio internacional.

Mercadante defendeu a unidade da classe trabalhadora para garantir a continuidade das mudanças sociais necessárias para o desenvolvimento da nação, desenvolvendo uma destacada atuação nas eleições de 2010 para eleger a ministra Dilma Rousseff na presidência do país. “Ou voltamos ao passado ou vamos dar continuidade a este projeto”, concluiu o ministro.
Edson Santos, ministro da Igualdade Racial, falou sobre a obsessão democrática do governo Lula de ouvir os movimentos sociais para incorporar suas reivindicações nas decisões sobre o rumo que o Brasil deve seguir. “Estes segmentos importantes da sociedade foram, durante muito tempo, excluídos das discussões sobre as políticas que o país necessita implantar. Nesse sentido, é preciso destacar que o reconhecimento das centrais sindicais teve como conseqüência a valorização do salário mínimo. Por isso o debate sobre o desenvolvimento do Brasil deve ser amplo e profundo, mas não devemos perder a perspectiva de contar com a intervenção das centrais sindicais para que o governo possa ampliar as políticas que vão melhorar a qualidade de vida do povo brasileiro.

Manter o curso ao ciclo político

Renato Rabelo, presidente do PCdoB, ressaltou a importância da unidade da classe trabalhadora para garantir o avanço nas mudanças necessárias para melhorar a qualidade de vida do povo brasileiro. “Esta unidade que é a força motriz social do país, que pode nos levar a garantir as grandes mudanças, as mudanças mais profundas”, disse.

Renato Rabelo lembrou que “o DEM quer acabar com a legalidade das centrais sindicais” e também defendeu a realização de uma nova Conclat. “A proposta da Conclat corresponde a objetivo central da CTB, que é consolidar a unidade dos trabalhadores, porque essa é a força do trilho social e pode levar à garantia das mudanças mais profundas, fundamental para as transformações da sociedade.

Rabelo reafirmou a defesa de um Brasil socialista e disse que ”o nosso país vive um momento particular, um momento que devemos compreender que é muito positivo para darmos passos maiores, o ciclo político que se iniciou com o presidente Lula abre novas perspectivas para o povo brasileiro. Para 2010, como disse o presidente da CTB, a central não vai ficar indiferente, pois esse ciclo aberto com a eleição do presidente Lula não pode ser barrado, não pode ser truncado, pois queremos um desenvolvimento mais acelerado para resolver os problemas fundamentais do povo brasileiro. Vamos construir uma grande nação, soberana, independente e próspera”, finalizou Renato Rabelo Democratizar os meios de comunicação

O representante da direção nacional do PSB, Sérgio Novaes, falou sobre a importância da integração dos trabalhadores na América Latina, destacando o papel relevante da solidariedade do povo brasileiro com os trabalhadores hondurenhos na luta contra o golpe militar, em defesa da democracia.

Novaes também criticou o domínio dos meios de comunicação nas mãos de poucos representantes da elite brasileira, defendendo o avanço no controle das concessões públicas. ”Devemos lutar para mudar esse sistema de concessão para garantir a democratização na comunicação. Mas também devemos buscar caminhos para que as transformações sociais sejam mais rápidas, pois o povo exige, a América Latina exige, e os trabalhadores brasileiros também exigem mudanças sociais mais rápidas”, concluiu o representante do PSB.

CGTB

O presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Antonio Neto, ressaltou as conquistas obtidas com a unidade das centrais sindicais “No Brasil, a partir de 2003, as centrais sindicais passaram por cima das diferenças para eleger o presidente Lula. Esta estratégia garantiu o reconhecimento das centrais, nos deu milhões de empregos, melhor qualidade de vida, derrotamos as teses neoliberais, e, hoje, aqui tem banco de fomento, estatais, tem mercado interno, tem desenvolvimento, crescimento. Esta é a importância da unidade dos trabalhadores e os delegados do 2º Congresso da CTB têm a responsabilidade de construir políticas para ampliar a unidade da classe trabalhadora no Brasil.

NCST

José Calixto Ramos, presidente da Nova Central Sindical dos Trabalhadores, disse que o 2º Congresso Nacional da CTB representa os interesses de todas as centrais sindicais, de todos os trabalhadores e da própria nação. “Este é o momento que os delegados do 2º Congresso devem refletir sobre as ações da CTB nos seus dois primeiros anos de vida, e projetar as lutas da central daqui para frente. A soma das idéias que serão sistematizadas servirão para alavancar a estrutura sindical que desejamos. Nós queremos um sindicalismo forte para colaborar com o governo que pretendemos que continue”, conclui Calixto.

CUT

Quintino Severo, representante da Central Única dos Trabalhadores (CUT) repudiou o golpe militar em Honduras, afirmando que a classe trabalhadora da América Latina tem o compromisso de defender a democracia, ressaltou a importância da soberania nacional com o estabelecimento de um novo marco regulatório para exploração do petróleo no país, e a unidade das centrais. “Devemos desenvolver a unidade de ação na luta para avançar as lutas dos trabalhadores, com destaque para a redução da jornada de trabalho sem redução de salários, pois essa é a maior pauta que temos pela frente para conquistarmos uma grande vitória que será a grande conquista da classe trabalhadora nesse ano”, disse o representante da CUT.

UGT

Canidé Pegado, Secretário-Geral da União Geral dos Trabalhadores manifestou seu apoio na defesa da construção conjunta das lutas de interesse dos trabalhadores, e disse que a CTB sempre teve o apoio da sua central, mesmo antes de ser reconhecida oficialmente. “A UGT sempre apoiou a participação da CTB nas negociações com os representantes do governo e em todas as instâncias de luta em defesa dos direitos dos trabalhadores, pois a unidade de ação faz uma grande diferença e hoje, neste país não se faz nada sem que as centrais que estão aqui representadas sejam consultadas, disse o sindicalista.

Força Sindical

O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, “Juruna”, ressaltou que a unidade das centrais sindicais na defesa dos interesses dos trabalhadores demonstra o elevado grau de consciência de classe, pois superaram suas diferenças para focar naquilo que unifica a luta de classe. Juruna também reconheceu a atuação da CTB em defesa dos direitos dos trabalhadores, ao afirmar que “a CTB é conhecida das trincheiras de luta em defesa dos interesses da classe que ela representa”.

FST

José Augusto da Silva Filho Coordenador Nacional do Fórum Nacional dos Trabalhadores (FST) ressaltou a importância de intensificar a luta em defesa da unicidade sindical e da reforma agrária, convocando todos os delegados do 2º Congresso da CTB para serem agentes das transformações que o sindicalismo brasileiro necessita.

CONTAG

Alberto Broch, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura, desejou que o 2º Congresso Nacional da CTB tenha o maior êxito possível para fortalecer o movimento sindical e tirar as diretrizes para o próximo período. “Vemos com muita alegria a proposta da realização de uma nova Conclat para consolidar a unidade da classe trabalhadora brasileira. Os delegados da Contag estão presentes nesse Congresso para fortalecer a luta pelo desenvolvimento sustentável, com distribuição de renda e valorização do trabalho. Por isso, quero pedir que o Congresso aprove uma moção de apoio ao governo para que lance a atualização dos índices de produtividade, para que possamos fazer o enfrentamento com o latifúndio que não quer a reforma agrária”, concluiu o presidente da Contag.

UNE

Augusto Chagas, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) disse que os estudantes brasileiros estarão sempre juntos na luta dos trabalhadores, pois a unidade dos movimentos sociais com classe trabalhadora é a força mais poderosa que tem conduzido as transformações progressistas no Brasil. “E essa unidade dos estudantes, dos movimentos populares, dos trabalhadores do campo e da cidade que elegeu um operário para presidir o Brasil com soberania, é esta unidade que tem impedido que os trabalhadores que paguem pela crise financeira capitalista, é esta unidade que nos mostra saídas para os problemas da humanidade, é esta unidade que fez com que o Brasil seja o último país a entrar na crise o primeiro a sair”, afirmou o líder estudantil.

FSM

Valentim Pacho, representante da Federação Sindical Mundial (FSM) repudiou o golpe militar em Honduras e afirmou que o 2º Congresso Nacional da CTB é portador de grande expectativa para os trabalhadores da América Latina e do Brasil. “O movimento sindical tem o grande compromisso de destruir o capitalismo e construir o socialismo. A FSM continuará lutando em defesa do socialismo e pelo fortalecimento da consciência de classe para que os trabalhadores de todo o mundo tenham condições dignas de vida.

CCSCS

Adolfo Aguirre, secretário de relações internacionais da Central de Trabalhadores da Argentina (CTA), e coordenador da coordenadoria das Centrais Sindicais do Cone Sul (CCSCS), defendeu que o sindicalismo tenha propostas e capacidade de negociação para aperfeiçoar a democracia. “Mas o sindicalismo também deve ser combativo, de luta, como defende os sindicalistas brasileiros e do Cone Sul, pois não vamos retroceder nenhum passo naquilo que já conquistamos, e também não vamos nos acomodar, pois queremos aprofundar a democracia para conquistar mais direitos e construir a felicidade do nosso povo. Esse é o compromisso da
Coordenadoria das Centrais do Cone Sul”, concluiu Aguirre.

O 2º Congresso Nacional da CTB terá continuidade na manhã desta sexta-feira (25) com o debate das teses que defendem a “Unidade pra enfrentar a crise”.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Moody's atribui grau de investimento para a economia brasileira

Decisão da empresa de risco de crédito saiu nesta terça-feira (22).
Outras grandes agências internacionais já haviam dado a nota ao país.

Brasil está apto a ser 1º grau de investimento pós-crise, diz Moody's Moodys sinaliza 'grau de investimento' para Brasil em setembro, diz Mantega É preciso aproveitar oportunidades que surgem após a crise, diz Meirelles 'Custo da crise foi menor para o Brasil', diz Meirelles

A agência internacional de classificação de risco Moody's atribiu nesta terça-feira (22) o grau de investimento à economia brasileira. Era a última agência internacional que faltava dar tal reconhecimento ao país. Standard & Poor's e Fitch já haviam atribuído a nota ao Brasil no ano passado.

O grau de investimento, na prática, é uma recomendação para que os investidores coloquem mais recursos no país. A avaliação feita pelas agências considera as condições fiscais (das contas públicas) e as contas externas, além do marco regulatório e condições políticas, entre outros fatores.

A nota subiu de "Ba1" para "Baa3", primeiro estágio do grau de investimento, com perspectiva positiva para futuras revisões. A elevação já havia sido antecipada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, no mês passado. Ele afirmou, no fim de agosto, que a nova classificação da economia brasileira sairia em setembro.

Em julho, a própria agência Moody's afirma afirmado que o Brasil já estava apto para receber a primeira concessão da nota de investimento desde o início da crise financeira internacional, no ano passado.

Comentários

"A elevação reflete o reconhecimento pela Moody's de que a capacidade de absorção de choques, incluindo a capacidade de resposta das autoridades, aponta para uma melhora significativa do perfil de crédito soberano do Brasil", segundo comunicado assinado por Mauro Leos, executivo da Moody's para a América Latina.

Para a agência, o Brasil exibe "evidências de robusta flexibilidade econômica e financeira". Segundo a nota da empresa, o país passou por uma recessão relativamente curta, que pouco afetou suas reservas, e também mostrou apenas uma deterioração moderada em indicadores como dívida do governo.

Ainda que a economia apresente crescimento negativo do PIB em 2009 e que haja alguma deterioração sobre os anos anteriores, Leos avalia que o desempenho geral do Brasil provou ser melhor do que a maioria dos países classificados como grau de investimento na categoria "Baa".

'Vencedor'

"Estas características sugerem que o Brasil é um “vencedor” se comparado aos outros países globalmente integrados classificados pela Moody’s", informa o texto, lembrando que, mesmo durante da crise, houve "ausência de estresse financeiro no sistema bancário".

“A notável melhora apresentada na estrutura de dívida do governo foi um fator importante para a elevação do rating,” diz o comunicado. “Menores riscos de crédito soberano foram um resultado direto de uma exposição reduzida aos riscos de taxas de juros e cambio no balanço do governo.”

Repercussão

O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, afirmou nesta terça, em São Paulo, que a concessão de grau de investimento da agência Moody's mostrou "a força do país". Ele lembrou que, além de conceder uma nova nota à economia brasileira, a empresa também colocou o rating do país em perspectiva positiva.

Meirelles afirmou que é "raro uma agência fazer os dois movimentos", lembrando que a Moody's é considerada "conservadora" pelo mercado.

Para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, mais fundos de pensão poderão investir no Brasil depois que a Moody's elevou o país para grau de investimento. "Isso é o reconhecimento da boa gestão da economia brasileira", afirmou Mantega a jornalistas ao sair de uma reunião com analistas da agência, em Nova York.

O Tesouro Nacional também comentou, em nota, o anúncio da Moody's. O órgão observa que "a notável melhora apresentada na estrutura de dívida do governo" foi um dos fatores relacionados pela Moody's para fazer o upgrade do Brasil. A agência levou em conta também o "excepcional desempenho" do país durante a crise, diz o Tesouro.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Metalúrgicos encerram greve e comemoram vitória em São Caetano

Acordo é bem melhor do que o fechado pela CUT em São Bernardo
Os operários da GM em São Caetano retornaram ao trabalho nesta segunda-feira (21), encerrando a greve iniciada sexta-feira (18) com um sentimento unânime de vitória. A multinacional norte-americana acatou proposta do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), em audiência de conciliação, e vai conceder reajuste salarial de 8,3%, além de um abono equivalente a R$ 1950,00 e pagamento de 50% das horas paradas.

O acordo, aceito pelos trabalhadores em assembléia geral realizada nesta segunda (21), é significativamente superior ao que foi firmado pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, filiado à CUT, que prevê apenas 6,5% de reajuste e abono de R$ 1500,00. “Foi uma grande vitória”, enfatizou o operário da GM e secretário geral do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul, Marcelo Toledo.

Luta versus conciliação

“Os trabalhadores ficaram contentes, saíram satisfeitos”, observou Toledo. Em sua opinião, a vitória só foi possível graças à disposição de luta da categoria e de suas lideranças, que agiram em sintonia com o Sindicato. “Apostamos na luta em vez de jogar todas nossas fichas na conciliação”, comentou o sindicalista, que não poupou críticas à tática da CUT em São Bernardo do Campo.
“A lógica de São Bernardo do Campo já não é mais a lógica da mobilização e do enfrentamento, prevalece uma orientação que prioriza a conciliação a qualquer custo”, criticou.

Papel da CTB

De acordo com Marcelo Toledo, a CTB desempenhou um papel muito positivo durante a paralisação, “com uma posição firme em defesa da unidade e da greve que é reconhecida pelos operários da empresa”. Dirigentes da Central estiveram presentes e discursam na assembléia realizada na tarde de sexta-feira (18) diante do pátio da GM.

Na ocasião, João Batista Lemos, secretário adjunto de Relações Internacionais da CTB, manifestou a solidariedade da Central com o movimento grevista e destacou que a força dos trabalhadores e da paralisação reside na "unidade das diferentes tendências sindicais e políticas que atuam entre os metalúrgicos de São Caetano do Sul".

Uma tática justa

O secretário geral do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano ponderou que a categoria fez um cálculo justo ao considerar que a multinacional norte-americana tinha condições de fazer uma oferta mais generosa do que a que foi aceita de forma acrítica pelos cutistas em São Bernardo do Campo.

A indústria automobilística já não está em crise, as vendas e o faturamento aumentaram ao longo deste ano, a produção cresceu mais que o emprego, evidenciando elevação da produtividade por meio da intensificação do ritmo de produção e os lucros, por consequência, estão em alta. A pressão da greve, deflagrada no momento certo, levou a uma oferta mais alinhada com as reivindicações da categoria.

(Portal CTB)
Fator Previdenciário: Carta Aberta ao Povo Brasileiro

Nós, aposentados, pensionistas e trabalhadores da ativa, manifestamos publicamente nosso posicionamento contrário às propostas apresentadas pelo governo federal e acordadas tacitamente junto às Centrais Sindicais.

Continuamos apoiando firmemente os projetos de autoria do Senador Paulo Paim, já aprovados pelo Senado Federal, que estende o reajuste do salário mínimo para todos os aposentados e pensionistas (PL 01/2007) e que acaba com o Fator Previdenciário (PL 3299/2008).

Entendemos que não se pode mutilar o conteúdo desses projetos aprovados pelo Senado Federal sob pena de perdermos nossa credibilidade junto aos nossos filiados e junto ao povo brasileiro que nos acompanha.

A integridade e a defesa desses projetos significam fazer justiça aos aposentados, pensionistas e trabalhadores da ativa de todo o país que se encontram em situação de penúria após se dedicarem ao desenvolvimento econômico e social do país ao longo de décadas.

Possuímos princípios democráticos de ação e respeito às nossas bases. Dessa maneira, não podemos recuar nas nossas bandeiras de luta.

Continuamos abertos ao diálogo em todas as instâncias e acreditamos que cabe a cada um dos deputados federais retribuírem aos seus eleitores a luta pela justiça social. Portanto, a sua tarefa é colocar esses projetos para a votação democrática, aberta e nominativa, e aprová-los.

Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas – COBAP; Fórum Sindical dos Trabalhadores – FST; Nova Central Sindical dos Trabalhadores – NCST; Central dos Trabalhadores do Brasil – CTB

sábado, 19 de setembro de 2009

Metalúrgicos da GM São Caetano do Sul entraram em greve

Os metalúrgicos da GM São Caetano do Sul entraram em greve por tempo indeterminado a partir desta sexta-feira (18). A greve foi aprovada em assembléia realizada após a rodada de negociação com a empresa que ofereceu o índice de 6.53% de reajuste salarial e um abono de R$ 1.750,00.

O diretor do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de São Caetano do Sul, João Cipriano, conhecido como “Magrão”, disse que a categoria considerou a proposta insuficiente e deliberou pela greve para que o sindicato busque avançar nas negociações. “Os trabalhadores da Toyota e da Honda conquistaram 10% de reajuste salarial, e GM pode avançar em sua proposta.


Marcelo Toledo (1º secretário do sindicato dos Metalúrgicos São Caetano do Sul)

As empresas montadoras de veículos foram as que mais receberam e continuam recebendo incentivos do governo federal para fazer frente à crise econômica. Esses incentivos vieram por meio de redução de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e de empréstimos com juros abaixo do que o mercado dispõe.

Mesmo com a crise financeira internacional houve aumento da produção. Se comparada com 2008, a produção até o mês de agosto cresceu 5,5%, enquanto o nível de empregos no setor obteve um crescimento de apenas 1,1% em relação a julho/09.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de São Caetano do Sul a GM produz hoje em média de 50 carros por hora. O mesmo número de produção em maio de 2008, antes da crise, só que com menos funcionários.

O Sindicato também denuncia que a GM vem tentando eliminar uma série de benefícios que constam na Convenção Coletiva de Trabalho.

“Magrão”, diretor do Sindicato, afirmou que a GM tem condições de apresentar aos trabalhadores uma proposta melhor do que a que foi aprovada pelos trabalhadores da Toyota e da Honda, com 10% de reajuste salarial (INPC: 4,44% + 5,32% de aumento real), Teto salarial de R$ 7.833, e os salários acima desse valor foram incorporado valor fixo de R$ 347,70, e piso salarial de R$ 1.275,00.

Portal CTB

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Trabalhadores da GM de São José retomam greve nesta quarta-feira

Mobilização é resposta à intransigência da montadora que se recusa a aumentar reajuste e demitiu diretores [16/09] Indignados com a intransigência da General Motors nas negociações da Campanha Salarial, os metalúrgicos de São José dos Campos retomaram a greve na montadora, nesta quarta-feira, dia 16. A decisão foi tomada em assembleias, que reuniram cerca 4 mil trabalhadores do 1º turno, nas portarias do MVA e da S10.

Nas assembleias, o Sindicato informou aos trabalhadores o resultado da audiência de conciliação ocorrida no dia de ontem entre a GM e o Sindicato, no Tribunal Regional do Trabalho da 15ª região, em Campinas. A audiência terminou em impasse, uma vez que a montadora se recusou a aumentar a proposta de reajuste salarial.

Pior do que isso. Numa medida anti-democrática e anti-sindical, no mesmo dia da audiência de conciliação, a GM demitiu dois diretores sindicais, Sebastião Francisco Ribeiro e Eliane dos Santos. Os dirigentes foram afastados para “apuração de falta grave”, claramente com o objetivo de intimidar os trabalhadores e o Sindicato.

Os metalúrgicos repudiaram a postura da empresa e aprovaram o retorno da greve, com a exigência de que a GM atenda as reivindicações da Campanha Salarial e reverta a suspensão dos diretores.

Os trabalhadores reafirmaram também um chamado aos funcionários da GM de São Caetano do Sul para que iniciem paralisações para aumentar a pressão sobre a empresa. Em assembleia, os trabalhadores de São Caetano também rejeitaram a proposta das montadoras na última segunda-feira.

Sindicalistas afirmam que redução de jornada amplia benefício a todas categorias

A aprovação da proposta de emenda constitucional 231, que reduz a jornada semanal de trabalho de 44 para 40 horas, fará com que todos os trabalhadores recebam os benefícios que já existem em diversas categorias, explicaram, nesta segunda-feira (14), representantes sindicais. Eles se encontraram com o governador Roberto Requião, na Granja do Canguiri.

Clementino Vieira, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos, lembrou que cerca de 50% dos empregados do setor no Paraná já trabalham no regime de 40 horas. “Iremos normatizar, em definitivo, algo que já vem funcionando. As categorias que têm menos poder de pressão é que serão beneficiadas”, explicou.

Segundo Vieira, são 31 as categorias que já trabalham menos de 44 horas, como a bancária, do transporte coletivo, de saúde e dos servidores públicos. Já comerciários e empregadas domésticas, por exemplo, vivem na situação oposta, com a legislação em vigor permitindo que, na prática, trabalhem muito mais que a jornada normal.

“Atualmente, o patrão pode exigir que a empregada doméstica trabalhe 24 horas por dia, de segunda a sábado, já que as leis atuais não garantem os horários de trabalho”, explicou a presidente do Sindicato dos Empregados Domésticos do Paraná, Carolina Michelisa Stachera.

No caso dos comerciários a situação é parecida, já que as leis permitem jornadas extraordinárias que acabam se tornam rotineiras. Segundo o presidente da CUT-PR (Central Única dos Trabalhadores do Paraná), Roni Barbosa, isso faz com que os funcionários trabalhem até 56 horas semanais. “O comércio precisa se modernizar, não é mais aceitável carga horária desse tamanho”, afirmou.

BENEFÍCIOS - Segundo lembrou Clementino Vieira, a jornada atual faz com que os trabalhadores passem de 12 a 13 horas fora de suas casas. “Em média, são nove horas na fábrica e mais cerca de uma hora e meia para ir e voltar. Com a redução ganha-se, no mínimo, mais uma hora por dia em casa, para o lazer ou ficar com os filhos”, explicou.

O diretor da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB, Zenir Teixeira de Almeida, lembrou que a produtividade dos trabalhadores quase duplicou desde 1988, quando foi instituída a jornada de 44 horas. “As indústrias podem reduzir as jornadas e criar mais empregos”, afirmou. “A tendência mundial, em função dos avanços tecnológicos, é diminuir as jornadas de trabalho. O Brasil precisa humanizar as suas relações, e uma forma de fazer isso é dando mais tempo para o lazer e convívio com as famílias.”

De acordo com o presidente da CUT-PR, reduzir a jornada vai dar melhor condição de vida, de saúde e de trabalho para os trabalhadores, além de criar empregos. “Há décadas defendemos a redução da jornada, agora entendemos que chegou o momento de o Congresso Nacional aprová-la”, disse Barbosa.

Os sindicatos já visitaram os gabinetes dos 513 deputados federais, em Brasília, para debater sobre o assunto. “A redução de jornada não é uma questão econômica, é uma questão social para dar maior qualidade de vida aos trabalhadores. É dessa maneira que queremos que os deputados se posicionem,” explicou o diretor de mobilização da Força Sindical do Paraná, Nelson Silva de Souza.

Estiveram presentes no encontro com o governador Roberto Requião, representantes da CUT (Central Única dos Trabalhadores), CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil), Força Sindical, CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) e da Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST), além de diversos sindicatos.
Comissão de Trabalho pode votar nesta 4ª projeto que trata da demissão imotivada

A Comissão de Trabalho poderá votar, nesta quarta-feira (16), o projeto de lei complementar (PLP) 8/03, do deputado Maurício Rands (PT/PE), que define o justo motivo objetivo autorizativo e o justo motivo subjetivo autorizativo para despedida do empregado, sendo o primeiro por dificuldade econômica do empregador e o segundo
por indisciplina ou insuficiência no desempenho do empregado.

O relator da matéria, deputado Roberto Santiago (PV/SP) apresentou substitutivo favorável ao projeto. O deputado Luiz Carlos Buzato (PTB/RS) apresentou voto em separado no colegiado que diverge do conteúdo do texto original e do substitutivo apresentado pelo relator.

O projeto responde à necessidade de concretizar um direito social inscrito na Constituição, a “relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa” (Art. 7º, I), que até hoje (mais de vinte anos após a promulgação da Carga Magna) ainda hoje não é respeitada em função da falta de lei complementar requerida pelos constituintes.

O tema é de cardeal importância para a classe trabalhadora, pois a regulamentação deste princípio constitucional é que pode coibir a abusiva liberdade que o patronato desfruta para demitir e o vergonhoso nível de rotatividade predominante no Brasil atual. O avanço da legislação ainda não ocorrem em função da pressão patronal.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Chery faz concurso para a escolha do nome da linha A3 no Brasil

Modelo, vendido na China, terá novo nome no país por causa da Audi.
Interessados tem até o dia 16 de outubro para enviar suas sugestões.

A partir desta segunda-feira (14) a marca chinesa Chery, que chegou no país recentemente, promove o concurso “Seja o autor do nome do mais novo carro da Chery”. A ação, que vai até o dia 16 de outubro, convida os participantes a sugerirem nomes para a linha que é conhecida na China como A3.

Por causa dos modelos da Audi, aqui as versões hatch e sedã do carro chinês terão que adotar um novo nome, assim como ocorreu com o A1, já vendido no Chile como Face .

Para participar, os interessados devem se cadastrar no site, ler o regulamento e mandar a sugestão. Após o término da etapa inicial, uma comissão julgadora irá se reunir, entre os dias 19 e 23 de outubro, para eleger o vencedor. Os critérios utilizados na escolha das melhores sugestões serão atratividade, segurança, originalidade, criatividade e aderência ao segmento.

O autor do nome escolhido ganhará uma viagem de sete dias para a China, com todas as despesas pagas, onde visitará a fábrica da montadora, na cidade de Wuhu, província de Anhuí.
Governo envia nesta semana projeto para taxar poupança, diz Mantega

Proposta é de taxar poupança acima de R$ 50 mil a partir de 2010.
Anúncio foi feito em maio, mas projeto de lei ainda não foi enviado.

Poupança tem segunda maior captação do ano em agosto Poupança tem a maior entrada de recursos desde dezembro de 2007 Saldo das contas de poupança na Caixa já ultrapassa R$ 100 bilhões Captação da poupança volta a subir em junho Poupança atrai pouco e mudança nas regras segue 'em ponto morto' Poupança perde dinheiro na segunda semana de junho Um terço dos fundos DI já rende menos que a poupança, diz pesquisa

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, confirmou nesta segunda-feira (14) que o governo vai enviar, ainda nesta semana, um projeto de lei ao Congresso Nacional para taxar a caderneta de poupança com valores acima de R$ 50 mil.

O anúncio foi feito em maio deste ano, mas o governo não enviou, até o momento, o projeto de lei ao Legislativo. A ideia, segundo divulgado inicialmente, é que a tributação tenha início a partir de 2010.

"Nós temos que aprovar a lei este ano. A lei será discutida no congresso e vai entrar em vigor no ano que vem. Então todo mundo tem tempo de pensar", explicou o ministro Mantega em maio deste ano, quando a medida foi anunciada.

99% com saldo abaixo de R$ 50 mil

De acordo com dados do governo, 99% das contas de poupança têm saldo inferior a R$ 50 mil, ou seja, são investimentos de pequenos investidores. Pela proposta, uma pessoa que aplica R$ 70 mil na poupança, por exemplo, pagará imposto sobre o rendimento dos R$ 20 mil excedentes (acima dos R$ 50 mil de limite sem tributação).

O governo informou que o universo de poupadores que estarão sujeitos às novas regras estava, em maio, em 895 mil pessoas, ou seja, esse é o total de aplicadores que atualmente acumula, naquele mês, um saldo superior a R$ 50 mil na caderneta de poupança.

Migração de investimentos

Segundo explicaram integrandes da equipe econômica em maio deste ano, a medida busca impedir que grandes investidores migrem para a poupança e, com isso, deixem de comprar títulos públicos ofertados pelo Tesouro Nacional.

O temor do governo, portanto, é que a atratividade da poupança aumente, com a diminuição da taxa básica de juros, e que isso influencie a rolagem da dívida pública - emissão de novos papéis para o pagamento dos títulos que estão vencendo. O governo avalia que a poupança é feita para os pequenos, e não para os grandes investidores.

Queda dos juros

Com a queda de cinco pontos nos juros básicos da economia brasileira neste ano, para 8,75% ao ano, economistas avaliam que os fundos de renda fixa que cobram mais de 1% de taxa de administração começam a perder rentabilidade frente à poupança.

Os fundos de renda fixa, por sua vez, compram títulos públicos do Tesouro Nacional. Dados do BC mostram que, nos últimos meses, cresceu o saldo da caderneta de poupança, que é a diferença entre depósitos e retiradas na modalidade de investimento.

Em junho, mais de R$ 2 bilhões ingressaram na poupança, seguidos por R$ 6,67 bilhões em julho e R$ 3 bilhões em agosto. Em setembro, até o dia 8 (terça-feira da semana passada) mais R$ 5,5 bilhões entraram na mais tradicional modalidade de investimentos.

Isenção

Pelas regras divulgadas anteriormente pelo governo, estarão isentas da nova regra apenas as pessoas que comprovarem a poupança como única fonte de renda, e as que são isentas de declarar o IR por receberem menos de R$ 1.499,15 por mês. Nesse último caso, há, no entanto, uma exceção para aplicações com o saldo muito elevado.

Para auxiliar na delaração do IR, o banco ficará obrigado a mandar extrato com o rendimento mensal do poupador. A assessoria técnica da Fazenda detalhou que, caso o poupador tenha cadernetas em mais de um banco, incluindo poupança de dependentes, ele terá de pagar imposto sobre a soma total se esta ultrapassar o limite de R$ 50 mil.
Vendas do varejo crescem 0,5% em julho, diz IBGE

É a terceira alta mensal consecutiva.
Na comparação anual, expansão foi de 5,9%.

Varejo cresce 1,7% em junho, mas semestre é o pior desde 2004

As vendas no varejo brasileiro cresceram 0,5% em julho, a terceira alta mensal consecutiva, segundo divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (15).

"Com esse resultado (0,5%), o setor completa um trimestre de taxas positivas", afirmou o IBGE em nota.

Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a expansão foi de 5,9%.

Em 2009, as vendas do comércio acumulam alta de 4,7%; em 12 meses, de 5,8%.

Em junho, a Pesquisa Mensal de Comércio havia apresentado expansão de 1,7%, e acumulado o pior resultado semestral desde 2004.

A receita nominal também cresceu 0,5% em julho ante junho. Na comparação com julho do ano passado, a receita aumentou em 9,4%.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Batista: a versão e os fatos sobre o acordo da Previdência

As versões divulgadas por fontes oficiais e reproduzidas sem espírito crítico pela mídia sobre o acordo entre o governo e quatro centrais sindicais (CUT, Força Sindical, UGT e CGTB) firmado em Brasília no dia 25 de agosto nem sempre correspondem aos fatos. O acordo foi anunciado como uma iniciativa das centrais sindicais e um bom negócio para a classe trabalhadora. Não é uma coisa nem outra.

Por João Batista Lemos*

A iniciativa foi do governo e a versão oficial promove uma inversão da realidade que pode ser politicamente conveniente para alguns, mas não é muito fiel à verdade dos fatos. Até então, prevalecia entre os dirigentes das centrais sindicais uma saudável unidade em defesa dos projetos do senador Paulo Paim (PT-RS) que põe fim ao fator previdenciário, restaurando os critérios anteriores ao redutor, e estende a todas as aposentadorias e pensões o mesmo reajuste concedido ao salário mínimo, que deve ser igual à inflação mais o percentual de crescimento do PIB de dois anos atrás.

As propostas do parlamentar gaúcho, previamente debatidas com as centrais sindicais, foram aprovadas por unanimidade pelos senadores e tramitam, agora, na Câmara Federal. A expectativa é de que os deputados sigam a mesma orientação do Senado.

O governo, porém, não concorda com o fim puro e simples do fator previdenciário nem com a equiparação dos reajustes. O objetivo com o acordo é justamente evitar o risco de que tais propostas sejam definitivamente aprovadas pelo Parlamento, o que contraria uma política econômica ainda fortemente marcada pelo viés neoliberal de ajuste fiscal, juros altíssimos, câmbio flutuante e livre circulação de capitais.

Por isto, o fundamento da negociação é a retirada desses e de outros projetos sobre o tema no Congresso Nacional. Em troca, o fator previdenciário seria reciclado com outros critérios e um novo nome: fator 85/95. As aposentadorias com valor superior ao salário mínimo seriam corrigidas pela inflação acrescida de um aumento real equivalente a 50% da evolução do PIB de 2007 em 2010, ou seja, metade do que está previsto no projeto aprovado por unanimidade pelos senadores para o mesmo ano. Em 2011 não haveria aumento real, uma vez que resultado do PIB em 2009 não deve ser positivo.

Divergência

O processo de negociações estabelecido por iniciativa do governo atropelou a unidade na luta pelo fim do fator previdenciário e, lamentavelmente, despertou divergências no movimento sindical. O Planalto conseguiu atrair quatro centrais para sua órbita. CUT, Força Sindical, UGT e CGTB concordaram em abrir mão do fim do fator previdenciário e da equivalência entre reajuste das aposentadorias e do salário mínimo, acataram o fator reciclado (85/95) e a correção dos benefícios previdenciários com um aumento real 50% menor do que o projeto aprovado por unanimidade pelos senadores.

O resultado da reunião do dia 25 de agosto em Brasília foi apresentado tanto pelo governo quanto pela mídia como um acordo do Palácio do Planalto com as centrais sindicais, o que também constitui uma versão falsa da realidade. Apenas quatro centrais representadas na reunião avalizaram a proposta do governo, o que fizeram, aliás, sem consultar previamente suas próprias bases. Com tal gesto, comprometeram a unidade.

CTB, Nova Central e Cobap (Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas) rechaçaram com energia o arranjo proposto, que mereceu a sugestiva designação de “acordão da Previdência”. Entidades que também são representativas da classe trabalhadora, como o FST (Fórum Sindical dos Trabalhadores), a Intersindical e o Conlutas, embora não tenham participado da reunião das centrais com o governo, também já firmaram posição contra o acordo.

Convém chamar a atenção para a opinião do deputado federal Darcísio Perondi (PMDB/RS), que considera a Cobap a principal representante dos aposentados e pensionistas brasileiros, a instituição mais legítima para negociar o tema na opinião do deputado federal. Ele não poupou críticas à conduta das duas principais centrais que respaldaram o acordo. "O governo está atrapalhado. Ele começou a negociar há um ano com a Confederação Brasileira dos Aposentados, que é a legítima instituição para isso. Porém, a CUT e a Força Sindical atravessaram e se arvoraram no direito de negociar pelos aposentados. O governo entrou numa canoa furada", comentou Perondi.

Embora as mudanças propostas pelo governo sejam um avanço em relação às condições prevalecentes hoje para aquisição e reajuste das aposentadorias é inegável que constituem um gritante retrocesso em relação aos projetos aprovados por unanimidade pelos senadores e em tramitação na Câmera dos Deputados. Foi por esta razão que a CTB e as outras entidades repudiaram o acordo e mantiveram o apoio aos projetos de Paulo Paim.

Conforme informações da Cobap, o valor real das aposentadorias e pensões em comparação com o salário mínimo foi depreciado em quase 70% ao longo dos últimos anos. O arrocho ocorreu principalmente nos governos neoliberais de FHC, que chegou ao ponto de chamar os aposentados de “vagabundos”. Esta foi a principal razão pela qual uma consulta eletrônica feita pela confederação junto a suas bases sobre o acordo proposto pelo governo revelou uma rejeição superior a 90%.

Recuperar o valor desses benefícios é um imperativo de justiça social do qual o movimento sindical não deve abrir mão. A proposta do governo reconhece a necessidade de recompor o valor dos benefícios, mas está muito aquém do projeto Paim e pode ser qualificada sem exagero de retrocesso.

Autonomia sindical

Igualmente inaceitável é a substituição do fator previdenciário pelo fator 85/95. Lembremos que na prática o fator previdenciário, produto de uma lei tucana aprovada em 1999, significa um redutor de até 40% do valor das novas aposentadorias. Ora, quando a luta pelo fim do fator previdenciário, em curso há anos, parecia se encaminhar para um final feliz, depois da votação no Senado, surgiu a ideia do fator 85/95, apresentada em parecer do deputado federal Pepe Vargas (PT-RS). Não se trata aqui de desejar “o quanto pior melhor”, mas de lutar pelo que é melhor para os trabalhadores, no caso a restauração dos critérios para aposentadoria existentes antes de 1999. Este é o papel de uma central sindical classista.

Também aí estamos diante de um retrocesso inaceitável, conforme enfatizou o presidente da CTB, Wagner Gomes, pois o trabalhador (homem) precisará somar a idade mais 35 anos de contribuição para completar os 95. “Operários da construção civil, comerciários e outras categorias nunca cumprirão tais critérios devido à alta rotatividade da mão-de-obra brasileira”, observou.

Déficit ou superávit?

As alegações de que a Previdência “vai quebrar” não procedem. A Constituição de 1998 (Título VII, Capítulo II) incluiu no conceito de seguridade social Previdência, saúde e assistência social e teve a sabedoria de instituir fontes específicas de financiamento que cobrem, com folga, as despesas, apesar do desvio de recursos pela DRU (Desvinculação da Receita da União).

Segundo Floriano Martins, dirigente da Anfip (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal), a seguridade social fechou o ano passado com um superávit de 52 bilhões de reais. A noção de déficit da Previdência é falsa, embora seja reiterada pela mídia e pelo próprio governo com o objetivo de justificar retrocessos sociais no setor. Além disto, a perspectiva do pré-sal abre a possibilidade de uma nova fonte de custeio para as políticas sociais.

Não restam dúvidas de que a posição da CTB corresponde aos interesses maiores da classe trabalhadora, é coerente com os princípios classistas e o preceito de autonomia sindical, que se define com a prática e não no discurso. As mudanças nas regras da Previdência, além do fim do fator previdenciário, devem ser feitas no bojo de um novo projeto nacional de desenvolvimento e ter por foco principal a inclusão de dezenas de milhões de trabalhadores e trabalhadoras que estão fora do mercado formal de trabalho e excluídos do sistema beneficiário, assim como uma política solidária com os idosos e não a depreciação de direitos.

É com essas e outras bandeiras do desenvolvimento com valorização do trabalho que devemos pavimentar a luta para dar continuidade ao ciclo de mudanças iniciadas no governo Lula. As centrais que assinaram o acordo com o governo se precipitaram. Deveriam consultar mais amplamente suas bases e rever suas posições.


* João Batista Lemos é diretor adjunto da Secretaria de Relações Internacionais da CTB

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Conselho da GM acha melhor não vender a Opel

Segundo jornal, montadora vai buscar recursos para manter filial.
Governo alemão praticamente descarta negócio com a canadense Magna.

O conselho de administração do produtor automobilístico americano General Motors (GM) quer manter sua filial europeia, a Opel, e já não planeja mais vendê-la. O jornal alemão "Handelsblatt" informou em sua edição desta terça-feira (8) que o conselho de supervisão, que se reúne esta tarde pela terceira vez, prefere agora manter Opel com meios financeiros dos Estados Unidos, assim como com a ajuda de alguns estados da União Europeia (UE).

O jornal, que cita uma pessoa conhecedora dos planos da GM, acrescenta que o conselho de administração se ocupará do futuro de Opel amanhã.

A decisão sairá no início de outubro, depois das eleições gerais que se realizam na Alemanha o 27 de setembro.

Fontes conhecedoras das negociações acrescentaram que é necessário realizar numerosas discussões e debates.

Deste modo, GM acaba com os planos do Governo alemão que está claramente a favor de venda da Opel ao produtor de autopeças austríaco-canadense Magna e seu sócio, o banco estatal russo Sberbank.

General Motors preferia até agora a oferta do investidor belga RHJ International porque facilitaria voltar a comprar Opel após seu saneamento e porque receia ceder sua tecnologia aos russos, embora vários meios já informassem há dias que provavelmente manteria a Opel.

Governo alemão diz que só apoiará a Magna na compra da Opel Chanceler alemã diz que decisão da GM sobre Opel é urgente GM e Magna chegam a acordo sobre venda da Opel, diz executivo

No entanto, Magna é a preferida pelos trabalhadores de Opel e o Governo alemão porque sua proposta contempla uma menor redução de empregos na Alemanha e permitiria a Opel desligar-se finalmente da GM.

"Handelsblatt" informou na semana passada que a GM deve devolver à Alemanha um crédito de 1,5 bilhões de euros (US$2,130 bilhões) caso decida não vender Opel, citando uma entrevista ao presidente do grupo parlamentar da União Democrata-Cristã (CDU), Volker Kauder.

O diário "Wall Street Journal" considerou que a decisão sobre a Opel mostra a mudança de relações de poder em GM devido à reestruturação pela insolvência. Antes o conselho de administração seguia as decisões da direção mas agora o grêmio de supervisão põe suas normas.

Alemanha descarta venda para Magna

O Governo alemão já praticamente descarta que o Conselho de Administração da General Motors (GM) venda sua filial europeia Opel ao fabricante austríaco-canadense Magna, o investidor pelo que apostava firmemente.

Fontes da coalizão governamental alemã consideram "improvável" que na reunião do novo Conselho de Administração da GM realizado hoje e amanhã em Detroit haja um acordo propício à postura alemã.

Em declarações à agência de notícias alemã "Dpa", uma fonte próxima às negociações afirmou que a General Motors deixou entrever a Berlim que nestes momentos só contempla duas opções: ficar com Opel ou adiar a decisão.

A GM em princípio pretendia desprender-se de seu negócio europeu, mas que desde que foi adquirida majoritariamente pelo Estado americano experimentou uma boa evolução de seus negócios e agora não tem pressa por tomar uma decisão, pois o crédito do Governo alemão a Opel ainda não se esgotou.

Segundo informações do ministro alemão de Economia, Karl-Theodor zu Guttenberg, o crédito de ajuda imediata de 1,5 bilhões de euros alcança pelo menos até janeiro, pelo que, segundo fontes da GM, é pouco provável que haja uma decisão antes das eleições gerais alemãs do próximo 27 de setembro.

Sobre a mesa da GM para adquirir a Opel se encontra, pelo menos formalmente, uma oferta de Magna e outra do investidor belga RHJI, filial do fundo americano Ripplewood.
Indignados com “acordão” da Previdência, aposentados ocuparão Câmara na terça

Os aposentados brasileiros prometem realizar uma vigorosa manifestação na Câmara Federal terça-feira (8) em defesa do fim do fator previdenciário e da fixação de um reajuste das aposentadorias e pensões equivalente ao do salário mínimo.

A mobilização está sendo convocada pela Cobap (Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas), com apoio da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), Nova Central e FST (Fórum Sindical dos Trabalhadores).

Os manifestantes exibirão fotos gigantes dos líderes de cada partido político. O objetivo é a colocação na pauta de votações do PL 01/2007, do senador Paulo Paim, que estende às aposentadorias e pensões a correção concedida ao salário mínimo.

Descontentamento

Os aposentados brasileiros estão descontentes e indignados com o protocolo de intenções firmado entre o governo e quatro centrais sindicais (CUT, Força Sindical, UGT e CGTB), que flexibiliza o fator previdenciário, introduzindo o chamado fator 85-95, e estabelece novos critérios de reajustes das aposentadorias.

As mudanças do governo foram propostas em contraposição aos projetos do senador Paulo Paim, que já foram aprovados pelo Senado e contemplam bem melhor os interesses dos trabalhadores e trabalhadoras. Paim propõe o fim pura e simples do fator previdenciário, restabelecendo velhos e bons critérios para a aposentadoria, e é mais generoso com o reajuste dos benefícios ao conferir-lhes a mesma correção do salário mínimo.

Troca desvantajosa

Na opinião dos líderes dos aposentados, o governo propõe uma troca francamente desfavorável para a classe trabalhadora. “Trocar o fim do fator previdenciário pelo fator 85-95 não é o mesmo que trocar seis por meia dúzia”, argumenta um aposentado. “O fator proposto pelo deputado Pepe Vargas é indecente, pois não só dificulta como pode até inviabilizar a aposentadoria para muitos assalariados.”

Na opinião do presidente da CTB, Wagner Gomes, “é preciso considerar o elevado nível de rotatividade e de informalidade que caracterizam o mercado de trabalho no Brasil. Para completar 35 anos de contribuição mais a idade necessária para chegar aos 95 anos previstos no fator o trabalhador precisará trabalhar muito mais do que 35 anos e não vai aposentar antes dos 70 anos, isto é, vai se aposentar na hora da morte. Não concordamos com isto.”

Mobilização

Os aposentados querem a continuidade do processo de tramitação dos projetos de Paulo Paim, já aprovado pelos senadores. O protesto em Brasília acontece na próxima terça-feira (8/9), com concentração marcada para as 9 horas, em frente ao anexo 2 da Câmara dos Deputados. São esperadas caravanas de diversos estados pelos organizadores do ato.

Na terça, aposentados empunharão fotos ampliadas, nas entradas da Câmara, dos 23 deputados federais líderes de cada partido político e do presidente da Casa, Michel Temer. É uma forma respeitosa e criativa de chamar a atenção e mostrar para todo o país o rosto dos homens que têm o poder de colocar em pauta para votação aberta o projeto 01/2007.

Unanimidade

Em reunião realizada quinta e sexta-feira (3 e 4-9), a Executiva Nacional da CTB reiterou por unanimidade a posição contra o que vem sendo chamado de “acordão” da Previdência, firmado pelo governo com quatro centrais sindicais. A atitude demonstra a autonomia e independência da central classista em relação ao governo e aos partidos políticos.

As entidades (Cobap, CTB, Nova Central e FST) também divulgaram uma “Carta Aberta ao Povo Brasileiro” explicitando sua posição.

(Portal CTB, com informações da Cobap)

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Funcionários da Renault e da VW entram em greve no Paraná

Trabalhadores exigem melhorias salariais.
Região da Grande Curitiba produz 1.400 carros por dia.

Os cerca de cinco mil funcionários da fábrica da Renault na cidade de São José dos Pinhais começaram nesta sexta-feira (4) uma greve por tempo indeterminado para pressionar melhoras salariais, informaram fontes sindicais.

A paralisação se soma à iniciada na quinta-feira passada pelos 3.500 trabalhadores da fábrica que a Volkswagen-Audi tem na mesma cidade e que igualmente estão em processo de negociação de aumento salarial anual com os fabricantes.

A paralisação na Renault-Nissan foi aprovada em uma assembleia convocada pelos sindicatos na manhã desta sexta-feira (4) para analisar uma proposta de reajuste salarial apresentada pela subsidiária no Brasil do fabricante francês e que não agradou os trabalhadores.

A direção da empresa propôs um aumento de 4,7%, equivalente à inflação dos últimos 12 meses, e o pagamento a cada trabalhador de um bônus adicional único de R$ 1.500.

Produção de veículos sobe 4,4% em agosto Vendas de veículos caem 8,17% em agosto em relação a julho

Segundo o Sindicato de Metalúrgicos da Grande Curitiba, que representa os trabalhadores da Renault, a proposta é pior que uma apresentada anteriormente pela empresa e que previa um reajuste de 5,7% nos salários.

Os trabalhadores da fábrica reivindicam aumento salarial de 11% e bônus de R$ 2 mil.

"A Renault teve tempo suficiente para melhorar sua proposta, mas infelizmente apresentou algo pior. Decidimos paralisar a produção até que haja um avanço na negociação", afirmou o presidente do Sindicato de Metalúrgicos da Grande Curitiba, Sergio Butka.

Segundo o líder sindical, a greve se manterá pelo menos até a próxima terça-feira, quando os negociadores da empresa e dos trabalhadores voltarão a se reunir, já que na segunda-feira é feriado nacional.

Na fábrica da Renault em São José dos Pinhais são produzidos diariamente uma média de 780 automóveis das marcas Renault e Nissan.

Em setembro do ano passado os funcionários das plantas da Renault-Nissan, Volkswagen-Audi e Volvo na região metropolitana de Curitiba paralisaram suas atividades pouco mais de uma semana até alcançar um acordo com os fabricantes em torno do aumento salarial que pediam.

A região metropolitana de Curitiba, um importante polo automotivo no sul do Brasil, produz diariamente cerca de 1.400 automóveis e 77 ônibus em fábricas nas quais trabalham 9.200 funcionários.

Os aumentos salariais são negociados no meio de uma conjuntura de queda da produção dos automóveis no Brasil como consequência da crise econômica mundial.

Segundo dados divulgados hoje pela Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a produção acumulada nos oito primeiros meses do ano foi de 2.047.710 veículos, 11,9% menos que no mesmo período do ano passado.

As vendas acumuladas entre janeiro e agosto foram de 1.993.332 veículos, o que representa avanço de 2,7% frente aos primeiros oito meses de 2008.

Apesar de a produção ter caído este ano como consequência da crise internacional, que afetou principalmente as exportações, as vendas internas aumentaram graças às medidas adotadas pelo Governo para enfrentar a crise e que permitiram uma redução dos preços dos automóveis.
Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Sorocaba filia-se à CTB

A unicidade sindical e a identificação com a luta dos trabalhadores do setor foram fatores que levaram o SSPMS (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Sorocaba) a filiar-se à CTB, conforme declarou Sérgio Ponciano, presidente do sindicato, durante assembleia realizada nesta quarta-feira (02) no clube de campo da entidade.
O ato de assinatura da filiação foi prestigiado por toda diretoria e conselho deliberativo do sindicato e também contou com a presença dos dirigentes da CTB-SP Helder Paranhos, vice presidente, e Wagner Rodrigues, secretário geral. Para eles essa filiação contribuirá, e muito, para o fortalecimento e consolidação da Central, que já conta com diversos outros sindicatos da região filiados.
O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Sorocaba é um dos mais importantes e estratégicos da região. Possui mais de 8 mil trabalhadores na base, sendo 5.600 filiados, e nunca foi filiado à nenhuma central sindical. Para o presidente do SSPMS, a decisão de filiação à CTB se deve à identificação e afinidade de propósitos e com a linha organizacional, ideológica e estrutural.
"A CTB demonstrou estar comprometida com o estabelecimento de políticas públicas eficazes e um serviço público de qualidade, que se vinculam à profissionalização da gestão pública e do quadro dos servidores públicos. Outro fator importante é que a CTB, Regional de Sorocaba, também possui sindicatos filiados que atuam no mesmo ramos de prestação de serviços, o que facilita ainda mais o entendimento e o comprometimento com as lutas trabalhistas dos trabalhadores públicos, que possuem basicamente as mesmas necessidades dos trabalhadores privados", declarou Sérgio Ponciano.
Produção de motos no país cresce 22% em agosto

Indústria mostra recuperação em relação a julho.
Vendas para concessionárias tiveram crescimento de 14%.

A produção de motocicletas e similares no país cresceu 22% em agosto em relação a julho, segundo balanço divulgado nesta sexta-feira (4) pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo). Foram produzidas produziu 154.714 unidades, contra 127.297 no mês anterior, o que revela uma recuperação das fabricantes.

Produção de veículos sobe 4,4% em agosto Frota brasileira de carros é 56% financiada, aponta Anef Crédito para compra de veículos cresce 12,3% em julho Vendas de veículos caem 8,17% em agosto em relação a julho

As vendas para concessionárias também tiveram alta com 140.702 unidades comercializadas ante 122.736 em julho, um aumento de 14%. Apesar da marca, a Abraciclo ainda vê com ressalvas o mercado de motocicletas no país. Os dados ainda estão muito aquém dos apresentados em 2008, quando o setor fechou o balanço de agosto com produção de 202.574 unidades e venda de 179.002, sinalizando uma queda de 23 e 21%, respectivamente.

“O financiamento para motofretistas, através da Caixa Econômica Federal, está liberado mas ainda não ocorreram efetivações de negócios", avalia Paulo Shuiti Takeuchi, presidente da Abraciclo. "A isenção da Cofins segue até o fim deste mês e acreditamos que será uma grande oportunidade dos consumidores comprarem seus produtos a

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Protógenes convoca para ato público de filiação ao PCdoB

Depois de alguns meses de especulação pela imprensa e disputa entre partidos, o delegado Protógenes Queiroz oficializou nesta quarta-feira (2), em entrevista coletiva, sua filiação ao PCdoB. Um ato público no feriado de 7 de setembro marcará o anúncio à população. Protógenes voltou a criticar a política de Estado mínimo do PSDB e a gestão de José Serra. “Se (os tucanos) fossem bons administradores, não haveria falência no sistema de segurança pública do estado de São Paulo”, afirmou.

Renato Rabelo e Protógenes durante coletiva
A questão da segurança pública veio à tona após Protógenes lembrar das recentes manifestações de moradores da favela Heliópolis, violentamente reprimidas pela Polícia Militar. “Era a resistência do povo humilde, que se manifestava tentando chamar atenção das autoridades como que dizendo ‘olha, nós fomos violentados, nossos direitos foram violados e o Estado se faz presente aqui apenas como um inimigo’”. Hoje, “temos hora para sair de casa, não temos hora para voltar e não sabemos se voltamos, o que é pior”, constatou.

Ele afirmou ainda que em São Paulo “existem procedimentos apurando casos de policiais que vendem farda para sua subsistência”. Então, “o que esperar de um agente de segurança pública que passa por isso? Ele é vítima desse sistema também”. Para ele, a solução é “atender às necessidades desse povo sofrido de São Paulo; é preciso que a administração pública volte-se para todos e não apenas para a classe privilegiada”.

Retaliação

Ao escolher adentrar a carreira política, Protógenes sabia que enfrentaria resistências. Não é à toa que nos últimos dias, em atos públicos, o delegado tem recebido a visita de agentes da Polícia Federal trazendo ora intimações, ora notificações de reabertura de processos internos. Foi o que aconteceu também na tarde desta quarta-feira.

Antes mesmo de iniciar a conversa com os jornalistas, Protógenes foi procurado por um agente que trazia para seu conhecimento documentos dando conta da reabertura, datada de 31 de agosto, de um processo administrativo até então arquivado movido a partir de representação de Paulo Maluf por conta de sua prisão após a Operação Hércules 12, deflagrada em 2006 sob a responsabilidade de Protógenes. “Como instituição pública, (a PF) cumpre seu papel, mas o caso de hoje representa muito bem como está o Brasil”, disse aos jornalistas. “Estão tentando constranger um cidadão que é agente público do Estado e que cumpriu seu dever. É uma forma de desestabilizar o clima fraterno que temos aqui, nesta coletiva”, enfatizou. E apontou: “isso acontece justamente quando decido ingressar na vida político-partidária brasileira dando continuidade ao meu trabalho. Mas isso não me desanima e me dá mais energia para continuar e reafirmar meu compromisso com o povo”.

Questionado sobre como seria sua relação com Maluf caso fosse eleito deputado federal, respondeu: “o que vai prevalecer é a ética; ajudei esse país e não sei se esse parlamentar a que o senhor se refere ajudou a construir o Brasil. (A operação) recuperou milhões de dólares que pertenciam ao nosso país”.

Contra argumentos usados rotineiramente com o objetivo de colocar no governo Lula a pecha de corrupto, Protógenes disse que “houve avanços significativos em sua administração” e “maior apuração de crimes de colarinho-branco, desvios de recursos públicos e corrupção”. Segundo ele, “não há nada semelhante a isso na história da política brasileira”.

Candidatura

Protógenes não detalhou a que cargo pretende concorrer nas próximas eleições. “Estou apto a cumprir tarefas em qualquer canto, atendendo às necessidades populares, ao que for melhor para o povo e para Brasil”. Em seguida, destacou os trabalhos de parlamentares do PCdoB presentes à coletiva: o deputado estadual Pedro Bigardi e os vereadores pela capital Jamil Murad e Netinho de Paula. “São brasileiros que simbolizam a nossa resistência. Não queremos um Brasil de desmandos, de desvios, de corrupção”.

Para Renato Rabelo, presidente do PCdoB também presente à coletiva, “nossa experiência com Protógenes demonstra que o PCdoB é um partido de programa, de propostas porque foi exatamente isso que procuramos demonstrar e ele se identificou com o partido”. Rabelo disse que tal postura “foi diferente da de outras legendas que já iam logo oferecendo facilidades para a campanha. O PCdoB, por sua vez, pôs no centro do debate as suas propostas, o seu programa”.

Conforme o dirigente, “esse trabalho de dialogar com a sociedade, de atrair pessoas comprometidas com a sociedade nos dá a convicção de que a explicitação de nosso programa socialista é fator essencial para aglutinar essas forças e tornar o PCdoB um partido cada vez mais forte. O Protógenes simboliza um setor importante da sociedade que se rebela contra aspectos negativos, conservadores e antidemocráticos do Estado brasileiro e que o PCdoB busca enfrentar”.

Recado ao povo

Na coletiva, Protógenes também distribuiu e anunciou alguns pontos de um “Recado ao povo brasileiro”, publicado na íntegra em seu blog. No texto, ele diz que seu ingresso na vida política brasileira “ocorre porque eu acredito que a solução dos problemas nacionais, a saída, é política. Eu conclamo a todos vocês a participarem desse processo de transformação que hora está formado”.

Enfatizando aquela que tem sido sua “palavra de ordem” – o Brasil tem pressa – o delegado escreveu: “o dinheiro destinado às áreas da saúde, da educação, da habitação, da geração de emprego e renda e, sobretudo, da segurança pública está sendo desviado pela corrupção que está em todos os níveis da República. Aliado a isso, nós temos a especulação do capital financeiro que tornou país um verdadeiro cassino a céu aberto, destinado a oprimir e a reduzir a produtividade do nosso trabalho”.

Criticou ainda o fato de haver “duas justiças” no Brasil: “uma destinada ao pobre, ao desassistido, e outra para o bandido rico, que sempre encontra uma saída para se livrar da punição devida. É contra isso que nós lutamos; que nós estamos desenvolvendo esse trabalho de resgate à ética e de respeito à Constituição da República. Porque a Justiça tem que ser igual para todos”.

Sobre sua opção partidária, anotou: “decidi ingressar no PCdoB porque é uma organização que tem um projeto nacional que atende às necessidades urgentes do povo brasileiro e do Brasil, e também por possuir, em sua estrutura orgânica-partidária, as reais condições que atendem ao desenvolvimento do trabalho de combate à corrupção, de resgate à ética, à moral, de respeito aos símbolos nacionais e, sobretudo, de respeito à Constituição da República”.

Protógenes ainda convidou a todos para o ato marcado para o dia 7 de setembro, que acontecerá na Unip da Rua Vergueiro, próximo à estação Vergueiro do Metrô, em São Paulo, a partir das 16h.
Executiva da CBT reafirma posição contra “acórdão” da Previdência

Na 6ª Reunião Executiva da CTB realizada nesta quinta-feira (03), em São Paulo, a diretoria referendou por unanimidade sua posição contra o acordo que outras centrais firmaram com o governo sobre as novas regras para as aposentadorias, que flexibiliza o fator previdenciário e introduz o fator 85-95.

A CTB não concorda com a proposta apresentada pelo governo que exige a soma de tempo de contribuição com a idade para a concessão das aposentadorias, de 85 anos para as mulheres e 95 anos para os homens, penalizando o trabalhador que começa a trabalhar mais cedo.

A proposta do governo se contrapõe aos projetos do senador Paulo Paim que propõe o fim do fator previdenciário e o reajuste dos benefícios com os índices de reajuste do salário mínimo. Para a direção da CTB, a proposta do governo é desfavorável para a classe trabalhadora. “É preciso considerar o elevado nível de rotatividade e de informalidade que caracterizam o mercado de trabalho no Brasil. Para completar 35 anos de contribuição mais a idade necessária para chegar aos 95 anos previstos no fator o trabalhador precisará trabalhar muito mais do que 35 anos e não vai aposentar antes dos 70 anos, isto é, vai se aposentar na hora da morte. Não concordamos com isto”, disse Wagner Gomes.

“Esta posição da CTB demonstra a sua autonomia e independência em relação ao governo e aos partidos políticos.” afirmou o diretor João Batista Lemos.

”Esta posição da CTB é correta e deve ser seguida por todos sindicatos filiados. Hoje, 60% dos jovens trabalhadores com até 25 anos não tem carteira assinada. Quando esses jovens vão se aposentar?”, disse o diretor Vitor Espinoza.

“A CTB sempre defendeu a unidade das centrais sindicais para fortalecer a luta dos trabalhadores, mas jamais ficará refém de consensos que prejudicam a classe trabalhadora”, afirmou o diretor Joílson Cardoso.

Mobilização

A CTB está apoiando os aposentados que estão se mobilizando para realizar uma forte manifestação na Câmara Federal na próxima terça-feira (8) em defesa do fim do fator previdenciário e pela fixação de um reajuste das aposentadorias e pensões equivalente ao do salário mínimo.

Os aposentados querem a continuidade do processo de tramitação dos projetos de Paulo Paim, já aprovado pelos senadores. O protesto em Brasília acontece na próxima terça-feira (8/9), com concentração marcada para as 9 horas, em frente ao anexo 2 da Câmara dos Deputados. São esperadas caravanas de diversos estados pelos organizadores do ato.

A CTB da Bahia está realizado manifestações no aeroporto de Salvador em todas as terças-feiras para pressionar os parlamentares a votarem a favor dos aposentados e contra a proposta do governo. Segundo o presidente da CTB, Wagner Gomes, este tipo de mobilização deve ocorrer nos aeroportos de todas as capitais estaduais.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Fiat está otimista e já faz previsões para 2010

A Fiat se mostra otimista com o setor automotivo e acredita que no ano que vem as vendas de veículos no mercado interno ultrapassem os 3,3 milhões de unidades, ou seja, uma elevação de cerca de 10% nas vendas em relação às estimativas do setor para este ano.

De acordo com o presidente da Fiat do Brasil, Cledorvino Belini, para que essa previsão se comprove deve haver um crescimento da economia do País em 2010.

"Chegaremos a esse patamar se o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil alcançar os 4% de crescimento", afirma o executivo. A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) estima que este ano sejam comercializadas 3 milhões de unidades.

Com relação à volta gradual em outubro da cobrança do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para a compra do carro zero-quilômetro, o presidente da Fiat não acredita que haja uma forte retração nas vendas por conta da medida. "Haverá um impacto médio no mercado, que causará uma ligeira queda na demanda e conseqüentemente nas vendas, o que é natural", diz Belini.

Ele acredita que fatores como o maior acesso ao crédito e a diminuição dos juros irão beneficiar o setor nos próximos meses, mantendo as vendas em alta.

O executivo afirmou ainda que a Fiat atualmente está em ritmo acelerado produzindo três mil carros por dia ou três veículos por minuto em sua fábrica em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais.

"Graças ao mercado interno a produção está intensa, apesar da queda nas exportações de cerca de 20%", salienta.

Com relação às vendas ao mercado externo, o executivo não tem expectativa de que o quadro tenha uma retomada. Segundo ele, a Fiat foi afetada principalmente com relação às exportações aos nossos vizinhos argentinos.
GM faz parceria com empresa da China para fabricar caminhonetes

Joint venture vai fabricar caminhões e vans com a marca FAW.
China é responsável por 50% das vendas globais de caminhões leves.

General Motors estabeleceu uma joint venture com o FAW Group, segunda maior montadora da China em vendas, acrescentando um novo segmento de veículos à sua carteira no mercado automobilístico que mais cresce no mundo. As duas empresas terão 50% de controle da joint venture, chamada FAW-GM Light Duty Commercial Vehicle.

A FAW-GM vai fabricar caminhões e vans com a marca FAW, segundo comunicado da GM. Além disso, a nova empresa vai atuar em pesquisa e desenvolvimento, exportações e suporte após venda. O investimento total na joint venture, que possui capital registrado de 1,2 bilhão de yuans (US$ 175,7 milhões), é de 2 bilhões de yuans, segundo o comunicado.

A joint venture é um complemento importante para a linha de produtos da GM na China, afirmou Kevin Wale, presidente e diretor administrativo do GM China Group. O país asiático é responsável por 50% das vendas globais de caminhões leves e é um "foco importante" para a empresa norte-americana, disse o executivo.

A FAW-GM inclui a Ha'erbin Light Vehicle, marca controlada pela FAW, e a participação da empresa chinesa na Hongta Yunnan Automobile Manufacturing. Por meio dessas companhias, a joint venture possui duas fábricas com capacidade de produção anual de 100 mil veículos. A GM-FAW está construindo uma nova fábrica em Harbin, que vai aumentar a capacidade anual da empresa para 200 mil unidades até o fim de 2010.

A joint venture deverá vender entre 80 mil e 90 mil veículos neste ano, incluindo os que já foram vendidos até agora pela Ha'erbin e pela Hongta. A meta para o próximo ano é vender mais de 100 mil unidades. A GM e o FAW iniciaram as negociações sobre uma joint venture em janeiro de 2007. As duas empresas assinaram um memorando de entendimento em novembro daquele ano e um contrato para uma joint venture no mês seguinte, que recebeu aprovação do governo central chinês em julho deste ano. O FAW também opera joint ventures na China com a alemã Volkswagen e com a japonesa Toyota Motor. As informações são da Dow Jones.