Blog Tradução

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Indignados com “acordão” da Previdência, aposentados ocuparão Câmara na terça

Os aposentados brasileiros prometem realizar uma vigorosa manifestação na Câmara Federal terça-feira (8) em defesa do fim do fator previdenciário e da fixação de um reajuste das aposentadorias e pensões equivalente ao do salário mínimo.

A mobilização está sendo convocada pela Cobap (Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas), com apoio da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), Nova Central e FST (Fórum Sindical dos Trabalhadores).

Os manifestantes exibirão fotos gigantes dos líderes de cada partido político. O objetivo é a colocação na pauta de votações do PL 01/2007, do senador Paulo Paim, que estende às aposentadorias e pensões a correção concedida ao salário mínimo.

Descontentamento

Os aposentados brasileiros estão descontentes e indignados com o protocolo de intenções firmado entre o governo e quatro centrais sindicais (CUT, Força Sindical, UGT e CGTB), que flexibiliza o fator previdenciário, introduzindo o chamado fator 85-95, e estabelece novos critérios de reajustes das aposentadorias.

As mudanças do governo foram propostas em contraposição aos projetos do senador Paulo Paim, que já foram aprovados pelo Senado e contemplam bem melhor os interesses dos trabalhadores e trabalhadoras. Paim propõe o fim pura e simples do fator previdenciário, restabelecendo velhos e bons critérios para a aposentadoria, e é mais generoso com o reajuste dos benefícios ao conferir-lhes a mesma correção do salário mínimo.

Troca desvantajosa

Na opinião dos líderes dos aposentados, o governo propõe uma troca francamente desfavorável para a classe trabalhadora. “Trocar o fim do fator previdenciário pelo fator 85-95 não é o mesmo que trocar seis por meia dúzia”, argumenta um aposentado. “O fator proposto pelo deputado Pepe Vargas é indecente, pois não só dificulta como pode até inviabilizar a aposentadoria para muitos assalariados.”

Na opinião do presidente da CTB, Wagner Gomes, “é preciso considerar o elevado nível de rotatividade e de informalidade que caracterizam o mercado de trabalho no Brasil. Para completar 35 anos de contribuição mais a idade necessária para chegar aos 95 anos previstos no fator o trabalhador precisará trabalhar muito mais do que 35 anos e não vai aposentar antes dos 70 anos, isto é, vai se aposentar na hora da morte. Não concordamos com isto.”

Mobilização

Os aposentados querem a continuidade do processo de tramitação dos projetos de Paulo Paim, já aprovado pelos senadores. O protesto em Brasília acontece na próxima terça-feira (8/9), com concentração marcada para as 9 horas, em frente ao anexo 2 da Câmara dos Deputados. São esperadas caravanas de diversos estados pelos organizadores do ato.

Na terça, aposentados empunharão fotos ampliadas, nas entradas da Câmara, dos 23 deputados federais líderes de cada partido político e do presidente da Casa, Michel Temer. É uma forma respeitosa e criativa de chamar a atenção e mostrar para todo o país o rosto dos homens que têm o poder de colocar em pauta para votação aberta o projeto 01/2007.

Unanimidade

Em reunião realizada quinta e sexta-feira (3 e 4-9), a Executiva Nacional da CTB reiterou por unanimidade a posição contra o que vem sendo chamado de “acordão” da Previdência, firmado pelo governo com quatro centrais sindicais. A atitude demonstra a autonomia e independência da central classista em relação ao governo e aos partidos políticos.

As entidades (Cobap, CTB, Nova Central e FST) também divulgaram uma “Carta Aberta ao Povo Brasileiro” explicitando sua posição.

(Portal CTB, com informações da Cobap)

Nenhum comentário:

Postar um comentário