Blog Tradução

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Moody's atribui grau de investimento para a economia brasileira

Decisão da empresa de risco de crédito saiu nesta terça-feira (22).
Outras grandes agências internacionais já haviam dado a nota ao país.

Brasil está apto a ser 1º grau de investimento pós-crise, diz Moody's Moodys sinaliza 'grau de investimento' para Brasil em setembro, diz Mantega É preciso aproveitar oportunidades que surgem após a crise, diz Meirelles 'Custo da crise foi menor para o Brasil', diz Meirelles

A agência internacional de classificação de risco Moody's atribiu nesta terça-feira (22) o grau de investimento à economia brasileira. Era a última agência internacional que faltava dar tal reconhecimento ao país. Standard & Poor's e Fitch já haviam atribuído a nota ao Brasil no ano passado.

O grau de investimento, na prática, é uma recomendação para que os investidores coloquem mais recursos no país. A avaliação feita pelas agências considera as condições fiscais (das contas públicas) e as contas externas, além do marco regulatório e condições políticas, entre outros fatores.

A nota subiu de "Ba1" para "Baa3", primeiro estágio do grau de investimento, com perspectiva positiva para futuras revisões. A elevação já havia sido antecipada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, no mês passado. Ele afirmou, no fim de agosto, que a nova classificação da economia brasileira sairia em setembro.

Em julho, a própria agência Moody's afirma afirmado que o Brasil já estava apto para receber a primeira concessão da nota de investimento desde o início da crise financeira internacional, no ano passado.

Comentários

"A elevação reflete o reconhecimento pela Moody's de que a capacidade de absorção de choques, incluindo a capacidade de resposta das autoridades, aponta para uma melhora significativa do perfil de crédito soberano do Brasil", segundo comunicado assinado por Mauro Leos, executivo da Moody's para a América Latina.

Para a agência, o Brasil exibe "evidências de robusta flexibilidade econômica e financeira". Segundo a nota da empresa, o país passou por uma recessão relativamente curta, que pouco afetou suas reservas, e também mostrou apenas uma deterioração moderada em indicadores como dívida do governo.

Ainda que a economia apresente crescimento negativo do PIB em 2009 e que haja alguma deterioração sobre os anos anteriores, Leos avalia que o desempenho geral do Brasil provou ser melhor do que a maioria dos países classificados como grau de investimento na categoria "Baa".

'Vencedor'

"Estas características sugerem que o Brasil é um “vencedor” se comparado aos outros países globalmente integrados classificados pela Moody’s", informa o texto, lembrando que, mesmo durante da crise, houve "ausência de estresse financeiro no sistema bancário".

“A notável melhora apresentada na estrutura de dívida do governo foi um fator importante para a elevação do rating,” diz o comunicado. “Menores riscos de crédito soberano foram um resultado direto de uma exposição reduzida aos riscos de taxas de juros e cambio no balanço do governo.”

Repercussão

O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, afirmou nesta terça, em São Paulo, que a concessão de grau de investimento da agência Moody's mostrou "a força do país". Ele lembrou que, além de conceder uma nova nota à economia brasileira, a empresa também colocou o rating do país em perspectiva positiva.

Meirelles afirmou que é "raro uma agência fazer os dois movimentos", lembrando que a Moody's é considerada "conservadora" pelo mercado.

Para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, mais fundos de pensão poderão investir no Brasil depois que a Moody's elevou o país para grau de investimento. "Isso é o reconhecimento da boa gestão da economia brasileira", afirmou Mantega a jornalistas ao sair de uma reunião com analistas da agência, em Nova York.

O Tesouro Nacional também comentou, em nota, o anúncio da Moody's. O órgão observa que "a notável melhora apresentada na estrutura de dívida do governo" foi um dos fatores relacionados pela Moody's para fazer o upgrade do Brasil. A agência levou em conta também o "excepcional desempenho" do país durante a crise, diz o Tesouro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário