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sábado, 21 de março de 2009

Datafolha e Ibope indicam queda de Lula; Dilma sobe

Duas pesquisas de opinião divulgadas nesta sexta-feira (20), pelo Datafolha-Folha de S.Paulo e pela CNI-Ibope, indicaram queda na popularidade do governo Lula, de 5 e 9 pontos, respectivamente. Ainda assim, Lula mantém um latifúndio de popularidade: 65% de ''Bom'' e ''Ótimo'' no Datafolha e 64% no Ibope. E sua presidenciável, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), continua a crescer.

Os dados revelados nesta sexta-feira ocupam o segundo lugar no ranking dos recordes de popularidades dos dois institutos (o do Datafolha começou em 1990 e o do Ibope nos anos 80). Só são superados pelo próprio governo Lula, na edição imediatamente anterior das pesquisas, em novembro-dezembro.
Em ambas as pesquisas, há uma associação da queda de popularidade do governo com os efeitos da crise econômica global no Brasil, levando à queda de 3,6% no PIB (Produto Interno Bruto) do trimestre passado. O que intriga os analistas, e encoleriza os oposicionistas, é que a aprovação do governo ainda seja oito vezes maior que a reprovação.
O Datafolha observa que, enquanto o índice de ''Bom'' e ''Ótimo'' do governo recuou cinco pontos, a taxa dos que consideram o desempenho governo ''Regular'' passou de 23% para 27% e o percentual dos que acham que ele é ''Ruim'' ou ''Péssimo'' apenas oscilou de 7% para 8%, variação dentro da margem de erro da pesquisa, que é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
O relatório diz também que ''a avaliação do governo Lula, hoje, é semelhante à que obtinha em setembro do ano passado, quando era aprovado por 64%, considerado regular por 28% e definido como ruim ou péssimo por 8%. A nota atribuída a Lula pelos brasileiros, em uma escala de zero a
dez, é 7,4. Em novembro do ano passado, ele recebia nota 7,6'', agrega.
Mudança de método
A pesquisa datafolha do Datafolha introduziu mudanças em relação às suas edições anteriores: nesta rodada, foram entrevistadas 11.204 pessoas, três vezes mais do que a média do instituto nos três levantamentos realizados em 2008.
Também chama a atenção o peso dado agora à Região Sul, que responde por 27% dos entrevistados. Nas edições anteriores (março, setembro e novembro de 2008), eles eram, respectivamente, 9%, 15% e 11%. Desta vez, o peso do Nordeste desta vez ficou igual ao do Sul: 28%. Nas três edições de 2008, tinha mais ou menos ou dobro: 18%, 28% e 20%.
O Datafolha ouviu 11.204 brasileiros, a partir dos 16 anos de idade, entre os dias 16 e 19 de março de 2009. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos para mais ou para menos.
Variação igual em todas as faixas de renda
Quando se leva em consideração a renda familiar mensal dos entrevistados, o Datafolha indica que Lula perdeu pontos por igual nas três faixas em que a amostra é segmentada. Manteve-se portanto a mesma relação, existente desde 2003, de uma popularidade mais maciça nas feixas de renda menor.
Entre os que têm renda até cinco salários mínimos, a taxa de aprovação ao presidente passou de 71% para 66%. Entre os que ganham entre cinco e dez salários mínimos, ela passou de 67% para 62%, e, entre os que vivem com rendimentos acima de dez salários mínimos, ela também recuou cinco pontos, indo de 63% para 58%.
Escolaridade superior mantém aprovação
Conforme o Datafolha, a maior queda no percentual de aprovação do governo, de nove pontos, foi entre os moradores das regiões Norte e Centro-Oeste, passando de 73% para 64%. O presidente continua obtendo sua maior taxa de aprovação no Nordeste, embora tenha perdido quatro pontos na região (passou de 81% para 77%). No Sudeste, a taxa dos que consideram o desempenho do petista ótimo ou bom caiu seis pontos percentuais (de 66% para 60%). No Sul, região na qual Lula obtém menor taxa de aprovação, a variação foi menor, dentro da margem de erro (de 59% para 57%).
Entre os que moram em cidades localizadas no interior, a queda no percentual de aprovação foi de seis pontos percentuais (de 73% para 67%). Já entre os que residem em regiões metropolitanas, a taxa dos que aprovam o presidente passou de 64% para 61%.
No que diz respeito à escolaridade, Lula perdeu sete pontos percentuais entre os brasileiros que chegaram ao ensino médio (a aprovação caiu de 69% para 62%) e quatro pontos entre os que têm escolaridade fundamental (passou de 72% para 68%). Entre os que têm escolaridade superior, a aprovação se manteve idêntica à registrada em novembro (64%) e a reprovação caiu de 12% para 8%.
Serra estaciona e Dilma volta a subir
O governador paulista e presidenciável tucano José Serra mantém na pesquisa Datafolha os mesmos índices da pesquisa anterior para a eleição de 2010, com taxas que variam de 41% a 47%. Mas a ministra petista da Casa Civil, Dilma Rousseff, voltou a crescer, de 3 a 4 pontos percentuais, dependendo da situação.
No primeiro cenário do Datafolha são apontados como candidatos, além de Serra (41% das intenções de voto) e Dilma (11%), o deputado federal Ciro Gomes (PSB), que oscilou um ponto para mais e teria hoje 16%, e a ex-senadora Heloísa Helena (PSOL), que perdeu três pontos e aparece com 11%.
Há um ano, nesse mesmo levantamento, Dilma tinha apenas 3% das intenções. Em novembro de 2008, ela subiu para 8% e agora atinge 11%. Serra tinha 38% em março de 2008 e ficou estável, com 41%, nos dois mais recentes levantamentos.Hoje, Serra seria mais bem votado no Sudeste (45%) e no Sul (44%) e menos votado no Nordeste (34%). Já Dilma tem melhor desempenho no Nordeste (14%) e no Centro-Oeste (13%) e o pior no Sudeste (9%).
"Heloísa Helena é a única que perde pontos agora e Dilma é a única que sobe. O crescimento dela é contínuo desde março de 2008'', diz Mauro Paulino, diretor do Datafolha. ''À medida que vai se tornando mais conhecida e associada como candidata do presidente a tendência é que cresça.''
No cenário em que a campanha ficaria polarizada entre Serra e Dilma, com apenas Heloísa
Helena como terceira candidata, o tucano permaneceu com 47%. Dilma subiu três pontos, chegando a 13%, enquanto Heloísa Helena oscilou de 17% para 15%. Elas estão empatadas tecnicamente.
Entre aqueles que podem concorrer em 2010, Serra é o mais lembrado de forma espontânea pelos eleitores, com 6%. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva é citado por 25%. Dilma e o governador mineiro, Aécio Neves (PSDB), são citados por 3%. Para 1% dos entrevistados, o voto irá ''para quem o Lula apoiar/indicar''.
Cenários com Aécio Neves
Em dois cenários, o candidato tucano é o governador mineiro, Aécio Neves. No primeiro cenário com Aécio quem lidera é Ciro Gomes, que manteve os 25% apurados no último levantamento.
Heloísa Helena oscilou de 19% para 17% agora, empatando com o governador mineiro, que já tinha atingido esse percentual em novembro. Dilma se aproximou dos dois e atingiu 12% – contra
9% em novembro e 4% em março de 2008.
Outro cenário apresenta Heloísa Helena (26%), Aécio (22%) e Dilma (16%). Esse foi o caso em que a ministra apresentou sua maior subida, de quatro pontos, já que tinha 12% em novembro passado.
A última hipótese apresenta todos os candidatos, inclusive Serra e Aécio, o que não seria possível a menos que um deles mudasse de partido. O governador paulista lidera com 35%. Os outros estão tecnicamente empatados: Ciro (14%), Aécio e Heloísa (12%) e Dilma (11%).

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