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sexta-feira, 5 de abril de 2013

Análise: Inovar-Auto deverá substituir "efeito IPI" como incentivo à indústria
 
EDUARDO SODRÉ
EDITOR-ADJUNTO DE "VEÍCULOS"
O crescimento da produção de automóveis não deve ser tratado apenas como uma consequência da redução de tarifas. Há fatores mais fortes, como o lançamento de novos produtos, a instalação de fábricas e a expansão de linhas de montagem.

Um exemplo é a unidade da Hyundai em Piracicaba (a 162 km de São Paulo), que começou a produzir os modelos da família HB20 em setembro de 2012. A Chevrolet também ampliou a capacidade produtiva com a chegada do Onix, feito em Gravataí (RS).

A expansão deverá continuar como efeito do programa Inovar-Auto, que estimula -inclusive com benefícios fiscais- a produção local de conteúdo e de tecnologia.
O "efeito IPI" teve grande importância no início de 2012, quando a queda nas vendas gerou estoques elevados e paralisou fábricas. Já no segundo semestre, foram os lançamentos que movimentaram a indústria.

Agora, a eficácia da redução tributária tende a diminuir, por uma acomodação natural do mercado. Nesse cenário, o Inovar-Auto ganha importância.
Os benefícios concedidos aos que atingirem as metas propostas pelo programa ajudarão os fabricantes a recompor margens. Porém, por exigir contrapartidas e investimentos, as montadoras levarão mais tempo para obter retorno financeiro.

RETORNO IMEDIATO

No caso do IPI, o retorno é imediato. É interessante para os fabricantes que o incentivo fiscal seja mantido, mesmo que o efeito seja menor do que o do ano passado.
Em vez de as empresas promoverem ações pontuais para reduzir estoques (que acarretam perda de rentabilidade), é feita uma medida única que leva à redução global de preços, desonera a indústria e atrai os consumidores.

O Inovar-Auto trabalha sobre bases mais sólidas, pois estimula a produção local. A indústria tende a crescer com a chegada de novos fabricantes e a expansão da cadeia. Com os benefícios propostos, será possível manter preços sem perder lucro.

Neste momento, vive-se a transição dos modelos.
A indústria teme perder os incentivos fiscais enquanto ainda se adequa ao novo programa e define investimentos altos. Mas os fabricantes sabem que não é possível conciliar um programa de médio e longo prazos como o Inovar-Auto com medidas cíclicas de redução de impostos.

Fonte: Folha.com

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