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quinta-feira, 7 de julho de 2011

Montadoras batem recorde de produção

A indústria automobilística registrou recorde histórico na produção de veículos no País no primeiro semestre, apesar das medidas do Banco Central para reduzir as compras financiadas.
O setor fabricou 1,71 milhão de unidades de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, 4,1% mais que no mesmo período do ano passado, de acordo com dados divulgados ontem pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores.
O desempenho no seis primeiros meses do ano ocorreu apesar da leve pisada no freio da produção em junho frente a maio. Por essa comparação, houve queda de 2,8% no volume fabricado, o que reflete a pequena desaceleração na demanda, por conta de medidas do governo como as altas nos juros e a elevação do IOF.
Mesmo com essa redução no mês, as fabricantes também registraram a melhor marca (295,6 mil unidades fabricadas) para junho, na história do setor no País.
E as perspectivas são favoráveis, já que os consumidores seguem comprando carros. Há poucos dias, a Federação Nacional dos Distribuidores de Veículos Automotores revisou para cima suas estimativas e agora prevê crescimento de 8% na comercialização de carros novos em 2011.
Segundo o presidente da Anfavea, Cledorvino Belini, nos próximos meses a entidade também pode rever para cima suas projeções. Por enquanto, a meta é que haja expansão de 5% neste ano.
No primeiro semestre, o número de veículos zero-quilômetro emplacados cresceu 10% frente a janeiro a junho de 2010.
Belini, no entanto, é cauteloso. "Estamos imaginando que o segundo semestre, por causa das medidas macroprudenciais (do Banco Central), não será tão forte", diz. Ele assinala que a inadimplência no segmento tem subido - era de 2,6% em janeiro e em maio foi a 3,6% -, e os juros para a compra de carros passaram de 19,99% anuais para 21,27% nesse período. Além disso, houve mudança na proporção de compras a prazo e à vista. Atualmente as aquisições de carros financiadas representam 62% do total. No ano passado, correspondiam a 68%.
PREÇOS - A Anfavea também mostra preocupação com a invasão dos importados, que correspondem hoje a 22,8% do total comercializado no País. No entanto, para o consumidor, a entrada dos carros estrangeiros não tem evitado que os preços continuem subindo. Segundo a agência Autoinforme, de janeiro a maio, a alta chega a 4,32%.
Outro levantamento, feito pela associação das montadoras da Argentina, mostra que automóveis brasileiros são mais caros que os mesmos modelos em outros países. Para Belini, isso se explica pelo custo de produção até 60% mais alto no Brasil, como preço mais elevado do aço, e por outros fatores, como carga tributária elevada.

Setor segue contratando pelo 24º mês seguido

O desempenho favorável da indústria automobilística no primeiro semestre explica o fato de o setor ter ampliado, em junho, as contratações pelo 24º mês seguido. No mês, as montadoras admitiram 454 pessoas.
O ritmo de alta deve se manter nos próximos meses, por exemplo, com a abertura do terceiro turno na Mercedes-Benz a partir de agosto. A empresa divulgou, há poucos dias, a contratação de 950 pessoas no País, das quais 865 na unidade fabril de São Bernardo.
Para Belini, no entanto, é importante recuperar a competividade da indústria nacional. O câmbio é considerado desvantajoso para a exportação e facilita as importações. O saldo comercial neste ano até junho está negativo em 140 mil veículos.
Segundo representantes de segmentos de autopeças, as pequenas indústrias sofrem mais com o efeito cambial, que leva a processo de desindustrialização, ou seja, substituição da produção nacional pela importação de peças.

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