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quinta-feira, 19 de março de 2009

Franceses fazem greve contra o desemprego

Paralisação prejudica os transportes no país.Sindicatos esperam forte participação do setor privado.

Os transportes aéreos e ferroviários registravam graves atrasos nesta quinta-feira (19) na França, no início de um dia de greve e manifestações convocadas pelos sindicatos para exigir aumentos salariais e em defesa dos empregos.

"O governo terá que aceitar voltar a sentar e discutir com os sindicatos as reivindicações que apresentamos no início do ano", afirmou Bernard Thibault, secretário-geral da Confederação Geral do Trabalho (CGT), a principal central sindical do país.

O tráfego aéreo estava prejudicado no aeroporto parisiense de Orly, onde vários voos foram cancelados por uma paralisação dos controladores. Os ferroviários também iniciaram uma greve na noite de quarta-feira, o que afeta o sistema em Paris.

Os metrôs de Paris e Marselha funcionavam sem grandes problemas, mas foram muito afetados em outras cidades, como Bordeaux, Estrasburgo e Nice.

Protestos
As oito centrais sindicais do país convocaram manifestações e esperam uma mobilização maior que no último dia de protestos, 29 de janeiro, quando mais de um milhão de pessoas
participaram nos protestos.

Como em janeiro, também se espera forte presença de trabalhadores do setor privado, fato até então atípico em greves na França, normalmente realizadas por funcionários públicos. A expectativa é de que trabalhadores das montadoras Peugeot Citroën e da Renault, além de empregados do Carrefour, Total, Rhodia e Saint Gobain, entre outras empresas, participem dos protestos.

Entre os jovens, o clima de insatisfação também aumenta. Metade das universidades do país, cerca de 40, já vêm fazendo greve total ou parcial nos últimos dias, para protestar contra a reforma do ensino superior.
Reação

Depois da greve de janeiro, Sarkozy, convocou os sindicatos para uma reunião, realizada em fevereiro. Após o encontro, Sarkozy anunciou um pacote de 2,6 bilhões de euros, que incluiu reduções fiscais para a classe média, novos benefícios sociais para famílias de baixa renda e medidas para estimular a criação de empregos para jovens.

Mas desta vez, o governo já excluiu a possibilidade de anunciar novas medidas sociais. Na segunda-feira, o primeiro-ministro, François Fillon, disse que "qualquer quantia suplementar (ao pacote) significa dívida pública maior".

Em vez de propor novas medidas, o governo optou por fazer pressão sobre o maior sindicato patronal do país, o Medef. Em carta enviada ao organismo, a ministra da Economia, Christine Lagarde, pede que os empresários renunciem aos seus bônus quando as companhias derem férias coletivas ou anunciarem "um grande plano de demissões".

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