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sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Governo acata sugestão das centrais e condiciona crédito do BNDES à manutenção de empregos
A concessão de crédito por parte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estará condicionada à manutenção e geração de empregos por parte das empresas solicitantes, afirmou nesta quinta-feira o ministro da Fazenda, Guido Mantega. A medida contempla parcialmente reivindicação feita pelas centrais sindicais ao presidente Lula. Os sindicalistas querem que todos os benefícios (fiscais ou creditícios) concedidos pela União às empresas seja condicionado a contrapartidas sociais, priorizando a manutenção do nível de emprego."Daqui para frente os créditos estarão condicionados à manutenção de empregos, vamos exigir a sua explicitação e fazer a fiscalização", afirmou o ministro, logo após anunciar um aporte recorde de R$ 100 bilhões do Tesouro Nacional ao BNDES para que o banco de fomento estatal possa garantir a crescente demanda por crédito no país, após o agravamento da crise financeira global. Investimento e empregoQuestionado, o ministro não explicou se haverá alguma espécie de punição para as empresas que tomarem recursos junto ao banco de fomento e mesmo assim fizerem dispensas. No entanto, ele destacou ser "impossível" fazer investimentos e demitir. "Investimento é impossível não criar emprego. Só se ela criar uma empresa fantasma que só tenha máquina porque qualquer empresa nova ou qualquer expansão de produção implica numa nova contratação", afirmou. "Isso (punição) nós não definimos ainda, mas é impossível fazer investimento sem gerar emprego", retrucou. ConfiançaSegundo Mantega, a idéia não é se estabelecer uma política de que o empresário que demitir está fadado a "ser expulso do paraíso". De acordo com o ministro, a equipe econômica do governo quer estabelecer uma política de confiança na qual o empresário terá a certeza de bons negócios e diante disso continue investindo e contratando. "Queremos evitar o desemprego e para isso eu preciso de crédito, de investimento, de taxas mais baixas, de juros, e isso nós estamos providenciando: esta confiança. Não adianta você entrar com essa medida de 'ah quem não empregar vai ser expulso do paraíso, vai ser colocado no inferno', não é por aí. Agora, esse recurso de investimento do BNDES é condicionado sim a geração de emprego, isso é fácil de fiscalizar", disse o ministro.Evitar demissões não é só uma reivindicação dos sindicatos. É também um pressuposto para impedir o agravamento da crise, pois o desemprego, assim como a redução de salários, é um fator que realimenta a crise ao excluir do mercado consumidor parte da classe trabalhadora, acrescentando novas dificuldades à venda de mercadorias e acirrando a chamada superprodução. “Demitir e reduzir salários é jogar lenha e gasolina na fogueira da crise”, comentou o presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), Wagner Gomes. “Por isto, devemos unir amplas forças da sociedade em defesa do emprego, das conquistas e dos direitos da classe trabalhadora”, acrescentou.

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