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terça-feira, 27 de novembro de 2012

Transtornos emocionais são a terceira causa de afastamento de trabalho


Em 2011, 181 mil pessoas receberam da Previdência Social o auxílio-doença devido a esses problemas no Brasil
A depressão atinge 16% da população. Doenças da ansiedade, como as fobias, a síndrome do pânico e o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), atingem cerca de 15% das pessoas. O consumo abusivo de álcool, além de causar boa parte dos acidentes de trânsito e inflamar situações de violência, pode levar ao alcoolismo, problema que atinge 9% dos brasileiros. Essas e outras alterações psíquicas, como o transtorno bipolar, a esquizofrenia, a anorexia, a compulsão por jogos e o mal de Alzheimer, além de ter um enorme custo humano, geram também um alto custo econômico. E, no Brasil, já representam a terceira causa de afastamento do trabalho.

Em 2011, 181 mil pessoas receberam da Previdência Social o auxílio-doença devido a esses problemas. O benefício é concedido a quem precisa se ausentar do trabalho por mais de 15 dias, por motivos de saúde. Prejuízos desse tipo ocorrem no mundo inteiro. Os americanos deprimidos perdem 5,6 horas de produtividade no trabalho por semana, ou seja, aproximadamente 12 dias de trabalho por ano, entre ausências e redução no desempenho, um índice quase quatro vezes superior ao das pessoas sem depressão. Os distúrbios da mente consomem 6% do orçamento da saúde nos Estados Unidos e geram um custo total de 300 bilhões de dólares por ano. São a terceira condição médica mais cara para os americanos, segundo dados do NIMH, instituto do governo americano dedicado a pesquisas na área da saúde mental.

José Alberto de Camargo, ex-CEO da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração, em parceria com a jornalista Naiara Magalhães, produziu o livro “Não é coisa da sua cabeça”, para tratar dos prejuízos na vida profissional e o impacto financeiro dos transtornos emocionais. O livro nasceu da experiência de gestão de Camargo, que, ao longo de sua carreira, pôde perceber não só a alta incidência estatística dos transtornos emocionais, mas que esses males causam problemas pessoais e conflitos familiares que acabam se estendendo ao ambiente profissional. “Imagine o que é se concentrar no trabalho tendo crises constantes de ansiedade que mais parecem um infarto, como ocorre aos que padecem da síndrome do pânico? Ou o que é realizar tarefas funcionais com afinco tendo em casa um filho dependente de drogas ou uma esposa com depressão, demandando cuidados intensivos, por meses ou anos?”, pondera.
A obra traz trinta especialistas da área – entre médicos, psicólogos, terapeutas e pesquisadores, em sua maioria ligados à Universidade de São Paulo (USP) – e o relato de dezesseis pessoas que superaram ou estão superando um transtorno emocional, a fim de identificar a tênue linha que separa atitudes e comportamentos considerados dentro do padrão de normalidade psíquica e aqueles definidos como desordens mentais.

Fonte: Pense empregos

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