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quinta-feira, 28 de julho de 2011

GM vai reforçar investimentos no País


A General Motors do Brasil pretende manter níveis elevados de investimento no Brasil nos próximos anos, depois que for concluído o ciclo programado de aportar R$ 5 bilhões em modernização das fábricas e ampliação da linha de produtos até fim de 2012.

Foi o que afirmou ontem o presidente da GM na América do Sul, Jaime Ardila, na sede da empresa em São Caetano. A nova presidente da montadora no Brasil, a norte-americana Grace Lieblein, que assumiu o cargo em 1º de junho, disse que a empresa já está trabalhando no desenvolvimento de projetos para os próximos cinco anos.

Ontem, em sua primeira entrevista coletiva à imprensa brasileira, a executiva acrescentou que a companhia está avaliando, entre outras possibilidades, a produção de um modelo mais acessível, para a população de baixa renda. Um dos objetivos é fazer frente à concorrência com os produtos asiáticos.

MERCADO

A montadora viu reduzir sua participação nas vendas neste ano de 20% para 18%, mas, para Grace, essa retração não preocupa, já que, nos segmentos em que a empresa está presente, a fatia de mercado é maior.

Grace, que foi por dois anos presidente da GM do México, disse que não faz questão de que a companhia seja a número um no Brasil. "Estamos focando na satisfação do cliente e temos produtos extraordinários com preços competitivos." Além disso, ela salientou que a empresa investe para reforçar o portfolio de produtos com nove veículos novos (provavelmente três neste ano e seis no ano que vem).

Em relação ao desempenho do mercado nacional, a expectativa da montadora é que toda a indústria automobilística totalize a venda de 3,7 milhões de unidades neste ano, 5% mais que em 2010.

Apesar do incremento previsto, Ardila citou que o setor foi impulsionado pela comercialização de carros para empresas (locadoras por exemplo), que renovaram suas frotas. "Isso não é sustentável", afirmou. As chamadas vendas especiais (para frotistas) do segmento automotivo ampliaram sua participação de 22% no ano passado para 27% neste ano.

Se o mercado interno não vai tão bem como esperava, a GM segue forte no continente sulamericano, que lidera no que se refere ao ritmo de crescimento para a montadora. A divisão da América do Sul ampliou em 16% as vendas, ao somar 2,7 milhões de unidades comercializadas, com forte desempenho em países como Argentina e Colômbia. A meta é superar a marca de 5 milhões de carros vendidos no ano todo nessa região.

TECNOLOGIA

O real valorizado frente ao dólar, somado aos altos custos trabalhistas e outros encargos, dificulta competitividade do produto brasileiro no Exterior, afirmou Ardila. O cenário não impediu, no entanto, que a empresa tivesse bom ritmo de exportações no primeiro semestre.

Isso se deveu, em parte, às vendas de serviço de tecnologia (design de carros, assessoria para desenvolvimento de motores flex etc), com os quais a fabricante espera obter receita de US$ 500 milhões neste ano, o que deverá corresponder a 40% do valor total obtido com encomendas a outros países. No ano passado, foram US$ 300 milhões.

Montadora quer voltar a produzir caminhões no Brasil

Além de novos projetos de carros, a GM deve definir, nos próximos três anos, planos para voltar a produzir veículos comerciais no Brasil. A empresa vendeu caminhões no País até 2002. Segundo o presidente da montadora na América do Sul, Jaime Ardila, a ideia não é construir fábrica específica, mas aproveitar unidades fabris já existentes. "Montar linha (desses produtos) é relativamente simples e os volumes de produção são menores (em relação aos carros)", afirmou.

A montadora tem uma vantagem, assegura o executivo: muitas concessionários que trabalham com a marca Chevrolet já conhecem o negócio (de comercialização de veículos de carga).

O desempenho do segmento justifica o interesse na área. As vendas de caminhões cresceram no primeiro semestre 17%, frente aos 10% de todo o setor automobilístico. Além disso, de acordo com dados da Confederação Nacional de Transportes, 61% do transporte de cargas no País são por meio das rodovias.


Fonte: DGABC

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