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quinta-feira, 3 de junho de 2010


Metalúrgicos criam nova federação para fortalecer suas bases

Trabalhadores de diversos estados brasileiros escolheram a mesma data da Conclat (1º de junho) para formalizar a criação da Federação Interestadual dos Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil, a FIT Metal.

A nova federação nasce filiada à União Internacional Sindical dos Metalúrgicos (UIS Metal) e à Federação Sindical Mundial (FSM). O presidente eleito, Marcelino Rocha, também presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim e região (MG), disse que a federação já nasce com prioridade de realizar ações conjuntas com as duas confederações da categoria existentes, seguindo o exemplo das próprias centrais sindicais.

Durante sua posse, Marcelino leu um manifesto, no qual estabeleceu as bases da nova entidade, cuja sede será na cidade de São Paulo. Também foram aprovadas cinco moções pelo plenário: de apoio ao fim do fator previdenciário e para que o Lula não vete o texto aprovado; defendendo a iniciativa dos governos brasileiro e turco para garantir o acordo com o Irã, e contestando a posição das grandes potências que querem a guerra; em solidariedade à Palestina e condenando o recente ataque de Israel, com o apoio dos Estados Unidos; em repúdio ao embargo a Cuba; e reafirmando a constitucionalidade do Decreto 4887, de regularização fundiária de comunidades remanescentes de quilombos – o decreto sofre questionamento por Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) movida pelo Partido Democrata (DEM).

O plenário também aprovou o apoio da FIT Metal à pré-candidata Dilma Rousseff nas eleições 2010 e em seguida elegeu os 41 diretores que passam a integrar a mais nova federação do país.

Leia abaixo o manifesto lido pelo presidente da FIT Metal:

O Brasil vive um momento ímpar de sua história. Essa fase da vida nacional decorre de uma aposta da maioria do povo em um projeto político que leva em conta três pressupostos básicos:

1) Soberania combinada com autonomia nacional;
2) Desenvolvimento nacional com geração de emprego e distribuição de renda;
3) Ampliação da democracia, com mecanismos reais de incorporação de setores sociais historicamente marginalizados.

Não podemos retroceder. Se bem aproveitado, este momento histórico e rico da nação nos levará a avançar nas mudanças. Lutemos não só para obter e consolidar os direitos mais imediatos da classe operária — como também para intervir de forma consciente e incisiva nos rumos político, social e econômico do país.

A FITMETAL-Brasil nasce empunhando a bandeira da unidade, da combatividade e da luta dos trabalhadores e das trabalhadoras — sobretudo dos metalúrgicos e das metalúrgicas. A unidade das centrais sindicais, coroada nesta data com a Conferência
Nacional das Classes Trabalhadoras, 29 anos depois da primeira conferência — é um exemplo a inspirar nossa atuação.

Nos estados e na esfera nacional, a tarefa dos sindicatos fundantes/filiados da FITMETAL-Brasil é grande: combater a sede de lucro dos patrões, que são cada vez mais gananciosos; combater a precarização, a rotatividade, a terceirização; combater
incansavelmente a ofensiva do capital contra a organização sindical, pelo direito de greve e contra os interditos proibitórios, contra o aliciamento de lideranças. É preciso organizar a luta pela redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, pelo fim do fator previdenciário e pelo contrato coletivo nacional de trabalho.

A atuação classista da FITMETAL-Brasil romperá as fronteiras nacionais. Repudiará as guerras pela dominação e os bloqueios criminosos impostos por potências globais que infringem normas de convivência pacíficas. Buscará relações com entidades que, em qualquer parte do mundo, combatem a ofensiva imperialista.

Nossa marcha será pela livre e soberana autodeterminação dos povos — e nosso lema fortalecerá a consigna “proletários de todo o mundo uni-vos”!

Por uma FITMETAL classista, combativa e de luta!

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